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TC DE FILOSOFIA

PROF. SÉRGIO FEITOSA


ASSUNTO: TEMA 13 - EMPIRISMO (O PENSAMENTO DE FRANCIS BACON)

EXERCÍCIOS DE CLASSE

01. Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa referência ao objeto do
conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que esse ideal iria, no século XXI, atormentar
filósofos e cientistas. O “tormento” do mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber
desinteressado, mas para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais
eficiente. O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da natureza
pudesse ser realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica foi naturalmente se
estreitando.
(Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado)

De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e cientistas contemporâneos
se dá devido à problematização da

a) eficácia de teorias.
b) natureza do conhecimento.
c) noção de progresso.
d) confiança nos resultados.
e) verificação dos experimentos.

02. Resta-nos um único e simples método, para alcançar os nossos intentos: levar os homens aos próprios
fatos particulares e às suas séries e ordens, a fim de que eles, por si mesmos, se sintam obrigados a
renunciar às suas noções e comecem a habituar-se ao trato direto das coisas.
(BACON, F. Novum Organum Trad. José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 26)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema do método de investigação da natureza em Bacon,
assinale a alternativa correta.

a) O preceito metodológico do “trato direto das coisas” supõe que cada um já possui em si as condições para
realizar a investigação da natureza.
b) A investigação da natureza consiste em aplicar um conjunto de pressupostos metafísicos, cuja função é
orientar a investigação
c) As “séries e ordens” referentes aos fatos particulares resultam da aplicação dos pressupostos do método de
investigação.
d) A renúncia às noções que cada um possui é o princípio do método de investigação, que levará a ida aos fatos
particulares.
e) O método de interpretação da natureza propõe uma nova atitude com relação às coisas e uma nova
compreensão dos poderes do intelecto.

03. Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta
foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia
dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores
como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um
mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e
culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como
uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação
científica consiste em

a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.


b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
04. “Toda a obra de Francis bacon se destina a substituir uma cultura do tipo retórico-literário por uma do
tipo técnico-científico. Bacon está perfeitamente consciente de que a realização deste programa de
reforma comporta numa ruptura com a tradição. De que tal ruptura diz respeito não só ao modo de
pensar, mas também ao modo de viver dos homens. O tipo de discurso filosófico elaborado no mundo
clássico pressupõe, segundo Bacon, a superioridade da contemplação sobre as obras, da resignação
diante da natureza sobre a conquista da natureza, da reflexão acerca da interioridade sobre a pesquisa
voltada para os fatos e as coisas.”
ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas: 1400-700. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 75/adaptado.

A passagem acima expõe a relação entre o pensamento filosófico moderno, representado por Francis Bacon,
e o pensamento filosófico clássico.

Sobre essa relação, é correto afirmar que

a) não houve nenhuma mudança substantiva entre a forma como os modernos pensavam o mundo e a forma
como os antigos interpretavam a realidade, a não ser no aspecto da adoção de um processo metodológico
diferenciado do pensamento.
b) a filosofia dos modernos buscava compreender a forma do pensamento e a partir de um raciocínio dedutivo,
ao contrário dos antigos que baseavam o pensamento na forma indutiva e experimental de abordagem da
realidade.
c) a mudança da maneira com que os filósofos da modernidade passaram a pensar a realidade foi radical em
relação aos antigos, representando uma ruptura com um tipo de saber retórico e a adoção de um
pensamento focado na pesquisa sobre os fatos e as coisas.
d) embora ancorada em raciocínio lógico e em um método mais preciso de análise, a filosofia dos modernos
mostrava-se inferior ao pensamento antigo, em decorrência tanto de sua dependência excessiva da
experiência, como do abandono do raciocínio.

05. Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo, escritor e político Inglês considerado um dos grandes precursores
do método moderno de pesquisa científico afirmou: “Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o
intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso
da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão ressurgir como
obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se
cuidem o mais que possam”.
BACON, Francis. “Novum Organum” (versão eletrônica) XXXVIII . Disponível em: www.psb40.org.br/bib/b12.pdf
Acesso em 20 de maio de 2015

Segundo Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana”, qual item abaixo não
corresponde ao pensamento do filósofo:

a) Ídolos do teatro – as opiniões que se formam em nós em decorrência dos poderes das autoridades que nos
impõem seus pontos de vista.
b) Ídolo da tribo – as opiniões que se formam em nós, por sermos da espécie humana, ou seja, em decorrência
da natureza humana.
c) Ídolo da caverna – as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos órgãos dos sentidos.
d) Ídolos do direito – as opiniões que se formam em nós por meio de decretos e leis que não podem ser
questionados.
e) Ídolos do fórum – as opiniões que se formam em nós como consequência da linguagem e de nossas relações
com os outros.
EXERCÍCIOS DE CASA

