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HP 4 – EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO

Quando falamos do exame físico


otorrinolaringológico, falamos em si da maioria dos
sentidos. Falamos do sistema olfatório, com a sua
memória específica, sistema auditivo e vestibular, a
voz e o sistema oral e laringe.

Anatomia da orelha
Vai ser dividida em: Externa, média e interna.

O som chega → pavilhão auricular → meato auditivo


→ membrana timpânica – vibra → Transmitindo isso
para os ossículos → Martelo, Bigorna e Estribo →
Janela oval – se comunica → janela redonda.
• Orelha interna: Função principal de
transdução sonora, ou seja, captar o som
como onda mecânica, e transformar num
estímulo elétrico que vai ser reconhecido
Sendo que:
pelo córtex.
• Orelha externa: É importante na
Cóclea: Onde teremos o órgão de coorti.
captação e transmissão do som, sendo que
Labirinto ósseo: “Capinha”;
faz parte dela:
Labirinto membranoso: Porção mais
Pavilhão auricular;
interna;
Meato auditivo externo;
É importante ressaltar que nesse mesmo aparato eu
O som chega no pavilhão auricular e é conduzido
terei tanto função auditiva quanto vestibular –
pelo meato auditivo, de forma que vai chegar na
Posição e equilíbrio. Sendo que esse é o aparelho
membrana timpânica que marca o início da orelha
vestibular – Canais semicirculares (lateral, anterior e
média.
posterior), utrículo e sáculo.

• Orelha média: A função principal é a


amplificação do som, sendo que faz parte
dela:
Membrana timpânica;
Ossículos: Martelo, Bigorna e Estribo;
Células da mastóide;
Janela oval: Final dos ossículos, importante
na comunicação da orelha média com a
interna;
Tuba auditiva: Contato com a nasofaringe e
função de igualar a pressão com o meio
externo.
Nesse caso, quando falamos de sinais e sintomas,
no caso do ouvido, podemos destacar:
No nosso ouvido interno, teremos a linfa, liquido rico
• Otalgia: Dor no ouvido, relacionado a lesão
em K – que vai ser importante para se gerar
de orelha ou dor “reflexa”;
potencial de membrana, para a transdução, que vai
• Otorreia: Líquidos claros, serosos, mucosos,
ser dividido em:
purulentos e sanguinolentos (não sangue
⎯ Perilinfa: Entre o labirinto ósseo e o propriamente dito), relacionados a processos
membranoso. inflamatórios ou alterações de membrana
⎯ Endolinfa: Dentro do labirinto membranoso. timpânica;
• Otorragia: Presença de secreção com
sangue, relacionado a traumatismo de CAE,
MT ou fraturas de crânio;
• Prurido: “coceira”, eczemas, infecções
fúngicas e doenças sistêmicas.
• Distúrbios da audição: Disacusia de
transmissão, neurossensoriais e mistas.
- Dependendo de onde se encontra a
alteração, teremos cada subtipo, se for:
- Condução de som: Disacusia de
transmissão.
- Órgão de corti, nervo auditivo,
O som chega no tímpano → ossículos → janela oval
transmissões neurais: Disacusia
– Comunicação com a cóclea → COCLÉA - onde
neurossensoriais.
tem linfa, movimentando-a → dentro da cóclea
- Se for em ambos: Disacusia mista.
teremos o órgão de corti.
• Zumbidos: Sensações auditivas subjetivas,
Órgão de Corti:
só o paciente ouve. (pode ser óticas e não
óticas).
• Vertigem: Relacionada a movimentos
rotatórios. E podem ser:
- Subjetiva: Eu rodo em relação ao ambiente.
- Objetiva: O ambiente roda.
• Tontura: Relacionado a qualquer
instabilidade de equilíbrio.

