Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra
prestação economicamente apreciável (PEREIRA, 2017, p.25).
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. v 2. 12 ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2017.
Contratos
FONTES
Ato ilícito e abuso
de direito (art.
186 e 187, CC)
Vontade humana
Atos unilaterais
de vontade
Títulos de Crédito
Atos unilaterais
a) Promessa de recompensa (arts. 854 a 860 do CC);
b) Gestão de negócios (arts. 861 a 875 do CC);
c) Pagamento indevido (arts. 876 a 883 do CC);
d) Enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886 do CC).
Promessa de recompensa
Arts. 854 a 860,CC
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a
quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o
prometido.
Requisitos:
a) capacidade da pessoa que emite a declaração de vontade;
b) a licitude e possibilidade do objeto;
c) o ato de publicidade.
Ana, aflita com a fuga de seu cão, espalhou, nas imediações de sua residência, avisos públicos
prometendo pagar recompensa em dinheiro no valor de R$ 1.000 para quem fornecesse
informações seguras a respeito do paradeiro do animal.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) O ato de promessa de recompensa praticado por Ana tem natureza bilateral.
b) Ana poderá revogar a promessa, mesmo após o animal ser localizado, pois a promessa constitui
ato unilateral.
c) Se duas pessoas informarem a Ana, ao mesmo tempo, a respeito da localização do cão, deverá
ser realizado sorteio do valor da recompensa.
d) Caso Ana receba de dois indivíduos, de forma sucessiva, a mesma informação que leve ao
resgate do cão, o valor da recompensa deverá ser dividido entre eles.
e) Alguém que, ignorando a promessa de recompensa, encontre o cão e o entregue a Ana poderá,
ao tomar conhecimento dos avisos, exigir dela o pagamento do valor prometido.
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio,
dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e
às pessoas com que tratar.
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Requisitos:
a) desconhecimento da gestão pelo dono do negócio;
b) espontaneidade da intervenção (sem ajuste prévio);
c) negócio alheio;
d) atuação no interesse do dono (e não em seu próprio);
e) intervenção motivada por necessidade ou por utilidade, com a intenção de trazer proveito
para o dono;
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Diante do princípio da boa-fé objetiva, que valoriza o dever anexo de informação, deverá o
gestor de negócio, assim que lhe for possível, comunicar ao dono a sua atuação, aguardando a
resposta se dessa espera não resultar perigo (art. 864 do CC).
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Ratifica a atuação do gestor, concordando com ela,
convertendo-se a atuação em mandato (art. 869, CC)
Desaprovar a atuação do gestor, podendo pleitear perdas e
danos, havendo, em regra, responsabilidade subjetiva do
gestor (art. 874, CC).
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Art. 866. O gestor envidará toda sua diligência habitual na administração do negócio,
ressarcindo ao dono o prejuízo resultante de qualquer culpa na gestão.
Art. 867. Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas faltas do substituto, ainda
que seja pessoa idônea, sem prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela
possa caber.
Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua responsabilidade.
Gestão de negócios
Arts. 861 a 875 do CC
Art. 868. O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer operações arriscadas, ainda que o
dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses seus.
Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será obrigado a indenizar o gestor
das despesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos, que por motivo da gestão, houver
sofrido.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
XI EXAME DA OAB – QUESTÃO 38
Diante de chuva forte e inesperada, Márcio constatou a inundação parcial da residência de sua vizinha
Bianca, fato este que o levou a contratar serviços de chaveiro, bombeamento d’água e vigilância, de
modo a evitar maiores prejuízos materiais até a chegada de Bianca. Utilizando-se do quadro fático
fornecido pelo enunciado, assinale a afirmativa correta.
a) A falta de autorização expressa de Bianca a Márcio para a prática dos atos de preservação dos
bens autoriza aquela a exigir reparação civil deste.
b) Bianca não estará obrigada a adimplir os serviços contratados por Márcio, cabendo a este a
quitação dos contratados.
c) Se Márcio se fizer substituir por terceiro até a chegada de Bianca, promoverá a cessação de sua
responsabilidade transferindo-a ao terceiro substituto.
d) Os atos de solidariedade e espontaneidade de Márcio na proteção dos bens de Bianca são capazes
de gerar a responsabilidade desta em reembolsar as despesas necessárias efetivadas, acrescidas
de juros legais.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
Art. 876. CC. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir;
obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
VOLUNTARIEDADE E ERRO
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por
erro.
