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Direito das Obrigações

PROFA. MA. MAÍRA LOPES DE CASTRO

MÓDULO 01 – TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES


O QUE SIGNIFICA OBRIGAÇÕES ENTÃO?
Obrigação é a relação jurídica transitória, que estabelece vínculos jurídicos entre duas
diferentes partes (denominadas credor e devedor, respectivamente), cujo objeto é uma
prestação pessoal, positiva ou negativa, garantindo o cumprimento, sob pena de coerção
judicial (FARIAS; ROSENVALD; 2017, p.35).

Obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra
prestação economicamente apreciável (PEREIRA, 2017, p.25).

Obrigação como conjunto dinâmico de posições jurídicas, como “processo”, atos


encadeados e polarizados ao adimplemento (FARIAS; ROSENVALD, 2021, p. 43).
É SUFICIENTE ESSA LEITURA?
Luz que meu céu ilumina → CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O sistema civil-constitucional concebeu a existência de deveres anexos, laterais, instrumentais, acrescidos à obrigação pela via do princípio da boa-fé.

CARDS DOS CASOS DE FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO


CARACTERÍSTICAS
Caráter transeunte/transitório;
Vínculo jurídico entre as partes
Caráter patrimonial
Prestação positiva ou negativa (conduta de dar, fazer ou não fazer).
RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL

SUJEITO ATIVO (CREDOR) – RELAÇÃO JURÍDICA


OBRIGACIONAL – SUJEITO PASSIVO (DEVEDOR)

Caráter dinâmico e complexo da relação obrigacional


ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO
Elemento subjetivo ou pessoal – credor/devedor
Objetivo ou material - prestação
Ideal, imaterial ou espiritual – vínculo jurídico
ELEMENTO SUBJETIVO: SUJEITOS DA
RELAÇÃO OBRIGACIONAL
Sujeito ativo: CREDOR
Sujeito passivo: DEVEDOR

Relações jurídicas obrigacionais complexas


A questão da determinabilidade dos sujeitos:
a) Indeterminabilidade subjetiva ativa – ex. devedor assina um cheque ao portador; promessa
de recompensa.
b) Indeterminabilidade subjetiva passiva – ex. taxa condominial caberá a quem adquirir o
imóvel; leilão.
ELEMENTO OBJETIVO: A PRESTAÇÃO

TARTUCE, Flávio. Direito Civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. v 2. 12 ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2017.

Leitura art. 104


e 166, CC
ELEMENTO IDEAL, IMATERIAL,
VIRTUAL OU ESPIRITUAL
VÍNCULO JURÍDICO ENTRE CREDOR E DEVEDOR
A obrigação deve ser compreendida como uma verdadeira relação pessoal – originada de um fato
jurídico (fonte) - por meio da qual fica o devedor obrigado (vinculado) a cumprir uma prestação
patrimonial de interesse do credor.
** tutela específica das obrigações CPC/15 – art. 499,CPC (excepcionalidade das perdas e danos)

Teoria monista: a inexistência de diferença entre o débito e a responsabilidade.


Teoria dualista (Alois Brinz – Alemão): débito (schuld em alemão) e responsabilidade (haftung em
alemão).
** débito sem responsabilidade
** responsabilidade sem débito
Direito das Obrigações
PROFA. MA. MAÍRA LOPES DE CASTRO

MÓDULO 02 – FONTES DAS OBRIGAÇÕES


Fontes das Obrigações
Vontade do
Lei
Estado

Contratos
FONTES
Ato ilícito e abuso
de direito (art.
186 e 187, CC)
Vontade humana
Atos unilaterais
de vontade

Títulos de Crédito
Atos unilaterais
a) Promessa de recompensa (arts. 854 a 860 do CC);
b) Gestão de negócios (arts. 861 a 875 do CC);
c) Pagamento indevido (arts. 876 a 883 do CC);
d) Enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886 do CC).
Promessa de recompensa
Arts. 854 a 860,CC
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a
quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o
prometido.

Requisitos:
a) capacidade da pessoa que emite a declaração de vontade;
b) a licitude e possibilidade do objeto;
c) o ato de publicidade.

Leitura art. 104


e 166, CC
Promessa de recompensa
Arts. 854 a 860,CC
Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a
condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.
Promessa de recompensa
Arts. 854 a 860,CC
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a
promessa, contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução
da tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá direito a reembolso.
Promessa de recompensa
Arts. 854 a 860,CC
Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá
direito à recompensa o que primeiro o executou.
Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual na recompensa; se esta
não for divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu
quinhão.
Promessa de recompensa
Arts. 854 a 860,CC
Art. 859. Nos concursos que se abrirem com promessa pública de recompensa, é condição essencial, para valerem, a
fixação de um prazo, observadas também as disposições dos parágrafos seguintes.
§ 1o A decisão da pessoa nomeada, nos anúncios, como juiz, obriga os interessados.
§ 2o Em falta de pessoa designada para julgar o mérito dos trabalhos que se apresentarem, entender-se-á que o
promitente se reservou essa função.
§ 3o Se os trabalhos tiverem mérito igual, proceder-se-á de acordo com os arts. 857 e 858.
Art. 860. As obras premiadas, nos concursos de que trata o artigo antecedente, só ficarão pertencendo ao promitente, se
assim for estipulado na publicação da promessa.
É uma promessa de recompensa?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - 2017

