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INSTITUTO POLITÉCNICO MAKHETELE CENTRO DE PROMOÇÃO DE AGRONEGÓCIO (CEPAGRO )

PROJECTO DE PESQUISA

TEMA:
Avaliação de crescimento de frangos de corte na administração de dois diferentes
tipos de rações (Highest e Kelfoods)
Autor:
Manuel Felisberto Saize

O SUPERVISOR

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

(Orácio Pedro Chaúque)

CAIA, AGOSTO DE 2023


Lista de tabelas página

Tabela 01: Temperatura para o conforto térmico na criação de frangos de corte………………12

Tabela 02: consumo de água de frangos de corte......................................................................1717

Tabela 03: Consumo médio de água de frangos de corte de uma a três semanas de idade (ml/ave)
..................................................................................................................................................... 187

Tabela 04: Relação do peso e idade dos frangos de corte em diferentes estágios………….……20

Tabela 05: Orçamento....................................................................................................................23


Lista de abreviaturas

CEPAGRO- Centro de Promoção de Agronegócio;

CNPSA- Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves;

Ct - Custo Total;

EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FOFA- Força, Oportunidade, Fraqueza, Ameaça;

GPD- Ganho Peso diário;

g- Grama;

Kg-Quilograma.

MARA- Ministério da Agricultura e Reforma Agrária

Mt- Metical

Qt - Quantidade Total

Rt -Receita Total;

SWOT- Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats;

Ws- pó para mistura em água;

%- Porcento;
0
C- Graus Celsius;

π- Pi.
Lista de anexos Página

Anexo 01: Ficha diária de registo de peso---------------------------------------------------------------31

Anexo 02: Ficha diária de registo de consumo de ração-----------------------------------------------32

Anexo 3: Ficha diária de registo de vacinações---------------------------------------------------------33

ÍNDICE
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO......................................................................................................7

1.1. Problema e relevância do projecto............................................................................................9

1.1.1. Problema................................................................................................................................9

1.1.2. Relevância do projecto..........................................................................................................9

1.2. Objectivos...............................................................................................................................10

1.2.1. Objectivo geral.....................................................................................................................10

1.2.2. Objectivos específicos.........................................................................................................10

1.3. Análise FOFA/SWOT............................................................................................................11

CAPÍTULO II- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................12

2.1. Maneio dos frangos.................................................................................................................12

2.1.1. Maneio de alojamento..........................................................................................................12

2.1.2. Maneio Alimentar................................................................................................................14

2.1.3. Maneio sanitário..................................................................................................................15

2.1.4. Maneio da cama...................................................................................................................15

2.1.4.1. Revolvimento da cama (Serradura)..................................................................................16

2.1.5. Maneio de comedouros........................................................................................................16

2.1.6. Maneio de bebedouros.........................................................................................................16

CAPÍTULO III- METODOLOGIA...............................................................................................17

3.1. Localização e descrição do projecto.......................................................................................17

3.2. Descrição dos recursos naturais do local................................................................................17

3.2.1. Clima....................................................................................................................................17

3.2.2. Água.....................................................................................................................................17

3.3. Divisão dos lotes.....................................................................................................................20

3.4. Maneio dos frangos.................................................................................................................20

3.4.1. Maneio sanitário..................................................................................................................20


3.4.2. Maneio no alojamento.........................................................................................................20

3.4.3. Maneio Alimentar................................................................................................................20

3.5. Colecta de dados.....................................................................................................................21

3.5.1. Amostra................................................................................................................................22

3.5.1.1. Tipo de amostra................................................................................................................22

3.6. Conversão alimentar...............................................................................................................22

2.8. Descrição orçamental..............................................................................................................24

3.7. Preço unitário de frango de corte............................................................................................25

3.8. Analise de viabilidade.............................................................................................................25

3.9. Cronograma de actividades.....................................................................................................27

CAPÍTULO IV- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................28

CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO

Segundo Furlan (2010), citado por Barnabé (2012), o grande avanço da produção avícola nas
últimas décadas se deve à evolução tecnológica e científica nas áreas da genética, sanidade e
nutrição. Considerando que a ração representa entre 70 a 80% do custo de produção, a
integridade do trato intestinal é um fator importante para o funcionamento dos mecanismos
fisiológicos de digestão e absorção dos nutrientes para assegurar o bom desempenho produtivo
dos lotes (BARNABÉ 2012).

