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A memória não é um fenômeno unitário, pois compreende várias subdivisões, as quais são

processadas por sistemas neurais específicos. A memória de trabalho, ou memória


operacional, é uma memória transitória, on line, onde são armazenadas e processadas as
informações necessárias ao desempenho de uma tarefa que requer a consciência. Podemos
identificar como componentes da memória de trabalho uma memória sensorial, um sistema de
repetição e também um mecanismo de ativação dos registros armazenados de forma mais
permanente no cérebro.
O funcionamento da memória de trabalho depende da coordenação executada, principalmente
pela região pré-frontal do córtex cerebral. Essa região se ocupa também da memória
prospectiva, o “lembrar de lembrar”.
É importante exercer controle sobre a quantidade e a qualidade da informação que queremos ou
devemos processar. No ambiente de estudo, fazem diferença a criação de uma rotina e a
utilização de locais com poucos estímulos distraidores. Lembrar, contudo, que o cérebro estará
disposto a processar o que percebe como significante e gratificante.
O descanso e a higiene mental podem ajudar a manter a memória de trabalho menos
sobrecarregada e pronta a processar as informações importantes.

RESUMO
As funções executivas podem ser conceituadas como o conjunto de habilidades e capacidades
que permitem executar as ações necessárias para atingir um objetivo. Elas incluem o
estabelecimento de metas, a elaboração de uma estratégia comportamental, o monitoramento
das ações adequadas e o respeito às normas sociais.
As funções executivas são coordenadas pelo córtex pré-frontal. A região dorsolateral é
responsável pelo planejamento e a flexibilização do comportamento; a região medial pelas
atividades de auto- monitoramento e da correção de erros; a região orbitofrontal se encarrega da
avaliação dos riscos envolvidos em determinadas ações e da inibição de respostas inapropriadas.
O córtex pré-frontal tem um amadurecimento lento, que se prolonga até a adolescência.
Paralelamente, existe um processo de desenvolvimento das funções executivas, cujo
amadurecimento progressivo caracteriza muitos estágios identificados no desenvolvimento
infantil.
É importante impulsionar o desenvolvimento das funções executivas por meio do ensino de
estratégias que o favoreçam. Elas devem estar voltadas para que os estudantes aprendam a
planejar suas atividades, sendo capazes de estabelecer metas dentro de uma perspectiva
temporal. Pretende-se que eles saibam não só buscar a informação utilizando os recursos
existentes, mas que saibam, também, identificar as questões relevantes, fazendo inferências e
generalizações. Devem ser capazes de identificar erros, a discrepância e a ausência de lógica,
estando aptos a identificar e corrigir os próprios lapsos nas diversas matérias acadêmicas.
O mundo moderno é muito diferente daquele em que nosso cérebro evoluiu. Hoje, nem sempre
há um ambiente estruturado de forma adequada para o desenvolvimento das funções executivas.
Esse é um problema que deveria ser levado em conta se quisermos real- mente educar nossos
jovens para uma vida útil e feliz.
As funções executivas podem ser consideradas um conjunto de processos cognitivos que, de
forma integrada, permitem ao indivíduo direcionar comportamentos a metas, avaliar a eficiência
e a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais
eficientes e, desse modo, resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo.
Participam desse processo diferentes habilidades cognitivas, como atenção seletiva, integração e
manipulação de informações relevantes na memória de trabalho, controle de impulsos,
planejamento, intenção, efetivação das ações, flexibilidade cognitiva e comportamental e
monitoramento das atitudes atuando integralmente, para soluções de novos problemas na
medida em que permite ao sujeito atuar desde na formulação de um plano de ação até no ajuste
de tal comportamento, tornando-o adaptativo.
Em termos ontogenéticos, as funções executivas atingem sua maturidade mais tarde em
comparação às demais funções cognitivas. Após sua maturação no fim da adolescência, passam
por um período de relativa estabilidade durante a vida adulta, tendendo a diminuir sua eficiência
de forma natural ao longo do processo de envelhecimento. O desenvolvimento inicial das
funções executivas é de grande importância para a adaptação social, ocupacional e mesmo para
a saúde mental em etapas posteriores da vida. a despeito das associações entre o córtex pré-
frontal e as funções cognitivas complexas, atualmente, é mais correto classificar tais funções
como resultantes da atividade distribuída entre diferentes regiões e circuitos neuronais.
