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Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

Saúde da Criança e do
Adolescente 1
Crescimento e desenvolvimento - (04-02-2020)
Crescimento ⦁ O aleitamento materno é fundamental para
a manutenção do vínculo emocional com a
criança, além de ajudar bastante no quesito
↳ É definido pelo aumento físico do corpo nutrição.
como um todo ou parte dele.
⦁ É de grande importância o estimulo
⦁ Faz-se necessária à sua utilização como ambiental e a promoção da segurança da
ferramenta para diagnóstico, prevenção e criança. Pois, a criança que é deixada muito
promoção da saúde. no berço ou longe da mãe por motivos de
trabalho, também pode ter seu
⤷ O crescimento pode caracterizar um desenvolvimento influenciado.
desenvolvimento antropométrico.
⦁ O desenvolvimento é uma transformação
⤷ Além da segurança e do estimulo é
que ocorre desde a vida intrauterina e fundamental proporcionar a essa criança um
acompanha todas as fases. Refere-se também acesso a moradia, saneamento e à uma
a mudanças complexas, continuas dinâmicas alimentação adequada. Hospitalizações
e progressivas que além do crescimento repetidas podem acarretar em traumas e
incluem a maturação sexual ou intelectual, também há aumento no risco patológico,
aspectos psíquicos e sociais. além das condições de nascimento, do parto
da assistência ao RN, são todos fatores que
⦁ Tanto o crescimento, quanto o podem influenciar no seu desenvolvimento.
desenvolvimento sofrem a influência de
fatores intrínsecos – genética, metabolismo e Campanha dos Mil dias
malformações -, e fatores extrínsecos –
alimentação, higiene, cuidados gerais -. São
avaliadas as partes cognitiva, motora, físico e
↳ É um programa criado pelo Ministério da
emocional, no qual o desenvolvimento ocorre Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria
no sentido céfalo-caudal. que tem o objetivo de proporcionar cuidados
que vão desde a gestação até os 2 anos de
⦁ Há a influência também, da nutrição e idade da criança, período determinante para
educação materna. Pois, é sabido que quanto a vida adulta. É um período de grandes
maior o grau de instrução da mãe, maior é a transformações e adaptações tanto para a
chance de um bom desenvolvimento da mãe quanto para a criança.
criança. É necessário o cuidado com a mãe
também, para que a criança se desenvolva de ⦁ Todas as doenças agudas ou crônicas
forma correta, fornecendo à mãe educação, impactam no desenvolvimento da criança.
orientação e acolhimento. Sendo que as doenças AGUDAS afetam
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principalmente o peso e as doenças retificado faz-se necessária uma avaliação a fundo


CRÔNICAS afetam tanto o peso quanto a assim como o cruzamento das linhas.
estatura.
⤷ Mas nem sempre esse cruzamento é ruim,
Antropometria como no caso de uma criança obesa e a curva
dela começa a descender e no caso de um
desnutrido ou prematuro em que a curva
↳ São medidas globais e complementares, começa a ascender em direção a mediana.
nas quais as globais são obrigatórias e vão
⦁ Gráfico de percentil: Você parte de
fazer parte de toda a avaliação do pediatra.
uma média que é o percentil 50 e o que
⦁ Globais: Pela OMS são estabelecidas o indica a normalidade se enquadra entre 3 e
Peso, estatura e perímetro cefálico (até 2 97. Para interpretação tem-se: Percentil peso
anos). O IMC (relação do peso com a altura) e estatura acima do 97 a gente considera
é muito utilizado para o acompanhamento do sobrepeso, entre 3 e 97 normalidades
estado nutricional, principalmente a partir da nutricionais, 10 e 3 riscos nutricionais, 3 e 0,1
adolescência., o IMC é um parâmetro de peso baixo e abaixo de 0,1 peso muito baixo.
avaliação da estabilidade do ganho e do
crescimento. ⤷ É muito importante na avaliação se ater
às características pessoais da criança, nem
⦁ Complementares: São as pregas
sempre uma curva de estatura próxima ao
cutâneas, perímetro abdominal e os critérios
percentil 3 significa uma baixa estatura
de Tanner.
patológica.
⤷ A avaliação é feita nos gráficos que Não se faz diagnóstico de problemas no
podem ser tanto em desvio padrão quanto desenvolvimento em uma única consulta.
em percentil.
⦁ Desvio Padrão ou escore z: É um
desvio percentual em relação a mediana, em
que há as dispersões dentro da normalidade
e a o tanto que se dispersa da mediana
resulta na variabilidade. A interpretação é feita
pelo escore Z, e quando se encontra no 0
significa dizer que está na mediana, < 0 está
abaixo da mediana e > 0 está acima da
mediana. Entre -2 e +2 está dentro da
normalidade, > +2 já está acima do esperado
para a idade e < -2 está abaixo do esperado.