Ana, aflita com a fuga de seu cão, espalhou, nas imediações de sua residência, avisos públicos
prometendo pagar recompensa em dinheiro no valor de R$ 1.000 para quem fornecesse
informações seguras a respeito do paradeiro do animal.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) O ato de promessa de recompensa praticado por Ana tem natureza bilateral.
b) Ana poderá revogar a promessa, mesmo após o animal ser localizado, pois a promessa constitui
ato unilateral.
c) Se duas pessoas informarem a Ana, ao mesmo tempo, a respeito da localização do cão, deverá
ser realizado sorteio do valor da recompensa.
d) Caso Ana receba de dois indivíduos, de forma sucessiva, a mesma informação que leve ao
resgate do cão, o valor da recompensa deverá ser dividido entre eles.
e) Alguém que, ignorando a promessa de recompensa, encontre o cão e o entregue a Ana poderá,
ao tomar conhecimento dos avisos, exigir dela o pagamento do valor prometido.
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio,
dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e
às pessoas com que tratar.
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Requisitos:
a) desconhecimento da gestão pelo dono do negócio;
b) espontaneidade da intervenção (sem ajuste prévio);
c) negócio alheio;
d) atuação no interesse do dono (e não em seu próprio);
e) intervenção motivada por necessidade ou por utilidade, com a intenção de trazer proveito
para o dono;
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Diante do princípio da boa-fé objetiva, que valoriza o dever anexo de informação, deverá o
gestor de negócio, assim que lhe for possível, comunicar ao dono a sua atuação, aguardando a
resposta se dessa espera não resultar perigo (art. 864 do CC).
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Ratifica a atuação do gestor, concordando com ela,
convertendo-se a atuação em mandato (art. 869, CC)
Desaprovar a atuação do gestor, podendo pleitear perdas e
danos, havendo, em regra, responsabilidade subjetiva do
gestor (art. 874, CC).
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Art. 866. O gestor envidará toda sua diligência habitual na administração do negócio,
ressarcindo ao dono o prejuízo resultante de qualquer culpa na gestão.
Art. 867. Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas faltas do substituto, ainda
que seja pessoa idônea, sem prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela
possa caber.
Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua responsabilidade.
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Art. 868. O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer operações arriscadas, ainda que o
dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses seus.
Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será obrigado a indenizar o gestor
das despesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos, que por motivo da gestão, houver
sofrido.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
XI EXAME DA OAB – QUESTÃO 38
Diante de chuva forte e inesperada, Márcio constatou a inundação parcial da residência de sua vizinha
Bianca, fato este que o levou a contratar serviços de chaveiro, bombeamento d’água e vigilância, de
modo a evitar maiores prejuízos materiais até a chegada de Bianca. Utilizando-se do quadro fático
fornecido pelo enunciado, assinale a afirmativa correta.
a) A falta de autorização expressa de Bianca a Márcio para a prática dos atos de preservação dos
bens autoriza aquela a exigir reparação civil deste.
b) Bianca não estará obrigada a adimplir os serviços contratados por Márcio, cabendo a este a
quitação dos contratados.
c) Se Márcio se fizer substituir por terceiro até a chegada de Bianca, promoverá a cessação de sua
responsabilidade transferindo-a ao terceiro substituto.
d) Os atos de solidariedade e espontaneidade de Márcio na proteção dos bens de Bianca são capazes
de gerar a responsabilidade desta em reembolsar as despesas necessárias efetivadas, acrescidas
de juros legais.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);

NEMO POTEST LOCUPLETARI DETRIMENTO ALTERIUS


Ninguém pode locupletar-se, sem causa ou razão jurídica, com o alheio

Art. 876. CC. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir;
obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);

VOLUNTARIEDADE E ERRO
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por
erro.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);

QUEM PAGA MAL, PAGA DUAS VEZES

CIVIL. HONORÁRIOS DE ADVOGADO. QUEM PAGA MAL PAGA DUAS VEZES. Se o autor da ação,
vencido, paga a totalidade dos honorários de advogado a um dos réus, sem observar o julgado
que mandava dividi-los entre ambos, a execução de sentença deve prosseguir até que a
obrigação seja cumprida na sua integralidade. Agravo regimental não provido.
(STJ. AgRg no Ag 203835 / SP. 2º TURMA. Relator: Ministro ARI PARGENDLER. Julgamento:
19/11/1998).
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);

ESPÉCIES DE PAGAMENTO INDEVIDO

Pagamento objetivamente indevido - erro quanto à existência ou extensão da obrigação;


Pagamento subjetivamente indevido - erro quanto à pessoa, pagar à alguém que não era
credor;
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
COISA DADA EM PAGAMENTO INDEVIDO
Art. 878. Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobrevindas à coisa dada em pagamento
indevido, aplica-se o disposto neste Código sobre o possuidor de boa-fé ou de má-fé, conforme o caso.

