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cosméticos étnicos
para o mundo
Histórico
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Este case de sucesso foi extraído de trabalho apresentado por Samuel Ferreira Fernandes,
intitulado “Projeto Exportação Aroma do Campo – 6 anos de desafios” no Programa MBA
Marketing do Coppead/ Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2006, coordenado pelo Prof.
Dr. Renato Cotta de Mello. Foram obtidas informações adicionais de fontes publicadas.
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A empresa atendia principalmente as classes C e D do mercado consumidor brasileiro,
exatamente aquelas que, a partir do Plano Real, vinham crescendo de forma mais
marcante, embora seus produtos também atingissem os segmentos superiores do
mercado. Na visão do empresário, quanto mais alta a classe econômica, maior a lealdade
do consumidor à marca. Nos segmentos de classe C e D, havia menos lealdade, sendo
preço e diferenciação de produto fatores relevantes nas escolhas do consumidor. Para
superar a troca de marcas, a diferenciação de produtos era um instrumento fundamental
de marketing.
O passo seguinte foi dado no ano 2000, quando a Aroma do Campo iniciou sua
internacionalização. Foi também nessa época que as empresas multinacionais
começaram a atentar para a importância do segmento de cosméticos étnicos e similares,
desenvolvendo produtos voltados para atender a esses consumidores, e adquirindo
empresas menores que atuavam no segmento. As empresas brasileiras de menor porte,
atuantes nesse segmento, entre as quais se destacava a Aroma do Campo, precisavam
se expandir para garantir sua sobrevivência a longo prazo.
Processo de Internacionalização
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“Para que puséssemos alcançar o objetivo de ter uma participação de 10% em
2005, em três anos, montamos uma equipe interna para apoiar os projetos, com
três pessoas de suporte que cuidavam do envio de pedidos, amostras de produtos
para clientes interessados, uma pessoa de criação, que ajudava nas campanhas
do ponto de venda e até em adaptações de alguns produtos para países que
necessitavam de outras linguagens....”
Estratégias de Exportação
Em Honduras, a empresa fez parceria com uma empresa local com grande penetração,
por meio de venda porta a porta. Foram feitas pequenas mudanças na cor das
embalagens, sendo os produtos vendidos sob marca local. Eram conduzidos treinamentos
para as consultoras de beleza do parceiro, com visitas esporádicas de pessoal da Aroma
do Campo, por ocasião de novos lançamentos. A estratégia de atendimento a esse cliente
era fortemente baseada em custo. Para poder atendê-lo e mesmo assim obter lucro, a
empresa adotou uma série de procedimentos, entre os quais o cliente colocar os pedidos
com bastante antecedência, a empresa atender aos pedidos sem manter estoques, e
negociar fretes com muita antecedência para obter melhores preços. Além disso, foram
usadas embalagens iguais às utilizadas no mercado brasileiro (com mudança apenas de
cores e nome), o que permitiu aumentar a escala de produção e reduzir custos, além de
ganhar tempo de set-up de maquinário e tempo de fabricação.
No Paraguai, a Aroma do Campo fez parceria com uma empresa que trabalhava com
auto-serviço, o que acabou por tornar esse canal de distribuição dominante nesse
mercado. Já para a Argentina, foi exportada com muito sucesso a linha de tinturas em
creme Luminous Color, em que a Aroma do Campo se diferenciava, o que lhe permitia
cobrar um preço um pouco acima das concorrentes locais. Nesse mercado, usavam-se
vários canais de distribuição distintos, com exceção da venda porta a porta.
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alisantes de cabelo. Em outubro de 2004, esses produtos começaram a ser vendidos em
Paris e esperava-se que as vendas se estendessem a outras cidades européias atendidas
pela rede. A expectativa da Aroma do Campo, segundo declaração da diretora de
marketing, era vender aproximadamente 800 mil euros naquele contrato no primeiro ano
de fornecimento. A opção de trabalhar com o Carrefour na França, exportando produtos
para o segmento afro, rendeu bons frutos: em 2006, a empresa exportou mais de 50
contêineres para esse cliente, a preços equivalentes aos praticados no Brasil. Os
produtos também eram similares aos oferecidos no mercado brasileiro, embora as
embalagens fossem diferenciadas. A marca Vitahair, da Aroma do Campo, estava
presente em mais de 45 pontos de vendas na França, incluindo as cadeias Carrefour,
Auchan e E.Leclerc.
Aprendizado da Empresa
“Acredito que o grande acerto da empresa, no caso da exportação, foi não reduzir
em nenhum momento os investimentos {nesta atividade}, mesmo quando as
coisas não andavam como a empresa esperava, {ela] não alcançava seus
objetivos. Noto, conversando com alguns concorrentes, que no primeiro revés eles
abandonam os projetos e se voltam para o mercado nacional... O fato de
buscarmos nas praças em que podíamos a diferenciação também facilitou muito,
pois com margens maiores podemos passar por eventuais problemas em nosso
país que pudessem nos afetar...”
Não depender no exterior de clientes com marcas próprias era uma outra lição, já que
esses clientes poderiam ser tentados mais facilmente a romper a parceria “por conta de
outra proposta mais atraente por parte de um concorrente”. Se isso ocorresse, a empresa
perderia os investimentos feitos naquele mercado.
O empresário alertava ainda para a questão de registro de marcas no exterior:
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não se precaveu e não registrou a marca, um erro muito grave, mas que na
realidade acontece com vários fabricantes.”
3. Crie diferenciais.
Apesar de ser uma empresa bem menor do que suas concorrentes multinacionais, e
mesmo do que algumas concorrentes nacionais, a Aroma do Campo soube desenvolver
produto com posicionamentos distintos e específicos, diferenciando-se de seus
concorrentes. Dessa forma, e pela introdução de produtos inovadores, a empresa
conquistou uma fatia de mercado crescente no competitivo mercado brasileiro de
cosméticos. Além disso, ela criou vários atrativos para os clientes varejistas, entre os
quais a disponibilidade de material promocional abundante, além de oferecer preços
acessíveis.