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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Ana Flávia Reksua


Gabriel Angelo dos Santos
Maria Eduarda Vieira Holtz

Prática: TRANSFERÊNCIA DE MASSA

PONTA GROSSA
2023
INTRODUÇÃO

A transferência de massa pode ser entendida como o movimento espacial das


matérias, fazendo referência ao movimento de um componente específico em um sistema
de vários componentes. Onde a concentração é mais baixa o sentido da transferência é
maior, ocorrendo fluxo da maior concentração para a menor. E essa transferência pode
ocorrer por difusão molecular ou convecção. No nosso dia a dia está presente em pequenas
coisas como: preparação de um chá, o qual o processo de transferência de massa é
favorecido pela agitação da colher.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Conforme efetuava-se o experimento seguindo o roteiro da prática, os dados


obtidos foram sendo anotados, o que resultou na seguinte tabela:

Solução 1M Solução 1,5M Solução 2M

Tempo Condutividade Tempo (s) Condutividade Tempo Condutividade


(s) (mS) (mS) (s) (mS)

0 0,1344 0 0,135 0 0,139

30 0,215 30 0,219 30 0,816

60 0,201 60 0,23 60 0,204

90 0,204 90 0,233 90 0,212

120 0,209 120 0,239 120 0,216

150 0,213 150 0,243 150 0,222

180 0,215 180 0,245 180 0,233

210 0,219 210 0,25 210 0,237

240 0,22 240 0,254 240 0,239

270 0,222 270 0,256 270 0,243

300 0,224 300 0,26 300 0,246

Com esses dados foram plotados gráficos de condutividade X tempo para as


três soluções:

1
Como o 2° ponto da solução de 2M ficou bem superior aos demais, a
visualização dos dados das demais soluções ficou comprometida. Por isso também
plotou-se um gráfico sem a solução de 2M:

Nesse gráfico é possível observar melhor a condutividade relativa das duas


primeiras soluções, sendo que a solução com menor concentração apresenta uma
menor condutividade.

2
Como o 2° ponto da solução de 2M, ficou bem acima dos outros, também se
plotou um terceiro gráfico, onde esse segundo ponto foi desconsiderado e
substituído por uma média do 1° e 3° ponto. Com esse novo dado “suposto”,
obteve-se um gráfico onde é possível analisar melhor a relação da condutividade
entre as soluções,percebe-se que a solução de 2M está com uma condutividade
menor que a solução de 1,5M. Porém é preciso lembrar que esse valor “suposto”
não corresponde ao observado experimentalmente:

Além de obter e analisar a relação da condutividade X tempo em cada


solução, outro objetivo do experimento era determinar o Coeficiente de Difusão
(Dab).
A fórmula usada para isso é a seguinte:

Equação para determinar a difusividade usando o método de cronometragem

Sendo:
dk/𝑑𝑡 = Variação da condutividade em função do tempo
N = Número de capilares ( N = 317)
D = Diâmetro do capilar ( D = 0,001m)

3
X= Comprimento do capilar ( X = 0,005m)
V = Volume de água destilada. ( 1,8 L)
Cm= variação da condutividade (Cf - C0)

A variação da condutividade em função do tempo foi obtida subtraindo a


condutividade final da condutividade inicial para cada solução em cada intervalo de
tempo, e realizando uma média dos valores. Por exemplo, para a solução 1M, a
variação da condutividade entre 0 e 30 segundos é 0.215 - 0.1344 = 0.0806 uS/mS.
A tabela com todas as variações de condutividade para cada tempo fica:

Solução 1M Solução 1,5M Solução 2M

0,0806 0,084 0,6801

-0,014 0,011 -0,612

0,003 0,003 0,008

0,005 0,006 0,004

0,004 0,004 0,006

0,002 0,002 0,0011

0,004 0,005 0,004

0,001 0,004 0,002

0,002 0,002 0,004

0,002 0,004 0,003

Variação de condutividade média para a solução 1M = 0,0106 mS.


