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Nathalia Andreazza - ATM 25

PARES CRANIANOS
NERVO OL FATÓRIO (NC I)
• Função: sensitivo – olfato
- Transmite sensações olfativas, mas não qualidades
Exame físico gustativas (salgado, doce, azedo e amargo).
- Nervos com origem no segmento cefálico (diferente - Identifica substâncias agradáveis e desagradáveis.
daqueles com origem no segmento raqueano); • Encéfalo: bulbo olfatório
- São doze pares independentes, não formam plexos; - Origem na mucosa nasal, passa o osso etimóide e se dirige
- Trajeto: segmento intracraniano → via de saída ou entrada ao hipocampo (onde os impulsos são interpretados).
(forame da base do crânio) → segmento extracraniano de • Crânio: lâmina crivosa do osso etimóide
distribuição;
- Nomeação respeita a anatomia da seguinte forma:
- Crânio-caudal e Látero-medial.
Nervo Ofatório e Nervo Óptico
- Representam cordões brancos exteriorizados, são tratos
(não são verdadeiros nervos): rinencéfalo e oftalmencéfalo;
Demais nervos nascem do tronco cerebral (maioria ventral,
exceto troclear que é dorsal)
- Estágio peduncular: Nervo Oculomotor e Troclear (dorsal)
- Estágio protuberancial: Nervo Abducente
- Estágio bulboprotuberancial: Nervos Trigêmio, Facial e
Vestibulococlear
- Estágio bulbar: Nervos Glossofaríngeo, Vago e Acessório
(núcleo principal) e Hipoglosso
- Medula cervical: Acessório (origem)

- Possuem fibras especiais para os sentidos de olfação,


audição, visão e deglutição e por isso são estudos
separadamente.
I – Olfatório VII – Facial • Anatomofisiologia à “caminho do odor”
II – Óptico VIII – Vestibulococlear - Cílios, que são fibras do nervo olfatório, na concha nasal
III – Oculomotor. IX – Glossofaríngeo superior perfuram a placa cribiforme do osso etimoidal e
IV – Troclear X – Vago captam os odores que entram pelas narinas;
V – Trigêmio XI – Acessório
- Levam o estimulo para o bulbo olfatório e em seguida para
VI – Abducente XII - Hipoglosso
o trato olfatório;
- O trato olfatório de divide em dois trajetos:
- Medial à leva o estímulo para lobo límbico à
emoção associada ao cheiro
- Lateral à leva o estímulo para lobo temporal à
odor em si

• Anamnese
- Qual o tipo do sintoma: Alteração do paladar ou olfato?
- Qual o grau: Total ou parcial?
- Lateralidade: Unilateral ou bilateral? (lembrar que a
interpretação do olfato é bilateral, portanto anosmia só
ocorre por lesão bilateral do córtex);
- Exposição a toxinas (cadmio, chumbo, solventes,
pesticidas, quimioterápicos);
- Fatores nutricionais (Zn, vit A, B6, B12);
- Patologias associadas (Parkinson pode ter hiposmia);
- Trauma cranioencefálico
- Infecções do trato respiratório
Ambos são fatores de risco para alterações no olfato

• Exame físico
Objetivo: Verificar se o paciente relata boa distinção de
odores em ambas as narinas;
- Para isso, utilizar substâncias conhecidas como café,
canela, álcool, cravo à Teste Upsit (40 odores) à
substâncias fáceis.

