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Além disso foi conselheiro, procurador-geral, fiscal, grande chanceler e guarda do selo. No
entanto, foi acusado de corrupção em 1621, o que o levou ao pagamento de uma multa.
Em pouco tempo, Bacon conseguiu fama em seu país, sendo um homem respeitado não
somente por sua posição política mas por suas contribuições nas áreas jurídica e filosófica.
Obras
Além de obra filosóficas, Bacon escreveu obras políticas, jurídicas e literárias, reunindo uma
vasta produção intelectual das quais se destacam:
Ensaios
Da Sabedoria dos Antigos
Estandartes do Bem e do Mal
História de Henrique VII
Casos de Traição
Elementos das Leis Comuns da Inglaterra
Novo Método ou Instrumento
Grande Restauração
Nova Atlântida
Reflexões sobre a Natureza das Coisas
Das Marés
Classificação das Ciências
História Natural e Experimental
Escala do Entendimento
Antecipações à Filosofia
Ele pretendia demostrar sua grande preocupação com os conhecimentos científicos na vida
prática. A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental baseada na corrente empirista.
Segundo Bacon, a figura dos ídolos estava baseada em falsas noções e hábitos mentais
incutidos na mentalidade dos homens. Para ele, a crença nos ídolos prejudicava o avanço da
ciência e da racionalidade humana.
Dessa forma, rejeitou o pensamento da filosofia medieval escolástica, a qual esteve baseada
em noções abstratas.
Foi em sua obra “Novum Organum” (Novo Instrumento) que ele apresentou os quatro gêneros
de ídolos que geram falsas noções:
Bacon criou um modelo de investigação através do método da indução, o qual estava baseado
na observação precisa e minuciosa dos fenômenos naturais.
Com o intuito de combater os erros provocados pelas crenças nos “ídolos”, Bacon propõe o
método indutivo. Segundo ele, essa metodologia estaria dividida em quatro etapas:
Frases
Segue abaixo algumas célebres frases de Bacon:
A diferença, no entanto, é que no método indutivo, essa conclusão pode ser ou não verdadeira.
Isso porque, ele extrapola os limites das premissas.
Por sua vez, no método dedutivo, a conclusão é extraída das próprias premissas. Por isso, o
método indutivo é chamado de "ampliativo", enquanto, o dedutivo de "não ampliativo".
Francis Bacon
"É impossível falar em conhecimento na modernidade sem citar Francis Bacon. Isso
porque ele é tido como um dos fundamentadores das bases do conhecimento
científico que surgiu no século XVI. Bacon se ocupou de mostrar as falhas de um
pensamento extremamente metafísico que impedia o olhar para a imanência das
coisas terrenas, o que travava o desenvolvimento científico. Ele também se ocupou
de mostrar como a visão mais empirista (de tradição aristotélica) também poderia
cair no entrave"
"Biografia de Francis Bacon
Francis Bacon nasceu no seio de uma família londrina bem posicionada
socialmente, no dia 22 de janeiro de 1561. Seu pai, Sir Nicholas Bacon, foi um jurista
e lorde inglês, tendo participado do cenário político de sua época. Bacon estudou em
Cambridge e ingressou no Trinity College com apenas 12 anos de idade. Também foi
membro da Gray’s Inn, uma das quatro irmandades pertencentes ao seleto grupo
inglês The Fours Inn (uma espécie de irmandade que formava os advogados mais
qualificados para atuarem na corte)."
"Em 1584 Bacon foi eleito para a Câmara dos Comuns da Inglaterra (instituição com
poderes reduzidos na época por conta do absolutismo inglês, que crescia desde o
início da dinastia Tudor), o que demonstra a influência do jovem pensador no meio
político de sua época. Além disso, Bacon foi procurador-geral, fiscal, guarda do selo
e chanceler da coroa britânica. Aos 58 anos de idade, foi nomeado Barão de
Verulam e, aos 60 anos, Barão de Saint Alban.
Depois de uma acusação de corrupção, Bacon foi condenado a pagar uma multa e
foi proibido de exercer cargos públicos, encerrando sua carreira para a coroa.
Enquanto exercia os atributos de suas funções públicas, ele redigiu e publicou
algumas obras que entraram para a história da compreensão da natureza, do
conhecimento humano e das ciências. A mais importante obra foi publicada em
1620: o “Novum Organom” (que inicia a fase de maior êxito do compêndio
Instauratio Magna). Bacon faleceu em 1626, vítima de pneumonia."