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
CIVIL. HONORÁRIOS DE ADVOGADO. QUEM PAGA MAL PAGA DUAS VEZES. Se o autor da ação,
vencido, paga a totalidade dos honorários de advogado a um dos réus, sem observar o julgado
que mandava dividi-los entre ambos, a execução de sentença deve prosseguir até que a
obrigação seja cumprida na sua integralidade. Agravo regimental não provido.
(STJ. AgRg no Ag 203835 / SP. 2º TURMA. Relator: Ministro ARI PARGENDLER. Julgamento:
19/11/1998).
Pagamento indevido
(Arts. 876 a 883 do CC);
Se recebeu de boa-fé ? Deve restituir, MAS, faz jus aos frutos, as benfeitorias necessária e úteis, podendo
levantar as voluptuárias.
Se recebeu de má fé? Deve restituir, MAS, faz jus apenas as benfeitorias necessárias, excluídos os frutos, e
as benfeitorias úteis e voluptuárias + perdas e danos.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral,
ou proibido por lei.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz.
Enriquecimento sem causa
(Arts. 884 a 886 do CC)
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é
obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na
época em que foi exigido.
Subclassificação:
a) Obrigação de dar coisa certa (obrigação específica)
b) Obrigação de dar coisa incerta (obrigação genérica)
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
Conceito: O devedor se obriga a dar uma coisa individualizada, móvel ou imóvel, cujas
características foram acertadas pelas partes, geralmente em um instrumento negocial.
Art. 313. CC. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
PERDENDO-SE A COISA SEM CULPA DO DEVEDOR?
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes;
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos.
Conceito: o devedor tem o dever de devolver coisa que não lhe pertence.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR PERDE A COISA (SEM CULPA)
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus
direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR DETERIORA A COISA (SEM CULPA)
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art.
239.
Obrigação de dar coisa certa
Arts. 233 a 242, CC
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA – DEVEDOR DETERIORA A COISA (COM CULPA)
Art. 240. (...) se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Exigir o valor equivalente á coisa + perdas e danos
Conceito: é a obrigação que tem por objeto uma coisa indeterminada (mas determinável), pelo
menos inicialmente, sendo ela somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma
indicação posterior quanto à sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior,
nem será obrigado a prestar a melhor.
Após a escolha feita pelo devedor, e tendo sido cientificado o credor, a obrigação genérica é
convertida em obrigação específica (art. 245 do CC).
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda
que por força maior ou caso fortuito.
O gênero nunca perece.
Subclassificação:
a) Obrigação de fazer fungível
b) Obrigação de fazer infungível (personalíssima)
Obrigação de fazer
Art. 247 a 249, CC
OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGÍVEL
Natureza personalíssima ou intuitu personae
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a
ele só imposta, ou só por ele exequível.
Obrigação de fazer
Art. 247 a 249, CC
Impossibilidade de cumprir a obrigação de fazer
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à
custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Descumprimento de Obrigação de
Fazer
Tutela específica + perdas e danos
(até a efetivação da tutela)
** Vedação a obrigações de não fazer que violem princípios de ordem pública e vulnerem
garantias fundamentais. Ex. não casar; não transitar por determinada rua, etc.
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Art. 390.CC Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que
executou o ato de que se devia abster.
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Origem:
a) obrigação de não fazer de origem legal: ex. arts. 1.301 e 1.303 do CC.
b) obrigação de não fazer de origem convencional: ex. contrato de sigilo industrial
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Inadimplemento SEM CULPA do devedor (descumprimento fortuito)?
Extingue-se a obrigação sem perdas e danos.
Art. 250.CC. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Ex. sujeito se comprometeu a não construir um muro em seu imóvel, a fim de não prejudicar a
vista panorâmica do vizinho, mas, em razão de determinação do Poder Público, que modificou a
estrutura urbanística municipal, viu-se forçado a realizar a obra que se comprometeu a não
realizar.
Obrigação de não fazer
Arts.250 e 251,CC
Inadimplemento POR CULPA do devedor (descumprimento culposo)?
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Art. 823.CPC. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande
desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e
danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia
certa.
