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DISCIPLINA: TEORIA PSICANALÍTICA.

PROFESSOR: FLÁVIO R. PROVAZI


5ª Aulas:

Tema de discussão:

A descoberta do inconsciente:

 A segunda tópica freudiana: Id, ego e superego.

FREUD, S. O Ego e o Id (1923) cap. II e III. In: Obras Completas de S. Freud (volume
XIV), Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda.

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A partir de 1920, toda a teoria do aparelho psíquico de Freud foi modificada. Na


primeira tópicas ele divide o aparelho em consciente pré-consciente e
inconsciente. Já na segunda tópica, divide-o em id, ego e superego. No entanto
o valor do inconsciente não se modifica.

No id encontramos as principais características do sistema Ics, mas também


nas outras instancias: ao ego e ao Superego são reconhecidas uma origem de
partes inconscientes. Dessa forma, as instâncias de funcionamento psíquico
devem ser consideradas conjuntamente, ou seja, tanto o id, ego e o superego
vão apresentar dimensões conscientes, pré-conscientes e conscientes.

De modo geral, a interação entre as diversas partes do psiquismo não se dá de


modo harmônica, primeiro por estarem regidos por princípios distintos e
dessemelhantes, como o princípio de prazer e o princípio de realidade, ou o
processo primário e o secundário.
Freud dirá então que a mente humana é tripartida.

O id ou isso: contém tudo que é herdado e está presente desde o nascimento.


Faz parte da constituição, por assim dizer, instintual do indivíduo e se origina
da organização somática a qual encontra expressão psíquica sob a forma de
desejo, necessidade, impulso. Para Freud o id é o polo pulsional da
personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são
inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro, recalcados e
adquiridos.

Do ponto de vista econômico, o id, para Freud, o reservatório inicial da energia


psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito com o EGO e o
SUPEREGO que, do ponto de vista genético, são as suas diferenciações.

Não há contradição no id, impulsos opostos se coexistem lado a lado, não


existe nada que corresponda a ideia de tempo, nenhum processo psíquico é
extinguido com o tempo. O id é regulado pelo princípio do prazer e funciona de
acordo com o processo primário.

Ego ou Eu: é a parte mais organizada das Instâncias. Do ponto de vista tópico,
o ego está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do
id, como para com os imperativos do superego e das exigências da realidade.
Cabe ao ego ser o mediador entre as exigências do id, as do superego e as da
realidade. Embora se situe como mediador, é encarregado dos interesses, da
totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa.

Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no conflito


neurótico, o polo defensivo da personalidade; põe em jogo uma série de
mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto
desagradável (sinal de angústia). No ego está a fonte de ansiedade, na medida
em que tem de atender às várias necessidades muitas vezes contraditórias ao
id, superego e realidade externa. O Ego é a parte do id que se modificou pela
proximidade e influência do mundo externo.

Impulsionado pelo id, pressionado pelo superego e repelido pela realidade, o


Ego luta para realizar sua tarefa econômica, por objetivar estabelecer harmonia
entre as forças que atuam sobre ele.

O Ego serve à três amos, o ego empenha-se em harmonizar as exigências de


cada um deles: o mundo externo, o id e o superego. O Eu procura atender o
mundo externo, mas também procura ser fiel ao servidor do id. Por outro lado,
o rigoroso superego observa cada um de seus passos, lhe põe determinadas
normas e condutas, na inobservância dessas exigências a punição surge sob
forma de culpa e inferioridade. A ele cabe a tarefa de autopreservação e é ele
que estabelece a conexão entre a percepção sensorial e ação motora.

O Superego se desenvolve a partir do Ego e dos modelos de autoridade na


infância. Ele é a instancia moral, o depositário dos códigos de ética e
moralidade. Forma o modelo pelo qual o Ego quer se ajustar. Seu papel é
assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na
consciência moral, na auto observação, na formação de ideais, funções do
superego.

Classicamente é definido como herdeiro do complexo de Édipo; constitui por


interiorização das exigências e das interdições parentais.

Economia psíquica: Qualifica tudo o que se refere à hipótese de que os


processos psíquicos consistem na circulação e repartição de uma energia
quantificável (energia pulsional), isto é, suscetível de aumento, de diminuição,
de equivalências.

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