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Dulce José
Edicliton Paulo
Edmilson soquiço
Vanência Stella
Vânio Geraldo

Resumo: Austismo

Licenciatura em Física

Universidade Save
Massinga
2023
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Dulce José
Edicliton Paulo
Edmilson soquiço
Vanência Stella
Vânio Geraldo

Tema: Autismo

Licenciatura em Física

Trabalho de pesquisa referente à cadeira


Nessecidades Educativas Especiais a ser
apresentado à faculdade de ciências
naturais e exactas, para efeitos de
avaliação.

Docente: Prof.Dr. Guedes Michisso

Universidade Save
Massinga
2023
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Indice pag.

1.Introdução.......................................................................................................................................3

1.1.Contextualização..........................................................................................................................3

1.2.Objectivos:...................................................................................................................................3

1.2.1. Geral......................................................................................................................................3

1.2.2. Específicos............................................................................................................................3

2. Transtorno do Espectro Autista...................................................................................................4

2.1.Breve Histórico Sobre o Autismo................................................................................................4

2.2.Por que é chamado de Espectro Autista.......................................................................................4

2.3.Definição do Transtorno do Espectro Autista..............................................................................4

2.4.Características do Transtorno do Espectro Autista......................................................................5

2.5.Causas do Transtorno do Espectro Autista..................................................................................6

2.6.Sinais e sintomas do Transtorno do Espectro Autista..................................................................6

2.8.Classificação do Transtorno do Espectro Autista......................................................................10

2.9.Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista........................................................................11

2.9.1. Intervenção do Transtorno do Espectro Autista.................................................................12

2.9.2. Análise de Comportamento Aplicada (ABA).....................................................................12

2.9.3. Modelo Denver de Intervenção Precoce.............................................................................13

2.9.4. Modelo Teacch...................................................................................................................13

3. Conclusão...................................................................................................................................14

4. Referencias Bibliográficas.........................................................................................................15
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Resumo

A nomenclatura atual é “Transtorno do Espectro do Autismo” (TEA), por ser um conjunto de


comportamentos que afeta cada indivíduo de modo e grau diferente, com uma ampla variedade.
As pessoas com autismo não apresentam um aspecto físico diferente; percebemos as alterações
através do seu comportamento. Sabe-se que a genética e fatores ambientais, como complicações
no parto ou no período neonatal, desempenham um papel chave nas causas do transtorno. O
universo autista é o mesmo de todas as pessoas; porém, como eles sentem e interagem de uma
forma diferente, devido à sensibilidade alterada, muitas vezes se isolam socialmente, dando essa
impressão de viver em outro mundo. O diagnóstico do autismo é clínico, através da observação
direta do paciente, coleta de informações com pais ou responsáveis e a aplicação de escalas,
questionários e protocolos padronizados de observação do comportamento.

Palavras-Chaves: Transtorno do Espectro do Autismo, diagnostico, intervenção.


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1.Introdução
1.1. Contextualização

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se por uma junção heterogênea de


distúrbios da socialização, apesar de ainda não ter uma causa definida. Sabe-se que o autismo
possui um início precoce atingindo múltiplas áreas do desenvolvimento e curso crônico. O
prejuízo nas interações sociais inclui déficit no uso de formas não-verbais de comunicação e
interação social; não desenvolvimento de relacionamentos com colegas; ausência de
comportamentos que indiquem compartilhamento de experiências e de comunicação (Ex.:
habilidade de “atenção compartilhada” mostrando, trazendo ou apontando objetos de interesse
para outras pessoas); e falta de reciprocidade social ou emocional. Entre os transtornos do
desenvolvimento, o TEA é tido como um dos mais frequentes. Vale ressaltar que o autismo afeta,
não só a criança, como também pais, cuidadores e todos de sua convivência.
1.2. Objectivos:

