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O que é argumentar?
Embora não nos demos conta, argumentar faz parte de nossa vida cotidiana.
Em uma conversa com amigos, por exemplo, é comum querermos expor nosso
ponto de vista – e convencê-los de que ele é o certo – sobre os mais variados
assuntos: desde a defesa da inocência da personagem de uma telenovela até a
ratificação da importância da participação social do indivíduo.
Muito além do que somente explicar, expor ou interpretar fatos e ideias, a
argumentação visa, sobretudo, a convencer, influenciar, persuadir nosso
interlocutor. Dessa forma, para que o objetivo seja alcançado, precisamos lançar
mão de bons argumentos. Ou seja: é necessário que haja uma seleção e
combinação dos fatos, dados e evidências que serão utilizados para a defesa de
uma tese, que nada mais é do que o posicionamento que assumimos acerca de
determinado tema.
Logo, toda vez que defendemos um ponto de vista por meio de
argumentos convincentes, debatendo ideias, discutindo assuntos e tecendo
opiniões, estamos argumentando.
Veja um exemplo de parágrafo argumentativo e responda oralmente as
questões que se seguem:
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Sempre que queremos chegar a algum lugar, planejamos o melhor caminho
a seguir: o arquiteto faz a planta antes de construir a casa, o empresário projeta a
indústria antes de instalá-la. O mesmo deve ocorrer em um texto argumentativo.
Precisamos planejar as ideias a serem discutidas sobre o tema antes de começar a
escrevê-lo. Isso permitirá uma melhor seleção e organização dos argumentos, o
que diminuirá as chances de serem questionados e, consequentemente, aumentará
nosso poder de convencimento.
Dessa forma, um bom planejamento é o primeiro passo para um bom texto
argumentativo. O ponto de vista que será por nós defendidos, ou seja, nossa tese,
bem como as informações que serão usadas para que consigamos convencer
nossos interlocutores de nosso posicionamento deverão ser pensados antes de
começarmos a escrever. Claro que novas ideias poderão aparecer no decorrer da
produção textual, mas ter um esboço do que será feito nos permite organizar
melhor nosso pensamento, faz com que não nos esqueçamos de pontos
importantes a serem discutidos e diminui a chance de sermos repetitivos em nossa
redação.
Pensemos, por exemplo, no seguinte tema: as mudanças trazidas pelas
novas tecnologias. Antes mesmo de começar a escrever, já devemos saber qual será
o nosso posicionamento. Dentre as várias opções de tese existentes, poderíamos
afirmar que as mudanças trazidas pelas novas tecnologias facilitaram a vida do
homem, mas fizeram com que ele ficasse mais dependente delas. Para defendê-la,
precisaríamos, então, reunir informações que a comprovem. Uma alternativa seria
dizer o quanto a tecnologia facilita nossa vida, acelerando tarefas que, antigamente,
levariam muito tempo para serem cumpridas. Poderíamos apontar, também, que a
tecnologia permitiu que a comunicação humana avançasse, destruindo fronteiras e
diminuindo distâncias. Em contrapartida, mostraríamos o quanto as facilidades
trazidas pelas novas tecnologias fizeram com que o homem dependesse muito
mais delas, principalmente dentro de um contexto no qual o tempo é cada vez mais
escasso e importante.
Vamos ler, agora, o texto que se segue:
TEXTO I
Roleta-russa, agora no ar
São Paulo acrescenta continuamente requintes à roleta-russa em que se
transformou a vida na cidade. Antes, o paulistano já sabia que, se escapasse de
assalto, poderia cair em um sequestro (relâmpago ou duradouro, que a roleta-
russa é sofisticada).
Se não fosse sequestrado, teria o carro roubado. Se ficasse com o carro,
afundaria em algum dos alagamentos bíblicos do cotidiano. Se não naufragasse,
ficaria preso em um congestionamento cinematográfico. E, se nada disso ocorresse,
ainda haveria na agulha a bala de cair no buraco do metrô e ter o cadáver
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resgatado apenas uma semana ou dez dias depois. Soma-se agora à roleta-russa até
o ato de fugir dela ao deixar a cidade por via aérea. Sempre há o risco de levar para
ir ao Rio ou a Salvador o mesmo tempo que cidadãos normais tardam para ir de
Nova York a Londres (ou até Tóquio).
O caos aéreo serviu para acentuar outra característica dos paulistas (na
verdade, comum a 99% dos brasileiros): em vez de enfrentar o problema, tratam
de acomodar-se a ele. No lugar de drásticos protestos contra o apagão dos voos, o
brasileiro faz estoque de livros, de iPods ou de "games" para celular -e aguenta o
tranco na roleta-russa dos aeroportos. Já já alguém vai escrever o manual de auto-
ajuda: "Como passar o dia em Congonhas e ser feliz". Nem em aeroporto do interior
do Haiti admite-se que a chuva possa ser motivo para interrupção dos voos. Aqui,
aceita-se tranquilamente medir o volume de água na pista para autorizar ou não
voos no mais movimentado aeroporto da pátria esculhambada.
Coisa de comédia, que, no entanto, se incorporou aos usos e costumes do
país, como se fosse parte da paisagem. Como as favelas, as balas perdidas, os
assaltos, os sequestros, a educação em frangalhos, a saúde profundamente doente,
os políticos corruptos...
(ROSSI, Clóvis. Folha de São Paulo, 20/03/2007)
EXERCÍCIO 1
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b) elabore uma tese, isto é, uma frase verbal, que contenha seu posicionamento
sobre cada tema já delimitado.
EXERCÍCIO 2
Escolha uma das teses elaboradas por você no exercício 1 e formule três
argumentos.
EXERCÍCIO 3
Agora, elabore um parágrafo para o tema que você escolheu, usando os
argumentos anteriormente planejados.
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Doenças do magistério
Professor sofre males no exercício da profissão
É evidente que uma boa saúde não depende de uma boa situação financeira.
No entanto, é claro também que o empobrecimento profissional tem sido uma das
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causas do chamado mal do século, na avaliação de alguns especialistas, o estresse.
No caso do magistério, a perda do poder aquisitivo da categoria tem resultado em
graves problemas em relação à saúde de cada profissional, sobretudo as questões
de ordem emocional.
A questão da saúde do professor tem sido uma preocupação constante deste
sindicato. Em consultas a especialistas do assunto, conseguimos detectar como
principais doenças do magistério, entre outras a Síndrome do Burnout (distúrbio
de fundo emocional); problemas de coluna e nas articulações – lombalgias, LER;
problemas nas cordas vocais; osteoporose precoce; rinite alérgica e asma.
Entre as principais causas dessas doenças, estão as péssimas condições de
trabalho oferecidas em muitos de nossos estabelecimentos de ensino; o trabalho
em excesso do professor; a má alimentação; o uso de giz de baixa qualidade;
superlotação das turmas, principalmente entre os professores de 40h nos Cieps
(salas de aula em meia parede); insatisfação profissional, insegurança e medo.
Rendimento escolar
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(Jornal UPPE Sindicato, ano XI, nº 20, agosto de 2004)
Texto 1:
A qualidade de vida na cidade e no campo
TEMA:
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TESE:
ARGUMENTOS:
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