Classificação das Obrigações quanto à presença de
elementos obrigacionais
Das obrigações compostas objetivas
MULTIPLICIDADE DE OBJETOS (PRESTAÇÕES)
a) Obrigação composta objetiva cumulativa ou conjuntiva
b) Obrigação composta objetiva alternativa ou disjuntiva (arts. 252 a 256, CC)
Obrigação composta objetiva
CUMULATIVA
Conceito: aquela na qual o sujeito passivo deve cumprir todas as pretensões previstas, sob pena
de inadimplemento total ou parcial.
Natureza aditiva – “e”
Ex. Contrato de locação do imóvel urbano (arts. 22 e 23 da Lei 8.245/1991).
** Não está prevista no Código Civil, mas é admitida pela doutrina e jurisprudência.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Conceito: aquela em que havendo duas prestações, o devedor se desonera totalmente
satisfazendo apenas uma delas.
Objeto determinável, cabendo uma escolha, que no silêncio cabe ao devedor (art.252,CC).
Natureza disjuntiva – “ou”.
Prestações excludentes entre si
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
≠ obrigação de dar coisa incerta:
a)Obrigação de dar coisa certa é uma obrigação simples
b)Obrigação alternativa pode ter prestações de naturezas diversas (dar/fazer/não fazer)
A obrigação alternativa é obrigação única, com prestação várias, realizando-se, pela escolha,
com força retroativa, a concentração numa delas e a consequente exigibilidade, como se fosse
simples desde a sua concepção (Gonçalves, 2018).
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se
estipulou.
Aplica-se o princípio do meio-termo ou qualidade média? Não. O optante pode escolher livremente
entre as prestações prevista como opções.
** Obs. Se a escolha for entre duas obrigações de dar coisa incerta (ex. você tem que dá dez sacas de
milho ou dez sacas de café), no momento da individualização da obrigação de dar coisa incerta incide
o princípio do meio-termo.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas (ex. mensais, quinzenais, etc.), a
faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
Art. 252.CC.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o
juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao
juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Obrigação composta objetiva
ALTERNATIVA
REDUÇÃO DO OBJETO OBRIGACIONAL
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 800.CPC. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será
citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não
lhe foi determinado em lei ou em contrato.
§ 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado.
§ 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la.
Obrigação FACULTATIVA
Conceito: na obrigação facultativa há um único objeto (prestação), e o devedor tem a faculdade
de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente.
Obrigação SIMPLES
Obrigação facultativa ≠ Obrigações alternativas
O credor não pode exigir que o devedor escolha uma ou outra prestação, sendo uma faculdade
exclusiva deste, ou seja, só o devedor escolhe.
Obrigação FACULTATIVA
Se a prestação inicialmente prevista se impossibilitar sem culpa do devedor, a obrigação
extingue-se, não tendo o credor o direito de exigir a prestação subsidiária.
Se houver culpa do devedor, o credor poderá exigir o equivalente da obrigação inicial (e não da
subsidiária) + perdas e danos.
Obrigação FACULTATIVA
Vista a obrigação facultativa pelo prisma do credor, que pode, tão somente, exigir o objeto da
prestação obrigatória, seria ela simples (um único objeto sendo exigido por um único credor de
um único devedor).
Observada pelo ângulo do devedor, que pode optar entre a prestação do objeto principal ou do
facultativo, mostra-se ela como uma obrigação alternativa sui generis.
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
SOLIDARIEDADE PASSIVA
DEVEDOR 2
OBJETO PRESTAÇÃO CREDOR
R$ 3.000,00
DEVEDOR 3
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
SOLIDARIEDADE ATIVA CREDOR 1
CREDOR 2
CREDOR 3
Obrigações solidárias DEVEDOR 1
(Art.264 a 266)
CREDOR 1
SOLIDARIEDADE MISTA
DEVEDOR 2 CREDOR 2
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
DEVEDOR 3 CREDOR 3
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
Características da obrigação solidária:
**multiplicidade de vínculos:
a) Vínculo interno
b) Vínculo externo
Obrigações solidárias
(Art.264 a 266)
FONTES DA SOLIDARIEDADE:
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
a) obrigação solidária pura ou simples – é aquela que não contém condição, termo ou encargo;
b) obrigação solidária condicional – é aquela cujos efeitos estão subordinados a um evento
futuro e incerto (condição); ex. “Te darei um carro quando passar na faculdade”.
c) obrigação solidária a termo – é aquela cujos efeitos estão subordinados a evento futuro e
certo (termo); ex. “Te darei um carro daqui a 30 dias”,
• Enquanto pendente condição suspensiva estipulada para um dos devedores, o credor
não pode acioná-lo.