Se recebeu de boa-fé ? Deve restituir, MAS, faz jus aos frutos, as benfeitorias necessária e úteis, podendo
levantar as voluptuárias.

Se recebeu de má fé? Deve restituir, MAS, faz jus apenas as benfeitorias necessárias, excluídos os frutos, e
as benfeitorias úteis e voluptuárias + perdas e danos.

CC, arts. 1.214 e seg.


Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
PAGAMENTO INDEVIDO SEM DIREITO À REPETIÇÃO
Art. 880. Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o como parte de
dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão das garantias
que asseguravam seu direito; mas aquele que pagou dispõe de ação regressiva contra o
verdadeiro devedor e seu fiador.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
PAGAMENTO INDEVIDO SEM DIREITO À REPETIÇÃO

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação
judicialmente inexigível.

Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral,
ou proibido por lei.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz.
Enriquecimento sem causa
(Arts. 884 a 886 do CC)

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é
obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na
época em que foi exigido.

SUUM CUIQUE TRIBUERE


“dar a cada um o que é seu”
Direito das Obrigações
PROFA. MA. MAÍRA LOPES DE CASTRO

MÓDULO 03 – CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES


Classificação das Obrigações
Quanto ao conteúdo do objeto obrigacional
a) Positiva – tem por conteúdo uma ação (dar/fazer)
b) Negativa – tem por conteúdo uma omissão (não fazer)
Classificação das Obrigações
De dar
Positiva
De fazer
Obrigação
De não
Negativa
fazer
Obrigação de dar
Conceito: aquela obrigação em que o sujeito passivo se compromete (devedor) a entregar
alguma coisa, certa ou incerta ao credor.

Subclassificação:
a) Obrigação de dar coisa certa (obrigação específica)
b) Obrigação de dar coisa incerta (obrigação genérica)
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
Conceito: O devedor se obriga a dar uma coisa individualizada, móvel ou imóvel, cujas
características foram acertadas pelas partes, geralmente em um instrumento negocial.

Art. 313. CC. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC

Modelo: HB20 (Hyundai)


Motor: 1.0
Câmbio: manual
Comprimento: 3,90 m
Largura: 1,68 m
Altura: 1,47
Porta-malas: 300 l
Ano de fabricação: 2016/2017
Cor: grafite
Placa: ABC1234
Chassi: 0009875639137111
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
Princípio da gravitação jurídica – o acessório segue o principal.

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
PERDENDO-SE A COISA SEM CULPA DO DEVEDOR?
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes;
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos.

A coisa perece para o dono – res perit domino suo


** Devedor em mora?
Art. 399. CC O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso;
salvo se provar isenção de culpa (pela mora), ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação
fosse oportunamente desempenhada.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
PERDENDO-SE A COISA COM CULPA DO DEVEDOR?
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se
a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
DETERIORANDO-SE A COISA SEM CULPA DO DEVEDOR?
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
DETERIORANDO-SE A COISA COM CULPA DO DEVEDOR?
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das
perdas e danos.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos,
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a
obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos (já colhidos) são do devedor, cabendo ao credor os
pendentes.

E os frutos percipiendos? Se não colhidos até a tradição, passarão a pertencer ao credor.


Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA

Conceito: o devedor tem o dever de devolver coisa que não lhe pertence.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR PERDE A COISA (SEM CULPA)

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus
direitos até o dia da perda.

“ressalvados os seus direitos até o dia da perda” – ex. aluguéis vencidos.


Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR PERDE A COISA (COM CULPA)

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR DETERIORA A COISA (SEM CULPA)

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art.
239.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR DETERIORA A COISA (COM CULPA)

Art. 240. (...) se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Exigir o valor equivalente á coisa + perdas e danos

** Enunciado 15 CNJ – I Jornada de Direito Civil


O credor pode ainda: aceitar a coisa deteriorada ou desvalorizada + perdas e danos (art. 240,
CC).
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
ACRÉSCIMOS E MELHORIAS
Art. 241. CC - se sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou
trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.