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- Afastar alterações no trajeto à resfriado comum, atrofia • Etiologias (que podem afetar o NC I)
da mucosa, sinusite; - Doença de Alzheimer;
- Olhos fechados à para não falsear o exame; - Diabete mellitus;
- Boca fechada à já que o cheiro pode ‘bypassar’ por ela, - Esclerose múltipla;
além de haver sensibilidade das papilas gustativas - Doença de Parkinson;
(reconhecer o cheiro pelo paladar); - Trauma cranioencefálico.
- Ocluir uma narina à começar pelo lado sintomático se
houver; NERVO ÓPTICO (NC II)
- Aproximar alguma substância aromática conhecida da • Função: sensitivo – visão
outra narina. Evitar substâncias irritantes. - Visão central (acuidade visual), visão periférica (campo
- Três perguntas: visual), visão das cores. Visão estereoscópica (profundidade)
- Sente o odor? • Encéfalo: quiasma óptico
- É agradável ou desagradável? • Crânio: canal óptico
- Consegue identificar a substância? - Origem a partir da união das células ganglionares da
retina, que por sua vez recebem informações das células
1. Alterações deficitárias bipolares e dos receptores retinianos (cones e bastonetes).
- Hiposmia: perda parcial do olfato - Os axônios se unem a nível da papila óptica localizada na
- Prebiosmia: Hiposmia por idade região posterior do globo ocular. O nervo atravessa o forame
- Anosmia: perda total do olfato óptico e se dirige, já dentro da cavidade craniana, para trás
e para dentro, se unindo com o seu homólogo contralateral,
Causas de anosmia na altura do quiasma óptico à Aqui ocorre um
- Doença inflamatória nasal; entrecruzamento parcial das fibras que formam o nervo
- Tabagismo pesado; óptico.
- TCE com ruptura das fibras olfatórias; - As fibras que recebem informações do campo visual
- Neo IC (frontal inferior, comprimindo bulbo ou trato temporal (fibras retinianas nasais) se entrecruzam com as
olfatório); do lado oposto. As fibras que veiculam informações dos
- Atrofia dos bulbos olfatórios; campos nasais (fibras retinianas temporais) seguem seu
- Doença de Parkinson; caminho pelo mesmo nervo homolateral.
- Inflamação ou infiltração crônica das meninges. - Importante: o córtex visual no encéfalo faz comunicação
com axônios de neurônios dos outros nervos cranianos:
2. Agnosmia: preservação do olfato, mas perda de oculomotor, olfatório, vestibulococlear, etc...
capacidade de interpretação qual odor é.
• Anatomofisiologia
3. Alterações da olfação por lesões corticais: distorções do - Retina (ambos os olhos):
olfato - Temporal (fora) e Nasal (dentro);
- Parosmia: perversão do olfato àsentir odor - Nervo óptico
desagradável quando ele é agradável; - Córtex visual primário: área de Brodman 17 à visão em si
- Fantosmia: alucinação olfativa à detecção de odores que - Córtex visuais associativos: áreas de Brodman 18 e 19 à
não estão presentes (podem ser agradáveis ou não); interpretação e associação do que se vê.
- Cacosmia: sensação olfatória desagradável (fétida)
mesmo na ausência de estímulos;

Observação:
- Parosmia e cacosmia podem ser referidos em casos de
lesão cerebral e representar uma crise epiléptica à lesão
uncus hipocampal

• Distúrbios
- Distúrbios de condução
O problema está entre o meio e o epitélio olfativo
- Causas
- Alterações anatômicas;
- Doenças nasossinusais;
- Pólipos Atenção: a partir da imagem observa-se
- Distúrbios neurossensorial - O campo visual à direita à é interpretado pela retina nasal
- Infeção de via aérea superior; do olho direito e pela retina temporal do olho esquerdo à o
- Senilidade; córtex occipital esquerdo enxerga o campo visual à esquerda
- Toxicidade (quimioterapia, radioterapia, - O campo visual à esquerda à é interpretado pela retina
pesticidas nasal do olho esquerdo e pela retina temporal do olho
- Uso intranasal de cocaína direito à o córtex occipital direito enxerga o campo visual à
esquerda
Seguindo a mesma lógica
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- O trato óptico da direita tem fibras da retina temporal da - Alterações de campo visual:
direita e a retina nasal da esquerda e vice-versa - Lesão do nervo óptico: cegueira completa do olho
correspondente.
• Exame físico Ex: traumatismo, glaucoma (aumenta a pressão intra-ocular
- Ao avaliar esse par, estaremos analisando: = lesar papila)
- Acuidade visual; - Lesão da parte mediana do quiasma óptico:
- Campo visual; hemianopsia bitemporal. Interrompe as fibras das retinas
- Fundoscopia ou fundo de olho; nasais (se curvam nessa altura).
- Visão das cores; Ex: tumores da hipófise (comprime o quiasma de baixo para
- Reflexos fotomotores. cima);
- Lesão da parte lateral do quiasma: hemianopsia nasal.
I. Acuidade Visual Interrompe fibras da retina temporal deste olho.
- Depende da porção mais delicada da retina – a Ex: Aneurisma da carótida interna (comprime lateralmente
mácula lutea ou fóvea – formada pelos cones, os receptores o quiasma). Aneurisma bilateral = hemianopsia nasal
mais sensíveis e específicos. Distâncias iniciais de 4 a 6 (campos nasais dos olhos).
metros. - Lesão do trato óptico: hemianopsia homônima direta ou
esquerda. Interrompe fibras provenientes da retina
- Lembre-se de examinar os olhos separadamente: temporal de um olho e nasal do contralateral. Exemplo:
- Solicitar que o paciente descreva o que está vendo na sala: traumatismos ou tumores (comprime o trato óptico).
distâncias iniciais de 4-6 metros Observação: Lesão do corpo geniculado lateral é igual a
- O que vê nessa parede?; alteração vista na lesão do trato óptico.
- O que vê sobre aquela mesa?;
- O que está escrito nessa revista?
ou
- Teste de Snellen
- Acomodar o paciente há 5-6m do
quadro/projeção da tabela;
- Solicitar ao paciente que tape um dos olhos e
então leia em voz alta as letras que lhe são pedidas.

