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As sociedades industriais capitalistas

A contribuição dos clássicos da Sociologia para a compreensão da estrutura das sociedades industriais capitalistas

Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim, compreendendo a História como processo de produção da vida,
consideraram o trabalho a categoria-chave da análise da vida social, foco central e eixo de seus estudos da estrutura
e da dinâmica sociais. A razão da centralidade do trabalho nas tradições teóricas clássicas das Ciências Sociais,
especialmente da Sociologia, assenta-se na realidade empírica a mais evidente, se não óbvia: por não ser animal
predador, o ser humano só sobrevive se produzir, pelo trabalho, as condições materiais de sua subsistência física
e, por ser dotado de potencialidades intelectuais, mentais, espirituais e artísticas, produz, ao mesmo tempo,
consciência. E, ainda, por ser gregário, como todos os outros animais, desenvolve em grupo a atividade de trabalho
e, assim, produz a vida social, que pôde ser investigada, analisada, explicada e compreendida cientificamente
graças aos princípios teóricos e metodológicos que aqueles autores elaboraram.
Com a análise da estrutura social das sociedades industriais capitalistas por eles iniciada, estavam também
lançadas as bases de um novo ramo da Sociologia Geral: a Sociologia do Trabalho. Por isso, convém revisar os
pontos principais de suas obras que se tornaram referência obrigatória para os estudos do mundo do trabalho ainda
nos dias de hoje por três conjuntos principais de razões.
Em primeiro lugar, considere-se que aqueles três autores tiveram como objetivo fundamental a
compreensão da estrutura da sociedade capitalista e a compreenderam como fruto de uma verdadeira revolução
na organização do trabalho social pela introdução de novas técnicas de produção – a máquina – e, sobretudo, pela
introdução de novas relações sociais de produção, propiciadas e ancoradas nos princípios filosóficos, jurídicos,
políticos, enfim, numa nova visão de mundo nascida das ideias iluministas do século XVIII que sepultaram o
modo de produção anterior, isto é, o modo de produção feudal.
Em segundo lugar, considere-se que das novas relações de produção surgiram os graves problemas sociais
que continuam a ser os temas candentes, inquietantes e desafiadores das sociedades atuais e da Sociologia: a
desigualdade social, os conflitos de classes, a desigualdade e os conflitos entre países e continentes, as diferentes
formas de organização do trabalho que incidem negativamente sobre a satisfação e o modo de vida dos
trabalhadores, o desemprego etc. Considerem-se também as repercussões da economia de mercado sobre todas as
demais dimensões da vida, causa da inversão de valores fundamentais e perda das referências morais essenciais
que se expressam, por exemplo, no consumismo como vetor da realização humana e na sobreposição da razão
instrumental, para fins estritamente individuais ou de grupos de interesses, à razão substantiva, isto é, a razão
como instrumento para a realização dos valores legados pelo Iluminismo, a saber, a liberdade, a igualdade e a
fraternidade entre os povos. São questões evidentes das contradições entre os princípios filosóficos, jurídicos,
políticos fundadores da nova ordem social e a estrutura social deles derivada.
Em terceiro lugar, considere-se que a nova organização social da produção que inaugurou as sociedades
industriais capitalistas revolucionou a vida dos indivíduos: a atividade de trabalho de agrícola e/ou artesanal
passou a industrial, concentrada no interior das empresas onde o ritmo, a jornada e as normas disciplinares do
trabalho são impostos pela administração burocrática do processo de trabalho; separou o trabalhador da família,
alterando a sua estrutura, hábitos e costumes; transformou a força de trabalho em mercadoria e, por isso, tornou
todos os trabalhadores dependentes das flutuações da economia de mercado para a venda de sua força de trabalho;