** devedor de boa-fé? Necessárias, Úteis e Voluptuárias


** devedor de má-fé? Apenas as necessárias.
OBRIGAÇÃO FATO COM BEM SEM CULPA DO DEVEDOR COM CULPA DO DEVEDOR

DAR PERDA RESOLVE-SE A OBRIGAÇÃO PARA AMBAS AS PODE O CREDOR:


PARTES EXIGIR O VALOR EQUIVALENTE + PERDAS E
DANOS

DAR DETERIORAÇÃO PODE O CREDOR: PODE O CREDOR:


RESOLVER A OBRIGAÇÃO OU ACEITAR A COISA EXIGIR O EQUIVALENTE OU ACEITAR A COISA
COM ABATIMENTO DO PREÇO COM ABATIMENTO DO PREÇO + PERDAS E DANOS
(NOS DOIS CASOS)

RESTITUIR PERDA RESOLVE-SE A OBRIGAÇÃO PARA AMBAS AS PODE O CREDOR:


PARTES EXIGIR O VALOR EQUIVALENTE + PERDAS E
DANOS

RESTITUIR DETERIORAÇÃO O CREDOR RECEBE A COISA NO ESTADO EM PODE O CREDOR:


QUE SE ENCONTRA EXIGIR O EQUIVALENTE OU ACEITAR A COISA
COM ABATIMENTO DO PREÇO + PERDAS E DANOS
(NOS DOIS CASOS)
Questão
Ano: 2010 Banca: PGE-GO Órgão: PGE-GO Prova: PGE-GO - 2010 - PGE-GO - Procurador do Estado
(ADAPTADA)
Com relação à obrigação de dar coisa certa, é CORRETO afirmar que:
a)se antes da tradição, a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este somente pelas
perdas e danos.
b)a obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios dela, salvo se o contrário resultar do
título ou das circunstâncias do caso.
c)deteriorada a coisa, sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a
coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu, sem direito a reclamar indenização por perdas e
danos.
d)sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em
que se acha, sendo que apenas nesta última hipótese, com direito a reclamar indenização das
perdas e danos.
e)até a tradição, os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Obrigação de dar coisa incerta
Arts. 243 a 246, CC

Conceito: é a obrigação que tem por objeto uma coisa indeterminada (mas determinável), pelo
menos inicialmente, sendo ela somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma
indicação posterior quanto à sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor.

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

“concentração do débito” ou “concentração da prestação devida”


Obrigação de dar coisa incerta
Arts. 243 a 246, CC

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior,
nem será obrigado a prestar a melhor.

Critério da coisa média vale também quando a escolha competir ao credor.


Obrigação de dar coisa incerta
Arts. 243 a 246, CC

Após a escolha feita pelo devedor, e tendo sido cientificado o credor, a obrigação genérica é
convertida em obrigação específica (art. 245 do CC).

Usa-se, a partir daí, as regras da obrigação de dar coisa certa.


Obrigação de dar coisa incerta
Arts. 243 a 246, CC

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda
que por força maior ou caso fortuito.
O gênero nunca perece.

** Exceção: gênero limitado - o perecimento de todas as espécies acarretará a extinção da


obrigação, responsabilizando-se o DEVEDOR pelas perdas e danos, apenas na hipótese de ter
procedido COM CULPA.
Exercício de fixação
Ano: 2017 - Banca: FCC - Órgão: DPE-RS - Prova: Analista - Processual
No que concerne às obrigações de dar, nos termos estabelecidos pelo Código Civil,
a) na obrigação de dar coisa certa, se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do
devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, com direito à indenização.
b) na obrigação de dar coisa certa, até a tradição da coisa, os frutos percebidos e
pendentes pertencem ao devedor.
c) na obrigação da dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar
perda ou deterioração da coisa, salvo se ocorrer caso fortuito ou força maior.
d) na obrigação de dar coisa certa, até a tradição, a coisa pertence ao devedor, com os
seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço.
e) se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, o credor não sofrerá a perda e poderá postular indenização.
Obrigação de fazer
Art. 247 a 249, CC
Conceito: uma obrigação positiva cuja prestação consiste no cumprimento de uma tarefa ou
atribuição por parte do devedor.

Subclassificação:
a) Obrigação de fazer fungível
b) Obrigação de fazer infungível (personalíssima)
Obrigação de fazer
Art. 247 a 249, CC
OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGÍVEL
Natureza personalíssima ou intuitu personae

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a
ele só imposta, ou só por ele exequível.
Obrigação de fazer
Art. 247 a 249, CC
Impossibilidade de cumprir a obrigação de fazer
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

SEM CULPA DO DEVEDOR: resolve-se a obrigação


** Exceção: devedor em mora (art. 399, CC).

POR CULPA DO DEVEDOR: perdas e danos


Obrigação de fazer
Art. 247 a 249, CC
OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGÍVEL

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à
custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização


judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
** espécie de autotutela civil
TUTELA JURÍDICA DO DESCUMPRIMENTO CULPOSO DAS OBRIGAÇÕES DE
FAZER

Impossível cumprimento posterior Perdas e danos

Descumprimento de Obrigação de
Fazer
Tutela específica + perdas e danos
(até a efetivação da tutela)

Possível cumprimento posterior

Perdas e danos (se o autor não tiver


mais interesse na obrigação específica
de fazer)
Questão de fixação
Ano: 2016 - Banca: MPE-SC - Órgão: MPE-SC - Prova: Promotor de Justiça - Matutina
Acerca da obrigação de fazer, o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele
exequível incorre na obrigação de indenizar perdas e danos. Todavia, resolve-se a obrigação se a
prestação do fato tornar-se impossível sem sua culpa, e, se por culpa sua, responderá ele por
perdas e danos.