- Alterações na acuidade:
- Ambliopia: diminuição da acuidade visual/visão (uni ou
bilateral), devido a um desenvolvimento visual anormal;
- Amaurose: perda visual transitória (uni ou bilateral) à
por causa nervosa;

Causas (ambas as alterações):


- Neurite retrobulbar, tumores e hipertensão intracraniana.

Observação: cegueira também é perda da visão, mas por


qualquer causa não apenas por falha no nervo óptico.
Nota: lembrar que idosos podem apresentar acuidade e
sensibilidade ao contraste de cores diminuídos decorrentes
da opacidade do cristalino e humor vítreo.

II. Campo visual:


- Avaliação por meio da campimetria por confrontação;
- Primeiro momento: examinador sentado a 1 metro de
distância do paciente.
- Solicita-se ao paciente que fixe o olhar em um ponto na
face do examinador e não se mova.
- O examinador estende ambos os braços em posição
horizontal, de maneira equidistante entre ele e o paciente.
- Faz então o deslocamento lento de ambos os braços pelo
campo periférico do paciente.
- Pergunta-se ao paciente se consegue identificar as mãos,
se estão abertas ou fechadas;
- Repetir com um dos olhos fechados, um de cada vez e fazer Causas de alteração de campo visual:
com o braço oposto ao do olho fechado; - Tumor, desmielinização e infecção
- Segundo momento: a uma distância de 80 cm, faz-se o
exame comparativo de um olho de cada vez.

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III. Fundoscopia IV. Avaliação das cores
- Realizado com oftalmoscópio; - Teste de Hishirara
- Observar pelo orifício da pupila o que está no fundo do
olho:
Papila: cor amarelo-rosada, limites precisos, contorno bem
definido e escavação central, vasos.
Mácula: mais rosada, avascular.
O examinador a localiza, movendo o foco do oftalmoscópio
a partir do disco na direção temporal a cerca de 1,5 a 2 mm
do disco.
Maior concentração de cones e bastonetes.
Vasos:
- Artérias: vermelho-claro, reflexo luminoso intenso, menor Saber também:
(2/3 a 4/5 do diâmetro das veias; Ametropia
- Veias: vermelho-escuro, maiores, reflexo luminoso - Distúrbios relacionados a refração da luz à estudaremos
irrelevante ou ausente. melhor em oftalmologia à miopia, hipermetropia, etc
Escotoma
- Pontos pretos na visão
Causas:
- Diabetes (rompe vaso)

V. Reflexos fotomotores
- Com uma lanterna neurológica incidir o feixe luminoso de
fora pra dentro no olho à a pupila deve contrair (miose)
- Reflexo motor direto à mirar no direito e o olho esquerdo
fechar
- Reflexo motor consensual à mirar no esquerdo e a pupila
direita fechar

Causas de lesão no NC II
- Aneurisma;
- Diabetes;
- Alterações na fundoscopia - Tumor da região selar (Neoplasias) à Tumor frontal
- Papiledema inferior pode causar atrofia óptica de um lado, por
- Se paciente enxerga: papiledema, provável HIC compressão do nervo óptico e papiledema do outro por
- Se paciente não enxerga: provável neurite óptica obstrução do retorno venoso ou por HIC (Síndrome de
e não chama de papiledema esse edema Foster-Kennedy)
- Traumatismo;
Observações - HIC
Sinais e sintomas de
Síndrome de Hipertensão Intracraniana: NERVO OCULOMOTOR (NC III),
- Vômito em jato;
NERVO TROCLEAR (NC IV)
- Cefaleia;
NERVO ABDUCENTE (NC VI)
- Papiledema (edema de papila)
Quando tem HIC tem modificação das arteríolas da papila
• Função: motores
Aneurisma: dilatação de vaso - Inervam os músculos responsáveis pela motilidade dos
Exudatos duros: pode ser globos oculares.
devido a microangiopatia - Tem conexões entre si no córtex encefálico.
diabética
Hemorragia: pode ser trauma, - NERVO OCULOMOTOR (NC III)
HIC - M. dilatador da pupila Núcleo visceral
- M. esfíncter da pupila parassimpático
- Mm.ciliares;
- M. elevador da pálpebra
- M. extrínsecos do olho
- reto medial (leva olho p/ dentro)
- reto superior (leva olho p/ cima)
- reto inferior (leva olho p/baixo)
- oblíquo inferior (leva olho para cima)
(exceto o reto lateral [leva olho para lateral) e oblíquo
superior [leva olho para baixo]);