"Bacon e o empirismo
Francis Bacon foi um grande crítico das ideias aristotélicas que abriram caminho
para o reconhecimento da importância de entender o mundo por meio da
experiência prática. Vale lembrar que criticar não significa abandonar, pelo contrário,
a crítica aqui é algo positivo. Para o filósofo inglês, Aristóteles estava certo ao
reconhecer a primazia do empirismo, no entanto desenvolveu um método errado
quando aplicado às ciências da natureza. O método aristotélico era suficiente para
entender a lógica e a linguagem, mas insuficiente para o entendimento correto da
natureza.
A modernidade foi marcada pela revolução científica, movida por nomes como
Galileu Galilei e Isaac Newton. Precisamos, contudo, reconhecer a importância de
Bacon nesse movimento. O filósofo inglês propôs uma crítica ao empirismo
aristotélico a ponto de reorganizar as bases do conhecimento, propondo um método
complexo. As considerações propostas por Bacon foram levadas em consideração
por Galileu para a formulação de seu método científico."
Em todo esse movimento, existem ídolos que dificultam o nosso caminho de chegar
ao conhecimento mais completo e verdadeiro. Os quatro ídolos apontados por
Bacon são apresentados a seguir.
Ídolos da tribo: fazem parte da tribo humana por pertencerem à nossa natureza. Há
uma tendência humana de buscar a compreensão dos fenômenos à sua volta, aliás,
é isso que movimenta a vontade de dominar a natureza. Para Bacon, há uma
tendência de estabelecer vínculos causais por meio da observação do universo que
nos leva à criação de uma falsa causalidade. Como exemplo, podemos citar o ato de
nascer do Sol. O Sol aparece para nós todos os dias, movimento que chamamos de
“nascer” do Sol. Criamos, então, um vínculo causal que diz que o Sol nascerá todos
os dias.
Ídolos da caverna: temos uma individualidade que circunda todas as pessoas e que
nos aprisiona: uma caverna, que é o nosso próprio corpo. Quando Bacon recorre à
imagem da caverna, ele está fazendo referência à alegoria de Platão, que pensou o
corpo e os seus sentidos como uma caverna que nos engana."
"Nós somos impelidos então por um ímpeto de confiar cegamente nos sentidos do
corpo.
Ídolos do fórum: nós temos e nutrimos uma vida pública que faz parte da concepção
de vida humana. Essa vida pública é regida pelas regras de uma espécie de jogo da
linguagem, que, por sua vez, pode se colocar como um entrave para o verdadeiro
conhecimento da natureza, pois tendemos a comprar os discursos oferecidos no
fórum.
Ídolos do teatro: moral, costumes, tradição, religião e uma quantidade expressiva de
elementos circundam as relações sociais da humanidade. Esse é o teatro humano, e
o respeito incondicional a esse teatro se coloca como uma espécie de barreira para
o verdadeiro conhecer."
"Método indutivo
Tratamos até agora de mostrar como Bacon criticou a filosofia aristotélica e tentou
sustentar novos pilares para o maior desenvolvimento da ciência na modernidade. O
que Bacon criticava em Aristóteles era, sobretudo, a sua maneira de conhecer o
mundo (que beira o empirismo e o método indutivo, mas corre de maneira mais solta
e menos metódica).
Bacon propôs, para concluir sua tarefa com êxito, um novo método indutivo, que
recorre ao conhecimento empírico e se utiliza da crítica aos ídolos, tendo nestes a
percepção do que não se deve fazer. O método baconiano está assentado em
quatro passos que acompanham o trabalho daquele que quer conhecer a natureza
com maior certeza e veracidade:
a) observar o meio de maneira ordenada e coletar dados da experiência de
observação;
b) organizar os resultados observados;
c) formular hipóteses a partir dos dados obtidos;
d) realizar experimentos que comprovem ou descartem as hipóteses.
Vejam que esse método está presente em grande parte do trabalho de pesquisa nas
ciências naturais. Os cientistas buscam proceder por meio desse método para
induzir uma resposta (daí o nome indutivo), pois ele parte de um recorte de
observação (observa-se parte do todo) para formular uma teoria que se pretenda
geral (que abarca o todo)."
Empirismo
Teoria de Bacon
da poesia e da imaginação
da história e da memória
da filosofia ou do estudo da razão
A filosofia poderia ser, por sua vez, uma filosofia da natureza (caso
tratasse de temas como as ciências, a lógica e a metafísica)
ou antropológica (caso tratasse de temas relacionados àquilo que
apenas o ser humano faz em seu convívio: política e ética).
Da interpretação da natureza
Teses sobre o movimento
História natural
“Nova atlântida”, “Reflexões sobre a natureza das coisas” e
“Sobre as marés” são escritos que foram acrescentados
posteriormente ao plano da Instauratio Magna.
