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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

TEORIA GERAL DO
DIREITO
Professora: Edineusa Pamplona
Ronald Dworkin
Nasceu em 11 de dezembro de 1931 —
Londres
Filósofo, jurista e estudioso do direito
constitucional dos Estados Unidos.
Sua teoria do direito como integridade
apresentada em seu livro o império do
direito está entre as teorias
contemporâneas mais influentes sobre
a natureza do direito.
Seu pensamento é fundamentado nas
teorias de Jeremy Bentham, John
Austin e Hebert Hart.
Faleceu em 14/02/2013
Direito como integridade
⦿ A tese da resposta correta ganhou projeção na teoria do direito a
partir da crítica de Ronald Dworkin à discricionariedade do
positivismo de Herbert Hart, afirmando que, mesmo nos
chamados casos difíceis (hard cases), a justificação política do
processo está em que as partes possuam direito a uma decisão
específica.
⦿ Segundo Posner (2012), Dworkin defende que o magistrado ao
decidir uma questão, ele não está criando, mas simplesmente
aplicando o direito, agindo nos moldes de sua competência
constitucional e da função que lhes é autorizada.
⦿ A integridade, pois, oferece um suporte de padrões para as
decisões pelo julgador nos casos concretos. A integridade,
então, é a chave da melhor interpretação construtiva das
diferentes práticas judiciais, especialmente quando os
julgadores estão diante de uma decisão para um caso difícil.
Assim elucida Dworkin a respeito do assunto:

“Os juízes devem impor apenas convicções políticas que


acreditam, de boa fé, poder figurar numa interpretação geral da
cultura jurídica e política da comunidade. Naturalmente, os juristas
podem, razoavelmente, discordar sobre quando essa condição é
satisfeita, e convicções muito diferentes, até mesmo contraditórias
podem passar pelo teste. Mas algumas não. Um juiz que aceita esse
limite e cujas convicções são marxistas ou anarquistas, ou tiradas
de alguma convicção religiosa excêntrica, não pode impor essas
convicções à comunidade com o título de Direito, por mais nobres
ou iluminadas que acredite que sejam, pois elas não se podem
prestar à interpretação geral coerente de que ele necessita” (2005,
p. IX).
Como o direito é formado

⦿ Segundo Dworkin, o direito é constituído de duas


formas, por regras e princípios, onde as regras
atuam através do “tudo ou nada”, operando na
dimensão de validade.
⦿ Já os princípios operam através de um tipo de
ponderação, balanceamento, que somente pode
ser utilizada através de uma justificação
argumentativa.
Hard cases “casos difíceis”
⦿ Os hard cases se configuram quando

i) dentro do ordenamento jurídico, não se encontra norma


aplicável;
ii) há mais de um norma aplicável ao caso sub judice;
iii) “quando a solução encontrada causa extrema
estranheza aos costumes e à coletividade.

⦿ Os hard cases são considerados complexos, pois se faz


necessário levar em consideração um enorme leque de fatores e
em decorrência disso é preciso ir além do texto positivado e pôr
na balança princípios jurídicos capazes de fundamentar a
decisão a ser tomada.
Como solucionar um caso difícil

⦿ Segundo Dworkin, para solucionar um caso


difícil, deve haver uma relação entre princípios, a
moral e a política com o direito, para que seja
possível alcançar a melhor resposta.

⦿ Para a solução desse tipo de caso, não se deve


utilizar argumentos de natureza política, mas
apenas argumentos de princípio.
Juiz Hércules
⦿ Comparação do magistrado com o personagem mitológico Hércules, onde o
juiz deve apresentar capacidade e paciência sobre-humanas, deve ser criterioso
e metódico e que aceita o direito como integridade.

⦿ Este juiz sempre busca a “melhor resposta”, combatendo as incoerências


presentes no ordenamento.

⦿ É sem dúvida o trabalho hercúleo que exige do intérprete um capacidade


sobrelevada para sair de uma condição de interpretação dita “normal”, com
vistas a aproximar-se o mais perto possível daquilo que podemos classificar
como justo.
⦿ Da fábula, fica a mensagem emblemática de que sua decisão é poderosa, tanto
que define os rumos individuais e coletivos da nação, por outro lado lhe
confere a responsabilidade de dizer o direito, pautado obviamente pelos
princípios da integridade e da moral, afim de proferir decisões mais justas
possíveis.
Direito como literatura “Romance em
cadeia”
⦿ Romance em cadeia caracteriza uma analogia, onde diante de um caso jurídico
controvertido, sobretudo na tradição do Common Law, o juiz seria como um
romancista numa corrente: “Ele deve ler tudo o que outros juízes escreveram
no passado, não apenas para descobrir o que disseram, ou seu estado de espírito
quando o disseram, mas para chegar a uma opinião sobre o que esses
juízes fizeram coletivamente, da maneira como cada um de nossos romancistas
formou uma opinião sobre o romance coletivo escrito até então. […] Ao decidir
um novo caso, cada juiz deve considerar-se como parceiro de um complexo
empreendimento em cadeia, do qual essas inúmeras decisões, estruturas,
convenções e práticas são a história; é seu trabalho continuar essa história no
futuro por meio do que ele faz agora.” (p. 238).
⦿ Para Dworkin, política, arte e Direito estão unidos na filosofia. Na busca pela
resposta correta de uma interpretação, o juiz, assim como o romancista, deve
buscar a melhor “leitura” da corrente de decisões a que deve dar continuidade.
Portanto, ele “deve interpretar o que aconteceu antes porque tem a
responsabilidade de levar adiante a incumbência que tem em mãos e não partir
em alguma nova direção” (p. 238).

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