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Encéfalo: sulco medial do pedúnculo cerebral I. Motilidade
Crânio: fissura orbital superior 1. Motilidade Extrínseca
a. Olhos em repouso
- NERVO TROCLEAR (NC IV) - Estrabismo: quando em repouso olhos não ficam
- M. obliquo superior paralelos à desvio do olho de seu eixo normal à pode ser
Encéfalo: sulco medial do pedúnculo cerebral por paresia ou paralisia muscular do músculos que deixam
Crânio: fissura orbital superior de funcionar harmonicamente.
- Estrabismo horizontal
- NERVO ABDUCENTE (NC VI) - Estrabismo vertical
- M. reto lateral
Encéfalo: sulco bulbo pontino b. Testar movimentação
Crânio: fissura orbital superior - Movimentar uma caneta na frente do paciente e pedir para
ele seguir conforme você a movimenta, para cima, lados,
• Anatomofisiologia para cima e para baixo à movimento em H.
- Anel de Zinn: onde toda a musculatura que movimenta o
globo ocular está inserida. . Movimento de perseguição
- Pedir para o paciente perseguir o dedo
(movimento em H).
. Movimentos sacádicos
- Ver se o paciente consegue fazer a mirada ocular
rápida à olhar para o dedo e para o martelo que está lateral.
c. Movimento de convergência
- Pedir para o paciente ficar “vesgo”à aproxima
devagar um objeto para a ponta do nariz do paciente.

• Exame físico
- Analisar cada olho separadamente e depois
simultaneamente.
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- Midríase homolateral (paralítica) à lesão
unilateral do oculomotor (predomínio simpático) sem
resposta a estímulo algum à dilatação fixa
- Midríase bilateral à lesão bilateral via aferente
à os reflexos fotomotor direto ou consensual estarão
abolidos, enquanto que o de acomodação estará
preservado;
- Miose à lesão do sistema simpático

2. Motilidade Intrínseca
Exame da pupila, portanto a sala não pode estar muito
iluminada;

Lembrar:
- A via aferente para estímulo da pupila inicia na retina e é
conduzida pelo nervo óptico;
- A via eferente é conduzida pelo nervo oculomotor;
- O diâmetro é controlado por uma combinação do sistema
simpático e parassimpático (III par) à Bom funcionamento Nistagmo
da pupila dependendo do equilíbrio entre esses dois - Movimento involuntário, repetitivo e rítmico dos
sistemas: olhos. Geralmente é patológico.
Parassimpático - controla o esfíncter pupilar - constritor - Causas: Labirintite, maculopatias (lesões da
Simpático - controla o músculo ciliar - dilatador máculo, parte central da retina), albinismo e patologias
neurológicas.
- Pupila normal: circular, centrada, 2-4 mm diâmetro,
isocóricas e fotorreagentes. Pálpebra
- Miose < 2mm (excitação do parassimpático ou por inibição - O músculo elevador da pálpebra superior é inervado pelo
simpática) nervo oculomotor (III par).
- Midríase > 4mm (excitação simpática ou inibição - Já o músculo de Muller, recebe inervação simpática é
parassimpática) responsável por cerca de 2 mm de abertura palpebral
(lembrar que a margem da pálpebra superior, nos adultos,
- Procedimento: se posiciona à 2 mm do limbo superior e a inferior tangencia
- Solicite ao paciente que fixe o olhar em um ponto distante o limbo inferior)
atrás de você enquanto incide um feixe luminoso para
examinar a pupila Síndrome de Claude Bernard Horner
- Reflexo fotomotor direto: contração da pupila a qual se fez Lesão do nervo simpático cervical
o estimulo; - Miose;
- Reflexo fotomotor consensual: contração da pupila não - Enoftalmia;
estimulada - Diminuição da fenda pálpebral;
- Reflexo de acomodação: Sem feixe de luz, aproxime dos - Causa provável: Tumor de Pancoast (ápice de
olhos um objeto (15 cm) e observe se há contração pupilar pulmão) à comprime o nervo
bilateral:

