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Francis Bacon foi um filósofo, político inglês e um dos fundadores do método

indutivo de investigação científica, o qual estava baseado no Empirismo. Seus estudos


contribuíram para a história da ciência moderna.
Estudou Direito na Universidade de Cambridge e teve um papel preponderante na política
inglesa, sendo eleito o 1.° Visconde de Alban e também embaixador inglês na França.

Além disso foi conselheiro, procurador-geral, fiscal, grande chanceler e guarda do selo. No
entanto, foi acusado de corrupção em 1621, o que o levou ao pagamento de uma multa.

Em pouco tempo, Bacon conseguiu fama em seu país, sendo um homem respeitado não
somente por sua posição política mas por suas contribuições nas áreas jurídica e filosófica.

Foi um dos mais importantes pensadores da filosofia moderna, criando um método de


investigação filosófica. Por esse motivo é considerado o "Pai do Método Experimental".

Faleceu em 9 de abril de 1626 na cidade de Highate no Reino Unido, vítima de bronquite.

Obras

Além de obra filosóficas, Bacon escreveu obras políticas, jurídicas e literárias, reunindo uma
vasta produção intelectual das quais se destacam:

 Ensaios
 Da Sabedoria dos Antigos
 Estandartes do Bem e do Mal
 História de Henrique VII
 Casos de Traição
 Elementos das Leis Comuns da Inglaterra
 Novo Método ou Instrumento
 Grande Restauração
 Nova Atlântida
 Reflexões sobre a Natureza das Coisas
 Das Marés
 Classificação das Ciências
 História Natural e Experimental
 Escala do Entendimento
 Antecipações à Filosofia

Teoria de Francis Bacon


Para Francis a ciência era uma técnica e os conhecimentos científicos deveriam ser
considerados instrumentos práticos de controle da natureza.

Ele pretendia demostrar sua grande preocupação com os conhecimentos científicos na vida
prática. A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental baseada na corrente empirista.

Teoria dos Ídolos

Segundo Bacon, a figura dos ídolos estava baseada em falsas noções e hábitos mentais
incutidos na mentalidade dos homens. Para ele, a crença nos ídolos prejudicava o avanço da
ciência e da racionalidade humana.

Dessa forma, rejeitou o pensamento da filosofia medieval escolástica, a qual esteve baseada
em noções abstratas.

Foi em sua obra “Novum Organum” (Novo Instrumento) que ele apresentou os quatro gêneros
de ídolos que geram falsas noções:

 Ídolos da tribo: provenientes das limitações da espécie humana.


 Ídolos da caverna: o nome dessa categoria está relacionado com o “mito da caverna”
de Platão, proveniente das falsas noções do ser humano.
 Ídolos do mercado ou do foro: provenientes da linguagem e da comunicação
 Ídolos do teatro: provenientes do campo cultural, filosófico e científico.

Método Indutivo de Investigação

Bacon criou um modelo de investigação através do método da indução, o qual estava baseado
na observação precisa e minuciosa dos fenômenos naturais.

Aliado ao conceito de Empirismo, Bacon definiu um método de investigação baseado


na observação dos fenômenos naturais.

Com o intuito de combater os erros provocados pelas crenças nos “ídolos”, Bacon propõe o
método indutivo. Segundo ele, essa metodologia estaria dividida em quatro etapas:

 Coleta de informações a partir da observação rigorosa da natureza;


 Reunião, organização sistemática e racional dos dados recolhidos;
 Formulação de hipóteses segundo a análise dos dados recolhidos;
 Comprovação das hipóteses a partir de experimentações.

Frases
Segue abaixo algumas célebres frases de Bacon:

 “O conhecimento é em si mesmo um poder.”


 “O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las.”
 “Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideias para mudar.”
 “Não se aprende bem a não ser pela experiência.”
 “As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem que se seja verdade.”
 “Não há equívoco maior do que confundir homens inteligentes com sábios.”

Método Indutivo e Dedutivo


Os métodos indutivo e dedutivo são semelhantes visto que partem de premissas verdadeiras
para atingirem conclusões. Ambos são utilizados com a finalidade de atingirem a verdade.

A diferença, no entanto, é que no método indutivo, essa conclusão pode ser ou não verdadeira.
Isso porque, ele extrapola os limites das premissas.