1.2.1. Geral
 Compreender o Diagnostico e Intervenção do Transtorno do Espectro Autista

1.2.2. Específicos
 Definir o Autismo
 Identificar as Intervenções do Transtorno do Espectro Autista
 Descrever o processo do Diagnostico do Transtorno do Espectro Autista
 Identificar as Causas e os Sinais do Transtorno do Espectro Autista
1.2.3. Metodologias
Para a elaboração e materialização do presente trabalho recorreu-se às consultas bibliográficas as
quais estão referenciadas na última página do mesmo. Como etapas começa-se pela mobilização
das obras, sua leitura crítica, elaboração do texto e correções finais do mesmo. Adota-se também o
método analítico para que o trabalho possa atingir seus objetivos, desenvolvendo um raciocínio
demonstrativo, partindo do exame de conceitos, estabelecer argumentos e conexões que conduzirão
a afirmações conclusivas a respeito do tema em pesquisa.
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2. Transtorno do Espectro Autista


2.1. Breve Histórico Sobre o Autismo

O termo autismo em 1906 foi usado pela primeira vez por Plouller enquanto estudava pacientes
com demência, cinco anos depois o psiquiatra suíço Eugen Bleuler trouxe esse termo para
descrever um dos sintomas do conjunto relacionado à esquizofrenia. Motivado pela informação
de que é raro a manifestação da esquizofrenia na primeira infância, outros estudos surgiram para
entender mais a fundo essa questão (Bautista, 1997).

O primeiro desses estudos a ser publicado foi feito pelo Psiquiatra infantil, Leo Kanner em 1946,
que ao estudar as psicoses infantis na Johns Hopkins University localizada nos Estados Unidos,
chegou à conclusão de que o Autismo era um distúrbio com diagnóstico separado da
esquizofrenia. Apesar do autismo ter algumas semelhanças com a esquizofrenia, como:
estereotipias e comprometimento no relacionamento interpessoal, ele chegou à conclusão de que
o distinguia o autismo da esquizofrenia infantil era o fato de que os sintomas de risco apareciam
após o terceiro ano de vida na esquizofrenia infantil, enquanto no autismo eles já se
apresentavam desde o início da vida, e incluiu também a informação de que os autistas não
apresentavam pensamentos fantasiosos como visto na esquizofrenia (Bautista, 1997).

2.2. Por que é chamado de Espectro Autista


É chamado de Espectro Autista porque cada pessoa afetada apresenta uma ampla variedade de
sinais e sintomas, com diferentes níveis de gravidade. Entretanto, em todos os casos, há dois
impactos presentes, que formam a chamada díade do autismo: comunicação social e
comportamento repetitivo ou restrito.

2.3. Definição do Transtorno do Espectro Autista


O TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico que se caracteriza, principalmente,
pelo comprometimento da habilidade de comunicação e interação social, assim como por
comportamentos estereotipados e interesses repetitivos e/ou restritos (Whitman, 2015).
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E já nas palavras de Lebovic & Kestenerg (1985), o transtorno do espectro autista pode ser
definido como um conjunto de condições comportamentais caracterizadas por prejuízos no
desenvolvimento de habilidades sociais, da comunicação e da cognição da criança. O
aparecimento dos sintomas se dá nos primeiros anos de vida.

Autismo é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização
e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos
repetitivos) (Teixeira, 2016).

O Autismo na Perspectiva de Marques (1998), é uma deficiência mental específica, susceptível


de ser classificada nas perturbações perversoras do desenvolvimento, que afecta qualitativamente
as interacções sociais recíprocas, a comunicação verbal e não verbal, a actividade imaginativa e
expressa-se através de um repertório restrito de actividades e de interesses.”

2.4. Características do Transtorno do Espectro Autista


Segundo Teixeira (2016), uma das principais características do autismo é a dificuldade de
interação social, as características apresentadas por esses indivíduos são diversas, por isso o
nome “espectro” e o símbolo do transtorno ser um quebra-cabeças, devido a sua complexidade e
diversidade.