Sinal de Argll- Robertson


- Miose bilateral, discreta assimetria (anisocoria);
abolição do reflexo fotomotor e presença de reflexo de
Alterações dos reflexos
acomodação;
Os reflexos podem estar normais, diminuídos ou abolidos.
- Lesão na região periaquidutal no mesencéfalo;
- Isocoria: pupila normal
- Causa: sífilis nervosa entre outras
- Discoria: pupila irregular (uni ou bi) à
irregularidade de contorno;
- Anisocoria: desiguais (ao olhor no olho)

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NERVO TRIGÊMIO (NC V) - Via eferente: facial (VII)à inerva o m. orbicular da
• Função: misto pálpebra;
• Encéfalo: entre ponte e pedúnculo cerebelar do encéfalo
• Crânio:
Oftálmico: Fissura orbital superior
- Sensibilidade da cavidade orbital e seus conteúdos;
Maxilar: forame redondo
- Sensibilidade das partes moles entre pálpebra inferior,
nariz e lábio superior;
Mandibular: forame oval
- Nervo lingual: sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da
língua
- Nervo alveolar: osso mandibular.
2. Massetariano: reflexo trigemino-trigeminal
- Abrir a boca e percutir logo abaixo do lábio inferior;
- Resposta normal: fechar a boca.

3. Esternutatório (espirro): ramo maxilar


- Estimular algodão no nariz para induzir o espirro

Neuralgia do trigêmeo
- Dor recorrente, lancinante e em queimação;
- Geralmente afeta V2 e V3 unilateralmente;
- Estímulo: toque, como escovar dente (exame de raiz
• Exame físico sensitiva) ou ar frio.
- Avaliação da raiz sensitiva
- Avalia-se a sensibilidade geral da face da qual participam - Causas:
os três ramos: Etiologia geralmente é desconhecida, mas pode ser
- Tátil à passar um algodão pelo rosto do paciente - Herpes-zóster à geralmente, esse vírus fica
- Térmica à encostar o dorso da mão (quente) e a incubado no organismo por anos e é reativado, atacando o
ponta do martelo de metal (frio). trigêmeo. Quadro clínico: neuralgia e lesões na pele,
- Dolorosa à fazer pressão geralmente no rosto
- Comparar os dois lados da face. - Traumatismos;
- Tumores.
- Avaliação da raiz motora
- Apenas o ramo mandibular possui fibras motoras NERVO FACIAL (NC VII)
- Observar se há desvio da mandíbula; • Função: misto (predominantemente motora)
- Palpação da musculatura temporal e dos Seus núcleos (motor, sensorial, gustativo) estão localizados
masseteres; na ponte (onde estabelece sinapse com o segundo
- Pedir que trinque a mandíbula e palpar os neurônio). O núcleo motor se conecta com o córtex cerebral
masseteres; por meio do feixe corticonuclear
- Segurar a mandíbula e solicitar que abra a boca.
• Encéfalo: sulco bulbo pontino
• Crânio: forame estilomastoide

Ramos motores
- Movimentar a musculatura mímica
- Temporal: inerva mm faciais
- Zigomático: inerva m. estiloioideo
- Bucal: inerva m. estiloioideo
- Mandibular: inerva m. digástrico
- Cervical: inerva gl. submandibulares, sublinguais,
lacrimais, nasais e palatinas.

- Avaliação de reflexos Ramos sensitivo


1. Corneano ou córneo palpebral à encostar o algodão na - Paladar dos 2/3 anteriores da língua (sensibilidade
esclera gustativa) e palato mole à nervo sensitivo e seu ramo,
Resposta normal: contração orbicular das pálpebras. nervo corda do tímpano.
- Via aferente: ramo oftálmico do trigêmeo (V) à - Inervação vegetativa das glândulas lacrimais, submaxilar e
sensibilidade da cavidade orbital; sublingual.

