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Fichamento - ‘’Fundamentação da metafísica dos costumes’’ (Kant)

Antes de tudo, pontua-se que, no Prefácio do livro ‘’Fundamentação da


metafísica dos costumes’’ , Kant resgata, inicialmente, determinados elementos da
filosofia grega, sendo estes a Ética, a Lógica e a Física. Além disso, diferencia
conceitos da filosofia, classificando-a como formal e material. A formal corresponde
à Lógica, enquanto a material é subdividida pelo filósofo em leis da natureza, ou a
Física, e leis da liberdade, ou a Ética. Em suma, Kant considera que a Filosofia
natural está relacionada às leis da natureza, enquanto que a Filosofia moral está
relacionada à vontade do ser humano, enquanto influenciado por aquelas leis, ou
seja “o dever ser”.

O que escreve Kant sobre a utilidade?

Kant considera a moderação nas emoções e paixões como uma qualidade,


mas afirma que a moderação nessas emoções não implica necessariamente em
boa vontade pessoal. Tal boa vontade, por sua vez, não é apenas boa vontade nos
meios para um fim, mas boa vontade aqui deve significar que o próprio ato de boa
vontade é bom. Portanto, na visão do autor, analisar se a vontade em questão é boa
requer considerar seus motivos, observando se a ação foi motivada por dever ou
interesse próprio. Para Kant, a boa vontade não é boa pelo que promove ou
alcança, mas para a vontade totalmente não afetada por sua utilidade, uma ação
não precisa ser útil para ser boa. Essa vontade, por sua vez, deve ser entendida
como expressão da própria lei, realizada apenas em seres racionais, e motivada por
obrigações que incluem a noção de boa vontade. Com isso, o autor expressa que a
bondade não deve ser exercida por mera inclinação ao bem, mas sim por dever.
Nota-se, ainda, que de acordo com a perspectiva do filósofo, a razão, sob a
influência dos instintos naturais do homem, é incapaz de sustentar e satisfazer suas
necessidades e, portanto, incapaz de orientar sua vontade com precisão e
segurança no que diz respeito aos fins e à satisfação das necessidades. Mas se a
razão é vista como uma capacidade prática, a capacidade de agir sobre a vontade,
então seu propósito real é produzir boa vontade em si. Desse modo, a razão é
necessária para produzir o bem, e este deve ser o bem supremo.
No entanto, como pode ser observado no pensamento utilitário, os humanos
são fins em si mesmos, não meios instrumentais. Nesse sentido, para um utilitarista,
matar apenas um dói menos. Porque os outros 5 estão em menor número,
significando uma perda maior. Kant, por outro lado, desafia essa noção e estabelece
a ideia de que cada indivíduo tem valor intrínseco e não deve ser tratado como mero
objeto.

Aquele que, apesar de desejar a própria morte, não retira a própria vida por
dever segue a Lei Moral kantiana?
Kant pontua que, para desenvolver a boa vontade sem intenções dignas,
devemos confrontar o conceito de dever, que inclui o conceito de boa vontade.
Nesse contexto, proteger a própria vida é um dever ao qual as pessoas estão
diretamente vinculadas. Mas os homens salvam suas vidas por dever, não por
dever. Seus aforismos têm um conteúdo moral se uma pessoa quer a morte, mas
não a ama, sustenta a vida por dever, não por propensão ou medo. Meu
entendimento de Kant é que quem vive a vida para amar não o faz por verdadeiros
valores morais, mas quem faz o bem para se sentir feliz o faz por verdadeiros
valores morais. Mas quem continua a viver e até quer morrer sem o amor à vida, e
quem faz boas ações sem nelas encontrar alegria, terá seu verdadeiro valor moral.
O maior valor moral é fazer o bem por dever, não por bem intenções. Faça o bem
fora do trabalho. Entre essas obrigações do indivíduo está a obrigação de preservar
a própria vida, e essa obrigação continua mesmo que o indivíduo deseje morrer.

O que escreve Kant sobre promessas mentirosas?


Kant afirma que o possível emissário da falsa promessa deve se questionar se
ele desejaria que a sua máxima, ou seja, prometer falsamente para evitar alguma
situação, se tornasse uma lei universal. Desse modo, considerando que um
indivíduo não iria querer esse tipo de lei universal, este conclui que promessas
mentirosas não deveriam ser feitas.

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