O consumo de água tem muita relação com o consumo de alimentos e a idade da ave (resposta ao
crescimento). À medida que a ave cresce, a demanda por água e alimento aumenta. Portanto, a
qualidade e disponibilidade da água têm o potencial de exercer grande impacto sobre o
desempenho de crescimento do frango de corte (BAILEY, 1999).

O presente projecto visa realizar um estudo de caso na produção de frangos de corte, usando dois
tipos de rações, nomeadamente “Highest e kelfoods”, de modo a comparar a velocidade de
desenvolvimento dos mesmos através das rações usadas.

O CEPAGRO é uma empresa localizada na comunidade de Nhambalo, Distrito de Caia,


dedicada na produção agrária, com maior foco na produção pecuária. Actualmente o CEPAGRO,
está a dedicar-se nas pesquisas sobre as diferentes tecnologias de produção pecuária, realizando
casos de estudo sobre a criação de animais, no sentido de aprimorar a tecnologia e relacioná-la
com a realidade vivida.

De acordo com o estudo a ser feito, espera-se que dentre as duas rações testadas, uma delas
apresente bom desempenho na velocidade de crescimento de frangos de corte, maior ganho de
peso diário e maior qualidade de carcaça comparada com a outra marca de ração.

Relativamente à sequência do projecto, o mesmo contém quatro (4) capítulos, dos quais, a
introdução, revisão bibliográficas, metodologias e referências bibliográficas. No primeiro
capítulo é introduzido o problema da pesquisa, sua relevância, o objectivo geral e específico da
proposta e a descrição de como será feita a análise FOFA da proposta. O segundo capítulo é
indicado a revisão bibliográfica do trabalho, sobretudo as diretrizes ou procedimentos de maneio
de frangos de corte, para serem produzidos com sucesso. O terceiro capítulo retrata as
metodologias do projecto, a descrição do local de estudo, a descrição dos recursos naturais do
local de estudo, o maneio de alojamento, sanitário e alimentar que será adoptado, o tipo de
colecta de amostras, a descrição do orçamento necessário para a implementação da proposta, os
indicadores de viabilidade de proposta a serem observados, o cronograma das actividades. O
terceiro e último capítulo são apresentadas as referências bibliográficas usadas na pesquisa do
projecto.

1.1. Problema e relevância do projecto

1.1.1. Problema

“Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real


importância, para a qual se deve encontrar uma solução.” (MARCONI E LAKATOS, 2010,
p.14). Segundo os mesmos autores (Lakatos & Marconi, 1992), para ser considerado apropriado,
o problema deve ser analisado sobre os seguintes aspectos de valoração: viabilidade, relevância,
novidade, exequibilidade e oportunidade.

O CEPAGRO preocupa-se em saber o tipo de ração eficiente no crescimento dos frangos,


sobretudo as rações das marcas Highest e Kelfoods, contudo a presente proposta visa estudar as
duas rações para analisar os seus efeitos no desenvolvimento de frangos de corte.

1.1.2. Relevância do projecto

“Um projeto de pesquisa é relevante quando consegue gerar conhecimentos inéditos,


proporcionar benefícios sociais, econômicos ou ambientais e contribuir para o avanço da ciência
e da tecnologia.” (Lima, 2020)

O projecto é relevante porque permitirá que produtores de frangos de corte tomem uma decisão
informada sobre qual marca de ração utilizar para maximizar o crescimento e a eficiência. Além
disso, contribuirá para a produção de animais mais saudáveis e economicamente viáveis. Os
resultados da avaliação também poderão ser utilizados como referência para futuras pesquisas e
desenvolvimento de rações específicas para frangos de corte.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

 Analisar o efeito de administração de dois tipos de rações em frangos de corte.