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- Sensibilidade exteroceptiva de uma pequena região do
pavilhão auricular

• Exame físico
- Avaliação da mímica facial
- Procedimento:
- Enruguar a testa, franza os supercílios, cerre as
pálpebras, mostre os dentes, abra a boca, encha a boca de
ar, assobiar, contraia o platisma.
- Observar a presença de assimetrias com o
paciente em repouso e durante a realização dos
movimentos;
- Paralisias:
- Unilateral: observa-se lagoftalmia (olho continuamente
aberto); ausência do ato de piscar; epífora (lacrimejamento);
desvio da boca para o lado não acometido;
- Prosopoplegia: paralisia da face. Se bilateral: diplegia
facial;
- Corticonuclear periférica: toda hemiface homolateral é
acometida;
- Corticonuclear central: somente a metade inferior da face
contralateral é acometida;

Causas
- Frigore: infecções virais que edemaciam o nervo Síndrome de Ramsay Hunt
levando a sua paralisia à geralmente curada a infecção a - Também causa paralisia facial por
paralisis deixa de existir comprometimento do nervo facial;
- Diabetes - Associado ao herpes zoster.
- Tumores
- Otite média NERVO VESTIBULOCOCLEAR (NC VIII)
- Traumatismos • Função: sensitivo
- Herpes-zóster • Encéfalo: sulco bulbo-pontino
- Hanseníase • Crânio: meato acústico interno

Paralisia facial central (lesão da via corticonuclear ou feixe Orelha externa: pavilhão auditivo à m. timpânica
geniculado) Orelha média: m. timpânica à janela oval
- Acometimento da hemiface contralateral à lesão; Orelha interna: janela oval à cóclea e s. vestibular
- Preservação dos movimentos da testa e sombrancelha;

Paralisia facial periférica (infranuclear) à Tumor e AVC


- Toda a hemiface homolateral a lesão é acometida
- Impossibilidade de fechar a boca à Perda do sulco naso
labial e queda do lábio inferior;
- Impossibilidade de franzir a testa;
- Inabilidade de fechar o olho e lacrimejamento palpebral
- Anormalidade de gustação à testar oferecendo soluções
com os 4 tipos de sensações gustativas (doce, azedo, amargo
e salgado) à porque o nervo intermédio, ramo do facial,
emite um ramo, corda do tímpano, responsável pela
inervação gustativa dos 2/3 anteriores da língua.

Atenção
Essas diferenças na paralisia central e periférica ocorrem,
pois, a metade superior da face tem inervação bilateral,
enquanto que a metade inferior da face recebe apenas fibras
contralaterais.

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Ramos coclear c. Janela, lousa, giz.
- Audição
A onda sonora chega ao pavilhão auditivo, atravessa o canal 5. Prova de Rinne:
auditivo e vibra a membrana timpânica. Essa vibraçõ é - Diferencia a surdez de condução e a surdez
transmitida aos ossículos do ouvido médio. O estribo é o neurossensorial.
ultimo deles e encontra-se acoplado á membrana da janela - A condução do som pode ser feita por via aéra ou via óssea.
oval. A vibração aumenta a tensão nessa membrana, que faz
vibrar a membrana basilar, onde está apoiada a cóclea. A A condução por via aérea é a fisiológica e predomina no dia
cóclea atua como receptora periférica dos estímulos sonoros a dia. As vibrações sonoras atravessam o ar existente no
que são traduzidos em estímulos nervosos e transmitidos conduto auditivo externo e alcançam o tímpano, este por
por meio do ramo coclear do nervo vestibulococlear até o sua vez, transmite as mesmas até a cadeia de ossículos que
córtex cerebral para decodificação. as fazem chegar até a cóclea. A cóclea, por meio do órgão de
Portanto existem vários pontos onde podem ocorrer lesões Corti, detecta e codifica as vibrações enviando pelo nervo
que interferem na audição. coclear, os impulsos nervosos até o córtex cerebral. A
Ramo vestibular condução óssea ocorre quando o estímulo, um diapasão em
- Equilíbrio e movimentos vibração colocado sobre osso, alcança diretamente a cóclea.
O aparelho vestibular possui células otoliticas que são A orelha externa e média, são contornadas e não participam
estimuladas conforma a endolinfa que o preenche se da resposta. Em condições normais a condução por via
movimenta devido ao movimento corporal. Os estímulos são aérea é a mais sensível e mais duradoura.
enviados pelo ramo vestibular do nervo vestíbulo coclear
para regiões do córtex cerebral nas quais também chegam - Procedimento
estímulos da vias proprioceptivas (envolve músculos, - Compara a condução aérea com a condução óssea
tendões, ossos e articulações), cerebelares e da visão - Aplicar o diapasão na região mastoide e quando o
paciente deixa de ouvir a vibração colocar próximo ao
• Exame físico conduto auditivo (orelha externa), a uma distância
RAIZ COCLEAR aproximada de 2cm
0. Olhar o ouvido para ver se não tem excesso de cera! - Se ouvir o som à Rinne positivo à audição
1. Manobras simples inalterada (C. aérea > C óssea, fisiológico))
- Emitir palavras, letras e outros sons posicionado a uma - Se não ouvir o som à Rinne negativo à perda
distância aproximada de meio metro da orelha a ser testada. auditiva à é dito quando o som é percebido através do osso
diminuir o tom de voz e questionar sobre o som; por um intervalo de tempo tão ou mais longo do que o som
conduzido pelo ar. Esta alteração está presente nas perdas
2 Atritar suavemente as polpas digitais próximo ao ouvido auditivas de condução. (CO>CA).
do paciente e questionar o paciente sobre o som;
- Durante o teste o examinador deve esconder a sua boca
para impedir a leitura labial;
- A orelha não testada precisa estar ocluída.