classificou habilidades e conhecimentos; diversificou os salários; divorciou o trabalho do lazer e acirrou os
conflitos de classes.
Assim, é necessário retomar as contribuições daqueles autores sobre a estrutura das sociedades capitalistas
como referência científica para a análise das questões do mundo do trabalho que a definem e, ao mesmo tempo,
são por ela definidas, apesar das diferenças teóricas e metodológicas entre elas. No entanto, Marx, Weber e
Durkheim têm em comum a compreensão de que a organização social do trabalho é um dos fatores determinantes
da estrutura e dinâmica da vida social e cada um a seu modo traçou os caminhos possíveis para os estudos da
sociedade capitalista a partir dos quais outros puderam ser elaborados para o aprimoramento do conhecimento
sobre o qual devem se assentar a ação e a decisão políticas.
E hoje, há mais de um século da publicação das obras daqueles autores, não só persistem os mesmos
problemas que lhes deram origem como também apareceram novos problemas com a mesma contundência e
impacto, se não maiores: de uma sociedade que gerou o trabalho assalariado e regulamentado em massa
transitamos para uma sociedade que tende a consolidar novas relações de trabalho pifiamente protegidas ou sem
nenhuma proteção do Estado em alguns casos, cuja configuração se expressa no aumento considerável do
desemprego e do mercado informal de trabalho e no estabelecimento do contrato temporário, jornada parcial,
banco de horas, terceirização, subcontratação, contratação de estagiários em substituição a assalariados
contratados por tempo indeterminado, trabalho em domicílio, além da persistência do trabalho infantil e do
trabalho escravo em muitas regiões, caracterizando o que se convencionou chamar de processo de precarização
das relações de trabalho, a caminho, segundo alguns prognósticos mais pessimistas, para o fim definitivo dos
empregos, isto é, do assalariamento.
Essa nova sociedade em gestação, denominada de “pós-industrial”, ou “pós-moderna”, ou “da informação”,
ou, ainda, “do conhecimento”, encerra a realização da chamada sociedade industrial ou sociedade de trabalho por
ter padronizado de certa maneira as condições de trabalho e de vida de milhões e milhões de pessoas no mundo
inteiro que compartilhavam da situação de assalariados. Hoje, tendem a ser numericamente insignificantes os
trabalhadores nessa situação, que, apesar de tudo, ainda pode ser qualificada de privilegiada se comparada à
daqueles submetidos à exclusão do mercado formal de trabalho, cujas ocupações são intermitentes,
amadoristicamente empreendedoras e, por isso, fadadas quase sempre ao fracasso, e que demandam muito
trabalho com quase ou nenhuma capacidade competitiva. Recrudescem, portanto, os problemas sociais que agora
não mais se inscrevem no círculo das dificuldades para a garantia da sobrevivência, mas o ultrapassam e atingem
todas as esferas da vida na medida em que o acirramento da competição entre trabalhadores, capitalistas e países,
o aprofundamento das desigualdades sociais e o consumismo desenfreado como ideologia enfraquecem o respeito
aos valores centrais de realização da dignidade humana, porta da frente para a barbárie, para a banalização do mal,
que se manifesta nos altos índices de violência, no aumento do consumo de drogas, nos atos de terrorismo, na
devastação da natureza, ou seja, na ameaça constante à própria vida.
Da aplicação dos princípios de análise da estrutura e da dinâmica sociais elaborados por Émile Durkheim,
Max Weber e Karl Marx respectivamente, os princípios da causação funcional, da conexão de sentido e da
contradição dialética resultaram explicações e interpretações diferentes, isto é, teorias diferentes sobre o mesmo
objeto de estudo: a sociedade capitalista, cujas características fundamentais os três autores trataram de nos
apresentar, ao mesmo tempo em que nos forneceram os princípios metodológicos para o desenvolvimento da
pesquisa empírica.

