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FICHA de FORMATIVA de PORTUGUÊS

Nome: _________________________________________________________________________________

GRUPO I – LEITURA E EDUCAÇÃO LITERÁRIA


Texto A
Leia o texto. Em caso necessidade, consulte as notas e o vocabulário apresentados.
1 CONCURSO DÁ VOZ À LETRA

REGULAMENTO
Enquadramento
O Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas vai organizar o concurso Dá Voz à Letra,
5 para encontrar, entre estudantes dos 13 aos 17 anos, o melhor leitor em voz alta. Esta competição
pretende levar os jovens a melhor apreenderem o sentido dos textos pelo prazer de os dizerem em
voz alta.

Objetivo
Este concurso tem como objetivo incentivar a prática da leitura em voz alta, desenvolvendo
10 capacidades diferentes das que são desenvolvidas pela leitura silenciosa, nomeadamente: a dicção, a
colocação e a projeção da voz, a noção de ritmo na leitura.

Quem pode participar


Dá Voz à Letra destina-se a alunos de escolas do ensino público e privado, com idades
compreendidas entre os 13 e os 17 anos. Só serão aceites candidaturas individuais.

Como participar
15 Cada candidato deve enviar um vídeo, com a duração máxima de 3 minutos, no qual lê em voz alta
um texto à sua escolha. Este vídeo deve ser enviado através de formulário online, juntamente com a
ficha de inscrição devidamente preenchida.

Prazos
As candidaturas decorrem de 29 de setembro até às 23 h 59 m do dia 29 de outubro de 2 0 1 4 . No
20 dia 18 de novembro, são anunciados os vinte semifinalistas em
www.davozaletra.gulbenkian.pt. No dia 29 de novembro de 2014, na Fundação Calouste Gulbenkian,
vai ter lugar um encontro, com provas de seleção, para apuramento dos dez finalistas. A final do
concurso, que tem lugar no dia 7 de fevereiro de 2015, consiste num espetáculo dirigido por um
encenador de reconhecido prestígio. No final do espetáculo, o júri anuncia os três melhores leitores
25 em voz alta (1.º, 2.º e 3.º lugares), que receberão um prémio.

Júri
O júri, composto por três personalidades, selecionará, durante o espetáculo, os três melhores
leitores de entre os dez finalistas que participam no espetáculo.

Informações e acompanhamento
Para esclarecimento de dúvidas relacionadas com o concurso, estão disponíveis os seguintes
30
contactos: www.davozaletra.gulbenkian.pt e pglcp@gulbenkian.pt.
www.davozaletra.gulbenkian.pt (adaptado) (consultado em 10-09-2019)
1
Responda aos itens seguintes, de acordo com as orientações dadas.

1. Assinale com X, de 1.1. a 1.4., a opção que completa cada frase de acordo com o sentido do texto.

1.1. No concurso Dá Voz à Letra, pode aceitar-se uma candidatura

☐ coletiva de alunos com 18 anos.

☐ individual de um aluno com 12 anos.

☐ individual de um aluno com 15 anos.

☐ coletiva de alunos com 14 anos.

1.2. A palavra «incentivar» (linha 9) significa

☐ acelerar.

☐ motivar.

☐ estudar.

☐ preparar.

1.3. Os vídeos dos concorrentes deverão

☐ ter a duração máxima de dois minutos.

☐ ser enviados através da internet.

☐ ser remetidos até ao dia 20 de outubro.

☐ conter a leitura de textos obrigatórios.

1.4. No dia da final do concurso, está prevista a

☐ eliminação de dez dos vinte finalistas.

☐ seleção dos dez finalistas em prova.

☐ entrega de prémios aos dez finalistas.

☐ presença dos dez finalistas apurados.

2. Associe cada informação (coluna A) a um subtítulo do regulamento (coluna B), de acordo com a
informação do texto.
Escreva, em cada espaço da coluna A, a letra correspondente da coluna B.