Por sua vez, no método dedutivo, a conclusão é extraída das próprias premissas. Por isso, o
método indutivo é chamado de "ampliativo", enquanto, o dedutivo de "não ampliativo".

Em suma, o método indutivo parte de observações enquanto o dedutivo parte da teoria.


Francis Bacon. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/francis-bacon/. Acesso em: 1
nov. 2023

MENEZES, Pedro. Método Indutivo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/metodo-indutivo/. Acesso em: 1 nov. 2023

Francis Bacon
"É impossível falar em conhecimento na modernidade sem citar Francis Bacon. Isso
porque ele é tido como um dos fundamentadores das bases do conhecimento
científico que surgiu no século XVI. Bacon se ocupou de mostrar as falhas de um
pensamento extremamente metafísico que impedia o olhar para a imanência das
coisas terrenas, o que travava o desenvolvimento científico. Ele também se ocupou
de mostrar como a visão mais empirista (de tradição aristotélica) também poderia
cair no entrave"
"Biografia de Francis Bacon
Francis Bacon nasceu no seio de uma família londrina bem posicionada
socialmente, no dia 22 de janeiro de 1561. Seu pai, Sir Nicholas Bacon, foi um jurista
e lorde inglês, tendo participado do cenário político de sua época. Bacon estudou em
Cambridge e ingressou no Trinity College com apenas 12 anos de idade. Também foi
membro da Gray’s Inn, uma das quatro irmandades pertencentes ao seleto grupo
inglês The Fours Inn (uma espécie de irmandade que formava os advogados mais
qualificados para atuarem na corte)."
"Em 1584 Bacon foi eleito para a Câmara dos Comuns da Inglaterra (instituição com
poderes reduzidos na época por conta do absolutismo inglês, que crescia desde o
início da dinastia Tudor), o que demonstra a influência do jovem pensador no meio
político de sua época. Além disso, Bacon foi procurador-geral, fiscal, guarda do selo
e chanceler da coroa britânica. Aos 58 anos de idade, foi nomeado Barão de
Verulam e, aos 60 anos, Barão de Saint Alban.
Depois de uma acusação de corrupção, Bacon foi condenado a pagar uma multa e
foi proibido de exercer cargos públicos, encerrando sua carreira para a coroa.
Enquanto exercia os atributos de suas funções públicas, ele redigiu e publicou
algumas obras que entraram para a história da compreensão da natureza, do
conhecimento humano e das ciências. A mais importante obra foi publicada em
1620: o “Novum Organom” (que inicia a fase de maior êxito do compêndio
Instauratio Magna). Bacon faleceu em 1626, vítima de pneumonia."
"Bacon e o empirismo
Francis Bacon foi um grande crítico das ideias aristotélicas que abriram caminho
para o reconhecimento da importância de entender o mundo por meio da
experiência prática. Vale lembrar que criticar não significa abandonar, pelo contrário,
a crítica aqui é algo positivo. Para o filósofo inglês, Aristóteles estava certo ao
reconhecer a primazia do empirismo, no entanto desenvolveu um método errado
quando aplicado às ciências da natureza. O método aristotélico era suficiente para
entender a lógica e a linguagem, mas insuficiente para o entendimento correto da
natureza.
A modernidade foi marcada pela revolução científica, movida por nomes como
Galileu Galilei e Isaac Newton. Precisamos, contudo, reconhecer a importância de
Bacon nesse movimento. O filósofo inglês propôs uma crítica ao empirismo
aristotélico a ponto de reorganizar as bases do conhecimento, propondo um método
complexo. As considerações propostas por Bacon foram levadas em consideração
por Galileu para a formulação de seu método científico."

