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Puberdade
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Conceitos ........................................................................................................................................................................................................ 3
Desenvolvimento puberal normal .................................................................................................................................................. 3
Fatores que afetam o início da puberdade ...................................................................................................................... 4
Alterações físicas durante a puberdade .............................................................................................................................. 4
Estágio de Tanner .................................................................................................................................................................................... 5
Altura e velocidade de crescimento ......................................................................................................................................... 7
Amenorreia ...................................................................................................................................................................................................... 8
Ciclo menstrual normal .......................................................................................................................................................................... 8
Amenorreia primaria ............................................................................................................................................................................. 11
Referências .................................................................................................................................................................................................. 13
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mensal como expressão interdependente de


gonadotrofinas e esteroides ovarianos.

A puberdade é o período durante o qual surgem  Quando o desenvolvimento puberal é


os caracteres sexuais secundários e é assincrônico, com desenvolvimento de mamas
alcançada a capacidade de reprodução na ausência de quantidade significativa de
sexual. pelos pubianos e axilares, o diagnóstico
geralmente é de insensibilidade
As alterações físicas que acompanham o
androgênica.
desenvolvimento puberal são consequência
direta ou indireta da maturação do  A causa mais comum de puberdade precoce
hipotálamo, da estimulação dos órgãos é constitucional (idiopática); no entanto, é
sexuais e da secreção de esteroides sexuais. preciso excluir casos mais graves e o
Do ponto de vista hormonal, a puberdade tratamento deve ter por objetivo a otimização
humana é caracterizada por ajuste da clássica da altura na vida adulta.
alça de feedback negativo de esteroides
 A causa mais comum de desenvolvimento
gonadais, alterações nos ritmos circadiano e
heterossexual na idade esperada da
ultradiano (frequentes) das gonadotrofinas e
puberdade é a síndrome dos ovários
aquisição, na mulher, de uma alça de feedback
policísticos.
positiva de estrogênio, que controla o ritmo
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de início quanto o avanço do desenvolvimento


puberal, como:
 Estado nutricional;
 Saúde geral;
 Região geográfica;
 Exposição à luz;
 Estado psicológico;
 Concordância da idade da menarca entre
mães e filhas.
Habitualmente, a idade da menarca é menor que
a média em crianças com obesidade moderada
(até 30% acima do peso normal para a idade),
enquanto a menarca tardia é comum naquelas
com desnutrição grave.

Certamente, o principal determinante da época


de início da puberdade é genético, mas vários
outros fatores parecem influenciar tanto a idade
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As alterações associadas à puberdade ocorrem menos de 2 cm de diâmetro. As papilas podem


em sequência ordenada em um período de ser invertidas, planas ou elevadas.
tempo definido. Qualquer desvio dessa
 Estágio 2: há o brotamento das mamas, com
sequência ou cronograma deve ser considerado
uma elevação visível e palpável de tecido
anormal.
mamário. As aréolas começam a aumentar, a
pele das aréolas se torna mais fina e a papila
desenvolve-se em graus variáveis.
 Estágio 3: é a continuação do crescimento e
da elevação de toda a mama.
O desenvolvimento puberal feminino costuma
 Estágio 4: é definido por projeção da aréola
levar 4,5 anos.
e da papila acima do contorno geral da
O primeiro sinal de puberdade é a aceleração mama em uma elevação secundária.
do crescimento, e o brotamento das mamas, que
 Estágio 5: a mama tem contorno e tamanho
costuma ser a primeira alteração puberal,
da mama madura.
seguido pelo surgimento dos pelos pubianos.
O desenvolvimento mamário completo costuma
Mamas:
levar 3 a 3,5 anos, mas pode ocorrer em apenas
 Estágio 1: corresponde ao estado pré- 2 anos ou não progredir além do estágio 4 até
puberal, e inclui ausência de tecido mamário a primeira gravidez. O tamanho da mama não é
palpável, com as aréolas geralmente medindo indicação de maturidade.
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 Estágio 3: os pelos grossos e crespos


estendem-se até o monte de Vênus;
 Estágio 4: pelos com espessura e textura
iguais ao de uma mulher adulta, mas com
distribuição não tão ampla;
 Estágio 5: os pelos já desenvolvidos
estendem-se até as coxas.