Émile Durkheim

Para Durkheim, a característica principal das sociedades modernas é a divisão do trabalho social. Ao
promover a interdependência das funções profissionais especializadas, a divisão do trabalho social, cuja origem é
o aumento da população, gera a solidariedade orgânica, isto é, um novo tipo de coesão ou integração social que
nasce do reconhecimento coletivo da complementaridade das atividades individuais diferenciadas, assegurando a
existência e o funcionamento da sociedade por assegurar a satisfação das necessidades individuais de um maior
número de pessoas.
Compreenda-se que, para Durkheim, a vida social só é possível porque existe uma consciência coletiva, ou
seja, um conjunto de crenças e sentimentos comuns ao comum dos membros de uma determinada sociedade que
forma um sistema determinado com vida própria. Ou ainda:

[...] a sociedade não é simples soma de indivíduos, e sim sistema formado pela sua associação, que
representa uma realidade específica com seus caracteres próprios. Sem dúvida, nada se pode produzir
de coletivo se consciências particulares não existirem; mas esta condição necessária não é suficiente. É
preciso ainda que as consciências estejam associadas, combinadas, e combinadas de determinada
maneira; é desta combinação que resulta a vida social, e, por conseguinte, é esta combinação que a
explica. (DURKHEIM, 1971, p. 71)

Assim, a vida social é possível porque existe uma consciência coletiva que se impõe e, portanto, é
compartilhada pelas consciências individuais e, desse compartilhamento, nasce a coesão social ou a solidariedade
social.
Nas “sociedades simples” (hordas, clãs, tribos), marcadas por uma divisão rudimentar do trabalho social,
dado o pequeno número de pessoas que as compõem, predomina a “solidariedade mecânica” que nasce de crenças
e sentimentos partilhados por todos os membros da sociedade. Nelas, o conteúdo da consciência coletiva é o culto
à própria sociedade, o respeito total e absoluto às suas crenças e sentimentos. Por isso, nas sociedades simples, os
indivíduos são totalmente envolvidos pela consciência coletiva, havendo quase nenhuma dissemelhança entre
eles.
No que diz respeito ao desenvolvimento da divisão do trabalho social, os sentimentos comuns se atenuam
porque as atividades sociais se diferenciam, diferenciando também os indivíduos entre si nas suas crenças e ações,
cuja consequência inevitável é o desenvolvimento do individualismo, que se torna o novo conteúdo da consciência
coletiva nas sociedades modernas. A divisão do trabalho social é, assim, a condição criadora da liberdade
individual e, ao mesmo tempo, de um novo tipo de solidariedade social que, como vimos, nasce do sentimento
dos laços de interdependência dos indivíduos que, ao desempenharem funções diferenciadas, contribuem uns com
os outros para a satisfação das necessidades de todos.
Essa seria, pois, a função social da divisão do trabalho social, isto é, o efeito social útil que produz, expresso
na solidariedade orgânica, integração ou coesão social de um novo tipo. Da análise dos efeitos sociais úteis dos
fatos ou fenômenos sociais, surgiu o princípio explicativo da causação funcional que permeia toda a obra de Émile
Durkheim, lembrando-se que, se Adam Smith, no livro A Riqueza das Nações, de 1776, já havia demonstrado a
função econômica da divisão do trabalho (o aumento da produtividade do trabalho, a redução dos custos da
produção e o barateamento das mercadorias), Durkheim apenas se interessa por seus efeitos sociais nas mais
diferentes esferas da vida em sociedade.

Max Weber
Para Max Weber, o traço característico do capitalismo moderno é a racionalidade da conduta em todas as
dimensões da vida, fundamentalmente como princípio norteador da vida econômica que se manifesta na
multiplicação de empresas por meio das quais todas as necessidades de um grupo humano são satisfeitas.
Weber (1980, p. 123) afirma que “O capitalismo existe onde quer que se realize a satisfação de necessidades
de um grupo humano, com caráter lucrativo e por meio de empresas, qualquer que seja a necessidade de que se
trate”. No entanto, o capitalismo moderno surge apenas com a organização racional do trabalho, vale dizer, com
o desenvolvimento da organização empresarial do trabalho, a partir da segunda metade do século XVIII, e apenas
no Ocidente, onde as condições culturais suficientes e necessárias para tal estavam presentes.