(__) Certo (__) Errado


Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Conceito: ocorre quando alguém se obriga a não fazer algo; prestação negativa;
comportamento omissivo do devedor.

** Vedação a obrigações de não fazer que violem princípios de ordem pública e vulnerem
garantias fundamentais. Ex. não casar; não transitar por determinada rua, etc.
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Art. 390.CC Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que
executou o ato de que se devia abster.
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Origem:
a) obrigação de não fazer de origem legal: ex. arts. 1.301 e 1.303 do CC.
b) obrigação de não fazer de origem convencional: ex. contrato de sigilo industrial
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Inadimplemento SEM CULPA do devedor (descumprimento fortuito)?
Extingue-se a obrigação sem perdas e danos.

Art. 250.CC. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

Ex. sujeito se comprometeu a não construir um muro em seu imóvel, a fim de não prejudicar a
vista panorâmica do vizinho, mas, em razão de determinação do Poder Público, que modificou a
estrutura urbanística municipal, viu-se forçado a realizar a obra que se comprometeu a não
realizar.
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Inadimplemento POR CULPA do devedor (descumprimento culposo)?
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

** Obrigação de não fazer:


a) irreversível (perdas e danos);
b) pode ser desfeita (desfazimento do ato ou perdas e danos);
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Impossível
desfazimento Perdas e Danos
posterior
Descumprimento da
Obrigação de não Tutela específica +
fazer perdas e danos (até a
efetivação da tutela)
Possível desfazimento
posterior
Perdas e danos (se o
autor não tiver mais
interesse na obrigação
de não fazer)
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Art. 251. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido
(AUTOTUTELA CIVIL).

** abuso de direito no momento do desfazimento (art. 187,CC)


Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC/2015
Art. 822.CPC. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por
contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.

Art. 823.CPC. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande
desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e
danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia
certa.
Classificação das Obrigações quanto à presença de
elementos obrigacionais
Das obrigações compostas objetivas
MULTIPLICIDADE DE OBJETOS (PRESTAÇÕES)
a) Obrigação composta objetiva cumulativa ou conjuntiva
b) Obrigação composta objetiva alternativa ou disjuntiva (arts. 252 a 256, CC)
Obrigação composta objetiva
CUMULATIVA
Conceito: aquela na qual o sujeito passivo deve cumprir todas as pretensões previstas, sob pena
de inadimplemento total ou parcial.
Natureza aditiva – “e”
Ex. Contrato de locação do imóvel urbano (arts. 22 e 23 da Lei 8.245/1991).

** Não está prevista no Código Civil, mas é admitida pela doutrina e jurisprudência.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Conceito: aquela em que havendo duas prestações, o devedor se desonera totalmente
satisfazendo apenas uma delas.
Objeto determinável, cabendo uma escolha, que no silêncio cabe ao devedor (art.252,CC).
Natureza disjuntiva – “ou”.
Prestações excludentes entre si
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
≠ obrigação de dar coisa incerta:
a)Obrigação de dar coisa certa é uma obrigação simples
b)Obrigação alternativa pode ter prestações de naturezas diversas (dar/fazer/não fazer)

A obrigação alternativa é obrigação única, com prestação várias, realizando-se, pela escolha,
com força retroativa, a concentração numa delas e a consequente exigibilidade, como se fosse
simples desde a sua concepção (Gonçalves, 2018).
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se
estipulou.

A escolha é definitiva e irrevogável, exceto se as partes houverem convencionado a


possibilidade de retratação.

A escolha pode ser exercida por meio de simples declaração de vontade.


Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

Ou seja, não é o credor obrigado a receber a prestação fragmentada (princípio da indivisibilidade do


objeto).

Aplica-se o princípio do meio-termo ou qualidade média? Não. O optante pode escolher livremente
entre as prestações prevista como opções.
** Obs. Se a escolha for entre duas obrigações de dar coisa incerta (ex. você tem que dá dez sacas de
milho ou dez sacas de café), no momento da individualização da obrigação de dar coisa incerta incide
o princípio do meio-termo.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas (ex. mensais, quinzenais, etc.), a
faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o
juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao
juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
REDUÇÃO DO OBJETO OBRIGACIONAL
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

Conversão em obrigação simples.


Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

CULPA DO DEVEDOR + IMPOSSIBILIDADE DE TODAS AS PRESTAÇÕES + ESCOLHA NÃO CABIA AO


CREDOR = VALOR DA PRESTAÇÃO QUE ÚLTIMO SE IMPOSSIBILITOU + PERDAS E DANOS.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra,
com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis,
poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e
danos.

CULPA DO DEVEDOR + IMPOSSIBILIDADE DE UMA DAS PRESTAÇÕES + ESCOLHA CABE AO


CREDOR = PRESTAÇÃO SUBSISTENTE OU VALOR DA PRESTAÇÃO QUE SE PERDEU + PERDAS E
DANOS
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra,
com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis,
poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e
danos.