Pelos Pubianos:

 Estágio 1: não há pelos pubianos estimulados


sexualmente, mas pode haver alguns pelos não
sexuais na área genital;
 Estágio 2: surgimento dos primeiros pelos
pubianos grossos, longos e crespos ao longo
dos lábios maiores;
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gonadais têm papéis importantes. Os


androgênios suprarrenais parecem ser menos
importantes. Mutações que limitam a conversão
de androgênios em estrogênios em homens
confirmaram que o estrogênio é o principal
As meninas alcançam a velocidade máxima de
estímulo para o estirão de crescimento puberal
crescimento no início da puberdade, antes da
nos dois sexos.
menarca; por conseguinte, o potencial de
crescimento é limitado após a menarca. Por A idade óssea pode ser usada para avaliar o
outro lado, os meninos alcançam a velocidade grau de atraso, acompanhar o desenvolvimento
máxima de crescimento aproximadamente 2 anos subsequente e estimar a altura final na vida
mais tarde que as meninas. adulta.

Os meninos crescem, em média, 28 cm durante o


estirão de crescimento, e as meninas, uma média
de 25 cm. Os homens adultos são, em média, 13
cm mais altos que as mulheres adultas, visto que
costumam ser mais altos no início do estirão de
crescimento.
O controle hormonal do estirão de crescimento
puberal é complexo. O hormônio do
crescimento (GH), o fator de crescimento
semelhante à insulina 1 (IGF-1) e os esteroides
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A testosterona é um potente esteroide Amenorreia Secundária:


anabólico, responsável pelas principais
Ausência de menstruação por 6 meses ou pelo
mudanças em meninos; enquanto, nas meninas, o
período equivalente à 3 ciclos.
estrogênio aumenta a gordura corporal total em
uma distribuição característica nas coxas, nas
nádegas e no abdome.

Em primeiro lugar, o eixo hipotálamo-hipófise-


ovário deve estar funcional.

O hipotálamo libera pulsos de hormônio


liberador da gonadotrofina (GnRH) na
circulação portal hipotalâmica-hipofisária, em
frequências e amplitudes definidas. O GnRH
estimula a síntese e a secreção das
Amenorreia Primária:
gonadotrofinas, isto é, hormônio luteinizante (LH)
Ausência de menstruação aos 14 anos de idade e hormônio folículo-estimulante (FSH), pelas
associada à falha no desenvolvimento sexual células gonadotróficas da adeno-hipófise.
(ausência de características sexuais
Essas gonadotrofinas entram na circulação
secundárias), ou ausência de menstruação aos
periférica e atuam no ovário para estimular o
16 anos, mesmo com desenvolvimento sexual
normal.
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desenvolvimento folicular e a produção de Contudo, o desenvolvimento de folículos maduros


hormônios ovarianos. resulta em elevação rápida nos níveis de
estrogênio. Tais níveis atuam positivamente na
Os hormônios ovarianos incluem os hormônios
hipófise para gerar um pico de liberação de LH
esteroides (estrogênio, progesterona e
no meio do ciclo. Além da liberação de LH, os
androgênios), assim como o hormônio peptídeo
estrogênios circulantes estimulam o
inibina. Como o próprio nome indica, a inibina
desenvolvimento de revestimento endometrial
bloqueia a síntese e a secreção do FSH.
proliferativo espesso.
Após a ovulação, o LH estimula a luteinização
das células foliculares da granulosa e das
células tecais circunvizinhas, formando o corpo
lúteo. Além da produção contínua de estrogênio,
o corpo lúteo secreta também níveis elevados de
progesterona. A progesterona converte o
endométrio para padrão secretor.
Se houver gravidez, o corpo lúteo é “salvo” pela
gonadotrofina coriônica humana (hCG)
secretada por células do sinciciotrofoblasto.
Desde o ponto de vista estrutural o hCG é
semelhante ao LH e assume o papel de
manutenção do corpo lúteo no início da
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gestação. Se a gravidez não se concretizar, a


secreção de progesterona e de estrogênio é
interrompida, resultando em descamação
endometrial.