⤷ O que deve ser avaliado na verdade é o


comportamento da curva, uma única
medida/ponto não consegue dizer com
propriedade de a alteração é significativa ou não.
O normal é a linha estar paralela a mediana para
cima ou para baixo, o que determina alguma
alteração são as variações presentes nessa curva. ⦁ PESO: Ao nascer a criança perde 10% nos
O crescimento é ascendente, caso esteja primeiros dias de vida e vai ganhando à
medida que o leite materno vai ficando mais
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gorduroso. No primeiro mês a criança ganha idade, uma lesão ou complicação nesse
30 g por dia, e até 5 meses ela tem o dobro período pode trazer danos permanentes. É
do peso e com um ano esse peso triplica. E fundamental a ingesta de ferro nesse período
entre 3 e 11 anos se usa a formula para estimar e a interação da criança com a mãe ou
o peso (Idade x 2 +9). O peso é mais sensível cuidador para aprimorar o seu
às alterações AGUDAS desenvolvimento.
⦁ ESTATURA: A criança ganha 25cm no ⦁ Período Neonatal: Compreende-se o
primeiro ano, em que a média para o período dos primeiros 28 dias de vida, em
nascimento é de 50-52 cm, e no seu que a sua atividade é basicamente reflexa,
primeiro ano a criança chega a 75 cm e que incluem moro, tensão palmar e plantar.
depois começa a decrescer, no início a curva Nesse período, a assiduidade auditiva é maior
é bem acentuada e depois ela vai diminuindo. que a visual.
A estatura é mais sensível às alterações
⦁ Lactentes: Corresponde ao período de 29
CRONICAS.
dias até 2 anos de idade, em que há intensas
⦁ PERÍMETRO CEFÁLICO: No primeiro alterações das medidas antropométricas,
trimestre há um crescimento de 2 cm por motoras, cognitivas e socio adaptativas. Ainda
mês, e depois 1 cm e depois 0,5 cm no se faz testes dos reflexos primitivos, mas ao
segundo semestre. longo do tempo eles vão diminuindo.

⤷ Craniocinostose: fusão das suturas e ⦁ Pré-escolar: Período correspondente de 2


fechamento permanente das fontanelas. a 5 anos de idade, não tem muita restrição
motora e muito desenvolvimento intelectual,
⦁ A mão ou o cuidador devem ser bem há o início do processo de aprendizagem
instruídos e ensinados a observar o nesse período.
desenvolvimento da criança. O
desenvolvimento é um acontecimento ⦁ Escolar: Período correspondente de 6 a 9
dinâmico não relacionado apenas aos anos de idade, tem-se uma grande evolução
acontecimentos genéticos, mas também se cognitiva e socioeducativa.
relaciona ao ambiente. O acompanhamento é ⦁ Adolescência: Quando classificada como
mais expectante e observacional de vigilância precoce refere-se ao período de 10-14 anos,
média de 14 aos 16 anos e até depois dos 17
Desenvolvimento a 19 anos 11 meses e 29 dias é classificada
como adolescência tardia. A gente espera
↳ É definido como transformações que inclui que na adolescência um desenvolvimento
o crescimento, a maturação e o aprendizado biológico, social e intelectual. Tem-se também
bem como também, aspectos psíquicos e a síndrome a adolescência normal em que há
sociais que envolvem todo esse processo, a fase da fantasia, crises existenciais, religiosas,
juntamente com fatores biológicos, alterações de humor.
ambientais, cognitivos, psíquicos, culturais e
socioeconômicos. Escala de Denver
Fases do desenvolvimento:
↳ É utilizada para acompanhar o
⦁ Mielinização do córtex: É extremamente neurodesenvolvimento social da criança por
importante, se inicia na 30ª semana de faixa etária.
gestação e se completa aos dois anos de
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⦁ Vale ressaltar que o desenvolvimento