 Falta de contato visual;

 Não responder quando chamado pelo nome;

 Desenvolvimento tardio das habilidades de fala;

 Dificuldade em manter uma conversa;

 Repetição de frases ou palavras;


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 Dificuldade em compreender os sentimentos dos outros e expressar os seus;

 Comportamentos repetitivos ou incomuns

TEA tem uma prevalência em indivíduos do sexo masculino.

2.5. Causas do Transtorno do Espectro Autista

As causas desse transtorno de acordo com Pereira (2015), ainda são incertas, entretanto acredita-
se que as principais causas do TEA são fatores genéticos e ambientais. Sendo que a
hereditariedade é a responsável por cerca de 81% dos casos. Dentre os fatores ambientais,
destaca-se que o uso de determinados medicamentos durante a gestação e a idade avançada do
pai sejam fatores que influenciem no desenvolvimento do transtorno.

Fatores ambientais (de 1% a 3%) ainda controversos, que também podem estar associados como,
por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem
atualmente 1.031 genes (em abril/2022) já mapeados e sendo estudados como possíveis fatores
de risco para o transtorno (Whitman, 2015).
.

2.6. Sinais e sintomas do Transtorno do Espectro Autista

Os sinais e sintomas do TEA Segundo Pereira (2015), surgem logo nos primeiros anos de vida e
devem ser relatados ao médico que faz o acompanhamento da criança. É importante destacar que
muitos adultos estão no espectro, mas nunca foram diagnosticados.

Para Pereira (2015), destaca alguns desses sinais que devem servir de alerta:

 Não manter contato visual por muito tempo;


 Pode ser sincero demais;
 Nao gosta de participar de reuniões em grupo;
 Nao consegue enxergar o sentimento alheio;
 Acha dificil entender a intenção das pessoas;
 Concentra-se mais nos detalhes do que no todo;
 Hiper sensibilidade a sons, cheiros;
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 Apresentar pouca ou nenhuma verbalização;


 Interesse restrito ou hiperfoco;
 Apego as rotinas;

É importante destacar ainda que alguns indivíduos são extremamente inteligentes, sendo
insuperáveis em suas áreas de conhecimento. O indivíduo portador do TEA pode apresentar uma
sensibilidade incomum a sons altos.

2.7. Níveis de Intensidade no Autismo

Os níveis de intensidade no Autismo segundo Grandin, (1995), decorrem com as mudanças no


diagnóstico de autismo do DSM, vieram também os níveis de intensidade no autismo. Os níveis
de TEA permitem um diagnóstico mais claro, permitindo identificar o nível de gravidade dos
sintomas, que varia de leve a grave.

Nas palavras de Grandin, (1995), existem três níveis de autismo: nível 1, 2 e 3, que descrevem a
gravidade dos sintomas que afetam as habilidades sociais e o comportamento das pessoas com
TEA.

Nível 1 — Autismo leve

As pessoas que se enquadram no nível 1 do TEA, apresentam sintomas menos graves, por isso é
denominado como autismo leve. (Bautista, 1997).

As pessoas que se enquadram no nível 1 de TEA podem ter dificuldades em situações sociais,
comportamentos restritivos e repetitivos, mas requerem apenas um suporte mínimo para ajudá-
las em suas atividades do dia a dia. As pessoas com nível 1 de autismo podem ser capazes de
se
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comunicar verbalmente e de ter alguns relacionamentos. No entanto, podem ter dificuldade em


manter uma conversa, assim como para fazer e manter amigos. (Bautista, 1997).

Pessoas no nível 1 de autismo podem preferir seguir rotinas estabelecidas e se sentirem


desconfortáveis com mudanças ou eventos inesperados, assim como querer fazer certas coisas à
sua maneira.

Nível 1: leve (necessita de pouco suporte)

De acordo com Pereira (1999), com suporte, pode ter dificuldade para se comunicar, mas não é
um limitante para interações sociais. Problemas de organização e planejamento impedem a
independência.