Admite-se que existam pelo menos três circuitos neuronais distintos em diferentes regiões do
córtex pré-frontal: dorsolaterial, medial e orbitofrontal. A região dorsolateral está relacionada ao
planejamento do comportamento e à flexibilização das ações em andamento; já a região medial
se relaciona às atividades de automonitoramento, de correção dos erros e de atenção; e, por
último, a região orbitofrontal é responsável pela avaliação dos riscos envolvidos em
determinadas ações e também por inibir respostas inapropriadas.
Sabemos que, na visão do educador, o aprendizado é um processo contínuo e sequencial do
desenvolvimento, cuja característica principal é a aquisição de informações – desde as mais
elementares até as mais complexas. Na maioria das vezes, as atividades escolares são focadas na
memorização, no raciocínio lógico e na expectativa ou crença de que o estudante comum
desenvolverá por conta própria a capacidade de planejar seu tempo, priorizar informações,
monitorar seu progresso e refletir sobre seu trabalho. tornando-se necessário o ensino de
estratégias que os ajudem em uma real aprendizagem.
Começando nas primeiras séries, os estudantes já são obrigados a organizar e integrar a
informação de maneira ágil, além de assumir mais responsabilidade por sua própria
aprendizagem. Diante dessa necessidade, torna-se cada vez mais importante aos educadores o
ensino de estratégias que abordem os processos das funções executivas de forma sistemática, a
fim de ajudar os alunos na compreensão de como eles pensam e aprendem. Embora não haja
consenso de quais são as melhores práticas para o desenvolvimento de tais estratégias, sabe-se
que a melhor maneira de ensiná-las é incorporando-as ao currículo de forma estruturada e
sistemática, explicando como, quando e por que utilizá-las.
Definir metas refere-se à capacidade do aluno para identificar um objetivo para suas ações com
base no conhecimento de suas forças e fraquezas e em uma visão clara do resultado final
desejado. O autoconhecimento (entendimento do motivo pelo qual se está pensando ou fazendo
algo) e a autocompreensão (entendimento de suas próprias emoções) são processos
metacognitivos fundamentais para a definição de metas. Muitos alunos com dificuldades de
aprendizagem e de atenção demonstram dificuldades de autoconhecimento e de utilização de
estratégias para promover essa aprendizagem.
Compreender o contexto, bem como a capacidade de ver o todo, são fatores relevantes que
ajudam os alunos a estabelecer e planejar metas. Quando estão focados apenas em seguir de
uma etapa para outra, muitas vezes, os alunos não pensam no objetivo geral da tarefa.
Outra habilidade relacionada é a capacidade de prever a etapa final de um processo. Quando
conseguem fazer isso, os alunos podem estabelecer um objetivo claro e bem definido que os
ajude a concentrar seus esforços e organizar seus recursos cognitivos de maneira mais eficiente.
Para que os alunos se envolvam ativamente com uma tarefa, é importante que a valorizem.
Desse modo, é preciso definir metas significativas e motivadoras. Os alunos precisam de
instruções focadas em metas específicas, desafiadoras e de curto prazo. É importante ter em
mente que a execução de metas de curto prazo (i.e., que serão realizadas em um futuro próximo)
é mais efetiva do que a de metas de longo prazo, pois fornece incentivos imediatos. Embora seja
fundamental definir metas cada vez mais desafiadoras, a fim de que os estudantes evoluam, os
educadores precisam tomar cuidado para que sejam compatíveis com a capacidade de cada
aluno, bem como com sua tolerância ao estresse.
Planejar e priorizar são capacidades essenciais para o sucesso escolar e envolvem,
principalmente, a administração do tempo. Para desenvolvê-las, são necessários: o
conhecimento exato do prazo para a realização da tarefa, o conhecimento da própria tarefa, a
priorização e o monitoramento do progresso.
Para o conhecimento da tarefa, a primeira etapa é dividir o projeto em pequenas partes, a fim de
realizá-las passo a passo. Dividir uma tarefa em etapas menores e sequenciais aumenta muito a
probabilidade de concluí-la, mesmo sendo uma tarefa desconhecida. Em seguida, é importante
prever com precisão o tempo que será necessário para completar cada parte. A etapa seguinte
talvez seja a mais importante: incorporar o monitoramento do progresso (feedback), o que serve
para criar uma estimativa mais precisa do que está sendo feito, além de ser fundamental para
melhorar as decisões futuras.