3. Teste da voz sussurrada


- Posicione-se atrás do paciente (30-60cm) – um antebraço
de distância.
- Oclua a orelha não testada
- Sussurre uma combinação de três números ou três letras 6. Prova de Weber
- Peça que o paciente repita a combinação. - É perguntado ao paciente se ele ouve o som igualmente nas
- Se errar algum número da combinação, repita na mesma duas orelhas ou se é mais forte em uma delas.
orelha - O normal é ouvir o som na linha média ou nas duas orelhas.
- Repita para a outra orelha, usando uma combinação - Surdez de condução: o som é lateralizado para a orelha
diferente comprometida, ou seja, ele é melhor ouvido na orelha
- Resposta Normal: acertar pelo menos quatro dos afetada.
seis números sussurados - Surdez sensorineural ou de percepção: o som é
- A sensibilidade deste teste é de 90-100% e especificidade é lateralizado para a orelha normal.
de 70-80% para detectar perda significante da audição

4. Teste do sussurro em idosos


Orelha esquerda
a. Qual seu nome;
b. Parece que vai chover;
c. Sapato chave paz.
Orelha direita
a. Qual sua idade;
b. O ônibus está atrasado;

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- Avalia-se de oscilação postural com os olhos abertos e
fechados;
- Pede para o paciente ficar em pé com os olhos abertos e
depois com os olhos fechados à se com os olhos fechados
ele inclinar para um dos lados, é indicativo de lesão do
aparelho vestibular daquele lado à lembrar que ao fechar
os olhos, ele cairá imediatamente;
- Ele também pode apresentar aumento do polígono de
sustentação à ficar em pé com as pernas mais afastadas
para conseguir se manter em pé.

Atenção
Alterações da raiz coclear
- Os testes da raiz vestibular, não avaliam apenas ela, uma
- Hipoacusia: diminuição da audição= lesão da raiz
vez que o equilíbrio também envolve a participação do
- Rubéola;
cerebelo, córtex, via proprioceptivas, etc.
- Neurinoma;;
- Caso o paciente não consiga nem ficar em pé a lesão é
- Fratura do rochedo;
cerebelar (pode ser cerebelo + aparelho vestibular, mas
- Intoxicação medicamentosa;
nesse caso o cerebelo sempre estará envolvido).
- Síndrome de Menière;
- Hiperacusia: aumento da sensibilidade
- Paralisia periférica NERVO GLOSSOFARÍNGEO (NC IX) e NERVO VAGO
- Tinnitus (zumbidos) (NC X)
- Alucinações (geralmente é psiquiátrico) - N. GLOSSOFARÍNGEO
- Epilepsia cortical • Função: misto
• Encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo
Manifestações clínicas da lesão da raiz coclear • Crânio: forame jugular
- Infecção: perda de audição unilateral ou bilateral aguda Ramos motores
- Tumores: perda de audição unilateral crônica e progressiva - Músculo estilofaríngeo e glândula parótida.
- Meningites crônicas: perda de audição bilateral crônica Ramos sensitivo
- Sensibilidade gustativa e geral do 1/3 posterior da língua.
RAIZ VESTIBULAR - Sensibilidade geral da faringe, fossa tonsilar, tuba auditiva,
- Anamnese: náusea, vertigens, vômitos e desequilíbrio. e cavidade da orelha média.
- Vertigem
A sensação de deslocamento no ar de objetos que o rodeiam - N. VAGO
sem perda de consciência • Função: misto
- Vertigem subjetiva: objetos giram em torno do paciente • Encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo
(lesão periférica – vestibular) • Crânio: forame jugular
- Vertigem objetiva: o próprio paciente sente girar no Ramos motores
ambiente (lesão central) - Palato (véu palatino), faringe, laringe, traqueia, pulmão,
coração, trato digestório.
- Avaliação: Ramos sensitivo
a. Presença de nistagmo: movimentos oculares ritmados - Faringe, laringe, sensibilidade reflexa da árvore bronquial,
involuntários) à indica início de lesão da raiz ocular; pulmões, coração e sistema digestório (inervação
parassimpática das vísceras torácicas e abdominais);
b. Desvio lateral durante a marcha: olho aberto e depois - O nervo vago também recebe informações da sensibilidade
fechado visceral.
- Pedir para o paciente andar em linha reta e - Faz a sensibilidade superficial de pequena porção do
examinar se há lateropulsão à se sim, ele anda desviando pavilhão auricular e conduto auditivo externo.
para o lado da lesão (marcha em estrela);
- Se não conseguir andar, pedir para marchar ao • Exame físico
redor no próprio eixo à ele vai levantar a perna e começa a - Esses dois nervos, pela proximidade quanto à origem,
girar para o lado da lesão; trajeto e distribuição são avaliacdos conjuntamente.
Algumas funções estão imbricadas, mas pode-se avaliar
c. Desvio postural: aspectos em separado de cada um.
- Pede para o paciente sentado ou em pé elevar os
braços a 90 graus, fechar os olhos e ficar parado por 40s à Glossofaríngeo:
se tiver lesão no lado lesionado o braço começa a cair, - Explorar a sensibilidade gustativa à doce, azedo, doce e
paciente não consegue sustentar (pode demorar um pouco amargo do 1/3 posterior da língua
para o braço cair); - Pesquisa do reflexo do palato
- Pede para o paciente pronunciar “AAAAAAA”e
d. Sinal de Romberg avalia se há desvio do palato e da úvula à O desvio da úvula
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acontece é para o lado oposto da lesão, ou seja, para o lado enquanto ele oferece resistência e palpa para sentir se há
saudável à Sinal da cortina contração à havendo deficiência na elevação (atrofia),
suspeita-se do comprometimento do nervo;
- Pede para o paciente beber um copo de água e
avalia se há tosse ou dificuldade de deglutição.