É importante saber que, embora estejam estabelecidos desta forma (níveis 1, 2 e 3), ainda não
está bem claro de fato o que e sob quais circunstâncias pode ser compreendido o significado de
“suporte”. Por exemplo: algumas pessoas com TEA desenvolvem bem em casa, mas precisam de
ajuda na escola (onde as demandas são específicas e intensas) (Idem).

Nível 2 — Autismo Moderado

As pessoas com nível 2 de autismo precisam de mais suporte do que as com autismo leve. O
nível 2 é a faixa intermediária do autismo, no que se refere à gravidade dos sintomas e à
necessidade de suporte (Grandin, 1995).

Geralmente, elas têm mais dificuldade com habilidades sociais e em situações sociais, em
comparação com as que estão no nível 1. Podem ou não se comunicar verbalmente e, se o
fizerem, suas conversas podem ser curtas ou apenas sobre tópicos específicos. Dessa forma,
podem precisar de suporte para participar de atividades sociais (Grandin, 1995).
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O comportamento não verbal de pessoas com TEA nível 2 pode ser mais atípico, podem não
olhar para alguém que está falando com elas, não fazer muito contato visual, não conseguir
expressar emoções pela fala ou por expressões faciais. Pessoas com autismo moderado
apresentam comportamentos restritivos e repetitivos, com nível de gravidade maior do que as
com autismo leve. Da mesma forma, gostam de manter rotinas ou hábitos que, se forem
interrompidos, podem causar desconforto e/ou perturbação. (Idem)

Nível 2: Moderado (necessitam de suporte)

Semelhante às características descritas no nível 3, mas com menor intensidade no que cabe aos
transtornos de comunicação e deficiência de linguagem. (Pereira, 1999).

Nível 3 — Autismo Severo

As pessoas com autismo nível 3, precisam de muito apoio, já que é a forma mais grave de TEA.

Pessoas com autismo severo apresentam dificuldade significativa na comunicação e nas


habilidades sociais, assim como têm comportamentos restritivos e repetitivos que atrapalham seu
funcionamento independente nas atividades cotidianas (Grandin, 1995).

Embora alguns indivíduos com nível 3 de TEA possam se comunicar verbalmente, muitos não
falam ou não usam muitas palavras para se comunicar. Geralmente, não lidam bem com eventos
inesperados, podem ser excessivamente ou pouco sensíveis a determinados estímulos sensoriais e
apresentam comportamentos restritivos e repetitivos, como balanço e ecolalia (Grandin, 1995).
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Nível 3: Severo (necessitam de maior suporte/apoio)

Nas palavras de Pereira (1999), o nível severo diz respeito àqueles que apresentam um déficit
considerado grave nas habilidades de comunicação verbais e não verbais. Ou seja, não
conseguem se comunicar sem contar com suporte. Com isso apresentam dificuldade nas
interações sociais e tem cognição reduzida. Também possuem um perfil inflexível de
comportamento, tendo dificuldade de lidar com mudanças. Tendem ao isolamento social, se não
estimulados.

2.8. Classificação do Transtorno do Espectro Autista

Com forme Grandin (1995), até recentemente, o autismo era classificado entre os Transtornos
Globais do Desenvolvimento. Em 2013, surgiu o termo Transtorno do Espectro Autista, segundo
o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais. Em 2018, a nova versão da
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde uniu os
diagnósticos de Transtornos Globais de Desenvolvimento em Transtornos do Espectro Autista:

 Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com


comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

 Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com


comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

 Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem


funcional prejudicada;

 Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem


funcional prejudicada;
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 Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com ausência de


linguagem funcional;

 Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de


linguagem funcional;

 Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;

 Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.

2.9. Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista

Segundo o Grandin, (1995), o TEA é diagnosticado quando houver três déficits na comunicação
social e pelo menos dois no comportamento repetitivo e restrito. O diagnóstico só pode ser feito
em crianças a partir dos três anos de idade. Entretanto, os sinais podem ser percebidos desde o
nascimento, ou seja, antes dessa faixa etária.