1.2.2. Objectivos específicos

 Registar e analisar o peso dos frangos ao 7º, 14º, 21º e 35º dias, comparando com o peso
padrão de frangos de corte;
 Fazer o levantamento e análise das quantidades dos consumíveis como rações, serradura,
carvão de aquecimento necessários até ao corte de frangos;

 Determinar os custos mínimos suportados na produção de unidade de frango até ao corte;

 Analisar a incidência de doenças em cada lote ou tratamento;

 Identificar possíveis diferenças na qualidade da carne dos frangos alimentados com as


diferentes marcas de ração.

1.3. Análise FOFA/SWOT

Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores da Harvard Business School, e
posteriormente aplicadas por inúmeros acadêmicos, a análise SWOT estuda a competitividade de
uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas),
Oportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Através destas quatro variáveis, poderá
fazer-se a inventariação das forças e fraquezas da empresa, das oportunidades e ameaças do meio
em que a empresa actua (RODRIGUES, et all, 2005).

Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), a função de analise FOFA é cruzar as oportunidades e as


ameaças externas à organização com seus pontos fortes e fracos. A avaliação estratégica
realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica
competitiva.

Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e


fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização. As quatro zonas servem como
indicadores da situação da organização. Como é mostrado na figura acima.

Para Martins (2006), a análise SWOT é uma das práticas mais comuns nas empresas voltadas
para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente trabalhoso de produzir, contudo
a prática constante pode trazer ao profissional uma melhor visão de negócios, afinal de contas, os
cenários onde a empresa actua estão sempre mudando.

A análise da Matriz SWOT é uma ferramenta essencial para uma organização, pois é através dela
que a empresa consegue ter uma visão clara e objectiva sobre quais são suas forças e fraquezas
no ambiente interno e suas oportunidades e ameaças no ambiente externo, dessa forma com essa
análise os gerentes conseguem elaborar estratégias para obter vantagem competitiva e melhor o
desempenho organizacional.

CAPÍTULO II- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Maneio dos frangos

2.1.1. Maneio de alojamento

I. Iluminação

Segundo MARA (1992), existem vários programas de luz utilizados na criação de frangos
decorte com finalidade de estimular o consumo de alimento (ração e água),melhorar à
crescimento e adaptá-Ios ao ambiente nos primeiros dias de vida.Esses devem ser determinados
em função da linhagem, região, estação doano, desempenho do lote e do manejo pré-determinado
pelo produtor. Estão relacionados a seguir três programas, usualmente utilizados na avicultura de
corte pressupondo a complementação da luz do dia com luz artificial.

1- Fornecimento de 18 horas de luz por dia.

Ex: acender às 4 horas e apagar ao clarear do dia, acender ao entardecer e apagar às 22 horas.

2- Fornecimento de 20 horas de luz por dia.

Ex: acender às 22 horas e apagar ao clarear do dia. Este programa, quando feito manualmente,
favorece ao produtor ligar e desligar as luzes à noite.

3- Fornecimento da luz diária mais o controle intermitente à noite.

Ex: deixar 1 hora escura e 3 horas de luz. Esse é denominado programa intermitente, e é um
programa que exige a utilização de ternporizador.

II. Aquecimento
Nas primeiras semanas de vida é imprescindível que os pintos tenham uma boa fonte de
aquecimento, sendo que, nos primeiros dias, a necessidade é maior, diminuindo à medida em que
as aves crescem, conforme o descrito na seguinte tabela:

Tabela 01: Temperatura para o conforto térmico na criação de frangos de corte.

Idade (dias) Temperatura (ºC)

1-7 32

8-14 29

15-21 26

22-28 23

29-25 20

Fonte: Sadia (2011)

O aquecimento pode ser teito por campânulas a gás, a lenha ou elétricas. O aquecimento deve ser
iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno, como a diferença entre a
temperatura ideal para o pinto e a temperatura ambiente é muito grande, deve-se manter o
aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de vida, podendo variar em
função do clima. No verão, pode ser dispensado a partir da segunda semana de vida ou usado
apenas nas horas mais frias, MARA (1992).
2.1.2. Maneio Alimentar

Para o MARA (1992), normalmente, formulam-se rações para 3 fases de vida do frango de corte:

1 - Ração inicial - São rações que devem ser fornecidas até o fim da terceira semana (1-21 dias).