Vago:
- Pesquisa do reflexo faríngeo
- Pede para o paciente pronunciar “AAAAAAA” e
avalia se há vibração em ambos os lados da faringe à se
tiver lesão o lado lesionado não vibra e é puxado para o lado
sadio.
NERVO HIPOGLOSSO (NC XII)
- Procura por disfonia (pois inerga as cordas vocais). • Função: motor
- Porção parassimpática não é examinada Inerva o músculo intrínsecos e extrínsecos da língua, exceto
o palatoglosso.
• Encéfalo: sulco lateral anterior do bulbo
• Crânio: canal para o nervo hipoglosso
• Exame físico
- Inspeção da língua na cavidade oral
Estática:
- Observar trofismo, presença de fasciculações;
Em movimento:
- Peça ao paciente que a mova em todos os lados, no
interior da boca ou exteriorizada;
- Peça para ele falar à se tiver lesão pode haver:
- Disartria para as letras linguais à d, g, l
Lesões
- Lesão unilateral: atrofia e fasciculação
da metade comprometida à Ao ser exteriorizada, a ponta
da língua se desvia para o lado da lesão por ação do músculo
genioglosso;
Em caso de lesões: - Lesão bilateral: atrofia, fasciculação,
- Unilateral do glossofaríngeo: pode exteriorizar distúrbios paralisia, acertuada disartria (dificuldade de articular as
de gustação do terço posterior da língua (hipogeusia ou palavras), dificuldade para mastigar e deglutir;
ageusia) além de disfagia;
- Unilateral do IX e X: desvio do véu palatino para o lado
não acometido (sinal da cortina);
- Lesão isolada do Vago: envolve apenas o ramo laríngeo,
determinando disfonia;
- Lesão bilateraldo nervo vago à incompatível com a vida
à morte!

Neuralgia do Glossofaríngeo
- Dor intensa, paroxística (súbita), desencadeada pela
deglutição. A dor se localiza na base da língua irradiando
para o ângulo mandibular à uma das causas é infecção por
Herpes-Zóster

NERVO ACESSÓRIO (NC XI)


• Função: motor
Inerva o músculo esternocleidomastoideo e porção superior
do m. trapézio responsáveis por virar a cabeça para o lado
oposto e encolher os ombros.
• Encéfalo: sulco lateral posterior
• Crânio: forame jugular
• Exame físico
- Avaliar relevo do trapézio
- O examinador deve solicitar ao paciente que eleve os
ombros (avalia o trapézio) e rotacione (avalia ECM) a cabeça

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