CULPA DO DEVEDOR + IMPOSSIBILIDADE DE AMBAS AS PRESTAÇÕES + ESCOLHA CABE AO


CREDOR = Valor de qualquer uma das prestações + perdas e danos.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a
obrigação.

** Exceto se o devedor já estiver em mora.


Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
NORMAS PROCESSUAIS – NCPC

Art. 800.CPC. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será
citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não
lhe foi determinado em lei ou em contrato.
§ 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado.
§ 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la.
Obrigação FACULTATIVA
Conceito: na obrigação facultativa há um único objeto (prestação), e o devedor tem a faculdade
de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente.

Obrigação SIMPLES
Obrigação facultativa ≠ Obrigações alternativas
O credor não pode exigir que o devedor escolha uma ou outra prestação, sendo uma faculdade
exclusiva deste, ou seja, só o devedor escolhe.
Obrigação FACULTATIVA
Se a prestação inicialmente prevista se impossibilitar sem culpa do devedor, a obrigação
extingue-se, não tendo o credor o direito de exigir a prestação subsidiária.

Se houver culpa do devedor, o credor poderá exigir o equivalente da obrigação inicial (e não da
subsidiária) + perdas e danos.
Obrigação FACULTATIVA
Vista a obrigação facultativa pelo prisma do credor, que pode, tão somente, exigir o objeto da
prestação obrigatória, seria ela simples (um único objeto sendo exigido por um único credor de
um único devedor).
Observada pelo ângulo do devedor, que pode optar entre a prestação do objeto principal ou do
facultativo, mostra-se ela como uma obrigação alternativa sui generis.

(Álvaro Villaça Azevedo)


Obrigação FACULTATIVA
Pode derivar de convenção especial das partes ou de expressa disposição de lei.
a) Derivada da lei:
Lesão – art. 157, §2º, CC - se configurada a lesão, o comprador (devedor) tem a
faculdade de completar o justo preço em vez de restituir a coisa.

b) Derivada de convenção das partes:


Vendedor que se obriga a entregar determinado objeto (ex. veículo), ficando-lhe
facultado substituí-lo por prestação do equivalente em dinheiro.
Questão
Ano: 2014- Banca: FCC- Órgão: TJ-AP- Prova: Juiz
Nas obrigações alternativas,
a) não poderá haver pluralidade de optantes, cabendo a escolha a apenas uma
pessoa.
b) a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou, não podendo, porém,
obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
c) a escolha cabe ao credor, salvo acordo em sentido contrário, e ele pode exigir do
devedor que lhe pague parte em uma prestação e parte em outra.
d) se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornar
inexequível, a outra também será extinta
e) se, por culpa do devedor, ambas as obrigações se tornarem impossíveis, não
competindo ao credor a escolha, pagará o devedor a metade do valor de cada
prestação
Ano: 2010- Banca: COPEVE-UFAL- Órgão: Prefeitura de Rio Largo – AL Prova:
Procurador Municipal
Sobre as obrigações facultativas e obrigações alternativas, é correto afirmar:
a) nas obrigações alternativas, assim como nas facultativas, sempre será o
devedor que irá escolher a coisa a ser entregue.
b) enquanto nas obrigações alternativas sempre será o devedor que escolhe
qual coisa será entregue, nas facultativas a escolha que em regra deveria ser
feita pelo devedor, poderá ser feita pelo credor se assim ficar estabelecido.
c) nas obrigações alternativas e facultativas sempre será o credor que irá
escolher a coisa a ser entregue.
d) anto nas obrigações alternativas, como nas facultativas, apesar da escolha
da coisa a ser entregue, em regra, caber ao devedor, poderá ficar
estabelecido que a opção deverá ser feita pelo credor, em consonância com
o princípio da autonomia da vontade.
e) enquanto nas obrigações alternativas a escolha, em regra, cabe ao devedor,
podendo ficar definido que tal opção deverá ser feita pelo credor, nas
facultativas caberá sempre ao devedor escolher, sendo que a coisa somente
poderá ser substituída por aquela prevista no título.
Classificação das Obrigações quanto à presença de
elementos obrigacionais
Obrigações solidárias (Art.264 a 266)
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de
um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

Conceito: existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de


credores, cada um com direito à divida toda (solidariedade ativa), ou uma pluralidade de
devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva).
**solidariedade mista
DEVEDOR 1

Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
SOLIDARIEDADE PASSIVA

DEVEDOR 2
OBJETO PRESTAÇÃO CREDOR
R$ 3.000,00

DEVEDOR 3
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
SOLIDARIEDADE ATIVA CREDOR 1

CREDOR 2

DEVEDOR OBJETO PRESTAÇÃO


R$ 3.000,00

CREDOR 3
Obrigações solidárias DEVEDOR 1
(Art.264 a 266)
CREDOR 1

SOLIDARIEDADE MISTA

DEVEDOR 2 CREDOR 2

OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00

DEVEDOR 3 CREDOR 3
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
Características da obrigação solidária:

a) pluralidade das partes;


b) unidade da prestação;
c) multiplicidade de vínculos.
d) corresponsabilidade dos interessados