ocorre no sentido craniocaudal: primeiro
sustenta a cabeça, depois o tronco, consegue
sentar, engatinhar e depois a criança anda.
→ Perfil do desenvolvimento: é identificar os
fatores de risco, os problemas de saúde, ouvir
bem os pais. Observar os antecedentes
gestacionais, pré-natais
⦁ Sinais de alarme: Uma criança apática ou
uma movimentação constante, apneia, muito
irritada com choro estridente, alterações no
tônus, quando não tem controle da cabeça,
⤷ Marcos do desenvolvimento: São não tem interação com a mãe, usa só um
parâmetros a serem observados, mas não lado do corpo, a mão sempre fechada,
têm que estar presente, necessariamente, nistagmo ocular, etc.
depende muito do contexto da criança.
⦁ Ações importantes: Estimulo precoce,
⦁ 1 mês: A criança acompanha objetos alimentação, trazer os pais e cuidadores para
luminosos e se calma ouvindo a voz essa função de estimular. E o tratamento
principalmente da mãe precoce caso se tenha alguma alteração no
⦁ 2 meses: Ela já sorri em resposta, o desenvolvimento, quanto mais rápido se
choro já é reconhecido pela me, ela resolve, melhor é na resolução desse
consegue sustentar a cabeça deitado de problema. Muitas vezes, a solução é estimular
bruços. ainda mais a criança.

⦁ 4 meses: A criança começa a balbuciar, Puericultura


a pegar as coisas voluntariamente, vai em
direção a ruídos, deita-se de bruços, segura
bem a cabeça e o tronco apoiados com a
↳ É importante para observar o
mão. crescimento, o desenvolvimento, e
prevenção e a promoção da saúde no que
⦁ 6 meses: Já produz barulho, se senta tange a aspectos físicos, sociais,
com apoio, brinca com objetos, coloca a mão comportamentais e ambientais. O calendário
e as vezes o pé na boca. de consultas começa com as consultas do
⦁ 9 meses: O bebe já começa a pré-natal, depois no 5 e 7º dia de vida, 1 mês,
2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12
engatinhar, a imitar gestos e ruídos, começa
meses, 18 meses e 24 meses, finalizando os
a estranhar as pessoas, e passa objetos de
uma mão para a outra. 1000 dias. É necessário não só observar o
crescimento e sim prevenir outras doenças,
⦁ 1 ano: Já começa a andar, a falar acompanhando a vacinação, aleitamento,
algumas palavras e a entender comandos alimentação, hiper ou hipovitaminoses.
simples, encaixa e desencaixa objetos.
⦁ 1 ano e 6 meses: A criança já anda bem Critérios de Tanner
e corre, associa duas palavras, já consegue
pegar a colher.
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↳É utilizado para avaliar o período da Asma em pediatria


puberdade dos adolescentes, para ajudar os
pais e os pacientes para que eles entendam (11/02/2020 – aula prof.ª Léa Gaspar)
cada uma das fases do desenvolvimento.
⤷ A prevalência da asma no Brasil é bastante
⦁ As meninas começam a sua maturação elevada, sendo que a sua etiologia é
sexual 1-2 anos mais cedo que os meninos, o multifatorial, em que se englobam fatores
primeiro sinal que aparece é o broto ambientais, genéticos, alimentares e dessa
mamário, fazem um estirão e a menarca forma, podemos notar que a abordagem do
ocorre de 2-5 anos após o aparecimento da paciente com asma não é tão simples.
mama.
⦁ É a doença crônica mais comum na infância
no mundo inteiro, sendo uma doença alérgica
que tem como manifestações clinicas mais
comuns a sibilância, dor torácica, tosse e
dispneia, que podem ou não ser revertido
com o uso de beta-2.