2 - Ração de crescimento: São rações fornecidas da terceira até a sexta semana (22 a 42 dias) ou
até uma semana antes do abate.

3 - Ração final: São rações fornecidas na última semana do abate.

Fatores que poderão afetar a eficiência alimentar

 Disponibilidade de água e sua qualidade;

 Composição e forma física da ração;

 Comedouros insuficientes ou mal ajustados;

 Nível adequado das rações nos comedouros (evitar desperdício);

 Temperatura e ventilação dos galpões;

 Presença de ratos;

 Linhagem, sexo e idade ao abate;

 Densidade (número de aves por m2);

 Menor percentual de mortalidade (até 3%)

 Ocorrência de doenças;

 Estação do ano.

 Armazenagem da ração e/ou matérias-primas.


2.1.3. Maneio sanitário

Ainda de acordo com o MARA (1992), devido à grande densidade e às exigências do frango de
corte numa criação intensiva, é essencial evitar qualquer possibilidade de doenças no plantel.
Para tanto, certos cuidados básicos devem ser seguidos, tais como:

 As instalações do aviário devem estar situadas em local tranquilo e distante de outras


criações, rodeadas por árvores (não frutíferas, evitando a permanência de pássaros que
podem transmitir doenças). A vegetação servirá como “filtro natural”, diminuindo O risco de
contaminações e estresse para os frangos.

 Deve-se evitar o trânsito de pessoas, animais ou veículos nas proximidades do aviário.


Quando se fizer necessário, os visitantes deverão usar roupas e calçados limpos e
desinfetados, bem como proceder uma desinfecção prévia dos veículos e utensílios que
entrarem na instalação

 Criar os frangos no sistema “todos dentro, todos fora”, ou seja, alojar num mesmo aviário
somente frangos de mesma idade.

 Fazer o vazio sanitário (descanso do galpão) de pelo menos 10 dias, entre um lote e outro.

 É imprescindível a limpeza completa do galpão e dos equipamentos seguida de cuidadosa


desinfecção entre um lote e outro.

2.1.4. Maneio da cama

Cama é todo o material distribuído sobre o piso de galpões para servir de leito às aves
(PAGANINI et all., 2004). A saúde dos frangos, qualidade das patas, peito, pernas e qualidade
intestinal, são directamente proporcionais à qualidade da cama.

A cama de aviário é utilizada para evitar o contacto directo da ave com o piso. Serve de substrato
para a absorção da água, na incorporação das fezes e penas e contribuir para a redução das
oscilações de temperatura no galpão.
2.1.4.1. Revolvimento da cama (Serradura)

O manejo de revolvimento de cama consiste em uma movimentação da cama, fazendo com que a
parte inferior da cama entre em contacto com o oxigénio da superfície, assim arejando toda a
cama, além de proporcionar melhorar secagem e conseguir a quebra dos cascões que são
formandos durante o período de alojamento do frango, e também para que cheguem a superfície
penas que estavam sob a cama. Aconselha-se que durante o vazio sanitário a cama seja revolvida
três vezes por dia, com o auxílio de um ancinho manual ou escarificador (PAGANINI et all.,
2004).

2.1.5. Maneio de comedouros

Sabendo-se que a ração representa 70% ou mais dos custos de produção do frango vivo, é
fundamental a orientação a respeito do manejo de equipamentos (MENDES, 2004).

2.1.6. Maneio de bebedouros

A água compõe de 65% a 78% do corpo de uma ave, dependendo da idade (COBB, 2008). O
fornecimento de água limpa e fresca, com a vazão adequada, é outro factor fundamental para
uma boa produção de frangos. Factores como temperatura, humidade relativa, composição da
dieta e taxa de ganho de peso corporal, regulagem dos bebedouros, entre outros, influenciam a
ingestão de água. As aves consomem maior quantidade de água quando a temperatura ambiental
aumenta, sendo que acima de 20ºC, para cada 1ºC, acarreta um aumento de 6% no consumo de
água pelas aves (MANNING, 2007)
CAPÍTULO III- METODOLOGIA

3.1. Localização e descrição do projecto

O projecto será implantado na Empresa CEPAGRO, localizado na comunidade de Nhambalo,


que dista a aproximadamente 18km da vila do Distrito de Caia. De acordo com os dados do
MAE, (2014), O Distrito de Caia é limitado pelo Distrito de Chemba a Nordeste e rio Zambeze a
Este, a Noroeste e Oeste faz limite com o Distrito de Maríngue, e a Sul limitado pelos Distritos
de Cheringoma e Marromeu.

