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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO ESCRITA

Livro: Técnicas de Comunicação


Escrita
Por NAKADEMY_Q32W3P

Todo mundo conhece pessoas ou situações em que uma


comunicação equivocada gerou grandes transtornos. Muita
gente acha que sabe se comunicar, mas vive gerando
confusão e desencontros, quando o objetivo da boa
comunicação é justamente o inverso.
Este livro de Izidoro Blikstein trabalha a comunicação escrita.
No entanto, todos os conceitos são totalmente aproveitáveis
em todas as situações em que a comunicação eficaz é
necessária.
Para começar, este livro é formato pocket, 12x18cm. Depois,
são apenas 98 páginas com muitas ilustrações. A leitura é
muito leve, divertida. Isso, nos tempos da faculdade, era muito
importante (sim!!! Este livro foi recomendado pelo professor de
redação publicitária).

Segredos da comunicação escrita


Como já disse, eu mudaria o conceito deste livro
para Comunicação eficaz, muito além da questão escrita.
Mas, foi para isso que autor desenvolveu o texto.
Ele começa falando dos três tropeços e três segredos da boa
comunicação:

 Primeiro tropeço: Bilhete errado = resposta errada. No


livro, há uma divertida historinha de um chefe que deixa o
bilhete para a secretaria, mas tudo dá errado. Isto porque
o bilhete contém diversas falhas, chamadas ruídos de
comunicação, que interferem negativamente no resultado.
 Primeiro segredo: mensagem correta = resposta
correta. Aqui, o autor fala sobre a necessidade de ser
preciso na linguagem, e sua correta utilização.
 Segundo tropeço: uma ideia clara e brilhante, mas…
só na cabeça do autor. Muitas vezes, quando
escrevemos, temos uma ideia clara de nossas
necessidades e o que precisamos transmitir. Mas, na hora
de colocar no papel, ou expressar-se… hummm. Aí que
ocorrem os problemas.
 Segundo segredo: escrever bem = comunicar bem =
tornar comum. O autor explica o que é comunicação que
é fazer com que uma ideia que está na cabeça o
interlocutor se torne comum a outra pessoa.
 Terceiro tropeço: Com vinagre não se apanham
moscas! O conceito aqui é explicar que, com aspereza,
não se conquista o interesse das pessoas. Tudo para
explicar o
 Terceiro segredo: escrever bem = persuadir. Aqui, a
orientação é que o texto tenha atrativos para motivar ou
persuadir as pessoas a colaborarem nas solicitações que
temos que realizar diariamente.

Pronto. Está formado o tripé da comunicação eficaz que é


baseado em:

 Tornar o pensamento comum


 Produzir uma resposta
 Persuadir

Estrutura e funcionamento da comunicação


Eu me lembro que, ainda na faculdade, tive uma aula de
Teorias da Comunicação. Nele, fui apresentado a um modelo
básico de comunicação – o Shannon & Weaver. Estes, dois
matemáticos, que decidiram estudar o assunto e criar este
modelo. Juntando as peças com o livro de Izidoro Blikstein,
acabei criando uma aula que os alunos finalmente entendem o
que é o processo da comunicação.
Primeiro, Blikstein apresenta a estrutura com três peças:
remetente, destinatário e mensagem. O primeiro, é o que
remete (envia) a mensagem a um agente-destino. Notou que,
neste texto, adaptei os conceitos, explicando em linguagem
mais fácil o que cada uma das peças?

Como pegar a ideia


Em seguida, explica o que é a mensagem. Entre parêntesis,
vou colocar a terminologia utilizada em Teorias da
Comunicação. Segundo o autor, a mensagem é composta da
ideia (significado) + estímulo físico (significante). Este estímulo
físico, no caso da comunicação escrita, são as palavras e
imagens ilustrativas que podem compor a mensagem.
Na comunicação geral, qualquer estímulo aos nossos sentidos
é capaz de comunicar: olfato (aromas e perfume), tato
(sensações tácteis de materiais, como aspereza, temperatura,
dureza etc), visão (cores, formas, imagens estáticas ou em
movimentos, textos etc.), audição (sons, efeitos sonoros,
trilhas, música etc. e até mesmo paladar (sabores).
Tudo, em comunicação, é realizado por meio de um signo que,
por sua vez, é composto de significante (estímulo físico) e
significado (ideia).