O fato de tal desenvolvimento haver se verificado no Ocidente deve-se aos traços característicos de
cultura, peculiares a esta parte da Terra. Só o Ocidente conhece o Estado, no sentido moderno da
palavra, com administração orgânica e relativamente estável, funcionários especializados e direitos
políticos. Os indícios dessas instituições na Antiguidade e no Oriente não alcançaram pleno
desenvolvimento. Só o Ocidente reconhece um direito racional, criado pelos juristas, interpretado e
empregado racionalmente. Só no Ocidente se encontra um conceito de cidadão (civis romanus, citoyen,
bourgeois), porque, só no Ocidente, se deu uma cidade no sentido específico da palavra. Além disso, só
o Ocidente possui uma ciência no sentido atual. Teologia, filosofia, meditação sobre os problemas da
vida foram conhecidas pelos chineses e indianos, aliás, com uma profundidade como nunca foi sentida
pelo povo europeu. Uma ciência racional e uma técnica racional foram coisas desconhecidas para
aquelas culturas. Finalmente, a Cultura Ocidental se distingue de todas as demais, isto pelo fato da
existência de pessoas possuidoras de uma ética racional da existência. Em todos os lugares encontramos
a magia e a religião: entretanto, só é peculiar do Ocidente o fundamento religioso do regime de vida,
cujo resultado tinha de ser o racionalismo específico. (WEBER, 1980, p. 146)

Apesar de longa, essa citação era necessária para se compreender o processo de racionalização do mundo ocidental
nas suas diferentes manifestações que, na visão de Max Weber, é condição necessária para o surgimento do
capitalismo moderno e, ao mesmo tempo, para se compreender o significado do princípio explicativo da conexão
de sentido. Com efeito, a racionalização do mundo ocidental, cujas expressões foram acima apontadas, é o
processo de diferenciação das esferas de valor e de ação, antes unificadas pela religião, despojando o mundo de
seus elementos metafísico-religiosos, e pelo qual a racionalidade passa a reger as diferentes dimensões da
atividade social. A partir daí, valores distintos e muitas vezes em conflito orientam as ações sociais, cujo sentido
subjetivo a elas atribuído pelo sujeito, ou sujeitos, cabe às Ciências Sociais, especificamente à Sociologia, captar,
ou seja, compreender e interpretar, estabelecendo-se, dessa maneira, as conexões de sentido entre as ações sociais.

Karl Marx
Para Marx, a especificidade do modo de produção capitalista reside na extração da mais-valia, isto é, numa
nova modalidade de exploração do trabalho, substituindo a escravidão e a servidão que caracterizaram,
respectivamente, o modo de produção antigo e o modo de produção feudal, e que se constitui na fonte principal
dos lucros do capitalista. A mais-valia corresponde à diferença entre o valor das mercadorias produzidas pelo
trabalhador e o valor de sua força de trabalho (capacidade para trabalhar), expressa no salário. O trabalhador
produz muito mais valor (riqueza na forma de mercadorias) do que recebe em troca pela única mercadoria que
possui e é obrigado a vender no mercado de trabalho para sobreviver: a sua força de trabalho.
Para Marx, a origem da exploração do trabalho é a propriedade privada dos meios de produção, responsável
também pela divisão social entre trabalho intelectual e material.

A classe que dispõe dos meios de produção material dispõe igualmente dos meios de produção
intelectual, de tal modo que o pensamento daqueles a quem são recusados os meios de produção
intelectual estão submetidos igualmente à classe dominante. (MARX, 1974, p. 56)