**multiplicidade de vínculos:
a) Vínculo interno
b) Vínculo externo
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
FONTES DA SOLIDARIEDADE:
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

a) Solidariedade legal. Ex. Art.18,CDC


b) Solidariedade convencional ou voluntária.
Ex. contrato de fiança, no qual o fiador renuncia ao benefício de ordem (artigo 827, parágrafo
único, do CC) e estipula solidariedade.
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro (princípio da
variabilidade do modo de ser das obrigações)

a) obrigação solidária pura ou simples – é aquela que não contém condição, termo ou encargo;
b) obrigação solidária condicional – é aquela cujos efeitos estão subordinados a um evento
futuro e incerto (condição); ex. “Te darei um carro quando passar na faculdade”.
c) obrigação solidária a termo – é aquela cujos efeitos estão subordinados a evento futuro e
certo (termo); ex. “Te darei um carro daqui a 30 dias”,
• Enquanto pendente condição suspensiva estipulada para um dos devedores, o credor
não pode acioná-lo.
• O devedor solidário puro e simples. somente poderá reclamar o reembolso do
codevedor condicional se ocorrer a condição.
• Se a condição se frustrar, o devedor será totalmente excluído da obrigação solidária,
reputando-se nunca ter havido obrigação relativamente a esse corréu.

Vínculo 2:simples

OBJETO
PRESTAÇÃO
CREDOR R$ 3.000,00
Da obrigação solidária ativa Arts. 267 a 274,
CC
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro.

Ex. conta bancária conjunta – cada um dos titulares (credores) está autorizado a sacar,
individualmente, todo numerário depositado, sem que o banco (devedor) possa recusar-se.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer
daqueles poderá este pagar.
** Proposta a ação judicial: prevenção judicial – a satisfação deve ocorrer em relação aquele que
promoveu a ação.
Se fizer ao outro credor? Quem paga errado, paga duas vezes!
SOLIDARIEDADE ATIVA

CREDOR 1

CREDOR 2

DEVEDOR OBJETO PRESTAÇÃO


R$ 3.000,00

CREDOR 3
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
montante do que foi pago.

DEVEDOR

OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Refração do crédito
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só
terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00

DEVEDOR

R$ 500,00

R$ 500,00
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá
direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível.

PRESTAÇÃO
CAVALO PARA
REPRODUÇÃO
DEVEDOR
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os
efeitos, a solidariedade.

PRESTAÇÃO
CAVALO PARA
REPRODUÇÃO
DEVEDOR

Perdeu-se por culpa do devedor?

EQUIVALENTE + PERDAS E DANOS


Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá
aos outros pela parte que lhes caiba.

DEVEDOR
R$ 1.000,00

R$ 1.000,00
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais
oponíveis aos outros.

** exceções pessoais = defesas de mérito existentes somente contra determinados


sujeitos (ex. erro; dolo; incapacidade; etc).

DEVEDOR

OBJETO
PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
No caso do art. 273, CC, o devedor é obrigado a pagar a prestação INTEGRAL, podendo
posteriormente buscar ressarcimento do cocredor contra quem a exceção pessoal foi
acolhida;
E o credor que receber a integralidade, tem que repassar a quota-parte dos demais
credores (inclusive daquele contra quem opera a exceção)

DEVEDOR

OBJETO
PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Da obrigação solidária ativa
Arts. 267 a 274, CC
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha
direito de invocar em relação a qualquer deles.
Questão
01. A solidariedade ativa no Novo Código Civil Brasileiro é aquela em que há pluralidade de
credores, podendo referidos credores receberem o pagamento integral da obrigação.
Considerando esta assertiva marque a opção INCORRETA.

a)Cada um dos credores solidários tem direito de exigir do devedor o cumprimento da


prestação total.
b)Se os credores solidários não demandarem o devedor comum, este poderá pagar a qualquer
um deles.
c)O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi
pago.
d)Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um dos herdeiros só terá
direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível e não possa ser cindida.
e)O pagamento feito a um dos credores solidários, referente ao seu quinhão, extingue a dívida
em sua totalidade.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS PASSIVAS
Obrigações solidárias passivas
(Art.275 a 285 CC)
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores
continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor
contra um ou alguns dos devedores.
DEVEDOR 1
R$ 2.000,00 – SUBSISTE SOLIDARIEDADE

DEVEDOR 2

CREDOR

OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
DEVEDOR 3
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros,
nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for
indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.

DEVEDORES

CREDOR

Limite: art. 1.792. CC


(até a herança)

- R$ 500,00 OBJETO PRESTAÇÃO


R$ 3.000,00
- R$ 500,00
Art. 276. (...)mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em
relação aos demais devedores.

DEVEDORES

OBJETO
CREDOR PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00

Solidários frente aos demais codevedores:


- R$ 500,00 Podem ser cobrados pelo devedor que
pagou a dívida integralmente pela quota
total do devedor falecido
- R$ 500,00

Limite: art. 1.792. CC


(até a herança)
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e
a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros
devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou
relevada.