Código: a quarta peça meio escondida


O código pode ser descrito, segundo o autor, como “uma
instrução que cria, e depois controla, a relação entre
significante e significado”. Eu costumo explicar que é algo que
combinamos, entre nós, como pares de uma sociedade, o
significado de cada signo. Essa combinação é passada de
geração em geração, entre todos os integrantes de uma
comunidade.
O código é a chave que faz com que qualquer estímulo físico
se torne um signo.
Vamos a um exemplo: quando estamos na rua e nos
deparamos com uma luz vermelha em um semáforo, temos o
hábito de parar. Mas, se vem alguém que nunca viu a
civilização, digamos um índio que até ontem vivia isolado em
uma tribo na selva amazônica. Como nunca tinha vindo a uma
cidade, você acredita que ele pararia diante de um sinal
fechado? Claro que não. Esta ideia não foi associada ao
estímulo (luz vermelha do semáforo) e, portanto, como ele não
foi ensinado, não se estabeleceu um código relacionado a este
signo, simplesmente ignoraria o sinal de parar.
A codificação, portanto, é o processo em que um estímulo
físico foi associado a uma ideia, criando um signo.
Quando estamos nos comunicando, estamos transformando
ideias em signos (verbais, textuais, sonoros, enfim)
codificando-as em estímulos. A nossa meta é que, do outro
lado da comunicação (destinatário), haja uma correta
decodificação, ou seja a transformação do signo em uma ideia
que foi compartilhada (tornada comum).

Domínio do código
Quanto mais ampliarmos nosso conhecimento nos códigos –
linguagens verbais e não-verbais – mais estaremos aptos a
escolher corretamente os signos para uma comunicação eficaz.
Por isso é importante definir corretamente as palavras, gestos e
posturas da comunicação, para transmitir nossas ideias de
forma que, do outro lado, aumentem as chances de sermos
bem compreendidos.

Código aberto e fechado


Alguns signos têm o código fechado, ou seja, apenas uma
interpretação possível. Se nos depararmos com uma placa
dizendo “Direção Proibida” e uma seta preta cortada por uma
faixa vermelha, só há uma interpretação única e estável: “não
seguir por esta direção”.
No entanto, alguns códigos podem gerar dubiedades (dúvidas),
como, por exemplo, ao informar as horas. No Brasil, é muito
comum indicarmos as horas de 1 a 12, nos dois períodos do
dia. Assim, oito horas podem ser oito horas da manhã ou da
noite.
Mas existem outros exemplos de código aberto: quando
dizemos para um amigo reservar um lugar no restaurante que
sempre frequentamos juntos, podemos nos referir a “qualquer
lugar”, ou a um “local específico”, como uma área vip, ou uma
região do estabelecimento que é favorito para nós. Se a ordem
não for específica, podemos gerar confusão no entendimento
da ideia.
O código aberto, portanto, é aquele em que o estímulo
(significante) pode ter dois ou mais significados (ideia).
Por exemplo, no mundo corporativo, é muito comum usar
frases como “espero seu retorno o mais breve possível”,
quando, muitas vezes, o melhor seja utilizar “espero sua
resposta até 10h00 da manhã do próximo dia 12”. Mais
completo, um pouco exagerado, mas sem dúvida, mensagem
que é certeiro, que NÃO gera dúvidas.