Variação de condutividade média para a solução 1,5M = 0,019 mS.
Variação de condutividade média para a solução 2M = 0,0541 mS.
Variação de condutividade média para a solução 2M fictícia = 0,0121 mS.

A variação da condutividade também poderia ter sido obtida de maneira


gráfica através da equação da reta, pelo valor do k.
Após utilizar todos os valores fornecidos e calculados e inseri-los na equação
correspondente ao coeficiente de difusão, foram obtidos os seguintes resultados:

4
Para a solução 1M:
2
𝐷𝑎𝑏 = ((0. 0106) * (4 * 0. 005 * 0. 0018))/(0. 001 * 317 * π * 0. 09)
−10
𝐷𝑎𝑏 = 0. 167 * 10 𝑚²/𝑠

Para a solução 1,5M:


2
𝐷𝑎𝑏 = ((0. 0019) * (4 * 0. 005 * 0. 0018))/(0. 001 * 317 * π * 0. 125)
−10
𝐷𝑎𝑏 = 3. 00 * 10 𝑚²/𝑠

Para a solução 2M:


2
𝐷𝑎𝑏 = ((0. 0541) * (4 * 0. 005 * 0. 0018))/(0. 001 * 317 * π * 0. 107)
−10
𝐷𝑎𝑏 = 8. 14 * 10 𝑚²/𝑠

Para a solução 2M fictícia:


2
𝐷𝑎𝑏 = ((0. 0121) * (4 * 0. 005 * 0. 0018))/(0. 001 * 317 * π * 0. 107)
−10
𝐷𝑎𝑏 = 1. 83 * 10 𝑚²/𝑠

5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, pode-se observar que a relação entre difusão e concentração de
uma solução por meio do aumento da sua condutividade, ou seja, houve um
aumento da concentração com a adição da solução salina. Como o único
movimento realizado foi a alocação da cuba, podemos dizer que não houve a
transferência de massa por convecção (transferência de massa por movimento
forçado do fluido por escoamento) na maior parte do tempo e sim por difusão
(movimento aleatório das moléculas por meio da diferença de potencial químico).
O que se esperava, segundo a lei de Fick, era que a condutividade
apresentasse valores proporcionais à concentração da solução analisada em um
mesmo intervalo de tempo, já que quanto maior o gradiente de concentração maior
o fluxo difusivo. Após serem medidas a condutividade em intervalos de tempo de
soluções de 1M, 1.5M e 2M gráficos foram plotados e notou-se, como esperado que
a solução de 1M tivesse a menor variação, todavia, a solução de 1,5M teve valores
superiores a solução de 2M quando desconsideramos o ponto com variação
exorbitante. Esse resultado diferente do esperado pode se explicar por fatores
como:
1. Falta de calibração do condutivímetro utilizado
2. Ajuste de escala necessário ao fazer as leituras
3. Erro de sincronização do cronômetro com a leitura da condutividade
4. Bolha de água formada próxima aos capilares ao preencher com a solução,
que se não retirada completamente impede a transferência de massa.
Com relação ao ponto demasiadamente fora da solução de 2M, este pode ser
justificado em sua maior parte por erros de leitura, já que foi muito significativo e não
pode indicar o aumento ao colocar a solução na cuba.
Como o cálculo do DAB não leva em conta a concentração, depende apenas
do tamanho e forma do soluto, da viscosidade do solvente e da temperatura e não
da diferença de concentração, o esperado eram valores próximos como resultado, o
que pode ser observado nas concentrações de 1M e 2M (solução fictícia). O que
pode explicar a diferença é a diferença de concentração, já que as soluções podem
não estar padronizadas certificando não o valor exato de concentração e também
uma consequência dos outros erros de medição citados para a curva de
condutividade x tempo.

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REFERÊNCIAS
CREMASCO, M. A. Fundamentos de Transferência de Massa. 2. ed. São Paulo:
Unicamp, 2009.

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