3.2. Descrição dos recursos naturais do local

3.2.1. Clima

Segundo MAE (2014), o Distrito de Caia possui climas sub-áridas com maior ocorrência de
chuvas no mês de Março e Novembro.

3.2.2. Água

A água é um nutriente frequentemente esquecido; porém, deve ser considerada como tal na
alimentação dos frangos. Em qualquer fase da criação deverá ser abundante, limpa, sem
contaminantes, fresca com temperatura em torno de 22ºC.

Vários factores influenciam o consumo de água pelas aves, como alimentação, temperatura do
ambiente e da água, densidade populacional e tipo de bebedouro (BELLAVER, 2003).

Tabela 02: Consumo de água de frangos de corte


Semana
ml/dia/Frango

1 32

2 69

3 104

4 143

5 179

6 214

7 250

8 286

Fonte: BELLAVER (2003).

Um outro estudo foi realizado por Viola (2003), durante três semanas de criação de frangos de
corte para realizar a análise do consumo da água.

Tabela 03: Consumo médio de água de frangos de corte de uma a três semanas de idade
(ml/ave)

N Dia de Semana

Semana 1 2 3 4 5 6 7

1 23 33 40 53 57 57 55

2 79 85 88 98 108 107 141

3 137 163 164 194 190 225 198

Fonte: Viola (2003).

O consumo de água é crescente com a idade dos animais. O experimento de Bellaver, mostra que
o consumo de água altera de uma fase para outra ou de uma semana para outra com uma média
de diferença de 20%, correspondente a uma média de 32 ml de água consumida por ave por
semana, e Viola (2003) determinou os consumos diários, semanais em um lote de frangos de
corte (Tabela 02) e observou crescimento constante e diário dos volumes de água consumidos
por frangos de corte mantidos em temperatura de conforto.

Os consumos médios semanais foram de 319 ml/frango na semana 1; 542 ml/frango na semana 2
e 1.077 ml/ frango na semana 3, o que significa que existe uma média de 379 ml/ frango por
semana de consumo de água, corresponde a 50% do consumo semanal de água. Também é
possível considerar que os volumes de água consumida aumentaram linearmente nesse período
em resposta a cada unidade de peso depositado pelos frangos de corte, evidenciando o potencial
de ganho Peso diário dos frangos de corte. O consumo de alimentos está diretamente relacionado
ao consumo de água, sendo dependente do mesmo, dessa forma, pode-se concluir que os frangos
bebem para comer.

Entretanto, pode-se se considerar que o consumo de água está relacionado com as condições
ambientais, sobretudo a temperatura em que os frangos são submetidos, isto é, quando as
temperaturas são altas os frangos tendem a beber maior quantidade de água e reduzida ingestão
da ração, reduzindo GPD, ao passo que quando as temperaturas são baixas os frangos bebem
menor quantidade de água e consomem maior quantidade de ração, que culmina com maior
GPD.

Relativamente a disponibilidade de água, a Empresa CEPAGRO, dispõe de um furo de água,


para além de uma bomba de água que esta ao redor das instalações da empresa.

3.3. Divisão dos lotes

Os frangos serão aleatoriamente divididos em dois lotes, sendo que cada lote será alimentado
com ração da Highest e outro com ração da Kelfoods. Cada lote terá uma dimensão de 30m² e
300 frangos e serão pesados para a obtenção do peso médio em forma de amostragem.
3.4. Maneio dos frangos

3.4.1. Maneio sanitário

A administração de vacinas preventivas será uniforme para os dois tratamentos, sendo que após a
chegada de pintos será administrada vitamina anti-stress, e será administrada a vacina contra
Newcastle1 no 7º dia após a chegada dos Pintos, contra Gumboro no 14º dia e contra Newcastle 2
no 21º dia.