• O devedor solidário puro e simples. somente poderá reclamar o reembolso do
codevedor condicional se ocorrer a condição.
• Se a condição se frustrar, o devedor será totalmente excluído da obrigação solidária,
reputando-se nunca ter havido obrigação relativamente a esse corréu.
Vínculo 2:simples
OBJETO
PRESTAÇÃO
CREDOR R$ 3.000,00
Da obrigação solidária ativa Arts. 267 a 274,
CC
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro.
Ex. conta bancária conjunta – cada um dos titulares (credores) está autorizado a sacar,
individualmente, todo numerário depositado, sem que o banco (devedor) possa recusar-se.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer
daqueles poderá este pagar.
** Proposta a ação judicial: prevenção judicial – a satisfação deve ocorrer em relação aquele que
promoveu a ação.
Se fizer ao outro credor? Quem paga errado, paga duas vezes!
SOLIDARIEDADE ATIVA
CREDOR 1
CREDOR 2
CREDOR 3
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
montante do que foi pago.
DEVEDOR
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Refração do crédito
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só
terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
DEVEDOR
R$ 500,00
R$ 500,00
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá
direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível.
PRESTAÇÃO
CAVALO PARA
REPRODUÇÃO
DEVEDOR
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os
efeitos, a solidariedade.
PRESTAÇÃO
CAVALO PARA
REPRODUÇÃO
DEVEDOR
DEVEDOR
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais
oponíveis aos outros.
DEVEDOR
OBJETO
PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
No caso do art. 273, CC, o devedor é obrigado a pagar a prestação INTEGRAL, podendo
posteriormente buscar ressarcimento do cocredor contra quem a exceção pessoal foi
acolhida;
E o credor que receber a integralidade, tem que repassar a quota-parte dos demais
credores (inclusive daquele contra quem opera a exceção)
DEVEDOR
OBJETO
PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Da obrigação solidária ativa
Arts. 267 a 274, CC
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha
direito de invocar em relação a qualquer deles.
Questão
01. A solidariedade ativa no Novo Código Civil Brasileiro é aquela em que há pluralidade de
credores, podendo referidos credores receberem o pagamento integral da obrigação.
Considerando esta assertiva marque a opção INCORRETA.
DEVEDOR 2
CREDOR
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
DEVEDOR 3
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros,
nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for
indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.
DEVEDORES
CREDOR
DEVEDORES
OBJETO
CREDOR PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
Pagamento parcial
R$ 1.000,00
DEVEDOR 1 Remissão
R$ 2.000,00 – SUBSISTE SOLIDARIEDADE
CREDOR
DEVEDOR 2
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
DEVEDOR 3
Obrigações solidárias passivas
(Art.275 a 285 CC)
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento
destes.
Ex. :
Fiador – Devedor Principal
Art. 831.CC. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos
direitos do credor
DEVEDOR 1
CREDOR 1
Obrigações
solidárias
mistas
DEVEDOR 2 CREDOR 2
OBJETO PRESTAÇÃO
R$ 3.000,00
DEVEDOR 3 CREDOR 3
Questão
Ano: 2017 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2017 - MPE-PR - Promotor Substituto
Acerca da solidariedade passiva, assinale a alternativa incorreta:
a)A remissão obtida por um dos devedores não aproveita aos outros devedores, senão até a
concorrência da quantia paga ou relevada.
b)Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o
encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
c)Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
d)Importa renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos
devedores.
e)Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela
para com aquele que pagar.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E
INDIVISÍVEIS
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Critério de definição: perda ou deterioração das qualidades essenciais a prestação.
Obrigação divisível - é aquela que pode ser cumprida de forma fracionada, ou seja, em partes,
sem perder qualidades essenciais.
Ex. 120 sacas de soja. Cada devedor fica obrigado a entregar 40 sacas.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
determinante do negócio jurídico.
Indivisibilidade:
a) Natural. Ex. cachorro;
b) Legal. Ex. pensão alimentícia (3 meses);
c) Convencional. Ex. pagamento integral pactuado em contrato.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um
será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão
REMISSÃO
A D
R$ 10.000,00
DEVEDOR
B
PRESTAÇÃO:
TOURO REPRODUTOR
C (AVALIADO EM 30 MIL
REAIS)
CREDORES
Obrigações divisíveis e indivisíveis
(arts. 257 a 263, CC)