O diagnóstico do autismo é essencialmente clínico, realizado por meio de observação direta do


comportamento do paciente e de uma entrevista com os pais ou cuidadores. Os sintomas
característicos dos transtornos do espectro do autismo (TEA) estão sempre presentes antes dos 3
anos de idade, com um diagnóstico possível por volta dos 18 meses. Normalmente os pais
começam a se preocupar entre os 12 e os 18 meses, na medida em que a linguagem não se
desenvolve (Teixeira, 2016).

Ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para autismo, mas alguns exames,
como o cariótipo com pesquisa de X frágil, o eletroencefalograma (EEG), a ressonância
magnética nuclear (RNM), os erros inatos do metabolismo, o teste do pezinho, as sorologias para
sífilis, rubéola e toxoplasmose; a audiometria e testes neuropsicológicos podem ser necessários
para investigar as causas e doenças associadas (Pereira, 2015).

Após o diagnóstico do autismo, a criança antes dos três anos deve passar por intervenção precoce
que inclui uma combinação de abordagens comportamentais, como a Análise de Comportamento
Aplicada, conhecida também pela sigla ABA. Ela refere-se a uma ciência com uma série de
programas destinados a desenvolver habilidades sociais, cognitivas e incentivar comportamentos
positivos usando um sistema de recompensa (Idem).
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2.9.1. Intervenção do Transtorno do Espectro Autista

Segundo Whitman (2015) a vida social de todo ser humano se dá através da linguagem. No caso
do TEA, os pacientes podem ter essa habilidade afetada. Sendo assim, esses terapeutas procuram
trabalhar técnicas que valorizem a comunicação da criança a fim de possibilitar condições de se
fazer entendida, seja pela comunicação verbal ou alternativa.

Portanto, o autismo não é uma doença. Por isso, o tratamento ajuda a pessoa com o TEA a
adquirir habilidades e poder se relacionar com outras pessoas na sociedade, ter mais
independência e autonomia.

Cada pessoa com autismo tem necessidades diferentes, portanto, é importante encontrar as
melhores opções de tratamento de forma individual. Algumas pessoas podem precisar de pouco
ou nenhum tratamento, enquanto outras podem necessitar de terapias mais intensas e frequentes.
Lembrando também que o autismo é uma condição para vida toda (Bautista, 1997).

Após o diagnóstico do autismo, a criança antes dos três anos deve passar por intervenção precoce
que inclui uma combinação de abordagens comportamentais, como:

2.9.2. Análise de Comportamento Aplicada (ABA)

Ela refere-se a uma ciência com uma série de programas destinados a desenvolver habilidades
sociais, cognitivas e incentivar comportamentos positivos usando um sistema de recompensa
(Bautista, 1997).

Dentro da ABA há técnicas que incentivam o passo a passo do aprendizado. Pode se trabalhar
individualmente ou em grupo para quea criança desenvolva habilidades de comunicação e reduza
comportamentos como a autoagressão. Também é possível que o terapeuta realize mudanças
ambientais na casa ou na sala de aula para ter os resultados esperados (Grandin, 1995).

Como sabemos, para algumas pessoas com autismo, interagir com as outras pessoas é muito
difícil. Com a ABA é possível aprender as habilidades sociais básicas, incluindo como conduzir
uma conversa, entender piadas e interpretar os sinais emocionais (Whitman, 2015).
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2.9.3. Modelo Denver de Intervenção Precoce

Que é recomendada para crianças de até 5 anos. O modelo Denver é uma terapia comportamental
baseada na Análise do Comportamento. Os pais e terapeutas usam atividades lúdicas para
reforçar os comportamentos positivos. Por meio de brincadeiras, as crianças são encorajadas a
melhorar suas habilidades linguísticas, sociais e cognitivas. Tem como objetivo fazer a criança
perceber que se relacionar é legal, e com isso melhoras as habilidades sociais dessa criança
(Idem)