"Teoria de Bacon (teoria dos ídolos ou crítica dos ídolos)


Francis Bacon elaborou uma crítica do que ele chamou de “ídolos” do pensamento
como ponto de partida para estabelecer seu método. Sua crítica dos ídolos (ou
teoria dos ídolos) reconhece duas grandes áreas de atuação da Filosofia:
a concepção natural, que estuda as ciências naturais, a lógica e a metafísica;
a concepção antropológica, que trata de temas relacionados ao convívio humano,
como a política e a ética"
"O ser humano tem à sua disposição um conjunto de ferramentas intelectuais que o
proporciona o domínio da natureza. Aliás, esse domínio da natureza é um tema
comum na modernidade. A ideia central da crítica dos ídolos é a superação das
antigas bases do conhecimento, assentadas no aristotelismo, por uma nova
concepção que permita o maior desenvolvimento da ciência, a ponto de garantir o
domínio humano sobre a natureza.
"Trini
ty College, instituição na qual Bacon se formou. [1]"

Em todo esse movimento, existem ídolos que dificultam o nosso caminho de chegar
ao conhecimento mais completo e verdadeiro. Os quatro ídolos apontados por
Bacon são apresentados a seguir.
Ídolos da tribo: fazem parte da tribo humana por pertencerem à nossa natureza. Há
uma tendência humana de buscar a compreensão dos fenômenos à sua volta, aliás,
é isso que movimenta a vontade de dominar a natureza. Para Bacon, há uma
tendência de estabelecer vínculos causais por meio da observação do universo que
nos leva à criação de uma falsa causalidade. Como exemplo, podemos citar o ato de
nascer do Sol. O Sol aparece para nós todos os dias, movimento que chamamos de
“nascer” do Sol. Criamos, então, um vínculo causal que diz que o Sol nascerá todos
os dias.
Ídolos da caverna: temos uma individualidade que circunda todas as pessoas e que
nos aprisiona: uma caverna, que é o nosso próprio corpo. Quando Bacon recorre à
imagem da caverna, ele está fazendo referência à alegoria de Platão, que pensou o
corpo e os seus sentidos como uma caverna que nos engana."
"Nós somos impelidos então por um ímpeto de confiar cegamente nos sentidos do
corpo.
Ídolos do fórum: nós temos e nutrimos uma vida pública que faz parte da concepção
de vida humana. Essa vida pública é regida pelas regras de uma espécie de jogo da
linguagem, que, por sua vez, pode se colocar como um entrave para o verdadeiro
conhecimento da natureza, pois tendemos a comprar os discursos oferecidos no
fórum.
Ídolos do teatro: moral, costumes, tradição, religião e uma quantidade expressiva de
elementos circundam as relações sociais da humanidade. Esse é o teatro humano, e
o respeito incondicional a esse teatro se coloca como uma espécie de barreira para
o verdadeiro conhecer."

"Método indutivo
Tratamos até agora de mostrar como Bacon criticou a filosofia aristotélica e tentou
sustentar novos pilares para o maior desenvolvimento da ciência na modernidade. O
que Bacon criticava em Aristóteles era, sobretudo, a sua maneira de conhecer o
mundo (que beira o empirismo e o método indutivo, mas corre de maneira mais solta
e menos metódica).
Bacon propôs, para concluir sua tarefa com êxito, um novo método indutivo, que
recorre ao conhecimento empírico e se utiliza da crítica aos ídolos, tendo nestes a
percepção do que não se deve fazer. O método baconiano está assentado em
quatro passos que acompanham o trabalho daquele que quer conhecer a natureza
com maior certeza e veracidade:
a) observar o meio de maneira ordenada e coletar dados da experiência de
observação;
b) organizar os resultados observados;
c) formular hipóteses a partir dos dados obtidos;
d) realizar experimentos que comprovem ou descartem as hipóteses.
Vejam que esse método está presente em grande parte do trabalho de pesquisa nas
ciências naturais. Os cientistas buscam proceder por meio desse método para
induzir uma resposta (daí o nome indutivo), pois ele parte de um recorte de
observação (observa-se parte do todo) para formular uma teoria que se pretenda
geral (que abarca o todo)."

"Obras de Francis Bacon


A obra mais significativa, substancial e complexa de Francis Bacon foi, na verdade,
um projeto de conjunto de livros que ficou inacabado após a sua morte. Bacon
visava publicar ainda mais livros de sua Instauratio Magna, uma espécie de
compêndio de tratados filosóficos que visava substituir as bases do conhecimento
tradicional por um novo conhecimento que permitisse o avanço.
O principal volume do conjunto da Instauratio foi o livro Novum Organon. O “Novo
Organon” seria a substituição do “Organon” de Aristóteles (seu conjunto de obras
sobre lógica). Reconhecer a necessidade de uma fratura do pensamento foi
fundamental para compreender que a evolução do pensamento humano no mundo
necessitava de um novo rumo para florescer a árvore do conhecimento e permitir
que ela produzisse novos e bons frutos. Esse foi o trabalho da Instauratio e,
sobretudo, do Novum Organon. Muitos escritos foram retirados do conjunto da
Instauratio, como Da Interpretação da Natureza e, como foi dito, o projeto total da
Instauratio não foi finalizado antes da morte do filósofo."