No exame clínico da orelha, é importante se seguir:


INSPEÇÃO:
Ele vai estar repousando na membrana basilar, e Podemos ver alterações relacionadas a forma,
tem células de sustentação, mas a células que irão sendo possível se observar:
ser mais importantes são as células ciliadas, que • Malformações congênitas de OE;
são divididas em interna e externa. • Processos inflamatórios e neoplásicos do
Célula ciliada: Tem, em si, os estereocílio – que vai pavilhão;
comunicar-se na membrana tectorial. • Cistos e fistulas (Coloboma);
Já no final da célula ciliada, teremos ramos do nervo • Edema (mastoidite aguda, furunculose e
coclear, onde vai ocorrer uma transmissão sináptica, pólipos MAE);
que vai sinalizar o ramo coclear. • Corpos estranhos;
Bastontes de corti: Armação que vai ajudar a • Rolhas de cera.
manter a estrutura.
PALPAÇÃO:
Exame clínico do OUVIDO: Muito importante se tiver queixa de dor, pois se
Inicia-se sempre por uma anamnese completa, avalia os pontos dolorosos. Também podemos
tomando nota: verificar a presença de linfonodomegalias
• Identificação: Idade, sexo, profissão periauriculares, e a consistência de abaulamentos.
• Hábitos de vida;
• Condições socioeconômicas;
• Antecedentes pessoais e familiares.
OTOSCOPIA: PROVA DE RINNE-WEBER:
Na otoscopia avaliaremos de Veremos a acuidade auditiva, por meio de testes.
forma geral: Deve se ver a condução aérea e a condução óssea
• CAE: Se está pérvio, do som.
se tem secreção, dor ou Com o diapasão deve se colocar acima da “testa”, o
descamação desse trajeto; paciente deve sentir a condução óssea em ambos os
• MT: Íntegra, delgada lados de forma igual. – Teste de Webber
ou espessada, translúcida, Se tiver mais forte de um lado do que de outro, terá
presença do cone luminoso; a chamada Lateralização, mostrando que um dos
lados tem problema.
• Retrotimpânica: Se eu tiver uma MT
translucida posso ver se há presença de Isso poderá ser visto com o Teste de Rinne:
secreção no espaço retrotimpânico, além de
tumoração, massas nesse local.

No caso da imagem acima tem uma ectasia vascular


próximo a região de implantação do martelo.

Regiões da MT:
Através do manúbrio do
martelo e do umbigo vai se
traçar linhas imaginárias e
divisão em quadrantes: No osso atrás da orelha, pedindo pro paciente dizer
quando ele para de sentir a vibração. Parou de
• QAS: Antero-superior;
sentir, leva o diapasão para o lado do ouvido:
• QAI: Antero-inferior;
• QPS: Postero-superior;
• QPI: Postero-inferior.

DESCRIÇÃO:
Membrana timpânica com
perfuração em QA, com
regiões superior e inferior,
perfuração de bordas bem
delimitadas, membrana
espessada e com sinais de Mesmo que leve, deve ser possível ouvir o som que
opacidade, não possível sai da vibração. Por conta que a condução aérea tem
visualização do cone que ser melhor que a condução óssea.
luminoso.
Ainda com presença de ectasia e eritematosa com Com esses testes podemos ver se tem a
sinais inflamatórios vigente. Presença de edema e lateralização de ruido, quando eu tenho ouvidos
secreção purulenta no espaço retrotimpânico com normais não há essa lateralização.
extravasamento para região anterior. Mas quando há:
• PANS: Lateraliza para o ouvido sadio;
Membrana timpânica com • PAC: Lateraliza para o ouvido “doente”.
perfuração em todo o QI,
perfuração de bordas EXAMES COMPLEMENTARES:
irregulares, membrana Teremos para a audição:
delgada e translúcida, sem • Audiometria tonal: Fazemos os estímulos
sinais inflamatórios de orelha por tons, em que vemos frequências
média e externa, possível específicas, conhecida ou variável em
visualização do espaço intensidade também conhecida ou variável.
retrotimpânico. • Audiometria vocal: Quando temos falas,
avaliando se o paciente reconhece esses
estímulos.
• Imitanciometria: Avalia-se as variações na Devemos destacar a importância dos seios
mobilidade MT, com ruptura ou fixação de paranasais, eles são cavidades pneumatizadas e
cadeia ossicular. Também, derrames preenchidas por ar. Dependendo do seio, vamos ver
líquidos na caixa média e Reflexo do que ele vai drenar pra um óstio específico no nariz.
musculo do estribo*. • Seios anteriores (frontal, maxilar e
*Reflexo do músculo do estribo: Esse musculo é etmoidal anterior): Vão drenar para o meato
o responsável por proteger a orelha de traumas médio, região do corneto médio;
acústicos. Então quando temos um estímulo maior • Seios posteriores (Esfenoidal e células
de 70 dB, ele vai promover uma contração muscular etmoidais posteriores): Vão drenar para o
involuntária como resposta a esses estímulos meato superior.
sonoros de forte intensidade ou quando o indivíduo *** O Ducto nasolacrimal vai drenar para o meato
começa a vocalizar. O reflexo diminui a transmissão inferior.
da energia vibracional para a cóclea, onde é *** Na parte superior do nariz nós teremos a maior
convertida em impulsos elétricos a serem parte das terminações nervosas, na verdade o nervo
processados pelo cérebro. olfatório em si.
Estímulo de forte intensidade → Contração do
Mm. estapédio e tensor do timpânico dos Fisiologia do olfato
ossículos → Estapédio puxa o estribo para fora Quando entramos em contato com um odor, essas
da janela oval → tensor do tímpano enrijece a moléculas entram no meu nariz, pelas coanas,
cadeia ossicular → Diminuição da energia chegando nas conchas nasais que funcionarão
vibracional. como um difusor desse ar, e acaba entrando em
contato com o epitélio olfatório, que reveste
• Otoemissões: Teste da orelhinha; algumas partes dessa região.
• Eletrococleografia: Função coclear; No epitélio olfatório, nós teremos os receptores da
• Audiometria de tronco cerebral: BERA, molécula de odor. Uma vez que a molécula de odor
percurso do som;
se liga com o quimioreceptor, que tem um axônio,
• Exames de imagem: Principalmente a TC.
que passa a lâmina crivosa e faz sinapse no bulbo
Anatomia do nariz: olfatório, depois dando origem ao nervo olfatório.