Todos nós carregamos uma bagagem


cultural: o repertório
Tão importante quanto criar uma bagagem cultural, lendo e
aprendendo novas palavras e obtendo novos conhecimentos
linguísticos, é também importante analisar o outro lado: quem
vai receber a mensagem, tem a mesma bagagem cultural, o
mesmo repertório, o mesmo conhecimento que o remetente?
A experiência e conhecimentos do remetente não são
exatamente iguais aos dos destinatários da mensagem, pois
isso é algo muito particular e, provavelmente, o repertório, a
bagagem cultural – conhecimentos, hábitos e costumes – é
diferente e outras pessoas, mesmo que sejam muito próximas
entre si.
Por isso, uma pergunta chave é: “qual é o repertório da pessoa
a quem estou enviando esta mensagem?”

Sem veículo… a mensagem não chegará ao


destinatário
Veículo é um elemento a natureza qualquer e que serve para
conduzir a mensagem do remetente ao destinatário. A escolha
correta do veículo depende de alguns fatores, que Blikstein
lista:

 Conteúdo e condições de emissão da mensagem;


 Objetivos do remetente;
 Situação e contexto da comunicação entre remetente e
destinatário;
 Condições de recepção da mensagem.

Condições necessárias para uma


comunicação eficaz
O autor finaliza o capítulo relembrando condições para uma
boa comunicação:

 Conhecimento do código;
 Uso de códigos fechados;
 Conhecimento do repertório do destinatário;
 Conhecimento do repertório do contexto cultural ou
profissional em que atuamos;
 uso adequado do veículo.

Ganchos para agarrar o leitor


Blikstein dedica um capítulo inteiro ao que chamamos de
ganchos, que é o segreda para atrair, motivar ou persuadir o
leitor. Trata-se de técnicas que auxiliam a tornar a
comunicação mais eficaz.

Esfriar a mensagem
Quando sobrecarregamos a mensagem com muitas e
complicadas informações, há um “esquentamento” que provoca
cansaço no leitor. Mensagens frias são aquelas que não
exibem grande esforço e atraem o leitor.

Imagem: valem mais que mil palavras


Outro gancho importante é o uso correto das imagens.
Primeiro, porque, como diz o ditado, uma imagem pode explicar
muito mais que um longo texto.
Na apresentação de resultados, por exemplo, o uso de Gráficos
pode ser mais interessantes por demonstrarem visualmente o
que palavras levariam muito tempo para serem explicadas.
Outro bom exemplo, são as placas de sinalização de trânsito.
Muito mais rápido e fácil de entender do que textos que
precisam ser lidos – e que exigem um mínimo de instrução
(leitura) para serem captados e interpretados.
Tabelas, embora não sejam imagens, também são formas mais
visuais de organizar e apresentar diversos tipos de
informações. Por isso, sempre considerar esta forma de
apresentação.
Finalmente, é importante cuidar da estética das menagem, para
que elas sejam atraentes, chamem a atenção e convidem o
destinatário a consumi-la.

Comova e assuste o destinatário!


Izidoro Blikstein explica técnicas que podem ser utilizadas para
atrair e comover o destinatário da mensagem. Pode ser com o
uso de humor, frases de efeito ou mesmo poesia.
O objetivo é gerar um envolvimento emocional que faz com que
o destinatário esteja ainda mais atento à mensagem.

Receita para a eficácia da comunicação


escrita.
O autor finaliza o livro com um grande resumo visual de tudo o
que foi apresentado no livro, encerrando com chave de ouro.
Nesta resenha, você pode conhecer os princípios da
comunicação eficaz, em um livro direcionado à escrita. Foi
possível compreender todos os elementos que fazem com que
a mensagem transmitida seja corretamente interpretada pelo
destinatário a mensagem, gerando resposta adequada e
positiva ao que se espera.
Saber utilizar corretamente a linguagem verbal e não verbal,
escolher adequadamente o veículo, utilizar os códigos
adequadamente, sempre atento ao repertório ou bagagem
cultural de seu interlocutor. Nossa! Tudo isso em um livrinho
pequeno, de linguagem simples e bem fácil de entender.
#leitura recomendada

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