"Frases de Francis Bacon


“Todas as cores concordam no escuro.”
“A leitura traz ao homem plenitude; o discurso, segurança; e a escrita, precisão.”
“Não há nada que faça um homem suspeitar tanto como o fato de saber pouco.”
“A consciência é a estrutura das virtudes.”
“Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe.”"

PORFíRIO, Francisco. "Francis Bacon"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-pensamento-francis-bacon.htm. Acesso em 02 de novembro
de 2023.

Filósofo, escritor, cientista e político, esta última foi a principal


ocupação de Francis Bacon, um dos mais importantes pensadores
da Modernidade. Bacon é o responsável por um método que inaugura
o modo moderno de fazer-se ciência: o método baseado no
conhecimento indutivo, que visa a uniformizar os processos de
pesquisa científicos para tornar a ciência uma fonte de conhecimento
seguro. Bacon influenciou cientistas e filósofos de sua época e deixou
as bases para a formulação de uma filosofia empirista que
permanece atual.
Biografia de Francis Bacon

Nascido em 22 de janeiro de 1561, Francis Bacon era de uma família


londrina de posses. Sua educação foi voltada para a carreira
política. Com apenas 12 anos, Bacon ingressou no Trinity
College da Universidade de Cambridge, marcando a excelência de sua
educação. Pela mesma instituição, passaram Isaac Newton, Charles
Darwin, Alan Turing e outros nomes da ciência contemporânea
ocidental.

Com 23 anos de idade, Bacon foi eleito para o Parlamento via


eleição como deputado na Câmara dos Comuns. Além da ocupação de
cargo político, trabalhou durante o resto de sua vida para a Coroa
britânica como funcionário público, ocupando vários cargos
diferentes, chegando a ocupar posições nobres por conta de sua
herança, tornando-se barão e visconde. Em 1621, Bacon foi
exonerado por conta de uma condenação por corrupção.

Bacon sempre foi curioso em relação às ciências da natureza. Sua


grande curiosidade fê-lo ser um homem das ciências que, apesar do
trabalho como funcionário público, dedicava suas horas vagas à
compreensão de temas relacionados ao conhecimento. Bacon era um
empirista, ou seja, defendia que o conhecimento advinha, em primeiro
plano, da experiência prática. No período em que estudou no Trinity
College, ele se aprofundou na filosofia escolástica tomista
aristotélica, o que o fez perceber o problema do método na filosofia
do grande pensador grego Aristóteles.

Empirismo

O acerto de Aristóteles estava em reconhecer na vivência prática e


empírica a fonte primeira do conhecimento. Seu erro, na visão de
Bacon, estava no método: o método aristotélico era suficiente apenas
para a compreensão lógica da linguagem e para
as disputatios medievais, mas não para trazer à tona um novo
conhecimento que agregasse algo novo com a segurança de que a
ciência necessita.

Podemos dizer que Bacon é o grande fundador do empirismo na


Modernidade. Além de um grande empirista, ele fundamentou as
principais bases da ciência moderna com a proposição de um método
científico capaz de suportar teoricamente o conhecimento que se
pretende científico e universal.

O método empirista de Bacon é diferente dos demais métodos


empiristas surgidos depois dele, pois está baseado na crítica do que
o filósofo chamou de ídolos. Os ídolos são elementos da vivência
cotidiana empírica que atrapalham a aquisição de conhecimento
verdadeiro. Para saber mais sobre essa corrente filosófica,

Teoria de Bacon

A teoria filosófica empirista de Francis Bacon está assentada no que o


pensador chamou de crítica dos ídolos, ou teoria dos ídolos. Antes de
falarmos da teoria dos ídolos, é necessário entender como Bacon via
a distinção entre os tipos de conhecimento científico e filosófico.
Para o pensador, as ciências poderiam ser:

 da poesia e da imaginação
 da história e da memória
 da filosofia ou do estudo da razão

A filosofia poderia ser, por sua vez, uma filosofia da natureza (caso
tratasse de temas como as ciências, a lógica e a metafísica)
ou antropológica (caso tratasse de temas relacionados àquilo que
apenas o ser humano faz em seu convívio: política e ética).