⤷ A asma é uma doença que se localiza nos


brônquios., desde os brônquios principais até
os bronquíolos terminais. Existe a asma de
pequenos brônquios, na qual o paciente não
responde bem a nenhum corticoide e a
medicação para esses pacientes tem que ser
diferente, em que suas partículas serão
ultrafinas para conseguirem alcançar as
pequenas vias aéreas.
⦁ Nos meninos a primeira manifestação é o ⦁ O principal mecanismo da asma é a
crescimento testicular, depois surgem os broncoconstrição provocada pelo edema e a
pelos pubianos, axilares, faciais e do restante inflamação das vias aéreas. Sendo controlada
do corpo, ocorrem alterações da voz até que pelo uso de anti-inflamatórios.
acontece a espermarca que é o primeiro
esperma que pode levar à reprodução e o ⤷ O paciente que apresenta asma, será
crescimento do pênis com a idade de 14 anos acometido de outras disfunções do aparelho
cronológicos ou com a idade óssea de 13-14 respiratório principalmente as alergias, rinites
anos. alérgicas, dermatites atópicas, sendo uma
doença crônica que não tem cura.
⤷ Um exemplo de asma não
eosinofílica, mas com a sua etiologia
obrigatoriamente inflamatória, é a do paciente
obeso, no qual a obesidade é um processo
inflamatório que provoca essas
broncoconstrições da asma e quando o
paciente emagrece, ele para de sibilar.
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pequena pra atingir apenas o local de ação. O


grande problema do uso dos corticoides
inalatórios é o erro na técnica inalatória, sendo
necessária a revisão total da técnica em cada
uma das consultas.

⤷ O mecanismo da asma é valvular, no qual a


espirometria mostra claramente esse
mecanismo. Toda a propedêutica envolvendo
o tratamento da asma, consiste em evitar o
remodelamento produzido pela asma, sendo
ele uma deformação irreversível dos
brônquios provocada pela exacerbação da
asma. O paciente asmático está tão ⤷Há a comparação de um epitélio brônquico
acostumado com essa obstrução valvular, normal e o asmático, no qual existe grande
que ele acaba perdendo a sensibilidade e destruição das células ciliares, da membrana,
passa a ver o quadro de sibilância como há muita secreção e destruição celular.
normal.
Todas as doenças alérgicas
tem um componente genético,
assim como a asma.

⦁ O mais importante para o manejo dos


pacientes portadores da asma, é a
instrução/educação, que consiste em explicar
ao paciente ou ao cuidador os motivos pelos
quais ele esta fazendo o tratamento, no que
⤷ À medida que o tempo vai passando, e o consiste esse tratamento e como ele será
paciente tem repetidos episódios de feito, pois trata-se de uma doença cronica, na
exacerbação, as chances de o paciente qual o paciente fará o tratamento ao longo
apresentar esse remodelamento brônquico da vida, no qual o paciente pode ou não
aumenta bastante. E isso deve ser evitado apresentar os sintomas, o tratamento é uma
como o tratamento, além de que apenas uma forma de prevençao acerca do
crise de asma já tem um grande potencial remodelamento. O tempo que o medico tem
para colocar a vida do paciente em risco, o para explicar para o paciente sobre a doença
paciente em crise asmática deve ser e o seu mecanismo é muito importante.
monitorado mesmo após o uso da medicação
que vai acabar com esse momento de crise.
Diagnóstico
⦁ O tratamento mais aceito é o uso de
⤷ Será basicamente pela historia clínica do
corticoide inalatório, pois consiste em um anti- paciente e por meio do exame físico. E a
inflamatório. Será o de uso inalatório, pois a comprovação da obstrução do fluxo aéreo é
sua ação é local (age mais rápido), tem feita pela espirometria com prova
menos efeito colateral por não agir na broncodilatadora e intercrise. Essa abordagem
corrente sanguínea e a dose é muito diagnpostica depende da idade e a avaliação
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deve ser feita integral, e não somente o paciente e realizar o padrão objetivo dessa
pulmão. doença por meio da espirometria ou pelo
pico de fluxo (esses exames não são
realizados em crianças menoires de 5 anos,
pois são exames que dependem do
desempenho do paciente para obter um bom
resultado).