Mas é importante dizer que para essas terapias terem um resultado positivo é preciso ter o
envolvimento da criança, de seus familiares, cuidadores e especialistas que a acompanham. Todo
mundo deve estar envolvido e participar deste processo. A intervenção precoce possibilita que a
criança tenha mais perspectivas de conseguir superar as limitações características do espectro e
se desenvolver melhor (Idem)

2.9.4. Modelo Teacch


Segundo Tustin (1990), o Modelo Teacch surgiu, em 1943, como forma de dar resposta aos
meninos que sofriam de Perturbações do Espectro do Autismo. Foi um modelo criado na
Universidade da Carolina do Norte, pelo professor Eric Schopler e a sua equipa e, é hoje, um dos
modelos mais importantes. Apela, essencialmente, a uma intervenção específica, caracterizada
por uma adequação do ambiente, tendo como objectivo reduzir a ansiedade e os comportamentos
disruptivos, de forma a potencializar aprendizagens.
Uma sala de Modelo Teacch está organizada de modo a aumentar o trabalho independente da
criança. Este modelo confere muita importância à participação dos pais no processo de
planeamento e execução das tarefas. A dinâmica funcional deste modelo assenta no
fornecimento de padrões de referência a estas crianças. Estes padrões são garantidos por uma
estruturação da sala, que, por sua vez, é garantida por estruturas visuais, pois faz-se muito
recurso à imagem e ao estímulo visual (Tustin, 1990)
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3. Conclusão

O Transtorno do Espectro do Autismo vem ganhando muita atenção nas últimas décadas. Apesar
de ter sido descrito em 1940 pela primeira vez, ainda pouco se sabe sobre suas causas. A
incidência do transtorno é alta e acomete mais indivíduos do sexo masculino, fazendo-se de suma
importância o conhecimento profundo sobre o assunto por partes dos pais, professores e
profissionais de saúde que convivem e trabalham com essas crianças. Os pais são os principais
parceiros no processo de intervenção, são eles que costumam conviver maior tempo com a
criança e é de suma importância que estimulem seus filhos nas atividades do dia a dia. E para
que se sintam seguros e preparados para tal, faz-se necessário dar apoio profissional e
pedagógico a essas famílias. Em alguns casos, o suporte psicológico também pode ser
necessário.
O diagnóstico do autismo é clínico, através da observação direta do paciente, coleta de
informações com pais ou responsáveis e a aplicação de escalas, questionários e protocolos
padronizados de observação do comportamento. Os critérios diagnósticos essenciais do TEA
consistem em: (a) déficits persistentes na comunicação social e na interação social e (b) padrões
restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Essas características estão
presentes desde período precoce do desenvolvimento e provocam prejuízo significativo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes
em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes. O
tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes
podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros
profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer
grandes benefícios, no aprendizado e na interação social
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4. Referencias Bibliográficas
 Bautista, Rafael (1997). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro.

 Grandin, T. (1995). Thinking in pictures: and other reports from my life with
autism. New York:

 Lebovic, S. & Kestenerg, E. (1985). A Evolução da Psicose Infantil. Porto Alegre:


Artes Medicas.

 Marques, C. (1998). Perturbações do espectro do Autismo: Ensaio de uma Interação


Construtivista Desenvolvimentista com mães. Dissertação de Mestrado. Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra.

 Ozonoff, Sally. (2003). Perturbações do Espectro do Autismo: Perspectivas da


Investigação,
London: Routledge.

 Pereira, A. (2015), Transtorno do Espectro Autista (TEA): definição,


características e atendimento educacional. Educação, Batatais, Actual. Lisboa

 Pereira, E. (1999). Autismo: O Significado como Processo Central. Lisboa:


Secretariado de Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência.

 Teixeira, G. (2016). Manual do Autismo. 2. Ed. – Rio de Janeiro: Best Seller.

 Tustin, F. (1990). Barreiras Autistas em Pacientes Neuroticos. Porto Alegre: Artes


Medicas.

 Whitman, T.L. (2015). O desenvolvimento do autismo. São Paulo: M. Books do Brasil


Editoda Ltda.

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