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MICROBIOLOGIA II

Picornavírus e Flavivírus

• Picornaviridae

• o nome vem de pequeno

• são vírus de RNA

• NÃO são envelopados

• fita de RNA simples + (é lida como RNAm)

• o capsídeo tem 4 proteínas → VP1, VP2, VP3 e VP4, cada proteína tem uma
resposta no capsídeo e na resposta imune

• simetria icosaédrica

• causam infecções líticas → que rompe (mata) a célula

• geralmente são espécie-específicos (não afetam uma grande quantidade de


hospedeiros)

vírus da FEBRE AFTOSA

- são do gênero Aphtovirus

- FMDV (foot and mouth deasease virus)

- forma afta (de onde vem o nome do vírus)

- 7 sorotipos → mesma espécie de vírus só que com estruturas antigênicas


diferentes e a resposta imune do animal vai ser específica para cada sorotipo.
O, A, C, SAT-1, SAT-2, SAT-3 e Ásia–1. No Brasil só há o O, A e C.

- é muito importante no caso de importação de carne animal

- precisa da vacina para o controle, no caso do Brasil, é livre com a vacinação


- a vacina é específica para cada sorotipo, no caso do Brasil os animais serão
vacinados somente contra os tipos O, A e C, caso surja caso de algum outro
como os SAT ou Ásia-1, eles não terão imunidade contra eles

- É DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

- afeta principalmente bovinos e suínos mas também pode afetar pequenos


ruminantes, elefantes, cervídeos, búfalos etc.

- é extremamente CONTAGIOSA

- o animal apresenta aftas principalmente na boca, na região interdigital (entre


os dedos), cria uma “casquinha” (vesícula) e dentro dela tem um líquido (que é
só a replicação do vírus) que é muito contagioso e se o animal entrar em
contato com esse líquido seja por via direta, fômites contaminados, produtos de
origem animal (Controle da exportação da carne) ou aerossol, ele é
contaminado

- apesar de não ser comum, É UMA ZOONOSE

- por não serem envelopados, são muito resistentes no ambiente (no solo de 3
a 28d)

- nos humanos → causa doença vesicular, principalmente na extremidade do


pé, região interdigital e face

- o período de incubação é relativamente curto, de 2 a 8 dias

- também existe o risco de contaminação por inseminação artificial, ou


inoculação, por material contaminado

- o vírus se replica primeiro na orofaringe → vai para a corrente sanguínea →


causa viremia → vai para os tecidos preferenciais dele (boca, focinho, patas e
tetos das fêmeas) → forma vesículas → as vesículas ficam crescendo porque
os vírus vão se replicando dentro e formando um líquido inflamatório→ as
vesículas se rompem

- as vesículas rompidas podem servir de porta de entrada para outras infecções

- sinais clínicos → salivação, o animal para de comer, febre, ulcerações,


claudicação

- NÃO É FATAL

- há infecção transmamária
- mesmo com o animal recuperado, o vírus pode ficar na faringe por até 3 anos
e isso acaba ajudando na disseminação do vírus no ambiente → por isso o
abate também é recomendado (o animal é totalmente descartado)

- DIAGNÓSTICO → em rebanhos, mesmo com somente alguns casos, todo o


lote precisa ser testado.

• Diagnóstico diferencial de outras doenças vesiculares


• amostra do epitélio das vesículas (a “casquinha”)
• detecção de antígenos virais, isolamento viral, sorologia (tem que diferenciar
entre a resposta vacinal e a infecção pelo vírus)
• PCR (vem se tornando o mais útil)

• a principal medida de controle é a vacinação

• FLAVIVIRIDAE

• o nome vem de flavo que significa amarelo e vem de febre amarela

• arbovírus, febre amarela etc.

• é ENVELOPADO (menos resistente, sensíveis)

• RNA+ → o material genético do vírus é lido de uma vez e produz uma grande
proteína (poliproteína) e muitas vezes ele precisa de enzimas do hospedeiros
para poder cortar essa grande proteína em proteínas menores

• como é de RNA, se replica no citoplasma

• Pestvirus → vírus da diarréia bovina e peste suína clássica (veterinária)


Flavivirus → febre amarela, dengue, zika (humano)

• Diarréia viral bovina 🐄

- BVDV-1 e BVDV-2 → são dois vírus diferentes, sendo um citopático (causa


os efeitos danosos à célula do hospedeiro) e o outro não

- distribuição mundial

- o animal pode disseminar por muito tempo

- transmissão→ ingestão, inalação, via sexual e vertical (da mãe para o filho)
- muito comum

- imunidade de rebanho → em um rebanho, prefere-se deixar os animais


adoecerem para terem imunidade do que tratar individualmente (nesse
processo alguns podem morrer)

- é uma doença aguda, podendo se tornar crônica (em situação muito


específica) e nesse caso é chamada de doença das mucosas, que pode ser
transmitida da mãe para o bebê (transplacentária)

- causa também síndrome respiratória e aborto

- no animal adulto e bezerro → quadro de diarreia

- sintomas → depressão, febre, descarga nasal, salivação, diarreia aquosa


profusa, claudicação

- se a fêmea tiver contato com o vírus no 1o (principalmente) ou no 2o trimestre


da gestação → dificilmente o feto sobrevive: aborto, mumificação,
malformações

- se for infectado numa fase mais tardia da gestação → o bezerro nasce com a
infecção e mais tolerante (já forma uma resposta imunológica dentro do útero)

- com 6 meses a 2 anos de idade (animal que não é mais bezerro, é jovem) → o
vírus sofre uma alteração, começa a invadir o tecido linfoide, causa necrose do
tecido do intestino e daí há um quadro de diarreia mais grave(clássico)

- DIAGNÓSTICO → geralmente fica na clínica, mas ao ter um rebanho inteiro


com diarreia, é bom colher uma amostra para confirmação. Se houver feto que
morreu abortado ou filhote que morreu de um quadro mais severo, se colhe o
sangue e os órgãos para o isolamento viral. Detecção dos antígenos pelo teste
de ELISA, RNA, PCR

- TRATAMENTO E CONTROLE → vacina, geralmente é autolimitante


• Peste suína clássica 🐷

- CSFV (classical swine fever virus)


- virulência variável, 3 grupos proteína E

- é de NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

- alguns suínos selvagens também podem ter a doença

- transmissão → direta (contato com secreções e excreções) ou indireta


(fômites geralmente em criações) ou sexual

- P.I → 5 a 10 dias

- NÃO é uma zoonose

- quando a fêmea se infecta no início da gestação, ocorre aborto e o útero


absorve e se for mais tardio ou pode nascer sadio com imunidade ou
prematuros com má formação

- quando afeta os vasos sanguíneos, é comum o animal ter hemorragias e elas


muitas vezes ficam na pele e aparecem manchas arroxeadas

- sintomas → hemorragias; falta de coordenação motora (principalmente


quando já está causando encefalite); orelhas e articulações azuladas (sinal
suspeito da doença); vômitos, diarréia; anorexia; esterilidade e abortos

- diagnóstico → geralmente fica na clínica, mas para confirmar se colhe


amostras de sangue, tecidos na necropsia, imunofluorescência direta, ELISA,
Isolamento, PCR.

- tratamento e controle → a vacinação não é obrigatória (usada para


erradicação de focos pois em muitos locais já é erradicada), abate de animal
positivo e medidas de higiene

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