Para priorizar tarefas, o estudante deverá aprender a classificá-las em três diferentes categorias:
obrigação, aspiração e negociação. Essa classificação deve ser feita a partir dos critérios:
importância, tempo estimado para o desenvolvimento e papel que desempenhará em sua vida. A
tarefa obrigatória deve ser sempre realizada em primeiro lugar, seguida por tarefas da categoria
aspiração. A fim de garantir a precisão do tempo, o processo de categorização de atividades
deve envolver a atuação de várias pessoas, entre elas pais e educadores.
Monitorar o progresso talvez seja a habilidade mais importante sob a demanda da gestão do
tempo. Estudantes que monitoram seu progresso devem se envolver em mais estratégias, como
reorganizar horários, identificar comportamentos ineficientes, delegando ou excluindo-se de
responsabilidades com base no desenvolvimento de suas ações. O aluno que tem bom
conhecimento sobre tempo de trabalho, familiaridade com a tarefa em questão e capacidade
para determinar a importância de concluir a atividade dentro do prazo deve ser capaz de se
adaptar a imprevistos e reorganizar seus horários.
Os resultados negativos de uma programação exagerada incluem respostas emocionais, tais
como frustração ou decepção, e respostas comportamentais, como exaustão, confusão e
explosões de raiva. Para amenizar situações de sobrecarga, os alunos devem ser orientados a
identificar tarefas que podem ser delegadas e outras que podem ser postergadas ou
simplesmente excluídas. A maioria dos educadores descobriu que há uma forte correlação entre
o trabalho incompleto ou mal executado e a quantidade de tempo que o estudante disponibiliza
para sua realização. Os alunos capazes de refletir sobre como suas estratégias para organizar e
priorizar o tempo afetam seus resultados saem-se melhor no uso eficaz de estratégias de gestão
de tempo.
A fim de organizar o material escolar, as informações e as ideias para uma maior independência
no ambiente acadêmico, os alunos precisam adquirir as capacidades de: compreender a estrutura
atual do ambiente de aprendizagem e interpretar as expectativas em relação às tarefas; ordenar e
classificar as informações a partir do concreto para o nível conceitual; selecionar e utilizar
estratégias de organização adequadas; e refletir sobre a eficácia dessas estratégias.
Para se tornarem organizadores bem-sucedidos na escola, os alunos devem, em primeiro lugar,
conhecer como seu ambiente de aprendizagem está estruturado. quanto mais oportunidades
explícitas houver para os alunos desenvolverem esquemas para a organização de sua
aprendizagem, mais eles serão capazes de alocar recursos cognitivos necessários para que se
envolvam nas lições apresentadas.
É muito importante que o estudante seja capaz de selecionar e classificar as informações de
maneira concreta, conceitual e abstrata. Assim, como os alunos podem ter preferências por uma
modalidade sensorial em detrimento de outra (p. ex., visual, auditiva ou tátil), também podem
mostrar diferentes estilos de categorização. Entretanto, devem ser estimulados à flexibilidade
entre o conceito geral e os detalhes relevantes das novas informações. Sabe-se que o sucesso na
área acadêmica muitas vezes está diretamente ligado a estratégias de estudo eficientes. No
âmbito organizacional, os alunos devem ter uma variedade de estratégias a sua disposição e
saber onde, quando e como usá-las. Os alunos devem desenvolver um repertório de estratégias
de organização, aprendendo e praticando várias dessas estratégias. Aos poucos, eles passam a
entender o que funciona melhor em relação aos seus estilos de aprendizagem e às suas forças e
fraquezas individuais.
Não há uma estratégia organizacional única capaz de ser aplicada às múltiplas demandas que
precisam ser gerenciadas diariamente. Além disso, atualmente, diversos alunos chegam às salas
de aula com uma ampla variedade de habilidades intelectuais e físicas. Portanto, todos têm a
oportunidade de aprender e praticar diferentes estratégias que promovam a capacidade de
gerenciar a própria aprendizagem.
Os alunos precisam refletir sobre a eficácia das estratégias que escolheram. Ao fazer isso,
precisam aprender a selecionar a estratégia adequada para as demandas de cada tarefa específica
de seu repertório e saber como ajustar essas estratégias para torná-las úteis no futuro.
Modelos de ensino de estratégias para o desenvolvimento de funções executivas em sala de aula
sugerem que os educadores realizem a sequência de instruções das estratégias de memória. Em
primeiro lugar, é importante que os alunos compreendam cada estratégia, porque isso auxilia na
memória e na aplicação. Eles devem, então, ser ensinados objetivamente a como usar a
estratégia. A instrução objetiva e o modelo do educador são fundamentais. Por fim, os alunos
devem ser convidados a usar uma estratégia específica para a tarefa e, então, refletir sobre como
trabalharam.