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COLUNA A
COLUNA B

A – «Quem pode participar»

Documentação B – «Como participar»


necessária ......B....
C – «Prazos»
Fases do concurso ....................
D – «Júri»

Idade dos concorrentes .............. E – «Informações e acompanhamento»

Texto B

Leia o excerto que se segue.

1 Um pequeno príncipe deixa o pequeno planeta onde habita com uma flor para
visitar outros planetas. Quando chega ao planeta Terra, cai no deserto onde encontra
um adulto cujo avião tinha avariado.

No quinto dia, sempre graças à ovelha, foi-me revelado este segredo da vida do
5 principezinho. Dirigiu-se a mim para me perguntar, abruptamente, como fruto de um
problema sobre o qual andasse há muito a meditar em silêncio:
— Uma ovelha, se come arbustos, também come flores?
— Uma ovelha come tudo o que encontra.
— Mesmo flores com espinhos?
10 — Sim, mesmo flores com espinhos.
— Então os espinhos servem para quê?
Eu não sabia. Naquele momento, andava muito entretido a remexer no meu motor, à procura de um
parafuso demasiado apertado. Estava seriamente preocupado, pois a avaria parecia bastante grave e a água
para beber ia-se esgotando, fazendo-me recear o pior.
15 — Os espinhos servem para quê?
Uma vez lançada, o principezinho nunca desistia de uma pergunta. Irritado com o tal parafuso, respondi
sem pensar:
— Os espinhos não servem para nada, são uma pura maldade da parte das flores!
— Oh!
20 Após um silêncio, ele ripostou, com um certo ressentimento:
— Não acredito em ti! As flores são frágeis. São ingénuas. Defendem-se como podem. Elas acham que ficam
assustadoras com os seus espinhos…
Nem respondi. Naquele instante, estava eu a matutar: «Se este parafuso continuar a não se mexer, vou
arrancá-lo à martelada.» O principezinho tornou a interromper os meus raciocínios:
— Mas então, tu achas mesmo que as flores…
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25 — Não! não! não acho nada! respondi sem pensar. Estou a tratar de coisas sérias!
Ficou a olhar para mim, perplexo.
— De coisas sérias!
Ali estava eu, de martelo na mão, os dedos mascarrados com óleo do motor, debruçado sobre um objeto
que lhe parecia muito feio.
30 — Tu falas como os crescidos!
Senti-me um tanto ou quanto envergonhado. Porém, implacável, ele acrescentou:
— Confundes tudo… Baralhas tudo! […]
— Sei de um planeta onde há um senhor vermelhão. Nunca respirou uma flor. Nunca contemplou uma
estrela. Nunca gostou de ninguém. Nunca fez mais nada a não ser contas. E, tal como tu, leva o dia inteiro a
35 repetir: «Sou um homem sério! Sou um homem sério!», e fica todo inchado de orgulho. Mas aquilo não é um
homem, é um cogumelo! […]
O principezinho estava pálido de raiva.
— Há milhões de anos que as flores fabricam os espinhos. Há milhões de anos que, mesmo assim, as
ovelhas comem as flores. E não é sério tentar perceber porque é que elas se dão ao trabalho de fabricar esses
40 espinhos que nunca lhes serviram de nada? […] E se eu conhecer uma flor que é única no mundo, que não
existe em mais parte nenhuma a não ser no meu planeta, mas que uma pequena ovelha pode aniquilar, assim,
de um momento para o outro, numa manhã qualquer, sem sequer ter noção daquilo que faz, então isto – isto
não é importante?! […]
Já não conseguiu dizer mais nada. De súbito, começou a soluçar. A noite caíra. Eu largara as minhas
45 ferramentas. Queria lá saber do martelo, do parafuso, da sede e da morte. Havia, numa estrela, num planeta,
no meu, na terra, um principezinho para consolar! Tomei-o nos braços e embalei-o.
Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho. Trad. de Maria João Medeiros, 3.ª ed. Alfragide:
Edições Dom Quixote, 2015, pp. 25-28.