Exame clínico do NARIZ:


Inicia-se sempre por uma anamnese completa,
tomando nota:
• Identificação: Idade, sexo, profissão
• Hábitos de vida;
• Condições socioeconômicas;
• Antecedentes pessoais e familiares.

No exame clínico do nariz, é importante se seguir:


INSPEÇÃO:
Podemos os diferentes tipos de nariz e possíveis
deformidades.

PALPAÇÃO:
Vamos verificar a presença de dor, principalmente
relacionados aos seios paranasais, e região de face.
Além disso, podemos pesquisar por crepitações e
desnivelamentos.

Nesse caso, quando falamos de sinais e sintomas,


no caso do nariz, podemos destacar:
• Obstrução nasal: Rinites, pólipos nasais,
neoplasias, tumores benignos, imperfuração
de coanas;
• Rinorreia: Secreção pelo nariz com
característica hialina, mucosa,
mucopurulenta e purulenta;
• Espirros: Mais relacionadas com as IVAS,
rinopatias alérgicas e psicogênico. Anatomia da faringe:
• Dor: Facial.
• Alterações de olfato: podem ser as mais
diversas:
- Hiposmia: Redução da percepção olfativa.
- Anosmia: Ausência da percepção olfativa.
- Hiperosmia: Excesso da percepção
olfativa.
- Cacosmia: Sempre tem cheiro como
desagradável.
- Parosmia: Troca de estímulo olfativo, sente
cheiro de outra coisa.

RINOSCOPIA:
Pode ser a:
- Anterior: Feita com auxílio do espéculo nasal e um
fotóforo, permite a visualização dos cornetos nasais
– principalmente o inferior, algumas vezes o médio –
meatos, septo nasal, assoalho e porção superior.

Presença de pólipo nasal.

Especificamente faremos o exame físico de boca,


Hipertrofia de corneto com todos os componentes.
inferior • Mucosa jugal: Normocorada;
• Pilares anteriores e posteriores;
EXAMES COMPLEMENTARES: • Palato duro e mole;
• Exames radiológicos: Rx de SPN (raro • Úvula;
pedir) e TC SPN; • Região da língua: Dorso e ventre;
• Parede posterior da faringe;
• Amigdala.

Exame clínico da FARINGE:


Inicia-se sempre por uma anamnese completa,
tomando nota:
• Identificação: Idade, sexo, profissão
• Hábitos de vida;
• Condições socioeconômicas;
• Endoscopia nasal: Importante para • Antecedentes pessoais e familiares.
visualização posterior. Nesse caso, quando falamos de sinais e sintomas,
no caso da faringe, podemos destacar:
• Dor de garganta;
• Dispneia: Desconforto respiratório,
principalmente SAOS;
• Disfagia: Dor ao deglutir, relacionado com
processos inflamatórios;
• Tosse: Refluxo gastroesofágico;
• Halitose;
No exame clínico do nariz, é importante se seguir: • TC de pescoço.
INSPEÇÃO:
Vamos avaliar:
• Exame das amigdalas;
• Exame de parede posterior de orofaringe;
• Perturbações da motilidade do véu palatino;
• Sensibilidade da mucosa faringe;
• Situação de higiene bucal;
• Presença de lesões.

