Você está na página 1de 9

A IMAGINAÇÃO EDUCADA

I CAPÍTULO. O MOTIVO DA METÁFORA

https://www.fnac.pt/mp10498951/A-Imaginacao-Educada

VIRNA SALGADO BARRA


• Herman Northrop Frye (1912-1991). 78 anos.
• Canadense de Sherbrooke, Quebec.
• Escritor, filósofo, teólogo, pedagogo, clérigo, poeta, crítico literário.
• Educado na Universidade de Toronto: Filosofia e Teologia.
• Ministro na Igreja Unida do Canadá em 1936.
• Merton College, Oxford: pós-graduações.
• Retornou ao Canadá em 1939 e lecionou no Victoria College (Universidade de Toronto).
• Northrop Frye
playing piano as a
student at Merton
College

https://digitalcollections.vicu.utoronto.ca/RS/pages/view.php?ref=9383&k=
“Liberdade nada tem a ver com falta de exercício: ela é
produto de exercício. Não se é livre para ir e vir a
menos que se tenha aprendido a andar, e não se é livre
para tocar piano a menos que se pratique.”

(FRYE, Northrop. A imaginação educada. Vide
Editorial, 2017, p. 128)
• Estudar um idioma sem estudar, em conjunto, a literatura criada a partir do mesmo, é um
ato incompleto;
• falar em literatura sem falar em imaginação, é algo praticamente impossível.
• É o que Northrop Frye defende neste livro: a literatura é fruto de uma imaginação
educada.
• Três níveis diferentes da linguagem:

1. A comum, do dia a dia, falada quase que de maneira automática.


2. A mais elaborada, pensada - a científica.
3. A linguagem da literatura, da imaginação, composta por μεταφορά.
4.
• De onde derivam dos mitos, trazendo à mesma essência clássica, porém em formas
distintas, atualizadas.
• Poesia metáfora: é composta por palavras que se encaixam, diferente da prosa, que,
em romances, buscam um sentido para os diversos conflitos da humanidade.
• A diferença entre a ciência e a literatura. Apesar de existir semelhanças entre ambas.
• Literatura: é um processo que deriva da imaginação, não do mundo real, concreto.
• Ciência: fala sobre o que existe, não sobre um mundo imaginário, um mundo que
gostaríamos que existisse.

“A meu ver, não se deveria apressar juízos de valor em literatura. Pouco vai ajudar o estudante
dizer-lhe que A é melhor do que B, e menos ainda se no momento ele prefere B.” p. 100

Øo que é literatura;
Øo motivo de ensiná-la;
Øcomo se deve ensinar;
Øe qual é o valor dela para a sociedade.
• A Imaginação Educada inicia com o capítulo “O Motivo da Metáfora”.
• Discorre sobre o nascimento da literatura versando sobre um náufrago que estando solitário,
em uma ilha, apresenta duas reações:

1. Curiosidade em descobrir o mundo que está a sua volta.
2. Desperta alguns sentimentos que se manifestam diante do que descobre a sua volta.

• Comparação entre arte e ciência: imaginação X realidade.


• A ciência está ligada a razão e ao mundo empírico, tendo como objetivo descrever o mundo
exterior, sem emoção.
• Já a arte tem como função, em primeiro lugar, expressar emoções.
• Esses sentimentos dão lugar ao gosto que desperta dois pensamentos:
1. O que se quer;
2. e o que poderia ser de outra forma.

• Esse simples, e natural, impulso de pensar faz-nos criar, pela imaginação, o mundo que
queremos e o que, já estando nele, poderia ser diferente.
• Pode-se concluir que o descontentamento impulsiona nossa imaginação, fazendo-a criar
algo que nos agradará, ou seja, o que poderia ser e não o que é.
• Mas antes é preciso imaginar. E imaginando o que gostaríamos é que nasce a literatura.
“Quanto maior a nossa exposição a crueldades pela ótica da literatura, menor a nossa chance de encontrar
nelas um prazer secreto.” p. 88

• De forma muito simples e precisa, Northrop Frye expõe suas ideias sobre literatura,
imaginação e linguagem.
• A linguagem da literatura é a única que se diferencia das demais (da científica e a do senso
comum).
• A literatura trabalha com a imaginação, criando um mundo que, apesar de representar
problemas reais, não existe, um mundo ideal que só existe na imaginação de seu criador.
• E, posteriormente, na imaginação dos leitores.
• Frye recorre sempre às grandes obras de consagrados poetas e romancistas e enfatiza a
relevância do domínio da língua materna para a efetiva interação e troca de saberes.
• Tópica da pedagogia do imaginário: onde a imaginação mitológica é concebida como
κόσμος;
• e a natureza se homo symbolicus estar no mundo num registro de demiurgia e de canto.
• Se engaja em defesa do estudo da literatura, do ato de ler, falar e escrever, bem como, da
educação da imaginação;
• como forma de autoproteção do indivíduo e resistência às culturas de massa;
• educação que servirá para manutenção do homem na sociedade livre e que pode se tornar
base para (re) formular as críticas frente às relações sociais e reações emocionais.
• Apresenta a função social da literatura, defendendo que ela serve para mediar o mundo não
humano e a nossa necessidade de humanizá-lo:
• dar nome às coisas, intelecto e emoção, na relação entre o mundo em que vivemos e o
mundo que desejamos viver.
• Meio de expressão para os sentimentos que não conseguimos demonstrar.

• Até as grandes profundezas do que a mente humana é capaz de conceber; até aquilo que
corresponde aos conceitos religiosos de Céu.
• A imaginação não conseguiria operar em um mundo totalmente prático, pois haveria a
necessidade de elaboração das imagens e sentimentos.
• O desejo de voar produziu o avião, conduz a seguinte reflexão:
• por meio da literatura, nós podemos apreender e criar, capacidades intrínsecas às nossas
narrativas conscientes e inconscientes.
• O escritor imita muito a literatura a qual teve contato.
• Por isso, na criação poética, na imagística, o escritor absorve um aglomerado de mitos, o
folclore e narrativas bíblicas, por meio de uma nova indumentária;
• podendo se manifestar em meio a diversos gêneros: tragédia, comédia, sátira, romance,
entre muitos outros gêneros.


MUITO OBRIGADA!!!

Você também pode gostar