O padrão desse “sangramento por falta de


progesterona” varia entre as mulheres, tanto em
duração quanto em volume de sangue perdido,
mas deve se manter relativamente constante ao
longo dos ciclos de cada paciente.
Assim, para que ocorra menstruação, é
preciso:
A amenorreia pode se seguir ao rompimento
1. Eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário em
dessa comunicação articulada. Contudo, mesmo
funcionamento;
quando ocorrem as alterações hormonais cíclicas
2. Endométrio responsivo aos estímulos hormonais; esperadas, é possível haver ausência de
menstruação, em razão da presença de
3. Trato de saída pérvio (útero e vagina) para
anormalidades anatômicas. O endométrio deve
exteriorização do sangramento.
estar apto a responder normalmente à
estimulação hormonal, e o colo, a vagina e o
introito devem estar presentes e patentes
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 Septo vaginal transverso - 3%

 Perda de peso / anorexia nervosa - 2%


A amenorreia primária geralmente é o resultado
de uma anormalidade genética ou anatômica.  Hipopituitarismo - 2%
No entanto, todas as causas de amenorreia As etiologias menos comuns (≤1 por cento cada)
secundária também podem se apresentar como incluíram hímen imperfurado, síndrome de
amenorreia primária. Em uma grande série de insensibilidade androgênica completa,
casos de amenorreia primária, as etiologias mais hiperprolactinemia / prolactinoma, outros tumores
comuns foram: hipofisários, hiperplasia adrenal congênita,
 Disgenesia gonadal, incluindo síndrome de hipotireoidismo, defeitos do sistema nervoso
central, craniofaringioma e doença de Cushing.
Turner - 43%
Em geografias com alta incidência de
 Agenesia Mülleriana (ausência de vagina, às
tuberculose, a tuberculose pélvica também
vezes com ausência de útero) - 15 %
pode ser uma causa de amenorreia primária.
 Atraso fisiológico da puberdade (atraso
A amenorreia primária é avaliada de forma mais
constitucional da puberdade, doença
eficiente ao se concentrar na presença ou
sistêmica crônica, doença aguda) - 14%
ausência de desenvolvimento da mama (um
 Síndrome do Ovário Policístico (SOP) - 7% marcador da ação do estrogênio e, portanto,
função do ovário), a presença ou ausência do
 Deficiência isolada do hormônio liberador
útero (conforme determinado por USG, ou por
de gonadotrofina (GnRH) - 5%
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RM, e o nível do hormônio folículo-estimulante


(FSH).
 Se a concentração sérica de FSH estiver
elevada, o diagnóstico provável é
disgenesia gonadal e um cariótipo deve
ser obtido. Os cariótipos mais comuns
observados são síndrome de Turner 45X,
mosaico Turner 45X / 46XX e 46, XY.
 Se o FSH é normal e a USG indica que o
útero está ausente, o diagnóstico provável
é agenesia mülleriana ou síndrome de
insensibilidade androgênica.

 Se o FSH estiver normal, o


desenvolvimento da mama está presente,
e o USG ou a RM detecta sangue
 Se o FSH estiver baixo ou normal e o útero
acumulado no útero (hematometra) ou
estiver presente, a avaliação adicional é
vagina (hematocolpos), uma via de saída
guiada pelo grau de desenvolvimento
obstruída está presente.
puberal. Isso pode incluir a distinção entre
o atraso constitucional da puberdade e a
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GARCIA, Alex; LOPES, Agnaldo; FILHO, Silva; et al. DIRETORIA DA FEBRASGO


deficiência congênita de GnRH, ou a
Flavio Lucio Pontes Ibiapina Hilka Flávia Barra do E. Santo Vice-Presidente
investigação de algumas das causas Região Norte. [s.l.: s.n.], 2016. Disponível em:
<https://www.febrasgo.org.br/images/pec/Protocolos-assistenciais/Protocolos-
comuns de amenorreia secundária que assistenciais-ginecologia.pdf/Amenorreia.pdf>.
também causam amenorreia primária.

UpToDate. Uptodate.com. Disponível em:


<https://www.uptodate.com/contents/normal-
puberty?search=puberdade&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_
type=default&display_rank=1>. Acesso em: 15 Dec. 2021.

UpToDate. Uptodate.com. Disponível em:


<https://www.uptodate.com/contents/evaluation-and-management-of-primary-
amenorrhea?search=amenorreia&source=search_result&selectedTitle=2~150&usa
ge_type=default&display_rank=2>. Acesso em: 15 Dec. 2021.

UpToDate. Uptodate.com. Disponível em:


<https://www.uptodate.com/contents/causes-of-primary-
amenorrhea?search=amenorreia&source=search_result&selectedTitle=4~150&usa
ge_type=default&display_rank=4>. Acesso em: 15 Dec. 2021.

RITA, Maria; MAICON, Ronchetti; BETINA, Cigolini; et al. AMENORRÉIA PRIMÁRIA:


FLUXOGRAMA DE INVESTIGAÇÃO. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em:
<https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879922/amenorreia-primaria-
fluxograma-de-investigacao.pdf>.

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