PALPAÇÃO:
Principalmente a palpação das cadeias de linfonodo
de cabeça e pescoço.

OROSCOPIA:

Sem alterações.

Hipertrofia amigdaliana,
com grau 4.

Presença de caseo.

Presença de exsudato
aderidos na parede da amigdala.

EXAMES COMPLEMENTARES:
• Nasofribolaringoscopia;
• Videolaringoscopia;
• Rx de cavum: Apesar de não ser o melhor,
pode ser usado para avaliação de hipertrofia
adenoidiana.
REFERÊNCIAS:
BATES, L. S. Propedêutica Médica. 11ª ed.- Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
PORTO, C. C. Semiologia médica. 7. ed.- Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
RESPOSTAS DOS CASOS CLÍNICOS:
Perguntar sobre outros CAE não completamente
sintomas associados. visualizado, com edema e
Membrana timpânica abaulamento, sinais
íntegra, espessada e inflamatórios em terço distal
hiperemiada, com opacidade de orelha externa.
e não possível visualização Membrana timpânica não
do cone luminoso. Com completamente visualizada,
abaulamento e ectasia encimada por secreção
vascular. Presença de enegrecida, com vegetação
secreção mucopurulenta no de aspectos algodonosos
espaço retrotimpânico. impedindo a visualização da
mesma
Membrana timpânica com Perguntas a fazer:
perfuração em QPI, Tem hipoacusia?
perfuração com bordos Tem Zumbido?
regulares, membrana Tem otalgia? Quais as características dessa dor?
espessada e levemente Fatores de melhora e piora?
opaca. Com sinais de sinais Quais medicações utiliza? Qual a dose?
inflamatórios e ectasia Qual a característica dessa otorreia?
vascular em QPS e presença
de secreção no espaço Em oroscopia, mucosa jugal
retrotimpânico com normocorada, pilares
extravasamento para a anteriores hiperemiado e
região anterior. posteriores não visualizados.
Palato mole e palato duro
Em oroscopia, mucosa jugal sem alterações. Amigdala
normocorada, pilares edemaciada, com presença
anteriores e posteriores sem de exsudato e impedindo a
alterações. Palato mole e visualização da parede
palato duro sem alterações, posterior da orofaringe.
dorso da língua. Amigdala
grau 1, parede posterior da Em oroscopia, mucosa jugal
orofaringe com presença de não visualizada, hiperemia
ectasia e visualização de de pilares anteriores e
grânulos de fordyce. posteriores, além da úvula.
Palato mole e palato duro
CAE esquerdo parcialmente não visualizado. Amigdala
visualizado, espaço anterior edemaciada, com presença
a membrana timpânica de exsudato bilateral e
íntegra, delgada e presença de sinais
translúcida, com inflamatórios em toda a
visualização do cone orofaringe, com edema
luminoso. Espaço difuso e parede posterior
retrotimpânico livre. com secreção de aspecto
exsudativo.
CAE direito parcialmente
visualizado, com presença
de rolha de cera em espaço
posterior do conduto auditivo
externo. Membrana
timpânica parcialmente
visualizada, íntegra e
delgada, com sinais de
retração timpânica e
visualização dos ossículos.
Espaço retrotimpânico livre.
A classificação de Brodsky avalia o tamanho das
tonsilas de acordo com sua extensão lateral a partir
do pilar anterior até a linha média.
Sendo os graus:
• Grau 0: Paciente amigdalectomizado;
• Grau 1: Tonsilas dentro da loja tonsilar;
• Grau 2: Tonsilas saindo do limite dos pilares,
com obstrução de 25 a 50% da orofaringe;
• Grau 3: Tonsilas saindo do limite dos pilares,
com obstrução de 75% da orofaringe;
• Grau 4: Tonsilas atingem a linha média com
obstrução maior que 75% da orofaringe.
Algumas vezes essa diferença não é simétrica,
sendo diferente o tamanho de cada tonsila.

Avaliação da via aérea: Escala Mallampati

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