Tais estratégias são baseadas em quatro abordagens básicas: atenção aos detalhes; repetição,
ensaio e revisão; dar um significado; e manipular as informações.
O papel da atenção é tão importante que alguns pesquisadores afirmam que, sem ela, não há
praticamente nenhuma memória. O processo de focar a atenção é especialmente importante para
uma memória de trabalho (working memory) eficiente. A capacidade do cérebro para fazer
conexões, reter informações e recuperá-las é reforçada, principalmente, pela atenção. Se a
informação não estiver marcada como importante ou relevante no cérebro, entrará na memória
de curto prazo e, em seguida, será descartada antes que possa ser processada na memória de
longo prazo. A capacidade de atenção faz informações, experiências ou processos destacarem-
se no cérebro; esse é o primeiro e vital passo para separar informações relevantes a partir de
outros estímulos sensoriais. O cérebro se beneficia de um sinal, seja externo, seja interno, para
solicitar concentração quando algo importante está chegando. Podem ser usadas pistas verbais –
tais como “Sua lição de casa para a noite é...” – ou pistas visuais – como cores ou letras
diferentes, sinal de perigo, cenas animadas e imagens surpreendentes –, o que contribui para a
capacidade de prestar atenção e, posteriormente, de memorização.
Sustentar a atenção necessária para o processamento da informação em sala de aula ou durante o
tempo de estudo é difícil para muitos estudantes. Ela pode ser facilmente desviada por fatores
externos, atividades ou ruídos nas imediações.
Todos os alunos, e em especial aqueles com dificuldades de aprendizagem, se beneficiariam
com o desenvolvimento de uma consciência mais ampla do papel que a atenção desempenha na
memória e com a aprendizagem de estratégias de função executiva para melhorar sua
capacidade de gerenciar e manter foco na tarefa.
As três estratégias importantes para a memória são repetição, ensaio e revisão. Para fixar uma
pequena quantidade de informações úteis na memória, é necessário repetir, ensaiar e analisar as
informações. O ensaio verbal de informações pode fornecer um estímulo auditivo, quando os
alunos ouvem eles próprios repetirem a informação. Copiar a matéria também pode ser útil. Os
efeitos combinados do foco visual da leitura e do exercício motor da escrita (ambas de
modalidades visuais e cinestésicas) são acionados, o que torna o ensaio mais eficaz. Também
podem ser enfatizados caminhos visuais; por exemplo, os alunos podem desenvolver imagens
visuais enquanto leem textos ou romances. A transferência de impressão para palavras e de
palavras para imagens exige que sejam criadas e ensaiadas conexões cognitivas, o que, portanto,
melhora a memória e a compreensão.
Dar significado à nova informação é uma ferramenta poderosa da memória. A base para o
conhecimento é importante para o aprendizado: proporciona associações cognitivas que tornam
mais fácil incorporar, compreender e recuperar a informação nova. Muitas vezes, compreender e
lembrar novas informações são, portanto, ações facilitadas pela comparação com algo familiar e
conhecido.
Pode-se dar significado adicional às informações que os alunos precisam aprender, ao se criar
associações intencionais ao conhecimento prévio do aluno ou ao usar associações verbais e
visuais, como acrônimos, acrósticos ou rimas, para torná-las significativas. Cronogramas, mapas
de informação e gráficos também ajudam a organizar informações e criar associações. Anexar
significado à informação por meio dessas estratégias cria um sistema mais complexo de
conexões ou caminhos cognitivos, o que melhora a capacidade do cérebro para localizar e
recuperar informações da memória de longo prazo, quando necessário.
A sala de aula deve proporcionar oportunidades para que os alunos usem os conhecimentos
adquiridos de forma flexível. Do mesmo modo, a flexibilidade cognitiva dos alunos melhora
quando eles têm a oportunidade de resolver problemas a partir de uma variedade de diferentes
perspectivas. Portanto, é importante incorporar estratégias para o ensino de flexibilidade
cognitiva em diferentes áreas do currículo e criar salas de aula e culturas escolares em que os
alunos utilizem estratégias que incentivam o pensamento flexível em todos os graus e áreas de
conteúdo ensinado.