3.4.2. Maneio no alojamento

A preparação para a recepção dos pintainhos vai começar tempo antes da chegada das aves, com
a limpeza e desinfecção do aviário e verificação do perfeito funcionamento de todos os
equipamentos.

O tamanho da área de alojamento varia de acordo com o número de aves alojadas, o sistema de
ventilação e o número de equipamentos existentes. O alojamento inicial do presente projecto é de
300 pintainhos por 30m².

3.4.3. Maneio Alimentar

Ração é toda mistura composta por ingredientes e aditivos, destinada à alimentação de animais
de produção, que constitua um produto de pronto fornecimento e capaz de atender às exigências
nutricionais dos animais a que se destine, KUPSCH (2018).

Serão administrados dois tipos de rações (A1 e A2) , em todos os lotes, ou seja, um lote terá
rações A1 e A2 de Highest e o outro terá rações A1 e A2 de Kelfoods. A ração A1 será
administrada desde o 1º-14º dia, de 15º-18º dia far-se-á uma combinação percentual de ração A1
e A2, isto é, 75% da ração A1 e 25% da ração A2 no 15 o dia, 50% da ração A1 e 50% da ração
A2 no 16º dia, 25% da ração A1 e 7% da ração A2 no 17 o dia, e a partir do 18o dia vai se
administrar 100% da ração A2.

O estudo realizado pela Empresa Frango da mamã mostra taxativamente a relação do peso e
idade no consumo da ração em diferentes estágios de crescimento de frangos, como ilustra a
seguinte tabela:

Tabela 04: Relação do peso e idade dos frangos de corte em diferentes estágios

Idade (dias) Peso (grama)

7 177

14 459

21 891

28 1431

35 2067

Fonte: VIEIRA (2016).

3.5. Colecta de dados

Para Gil (1994), a colecta de dados é a busca por informações para a elucidação do fenómeno ou
facto que o pesquisador quer desvendar. O instrumental técnico elaborado pelo pesquisador para
o registo e a medição dos dados deverá preencher os seguintes requisitos: validez, confiabilidade
e precisão.

A colecta de dados envolve diversos passos, tais como: Determinação da população a ser
estudada, definição da amostra, elaboração do instrumento de colecta, programação da colecta, a
própria colecta.
3.5.1. Amostra

Para se fazer a Colecta de dados é sempre importante definir a amostra, que por sua vez de
acordo com mesmo autor (Gil (2002)) é qualquer sub-conjunto, representativo ou não, do
conjunto universal ou da população.

3.5.1.1. Tipo de amostra

Segundo Mattar (1992), amostragem pode ser probabilística ou aleatória, aquela em que a
escolha de um indivíduo numa população é ao acesso e que cada elemento da população tem a
mesma chance de ser colhido e amostragem não probabilística, é aquela em que a selecção dos
elementos da população. Para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do
pesquisador ou do entrevistador no campo.

3.6. Conversão alimentar

Uma das formas que a agroindústria avalia a sua eficiência é calculando o índice de conversão
alimentar do lote. Classicamente a conversão alimentar é calculada dividindo-se o consumo de
ração pelo ganho de peso. Na avicultura seu cálculo se faz dividindo a quantidade de ração
consumida pelo lote, pelo seu peso, subtraindo, ou não, o peso no momento do alojamento.

Para Mendes et all (2004), o parâmetro conversão alimentar é juntamente com os parâmetros de
consumo de ração, viabilidade/mortalidade e idade ao abate os mais importantes quando se
avalia o resultado de desempenho zootécnico dos lotes de frango de corte.

Quanto menor o índice de conversão alimentar, mais eficiente está sendo a ave em transformar
ração em carne e menor será o custo de produção. Assim, a conversão alimentar de uma ave que
consumiu 5 kg de ração e apresentou peso ao abate de 2,7 kg, é de 1,85.