Teoria dos ídolos

A ciência e o conhecimento científico, para Bacon, são ferramentas


de que o ser humano dispõe para dominar a natureza, por isso, elas
devem dar ao ser humano a posição de domínio. Nesse sentido, a
ciência antiga embasada nas teorias aristotélicas deve ser substituída
por algo que garanta tal domínio humano. Para isso, é necessário
reconhecer-se aquilo que se coloca como um entrave: os ídolos.

São quatro os ídolos que nos impedem de chegar a um conhecimento


verdadeiro e seguro. São eles:

 Ídolos da tribo: são ídolos naturais da “tribo” humana, pois


estão em nossa natureza. Eles dizem respeito à procura de
ordens fenomênicas que nos colocam falsas relações de
causalidade. Se o Sol aparece todas as manhãs desde que eu
nasci, eu digo que o Sol sempre nascerá.

 Ídolos da caverna: são ainda mais naturais, mas não estão


relacionados à humanidade em geral e sim ao indivíduo. São
ídolos que nos impedem de perceber a realidade por conta
de nossa própria individualidade e do aprisionamento que os
sentidos podem provocar-nos devido à influência dos
costumes em nosso corpo. Há aqui uma referência
a Platão em sua alegoria da caverna.
 Ídolos do fórum: são ídolos que atrapalham o conhecimento
verdadeiro por meio da vida pública. Na vida pública, há o
predomínio da linguagem que amarra qualquer possibilidade
de investigação do espírito, mantendo ele preso às regras do
jogo público.
 Ídolos do teatro: referem-se ao grande teatro humano das
tradições, dos costumes, do respeito à autoridade etc. Ele
coloca a autoridade como alguém que necessariamente
possui um conhecimento verdadeiro, o que não se sustenta.

Obras de Francis Bacon

Como era comum entre os intelectuais de sua época, Bacon escreveu


seus livros em latim. Ele escreveu muitos tratados filosóficos, mas
também ensaios literários e tratados de direito. Atentaremo-nos
aqui apenas ao conjunto de obras filosóficas, relacionadas,
principalmente, à grande obra Instauratio Magna ou Novum Organon.
O Novum Organon, ou Novo Organon, visa a reestabelecer um novo
conjunto de aquisição de conhecimento, substituindo o Organon
aristotélico.

Alguns escritos foram removidos do Novum Organon ou foram vistos


como superados. São eles:

 Da interpretação da natureza
 Teses sobre o movimento
 História natural
 “Nova atlântida”, “Reflexões sobre a natureza das coisas” e
“Sobre as marés” são escritos que foram acrescentados
posteriormente ao plano da Instauratio Magna.
 Por fim, temos o corpo da Instauratio Magna (ou Novum
Organon), que visa a criar um modo de conceber-se o
conhecimento científico, dividindo em seis extensas partes toda
a teoria do conhecimento baconiana.

Frases de Francis Bacon

“Todas as cores concordam no escuro.”

“A leitura traz ao homem plenitude; o discurso, segurança; e a escrita,


precisão.”

“Não há nada que faça um homem suspeitar tanto como o fato de


saber pouco.”

“A consciência é a estrutura das virtudes.”

“Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe.”


Uma das
edições brasileiras da “Instauratio Magna”, de Francis Bacon. [1]

Publicado por Francisco Porfírio Francis Bacon: biografia, teoria, obras, frases - Mundo Educação
(uol.com.br) 02/11/2023

Pouco depois da publicação de seu trabalho mais influente, Novum Organum, ele foi
impugnado pelo parlamento por aceitar subornos. Ele recebeu uma pesada multa
(que nunca pagou) e cumpriu uma breve pena de prisão (quatro dias) na Torre de
Londres. Sua aposentadoria forçada de assuntos legais e legislativos, aos 60 anos
de idade, permitiu-lhe concentrar-se na ciência e na filosofia, e logo se seguiram
vários livros significativos.
Francis Bacon tem sido tradicionalmente listado como o principal porta-voz da nova
ciência em sua revolta contra autoridades passadas, especialmente Aristóteles. Sua
sagacidade e estilo de escrita brilhante tentaram alguns a especular que ele era o
verdadeiro autor das peças de Shakespeare. Foi contemporâneo de Galileu e
Copérnico, e era 35 anos mais velho do que Descartes.