01. Leia atentamente o trecho a seguir, que é um fragmento do pensamento de Francis Bacon a respeito do
processo de conhecimento e da relação entre conhecimento contemplativo e conhecimento prático:

“Efetivamente construímos no intelecto humano um modelo verdadeiro do mundo, tal qual foi
descoberto e não segundo o capricho da razão de fulano ou beltrano. Porém, isso não é possível levar
a efeito, sem uma prévia e diligentíssima dissecção e anatomia do mundo. Por isso, decidimos correr
com todas essas imagens ineptas e simiescas que a fantasia humana infundiu nos vários sistemas
filosóficos. Saibam os homens como já antes dissemos a imensa distância que separa os ídolos da
mente humana das ideias da mente divina. Aqueles, de fato, nada mais são que abstrações arbitrárias;
estas, ao contrário, são as verdadeiras marcas do Criador sobre as criaturas, gravadas e determinadas
sobre a matéria, através de linhas exatas e delicadas. Por conseguinte, as coisas em si mesmas, neste
gênero, são verdade e utilidade, e as obras devem ser estimadas mais como garantia da verdade que
pelas comodidades que propiciam à vida humana”.
BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza. Domínio público
(http://br.egroups.com/group/acropolis/)

Levando em consideração o trecho acima e o pensamento de Francis Bacon, é correto afirmar que

a) a concepção baconiana de mundo está ligada à corrente racionalista que associa a ideia divina revelada ao
processo de descoberta da verdade.
b) Bacon defendia um modo de pensar mais atento às coisas, imune aos ídolos construídos pela mente humana
quando destituída de um método de abordagem do real.
c) Francis Bacon defendia um empirismo de caráter essencialmente contemplativo com submissão parcial da
experiência ao pensar especulativo.
d) a filosofia de Francis Bacon reafirmou a importância da metafísica aristotélica como ponto máximo do
conhecimento puramente contemplador da verdade.

02. São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresentá-los,
assinalamos os nomes: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro.”
Fonte: BACON. Novum Organum, São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.33.

É CORRETO afirmar que para Bacon:

a) Os Ídolos da Tribo e da Caverna são os conhecimentos primitivos que herdamos dos nossos antepassados
mais notáveis.
b) Os Ídolos do Teatro são todos os grandes atores que nos influenciam na vida cotidiana.
c) Os Ídolos do Foro são as ideias formadas em nós por meio dos nossos sentidos.
d) Através dos Ídolos, mesmo considerando que temos a mente bloqueada, podemos chegar à verdade.
e) Os Ídolos são falsas noções e retratam os principais motivos pelos quais erramos quando buscamos
conhecer.

03. Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não
somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de superados,
poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já
precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam. O homem se inclina a ter por verdade o que
prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; rejeita os
princípios da natureza, em favor da superstição; rejeita a luz da experiência, em favor da arrogânciae
do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; rejeita paradoxos, por respeito a
opiniões vulgares. Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o sentimento, quase sempre
imperceptivelmente, se insinua e afeta o intelecto.
(Francis Bacon. Novum Organum [publicado originalmente em 1620],1999. Adaptado.)

Na história da filosofia ocidental, o texto de Bacon preconiza

a) um pensamento científico racional afastado de paixões e preconceitos.


b) uma crítica à hegemonia do paradigma cartesiano no âmbito científico.
c) a defesa do inatismo das ideias contra os pressupostos da filosofia empirista.
d) a valorização romântica de aspectos sentimentais e intuitivos do pensamento.
e) uma crítica de caráter ético voltada contra a frieza do trabalho científico.

04. Na sua obra Novum Organum, publicado em 1620, o filósofo Francis Bacon inaugura uma nova concepção de
conhecimento científico.
Sobre esse novo conceito de ciência, é CORRETO afirmar que:

I. Para Bacon, a nova ciência deveria continuar usando o método dedutivo, já que ele é superior ao método
indutivo, pois este estaria por demais limitado aos dados estatísticos observáveis.
II. Ele pretende distanciar-se da visão aristotélica de ciência como pura contemplação, como um saber em si
mesmo.
III. Ele busca um tipo de ciência que não privilegie o falar (a retórica), mas o fazer (as obras), ou seja, trata-
se de um método de enfrentamento da natureza visando a transformar o mundo a favor do ser humano. É
isso o que explica a sua frase: “Os gregos, com efeito, possuem o que é próprio das crianças: estão sempre
prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois a sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril
em obras”. (Novum Organum, Livro I, § LXXI).
IV. Para Bacon, o saber científico dos gregos (entre os quais Aristóteles) é extremamente útil para a ciência
moderna porque forneceria as bases para a pesquisa instrumental.

a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.


b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Apenas a assertiva IV está correta.