Pagamento parcial
R$ 1.000,00

DEVEDOR 1 Remissão
R$ 2.000,00 – SUBSISTE SOLIDARIEDADE

CREDOR

DEVEDOR 2

OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00

DEVEDOR 3
Obrigações solidárias passivas
(Art.275 a 285 CC)
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento
destes.

Ex. um dos devedores pactua taxa de juros mais elevada.


Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos
devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o
equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido
proposta somente contra um; mas o culpado (pela mora) responde aos outros pela
obrigação acrescida.

Vínculo externo: todos respondem pelo juros de mora


Vínculo interno: só o culpado responde pelo juros de mora
Obrigações solidárias passivas
(Art.275 a 285 CC)
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou
de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores,
subsistirá a dos demais.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos
os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá
a dos demais.

Enunciado n. 349 do CJF/STJ: “Com a renúncia da solidariedade quanto a apenas


um dos devedores solidários, o credor só poderá cobrar do beneficiado a sua
quota na dívida; permanecendo a solidariedade quanto aos demais devedores,
abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados pela renúncia”.
Obrigações solidárias passivas
(Art.275 a 285 CC)
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver,
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da


solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Obrigações solidárias passivas
(Art.275 a 285 CC)
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores,
responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

Ex. :
Fiador – Devedor Principal
Art. 831.CC. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos
direitos do credor
DEVEDOR 1
CREDOR 1

Obrigações
solidárias
mistas
DEVEDOR 2 CREDOR 2

OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00

DEVEDOR 3 CREDOR 3
Questão
Ano: 2017 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2017 - MPE-PR - Promotor Substituto
Acerca da solidariedade passiva, assinale a alternativa incorreta:
a)A remissão obtida por um dos devedores não aproveita aos outros devedores, senão até a
concorrência da quantia paga ou relevada.
b)Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o
encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
c)Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
d)Importa renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos
devedores.
e)Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela
para com aquele que pagar.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E
INDIVISÍVEIS
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Critério de definição: perda ou deterioração das qualidades essenciais a prestação.

Obrigação divisível - é aquela que pode ser cumprida de forma fracionada, ou seja, em partes,
sem perder qualidades essenciais.

Obrigação indivisível - é aquela que não admite fracionamento quanto ao cumprimento.


Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou
devedores.

Ex. 120 sacas de soja. Cada devedor fica obrigado a entregar 40 sacas.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
determinante do negócio jurídico.

Indivisibilidade:
a) Natural. Ex. cachorro;
b) Legal. Ex. pensão alimentícia (3 meses);
c) Convencional. Ex. pagamento integral pactuado em contrato.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um
será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão

REMISSÃO
A D
R$ 10.000,00

DEVEDOR
B
PRESTAÇÃO:
TOURO REPRODUTOR
C (AVALIADO EM 30 MIL
REAIS)

CREDORES
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e


danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e
danos.
Divergência:
a) credor ou credores nada podem exigir dos devedores não culpados, que ficam exonerados
do vínculo obrigacional, nem mesmo o valor da obrigação assumida;
b) aqueles que não foram culpados continuam respondendo pelo valor da obrigação de
maneira divisível (pagamento de suas cotas) ; mas pelas perdas e danos só responde o
culpado
Obrigação indivisível x Obrigação solidária
Questão de fixação
Ano: 2014 - Banca: FCC - Órgão: TRT - 16ª REGIÃO (MA)- Prova: Analista Judiciário - Oficial de Justiça
Avaliador
A respeito das obrigações divisíveis e indivisíveis, é correto afirmar:
a) Se um dos credores, nas obrigações divisíveis, remitir a dívida, a obrigação ficará extinta para com
os outros.
b) O devedor que paga a dívida referente à prestação indivisível não se sub-roga no direito do credor
em relação aos outros coobrigados.
c) Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
d) Nas obrigações divisíveis, a novação da dívida por um dos credores prejudicará os demais.
e) Nas obrigações divisíveis, a compensação da dívida feita por um dos credores acarreta a extinção
do débito para com os outros credores.
Questão de fixação
Ano: 2018 - Banca: TRF - 3ª REGIÃO - Órgão: TRF - 3ª REGIÃO - Prova: Juiz Federal Substituto

Sobre as obrigações indivisíveis é CORRETO afirmar:


a) A remissão da dívida por um dos credores não extingue a dívida para com os demais.
b) A indivisibilidade e solidariedade são fenômenos iguais, na medida em que, se a prestação
não for divisível e houver mais de um devedor, cada um será obrigado pela totalidade.
c) Havendo mais de um credor, é vedado a apenas um deles receber a prestação por inteiro.
d) Elas podem se configurar mesmo quando o objeto seja prestação consistente em fazer, e
ainda que a obrigação de fazer posteriormente se resolva em perdas e danos.

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