1. Apresente duas razões que motivem a preocupação do narrador no início do excerto.

4.De entre as opções abaixo apresentadas, selecione todas as que permitem afirmar que o narrador é
também uma personagem da história que narra.
(A) «Eu não sabia» (l. 12)
(B) «Não acredito em ti!» (l. 21)
(C) «os meus raciocínios» (l. 24)
(D) «Ali estava eu, de martelo na mão» (l. 29)
(E) «E se eu conhecer uma flor» (l. 41)

5. Para responder aos itens 5.1. a 5.4., escreva o número do item e a letra que identifica a opção
correta.

5.1. No contexto em que é utilizada, a palavra «implacável» (l. 32) significa

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(A) com piedade.
(B) com irritação.
(C) com crueldade.
(D) com perturbação.

5.2. No excerto «Nunca respirou uma flor. Nunca contemplou uma estrela. Nunca gostou de ninguém.
Nunca fez mais nada a não ser contas.» (l. 34-35), o recurso expressivo utilizado é uma
(A) enumeração.
(B) comparação.
(C) perífrase.
(D) metáfora.

5.3. Ao afirmar que o «senhor vermelhão» (l. 34) é um «cogumelo» (l. 37), o principezinho pretende
afirmar que
(A) ele é muito gordo, assemelhando-se fisicamente a um cogumelo.
(B) ele não parece humano porque apenas se preocupa com os números e não com os
sentimentos.
(C) o orgulho o faz inchar de tal modo que ele parece um cogumelo.
(D) tem mais respeito pelos cogumelos do que pelo senhor.

5.4. Ao falar das flores e dos seus espinhos ao narrador, o principezinho tem a intenção de
(A) contar a história da sua flor para que se perceba como ele gosta dela.
(B) mostrar que o senhor vermelhão não se preocupa com a sua flor.
(C) evidenciar que tem medo que a ovelha não perceba a utilidade dos espinhos da flor.
(D) mostrar que os sentimentos são mais importantes que as coisas materiais.

2. Selecione todas as expressões que fornecem informações sobre o avanço temporal da ação narrada.
(A) «No quinto dia» (l. 4)
(B) «há muito» (l. 6)
(C) «Naquele instante» (l. 23)
(D) «leva o dia inteiro» (l. 35)
(E) «Há milhões de anos» (l. 39)
(F) «A noite caíra» (l. 45)

3. Selecione, entre as frases apresentadas, aquela que, na sua opinião, corresponde ao segredo do
principezinho. Explique a sua opção.

(A) Os sentimentos são o mais importante.


(B) A sua flor é o mais importante.
(C) A perspetiva adulta da vida é errada.

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GRUPO II – GRAMÁTICA
1. Associe as palavras da coluna A ao processo de formação que evidenciam na coluna B.

Coluna A Coluna B
(A) principezinho (1) derivação por prefixação
(B) mau-humor (2) derivação por sufixação
(C) ecossistema (3) composição por radicais
(D) recomeçar (4) composição por palavras

2. Integre as palavras sublinhadas na frase na caixa correspondente à classe a que pertencem.


“Estava seriamente preocupado, pois a avaria parecia bastante grave e a água para beber ia-se esgotando, fazendo-
me recear o pior. “ (ll. 13-14)

Determinante Nome Adjetivo Pronome


Preposição Advérbio
artigo comum qualificativo pessoal

3. Reescreva as frases seguintes substituindo as expressões sublinhadas por pronomes pessoais. Faça
apenas as alterações necessárias.
3.1. O principezinho não fez aquela viagem para conhecer os adultos.
3.2. Quem conhece o senhor de tez escarlate?
3.1. Onde encontraste aquela criança curiosa?

4. Complete cada uma das frases seguintes com a forma adequada do verbo entre parênteses.
4.1. Se eu ___________________ (poder), vou ter contigo.
4.2. Antigamente, não ________________ (haver) homens tão preocupados com o dinheiro.

5. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão destacada.

a) Pela sua flor o principezinho faria tudo.


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b) Ao principezinho foram proporcionadas muitas experiências.
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c) Principezinho, vens comigo?
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d) Conheci o principezinho no deserto.

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FIM

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