Assim, no modo de produção capitalista, os proprietários do capital realizam o trabalho intelectual; são os
produtores da consciência, da ideologia, da visão de mundo, isto é, da superestrutura social, composta da estrutura
jurídico-política e ideológica, que impõem, pela dominação política, aos não-proprietários dos meios de produção,
produtores das condições materiais de vida, isto é, da infraestrutura. A ideologia dominante é a representação
mental das condições de vida da classe dominante, muito distintas das condições de vida da classe dominada. A
ideologia é sempre falsa consciência do mundo tanto da classe dominante quanto da classe dominada e, por isso,
conduz à alienação, isto é, à incapacidade de compreender a realidade e de sobre ela exercer controle.
As classes sociais, por ocuparem posições diferentes no processo de produção da riqueza, posições
determinadas pela propriedade e/ou ausência de propriedade dos meios de produção, têm interesses econômicos
divergentes, razão pela qual estão permanentemente em relações sociais de conflito (latente ou manifesto, como
nas greves, nos movimentos sociais, nas reivindicações por melhores condições de vida).
No Manifesto do Partido Comunista, de 1848, Marx e Engels (este colaborador de Marx) afirmam que

A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e
escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o
opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra
ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária
de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. (MARX; ENGELS, 1978, p. 94)

Assim, para esses autores, as transformações do modo de produção vigente nos diferentes momentos da
história da humanidade (no Ocidente, modo de produção antigo, modo de produção feudal e modo de produção
capitalista) são resultado da luta de classes, da contradição dialética entre os interesses das classes sociais.
Nas sociedades capitalistas, a luta de classes foi simplificada. “A sociedade global divide-se cada vez mais
em dois campos hostis, em duas grandes classes que se defrontam – a burguesia e o proletariado.” (MARX;
ENGELS, 1978, p. 94). Da luta entre essas duas classes surgirá um novo modo de produção, fundado na
propriedade coletiva dos meios de produção, pondo fim à exploração do trabalho e à existência das classes sociais:
o modo de produção comunista, no encerramento da fase de transição do capitalismo para a ditadura do
proletariado, ou seja, do socialismo para o comunismo.
A destruição do modo de produção capitalista dar-se-á quando da emergência da contradição dialética entre
desenvolvimento das forças produtivas materiais (capacidade de produção de uma sociedade) e relações sociais
de produção entre capitalistas e assalariados. Essa contradição resulta do fato de que, ao revolucionar
constantemente os meios de produção para enfrentar a acirrada competição nos mercados de bens, a burguesia vai
cavando sua própria cova, na medida em que a substituição de trabalhadores por máquinas sempre mais
sofisticadas gera desemprego em massa e impede a reprodução do próprio capital por impedir o consumo da
produção cada vez mais diversificada e em grande escala. Emerge, então, a contradição dialética entre a
acumulação da riqueza, de um lado, e, de outro, a acumulação da pobreza, paralisando o próprio processo de
produção da riqueza e contribuindo para o fortalecimento da organização política dos trabalhadores, cujo resultado
é o rompimento das relações sociais capitalistas pela revolução comunista.
A Sociologia ainda hoje continua subsidiada pelas obras dos três clássicos aqui rapidamente apresentados,
pois os autores contemporâneos têm construído novos esquemas de explicação teórica a partir da sua total rejeição,
da sua reformulação ou ainda da sua ampliação, na tentativa de acompanhar e compreender o processo histórico
que se manifesta em situações por aquelas obras não contempladas.
Como Durkheim, Weber e Marx fundamentam suas teorias em princípios epistemológicos distintos
(respectivamente, Positivismo, Sociologia da Compreensão e Materialismo Histórico e Dialético), em nenhuma
hipótese é possível utilizar conceitos por eles elaborados de maneira indistinta, porque seu poder explicativo se
circunscreve no conjunto da teoria que lhes deu origem. No entanto, pode-se elencar as características peculiares
das sociedades capitalistas contemporâneas utilizando-se as indicações que aqueles autores nos legaram, muito
embora as tenham explicado diferentemente. Assim, reunimos a seguir os componentes essenciais da estrutura
das sociedades capitalistas.

Fragmento do livro “Sociologia do trabalho”, de Noêmia Lazzareschi (2009), páginas 27 a 32.

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