05. Como parte de um esforço para aprimorar o letramento científico de seus alunos, a escola de Pedro
ofereceu um curso de história da ciência. Nesse curso, ele aprendeu que o método de investigação
científica defendido por Bacon, no surgimento da ciência moderna, consistia em elencar o maior
número de observações particulares de um determinado fenômeno e, a partir daí, extrair uma lei ou
conclusão geral.

Esse método é usualmente conhecido como

a) dedutivo.
b) indutivo.
c) sintético.
d) analítico.
e) intuitivo.

06. No seu livro Novum Organum, o filósofo Francis Bacon tenta se distanciar do modo grego de fazer
ciência. É o que se denota, por exemplo, na seguinte passagem: “Os gregos, com efeito, possuem o
que é próprio das crianças: estão sempre prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois a
sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril em obras.”
(Novum Organum, Livro I, § LXXI)

Sobre essa posição assumida por Bacon, avalie as proposições a seguir:

I. Bacon afirma que a ciência grega está pautada na retórica, privilegiando o falar sobre a realidade e esse
seria o seu limite.
II. O novo método, ao contrário, seria baseado num fazer e num agir sobre a natureza, a fim de que ela
favorecesse a vida do ser humano.
III. Esse novo jeito de fazer ciência é marcado por um novo método, que é o “método indutivo”, ou seja, aquele
pelo qual seria necessário ao cientista não apenas contemplar, mas, sobretudo, observar e experimentar.
IV. Segundo o autor, o novo método deveria abandonar o uso da racionalidade e se apoiar apenas no
experimento prático, a fim de livrar a ciência dos erros e ilusões que o autor chama de “ídolos”.

Está(ão) CORRETA(S):

a) Apenas as assertivas I e III.


b) Apenas as assertivas II e IV.
c) Apenas as assertivas I, II e III.
d) Apenas a assertiva IV.
e) Todas as assertivas.

07. Segundo Francis Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para
melhor apresentá-los, lhes assinamos nomes, a saber: Ídolos da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do
Foro e Ídolos do Teatro”.
Fonte: BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21.
Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos da Tribo são:

a) Os ídolos dos homens enquanto indivíduos.


b) Aqueles provenientes da associação recíproca dos indivíduos.
c) Aqueles que imigraram das diversas doutrinas filosóficas.
d) Aqueles derivados de regras viciosas de demonstração.
e) Aqueles fundados na própria natureza.

08. Para combater os erros provocados pelos ídolos, Francis Bacon propôs o método indutivo de
investigação, que cumpriria algumas etapas consecutivas, como é o caso da alternativa:

a) Observação da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações.


b) Observação da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e introspecção.
c) Concepção mística da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações.
d) Concepção emocional da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações.

09. Sobre os ídolos preconizados por Francis Bacon, é CORRETO afirmar que:

a) “A consequência imediata da ação dos ídolos é a inscrição do Homem num universo de massacre e
sofrimento racional-indutivo, onde o conhecimento científico se distancia da filosofia, se deteriora e se
amesquinha”.
b) “Toda idolatria é forjada no hábito e na subjetividade humanos”.
c) “Os ídolos invadem a mente humana e para derrogá-los, é necessário um esforço racional-dedutivo de
análise, como bem advertiu Aristóteles”.
d) “Os ídolos da caverna são os homens enquanto indivíduos, pois cada um […] tem uma caverna ou uma cova
que intercepta e corrompe a luz da natureza”.

10. “Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois
a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como
causa é regra na prática.”
Fonte: BACON. Novum Organum. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 40.

Tendo em vista o texto acima, assinale a alternativa CORRETA:

a) Bacon estabelece que a melhor maneira de explicar os fenômenos naturais é recorrer aos princípios inatos da
razão.
b) Através do conhecimento científico, o homem aprende a aceitar o domínio dos princípios metafísicos de
causalidade sobre a natureza.
c) O conhecimento da natureza depende do poder do homem. Assim um rei conhece mais sobre a natureza do
que um pobre estudante.
d) Através da contemplação - observação - da natureza o homem aprende a conhecê-la e, então, reúne condições
para dominar a natureza.
e) Devemos ser práticos e obedecer à natureza, pois o conhecimento das relações de causa e efeito é impossível
e sempre frustrante.
GABARITO – CASA
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C E C C D

GABARITO – CLASSE

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B E A C B
06 07 08 09 10
C E A D D

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