Em sala de aula, a flexibilidade cognitiva é subjacente a um bom ensino, bem como à
aprendizagem bem-sucedida. Uma ampla variedade de métodos de instrução pode ser utilizada
para promover o pensamento flexível entre os domínios de conteúdo. A instrução pode focar
explicitamente na resolução de problemas e no pensamento crítico e um pensamento flexível
sobre como as soluções propostas poderiam levar a diferentes resultados em diferentes
circunstâncias. Além disso, pode incentivar uma discussão sobre aprendizagem colaborativa, a
fim de expor os estudantes a pontos de vista diferentes. Enquanto trabalham, os alunos podem
ser desafiados a abordar os problemas sob os pontos de vista de seus colegas, que podem variar
significativamente dos seus. Uma abordagem integrada para a aprendizagem incentiva.
As seguintes instruções podem ser usadas como uma estrutura organizacional para a
incorporação de estratégias de mudança no currículo: Introduzir e definir o conceito de mudança
de estratégias. Apresentar o modelo de mudança de estratégias e explicar o que é, quando e
como usá-lo. Fornecer oportunidades para a aprendizagem do aluno ativo. Reforçar a mudança
de estratégias, incorporando oportunidades para isso em sala de aula. Refletir sobre o uso de
estratégias específicas dos alunos.
Desafiar os alunos a ampliar o uso estratégias flexíveis para outras áreas e tarefas acadêmicas.
atividades de categorização de palavras e quebra-cabeças numéricos podem ajudar na prática de
abordagens flexíveis para a interpretação da linguagem e a manipulação de números. Piadas e
charadas ajudam no reconhecimento de que ambiguidades na língua afetam o significado e de
que procurar por pistas no contexto é uma estratégia de leitura importante para melhorar a
compreensão.
É importante reconhecer que, muitas vezes, os alunos mostram uma variabilidade acentuada na
sua flexibilidade cognitiva, podendo ser flexíveis em algumas tarefas, mas não em outras. Por
exemplo, alguns podem ser flexíveis em tarefas estruturadas de raciocínio verbal ou não verbal,
mas podem ser inflexíveis em situações acadêmicas que exigem o uso integrado de ampla gama
de habilidades e estratégias. Os educadores, por sua vez, podem avaliar constantemente a
motivação dos alunos, o esforço, o uso da estratégia e a compreensão dos seus próprios perfis de
aprendizagem. A motivação e os processos emocionais influenciam a vontade de realizar
esforço extra, o que é necessário para usar estratégias de pensar e aprender de forma flexível.
As abordagens de automonitoramento mais eficazes envolvem a autoavaliação e
autorrecordação. Os alunos precisam conhecer as expectativas para aquela tarefa, bem como os
critérios e padrões pelos quais serão avaliados, para que possam comparar seus desempenhos
com tais padrões e gravar seus progressos pessoais em uma lista de checagem ou gráfico. Além
disso, precisam aprender que tipos de erros cometeram para verificar se há como reconhecer os
mais comuns e revisar seu trabalho para ser bem-sucedido.
Essa autoavaliação ajuda-os a monitorar visualmente seu desempenho, observando a frequência
de seus erros, e a assumir o controle sobre o processo de aprendizagem. O ensino sistemático de
estratégias de automonitoramento aos estudantes com dificuldades de aprendizagem pode
melhorar seu desempenho de forma significativa. Ambientes de sala de aula estruturados e
abordagens sistemáticas de estratégias de ensino podem aumentar a disposição para mudar
abordagens e se esforçar para usar estratégias de autoverificação. O ensino explícito, estruturado
e sistemático é fundamental para melhorar a compreensão dos estudantes sobre seus perfis de
aprendizagem e aumentar sua vontade de ir mais devagar e dispor do tempo necessário para
cumprir as exigências da tarefa e de sua própria produção. Essa rotina os ensina a ler e
compreender o problema, parafrasear, colocá-lo em suas próprias palavras, visualizá-lo, traçar
uma imagem ou fazer uma imagem mental, definir um plano para resolvê-lo, estimar a resposta,
calcular e checar a solução.
Os alunos também precisam ser ensinados sobre as estratégias de autorregulação necessárias
para a resolução efetiva de problemas de matemática, o que inclui dar instruções, questionar
sobre como seguir os passos de resolução e monitorar seu desempenho. Frequentemente, os
estudantes se sentem oprimidos pelo enorme volume de informações que são obrigados a
aprender e pelas muitas habilidades de que necessitam para coordenar simultaneamente as
informações.
Os educadores podem continuamente ajudá-los a priorizar, organizar e reorganizar informações
complexas, de modo que as estratégias de função executiva dos estudantes podem manter o
funil desobstruído, e eles podem obter o grande volume de informação que flui através dele.
Também é possível ajudar os alunos a visualizar as mudanças que precisam fazer entre as
principais ideias e detalhes usando analogias.

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