Por fim, temos o corpo da Instauratio Magna (ou Novum
Organon), que visa a criar um modo de conceber-se o
conhecimento científico, dividindo em seis extensas partes toda
a teoria do conhecimento baconiana.
Publicado por Francisco Porfírio Francis Bacon: biografia, teoria, obras, frases - Mundo Educação
(uol.com.br) 02/11/2023
Pouco depois da publicação de seu trabalho mais influente, Novum Organum, ele foi
impugnado pelo parlamento por aceitar subornos. Ele recebeu uma pesada multa
(que nunca pagou) e cumpriu uma breve pena de prisão (quatro dias) na Torre de
Londres. Sua aposentadoria forçada de assuntos legais e legislativos, aos 60 anos
de idade, permitiu-lhe concentrar-se na ciência e na filosofia, e logo se seguiram
vários livros significativos.
Francis Bacon tem sido tradicionalmente listado como o principal porta-voz da nova
ciência em sua revolta contra autoridades passadas, especialmente Aristóteles. Sua
sagacidade e estilo de escrita brilhante tentaram alguns a especular que ele era o
verdadeiro autor das peças de Shakespeare. Foi contemporâneo de Galileu e
Copérnico, e era 35 anos mais velho do que Descartes.
Bacon era um empirista radical que acreditava que a natureza só poderia ser
entendida estudando-a direta e objetivamente. Relatos de como a natureza deve
ser baseada nas escrituras, fé, ou qualquer autoridade filosófica ou teológica só iria
dificultar os esforços de alguém para aprender como o mundo realmente funciona.
A ciência Baconiana
Embora Bacon e Galileu fossem contemporâneos, suas abordagens da ciência eram
muito diferentes. Galileu buscou princípios gerais (leis) que pudessem ser expressos
matematicamente e a partir dos quais deduções pudessem ser feitas, uma
abordagem que na verdade exigia muito pouca experimentação. Para Galileu, era
importante descobrir as leis que governavam o mundo físico. Uma vez que tais leis
tivessem sido isoladas e expressas matematicamente, um grande número de
manifestações dessas leis poderia ser deduzido (a dedução envolve a previsão de
um evento particular a partir de um princípio geral).
Bacon, por outro lado, exigia uma ciência baseada na indução. De acordo com
Bacon, a ciência não deve incluir teorias, hipóteses matemática e deduções, mas
deve envolver apenas os fatos da observação. Ele acreditava que qualquer pessoa
que fizesse pesquisas com noções preconcebidas tenderia a ver a natureza à luz
dessas preconcepções. Em outras palavras, Bacon achava que aceitar uma teoria
provavelmente influenciaria as observações de alguém, e ofereceu Aristóteles como
um exemplo de pesquisador tendencioso.
Bacon disse que como Aristóteles havia assumido que os objetos na natureza eram
governados por causas finais, sua pesquisa confirmou a existência de causas finais.
Para ele, quando assumimos “causas finais” e as aplicamos à ciência, estamos
levando para a natureza o que existe apenas em nossa imaginação. Em vez de
entender as coisas, contestamos as palavras, que cada homem interpreta a si
mesmo.
Dedução e indução
Mas Bacon não evitou classificar as observações empíricas. Ele acreditava que após
muitas observações, generalizações poderiam ser feitas, e as semelhanças e
diferenças entre as observações poderiam ser observadas. Essas generalizações
podem ser usadas para descrever classes de eventos ou experiências.
Ele diz:
Os homens de experimentos são como as formigas, só coletam e
usam o que coletaram; os pensadores lembram aranhas, que
constroem teias com sua própria substância. A abelha, no entanto,
toma um caminho do meio: coleta seu material das flores do jardim e
do campo, mas o transforma e o digere por um poder próprio. Não
diferentemente, este é o verdadeiro negócio da filosofia; pois ela nem
depende exclusiva ou principalmente dos poderes da mente, nem
aloja a matéria que coleta da história natural e dos experimentos
mecânicos por inteiro na memória, como a encontra, mas a aloja no
intelecto alterada e digerida. Portanto, a partir de uma liga mais
estreita e pura entre essas duas faculdades, a experimental e a
racional (como ainda nunca foi feito), muito pode ser esperado.
O conhecimento prático fornecido pela ciência era tão importante para a melhoria da
sociedade que Bacon acreditava que a atividade científica deveria ser
generosamente apoiada por fundos públicos.
Por Sadoque Vieira
Publicado18/02/2022
Última Atualização18/10/2023
Francis Bacon: empirismo e o método científico | Filosofia do Início
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