Já a conversão alimentar de uma ave que consumiu os mesmos 5 kg de ração e apresentou peso
de abate de 2,9 kg, é de 1,72. Ambas as aves comeram 5 kg de ração, mas a ave que apresentou
conversão alimentar de 1,72 foi mais eficiente, pois conseguiu converter mais ração em quilos de
carne.
Outra forma de avaliar se a empresa está sendo eficiente é calculando o índice de eficiência
alimentar. Da mesma forma que na conversão alimentar é necessário subtrair o peso médio
inicial do lote do peso médio final, posteriormente divide-se o peso médio do lote pelo consumo
de ração. Dividindo-se 2,7 kg de peso vivo por 5 kg de ração tem-se um índice de eficiência
alimentar de 0,54%². Ou seja, 54% da ração que a ave ingeriu, foi convertido em quilo de peso
vivo, o restante foi destinado a outras funções.

Quando uma empresa tem altas taxas de conversão alimentar, ela precisa avaliar seu sistema de
produção de forma sistêmica, pois geralmente as causas de alta conversão alimentar são
multifatoriais, tais como: qualidade da ração, incluindo qualidade dos ingredientes; falhas no
processo de produção; saúde das aves, incluindo programa de vacinação, desafio sanitário e por
último o manejo, envolvendo desde problemas com os equipamentos, instalações, ambiência e
pessoas.

Serão registados dados de peso consumo de ração e conversão alimentar dos frangos no 7º, 14 o,
21o, 28o e 35o dia. Os dados serão submetidos a análises estatísticas para comparar o desempenho
em dois lotes com as diferentes rações, determinando o peso médio em cada estágio dos frangos.

2.8. Descrição orçamental

No Descrição Unidade Quantidade P. Unitário (Mt) Valor total (Mt)


1. Aquisição de pintos Unidades 600 45 27 000,00
2. Ração A1 Saco (50kg) 12 2 750,00 33 000,00
3. Ração A2 Saco (50kg) 18 2 600,00 46 500,00
4. Bebedouro Unidades 20 210,00 4 200,00
5. Comedouro Unidades 20 200,72 4 014,4
6. Transporte (comprador) Unidades 02 750,00 1 500,00
7. Transporte (pintos) Lote 6 200 1 200,00
8. Transporte (ração) Saco (50kg) 30 150,00 4 500,00
9. Luva Par 01 700,00 700,00
10. Monitoria Unidades 35 100,00 3 500,00
11. Máscara facial Unidades 05 10,00 50,00
12. Vassoura Unidades 01 200,00 200,00
13. Serradura Saco (50kg) 85 25,00 2 125,00
14. Carvão Saco (25kg) 28 150,00 3 000,00
15. Vacina contra Unidades
01 340,00 340,00
Newcastle1
16. Vacina contra Gumboro Unidades 01 400,00 400,00
17. Vacina contra Unidades
01 400,00 400,00
Newcastle2
18. Anti-stress (stressmix) Unidades 02 180,00 340,00
19. Limovit WS g 300 349,00/100g 1 047,00
20. Amprocox WS
g 300 210,00/100g 630,00
21. Aliseryl Ws g 200 200,00/100g 400,00
22. Mão-de-obra Unidades 01 6 000,00 6 000,00
23. Subtotal 141 046,5
24. Contingência (5%) 7 052,325
25
TOTAL 148 116,825
Tabela 05: Orçamento

3.7. Preço unitário de frango de corte

Para determinar o preço por unidade de frango, divide-se o custo total de produção pela
quantidade do produto:

Ct
PUnitário =
Qt
3.8. Analise de viabilidade

a) Receita total

Para determinar a receita total do presente projecto, vai se usar a seguinte fórmula:

Rt= QtX PUnitário

b) Lucro líquido

O lucro líquido é a diferença da receita total obtida na venda do produto com o custo total:

π= Rt- Ct

c) Rentabilidade

A rentabilidade é um indicador ligado a um investimento inicial e em quanto de retorno ele é


capaz de proporcionar para o negócio e é expessa da seguinte forma:
π
Rentabilidade= X 100%
¿

d) Lucratividade

A lucratividade é um indicador-chave de desempenho que, a partir da associação entre lucro


líquido e receita total, permite visualizar qual é o ganho da empresa com relação às vendas que
foram efetivadas, será usada a seguinte fórmula:

π
Lucratividade= X100%
Rt

3.9. Cronograma de actividades

NO Actividades Semana Semana Semana Semana Semana Semana Semana


01 2 03 4 5 6 7

1 Preparação da X
instalação
2 Aquisição de X
insumos
3 Recepção dos pintos X

4 Administração de X
anti-stress
5 Administração de X x x
Aliseryl Ws
6 Administração de x
Limovit
7 Administração de x x x
Amprocox
8 Vacinação contra X
Newcastle 1
9 Vacinação contra x
Gumboro
10 Vacinação contra x
Newcastle 2
11 Troca de serradura x x x x x x x

12 Troca de carvão x x x x

13 Colecta de dados x x x x x x x
14 Administração da x x x
ração A1
15 Administração da x x x x
ração A2
16 Pesagem x x x x x x x

17 Comercialização x

CAPÍTULO IV- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BAILEY, M. 1999. The water requirements of poultry. In Recent Developments in Poultry


Nutrition 2 (ed J. Wiseman and P.C. Grnsworthy), pp 321-337. Notingham: Notingham
University Press, UK.
 BARNABÉ, A C.S; Aditivos fitogênicos para frangos de corte experimentalmente
inoculados com salmonella enterica sorovar enteritidis. Goiana. 2012.
 BELLAVER, C.; OLIVEIRA, P. A. V. Balanço de água nas cadeias de aves e suínos.
Avicultura Industrial. n. 10, p. 30-44, 2009
 COBB, MANUAL DE MANEJO DE FRANGOS DE CORTE, 2008
 CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico: fundamentos e
aplicações. 1. ed. 13° tiragem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
 GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
 KUPSCH, N. Como alimentar aves. 5 ed. São Paulo: Nobel, s.d. 87p. 2018
 LIMA,J.P; Estudo de caso. São Paulo. 2019.
 MARTINS, Leandro. Marketing: Como se tornar um profissional de sucesso. 1. ed. São
Paulo: Digerati Books, 2006.
 MANNING L, CHADD AS, BAINES RN. Key health and welfare indicators for broiler
productin. World’s Poultry Science Journal, v.63, p.46-62, 2007.
 MAE; Perfil do distrito de caia província de sofala. Maputo-Moçambique. 2014.
 MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo:
Editora Atlas, p.14, 2010.
 MARA; EMBRAPA; CNPSA. Produção e manejo de frangos de corte. Brasil.1992.
 MATTAR, F. Pesquisa de marketing. Ed. Atlas. 1996.
 MENDES, A. A., SALDANHA, E. S. P. B., A cadeia produtiva da carne de aves no Brasil.
In: MENDES A. A. IRENILZA de A. N., MACARI, M. Campinas: FACTA, p. 3, 2004.
 MENDES AA, Naas IA, Macari M. Produção de Frangos de Corte. Campinas: FACTA;
2004. 356 p.
 PAGANINI, F. J.; Manejo da cama. In: MENDES A. A. IRENILZA de A. N., MACARI, M.
Campinas: FACTA, p. 108 - 113, 2004.
 RODRIGUES, Jorge Nascimento; et al. 50 Gurus Para o Século XXI. 1. ed. Lisboa: Centro
Atlântico.PT, 2005.
 SADIA S.A. Fomento Avícola (Concórdia, SC). Manual do criador de frangos de corte.
Concórdia: s.d. 48p.
 VIOLA, T. H. A influência da restrição da água no desempenho de frangos de corte. 2003.
150 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Faculdade de
Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
 VIEIRA, F. M. C. Avaliação das perdas Avaliação do peso de frangos de corte. Frango da
Mamã. 2016.
ANEXOS
ANEXO 01: FICHA DIÁRIA DE REGISTO DE PESO
IDADE (DIAS) PESO PADRÃO (g)* PESO OBTIDO
(g)

7 177

14 459

21 891

28 1431

35 2067

*Fonte: Viera (2016), Frango da mamã.


ANEXO 02: FICHA DIÁRIA DE REGISTO DE
CONSUMO DE RAÇÃO
DATA TIPO DE RAÇÃO QUANTIDADE SOBRA
CONSUMIDA (KG)
ANEXO 03: FICHA DIÁRIA DE REGISTO DE
VACINAÇÕES
DATA VACINA UTILIZADA VIA NO DE AVES

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