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ASSOCIAÇÃO CARUARUENSE DE ENSINO SUPERIOR

CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA


(ASCES-UNITA)

MARIA NAYLLE DA SILVA


MARIA VICTORIA DE OLIVEIRA SILVA
MONALIZZA STHEPHANIE LIMA DA LUZ

JULGAMENTO STJ - BOA FÉ OBJETIVA

CARUARU
2023
JULGAMENTO STJ - BOA FÉ OBJETIVA

TEMA 531

O tema em questão abrange os casos em que o servidor recebe algum valor a mais no seu
benefício ou em seus pagamentos e é obrigado a devolver a diferença dele, salvo se comprovado boa
fé. A primeira Seção do STJ, analisou os recursos especiais e fixou a tese que pagamento indevidos ou
errôneos ao servidores públicos decorrentes de erros, estão sujeitos a devolução, a menos que o
beneficiário comprove a sua boa-fé objetiva de que não havia como constatar tal falha.
TESE: Quando a administração pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em
pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e
definitivos, o que impede que as diferenças sejam descontadas. Em relação ao erro administrativo não
decorrente de interpretação equivocada de lei, o magistrado lembrou que o artigo 46 da Lei
8.112/1990 estabelece que as reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao
servidor, para pagamento no prazo máximo de 30 dias, ressalvada a possibilidade de parcelamento.
Sendo assim, nos casos de erro de interpretação da lei, as devoluções devem sem previamente
comunicadas ao servidor que terá um prazo de pagamento e também de possível parcelamento da
diferença do valor recebido. Porém, nos casos de erros administrativos (podem ser operacionais ou
erros de cálculo), o servidor acaba criando uma falsa expectativa que os valores recebidos são legais e
definitivos, o que impede que ocorra os descontos destes, observando a boa-fé do servidor público.
É necessário não confundir o erro na interpretação da lei com erro operacional, de forma a
não se estender o entendimento fixado no Tema 531 sem a observância da boa-fé objetiva do servidor,
o que possibilita a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente em virtude de erro de cálculo
ou operacional. Ao fixar a tese e modular os seus efeitos, é válido ressaltar que, em respeito ao
princípio da dignidade da pessoa humana e com base em precedentes do próprio STJ, caso haja
necessidade de devolução dos valores recebidos indevidamente, deve ser facultado ao servidor o
desconto mensal em folha de 10% da remuneração, provento ou pensão.
O princípio da boa-fé cria deveres em conjunto a obrigação principal, os quais devem ser
respeitados por ambas as partes contratantes. A boa-fé objetiva é um princípio do direito do
consumidor, o qual as partes podem agir de acordo nos valores éticos e morais da sociedade. Dentre
esses valores, existem outros que estão ligados, como lealdade, transparência e colaboração e devem
ser observados em todas as fases do contrato.
REFERÊNCIAS:

STJ:
1-https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/17032021-Servidor-que-recebe-a
-mais-por-erro-operacional-e-obrigado-a-devolver-diferenca--salvo-prova-de-boa-fe-.aspx
2- https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?&l=10&i=1&tt=C
3-https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesqu
isa=T&cod_tema_inicial=531&cod_tema_final=531

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