Bacon era um empirista radical que acreditava que a natureza só poderia ser
entendida estudando-a direta e objetivamente. Relatos de como a natureza deve
ser baseada nas escrituras, fé, ou qualquer autoridade filosófica ou teológica só iria
dificultar os esforços de alguém para aprender como o mundo realmente funciona.

A ciência Baconiana
Embora Bacon e Galileu fossem contemporâneos, suas abordagens da ciência eram
muito diferentes. Galileu buscou princípios gerais (leis) que pudessem ser expressos
matematicamente e a partir dos quais deduções pudessem ser feitas, uma
abordagem que na verdade exigia muito pouca experimentação. Para Galileu, era
importante descobrir as leis que governavam o mundo físico. Uma vez que tais leis
tivessem sido isoladas e expressas matematicamente, um grande número de
manifestações dessas leis poderia ser deduzido (a dedução envolve a previsão de
um evento particular a partir de um princípio geral).

Bacon, por outro lado, exigia uma ciência baseada na indução. De acordo com
Bacon, a ciência não deve incluir teorias, hipóteses matemática e deduções, mas
deve envolver apenas os fatos da observação. Ele acreditava que qualquer pessoa
que fizesse pesquisas com noções preconcebidas tenderia a ver a natureza à luz
dessas preconcepções. Em outras palavras, Bacon achava que aceitar uma teoria
provavelmente influenciaria as observações de alguém, e ofereceu Aristóteles como
um exemplo de pesquisador tendencioso.

Bacon disse que como Aristóteles havia assumido que os objetos na natureza eram
governados por causas finais, sua pesquisa confirmou a existência de causas finais.
Para ele, quando assumimos “causas finais” e as aplicamos à ciência, estamos
levando para a natureza o que existe apenas em nossa imaginação. Em vez de
entender as coisas, contestamos as palavras, que cada homem interpreta a si
mesmo.
Dedução e indução

Mas Bacon não evitou classificar as observações empíricas. Ele acreditava que após
muitas observações, generalizações poderiam ser feitas, e as semelhanças e
diferenças entre as observações poderiam ser observadas. Essas generalizações
podem ser usadas para descrever classes de eventos ou experiências.

Na ciência baconiana, procede-se da observação à generalização (indução); na


ciência galileana, e mais tarde na ciência newtoniana, procede-se de uma lei geral
para a previsão de eventos empíricos específicos (dedução). Bacon não negava a
importância dos poderes racionais da mente, mas acreditava que esses poderes
deveriam ser usados para compreender os fatos da natureza e não as invenções da
imaginação humana.

O que Bacon propunha era uma posição intermediária entre o empirismo


tradicional (simplesmente coleta de fatos) e o racionalismo (a criação de
princípios abstratos).

Ele diz:
Os homens de experimentos são como as formigas, só coletam e
usam o que coletaram; os pensadores lembram aranhas, que
constroem teias com sua própria substância. A abelha, no entanto,
toma um caminho do meio: coleta seu material das flores do jardim e
do campo, mas o transforma e o digere por um poder próprio. Não
diferentemente, este é o verdadeiro negócio da filosofia; pois ela nem
depende exclusiva ou principalmente dos poderes da mente, nem
aloja a matéria que coleta da história natural e dos experimentos
mecânicos por inteiro na memória, como a encontra, mas a aloja no
intelecto alterada e digerida. Portanto, a partir de uma liga mais
estreita e pura entre essas duas faculdades, a experimental e a
racional (como ainda nunca foi feito), muito pode ser esperado.

O conhecimento prático fornecido pela ciência era tão importante para a melhoria da
sociedade que Bacon acreditava que a atividade científica deveria ser
generosamente apoiada por fundos públicos.
 Por Sadoque Vieira
 Publicado18/02/2022
 Última Atualização18/10/2023
 Francis Bacon: empirismo e o método científico | Filosofia do Início
(filosofiadoinicio.com) 02/11/2023

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