⤷ O exame fisico é de suma importancia,


geralmente a crinça ou o adolescente tem
uma asma grave ( referente à quantidade de
medicação para controlar as crises) A criança
que chia muito possui deformidade torácica,
que é o pectus carinatus (quilha - ⤷ Curva de VFE1 e CVF pulmão normal x
abaolamento), devido a sibilância e asma: No pulmão com asma a curva do VEF1
represamento de ar no pulmão que fica achatada, pois o pulmão não esvazia
demonstra o descontrole da doença. Na corretamente.
imagem do raio-x há a representação tiíca de
um paciente com asma, no qual não tem 1) Disturbios ventilatórios obstrutivos: VEF1 <
como ver o parenquima pulmonar, ele esta 80%. Esse VEF1 é o volume expiratório
muito mais escuro no qual não se vê o forçado no 1º segundo da inspiração máxima.
padrão pulmonar, pois há esse represamento 2) Relação VEF1/CVF < 80%: Relação do
do ar no parenquima, ocorre também a volume maximo exalado após uma inspiração
retificaçao do diafragma (na palpação do máxima.
abdomem, o figado será palpado, porem não
será pelo aumento do órgão e sim devido ao ⦁ O VEF1 tem um aumento de 10% após o
diafragma estar mais baixo que o normal). uso de broncodilatador e tem um aumento
menor do que 20% como o temoi ou após
⦁ A deformidade torácica causada por esse o uso dos corticoide
represamento do ar dentro dos pulmões,
pode ser revertida se houver diagnóstico e
tratamento precoces. O tórax também pode
apresentar formato de tonél ou barril, pois
pelo mecanismo valvular o ar inspirado não
consegue ser expirado. Há rebaixamento do
diafragma podendo haver também retificação
deste.
⤷ Para crianças muito pequenas, deve-se
fazer a historia clínica detalhada desse
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Pico de Fluxo Expiratório animais, mofo, exercício/Ar frio, exposição


ocupacional que são fatores ambientais e
⤷ É a medida indireta da resistencia das vias outros fatores como disturbios emocionais e
aéreas, no qual se avalia a velocidade do ar a relação medico paceinte
espelido dos pulmões, pelo mecanismo
valvular. É um exame que tem algumas O fator desencadeante da asma mais
vantagens, como a avaliaçao de pacientes importante, com nível de evidência A é o
que estap controlados e ele faz um pico de tabagismo. Os aeroalérgenos (poeira, ácaro,
fluxo bem feito e o resultado aparece menor etc.) ocupam nível de evidência B.
do que o normal, há a possibilidade de
prevenção prevenção de uma crise de asma ⦁ Em crianças menores (bebês) o principal
mais forte. A monitorização do pico de fluxo fator desencadeante da asma são os vírus na
deve ser realizada diariamente de duas a três
chamada sibilância do lactente.
semanas, sabendo que pela manhã o pico de
fluxo é menor (20% menos que á noite). Recomendações para acessar, tratar e
Quando o pico de fluxo é medido 15 minutos
após o uso de beta 2, ele aumenta em 15%, manter o controle da asma -
e ele diminui 15% ou mais com a pratica de Entendimento da asma
exercício físico. Essa monitorização é
realizada para a realização e confirmação do
diagnostico, identificação dos gatilhos
ambientais e para realizar orientaçoes
terapeuticas quanto à medicação.
⦁ O pico de fluxo expiratorio é interpretado
baseado na estatura do paciente, que é um
padrão geral para todas as crianças. Sabendo
que quando o paciente esta controlado, o
pico de fluxo nessa situação, é o máximo e
deve ser tomado como referencia para
futuras avaliações. ⦁ O substrato mais importante da doença é a
inflamação, que gera sintomas e
hiperrresponsidade das vias aéreas com
limitação do fluxo de ar.

Evolução dinâmica da asma

Fatores desencadeantes
da asma
⤷ Infecções respiratórias, doenças naso- Manejo da asma
sinusais, refluxo gastroesofágico, poluição ⤷ Deve-se valiar o controle da asma para se
atmosférica, poeira doméstica, insetos, tratar para alcançar o controle e fazer o
tabagismo direto ou indireto, pêlo e saliva monitoraramento para manter o controle.
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Exacerbação moderada
⤷ É aquela que interrompe a atividade
normal do paciente e exige intervenção
medicamentosa
Exacerbação grave
⤷ Ação urgente do doente e do médico para
⤷ O controle da asma se dá verificando se há prevenir a ocorrência de internação ou
sintomas, uso de medicamentos de resgate, morte por asma
alteração de atividade física e função
pulmonar. Os riscos futuros se dá pela
instabiliade do paciente, exacerbações
frequentes, perda da função pulmonar e
efeitos adversos do medicamento.

Classificação quanto a
Classificação baseada no gravidade
⤷ Após exclusão de causas importantes de
controle descontrole como: Comorbidades não
⤷ O contolrole da doença irá influenciar no tratadas, uso incorreto de dispositivos, não
tratamento, em qual medicamento será adesão ao tratamento.
utilizado. Asma leve: controle com tratamento de baixa
intesidade (etapa 2)
Asma moderada: necessita intensidade
intermediaria(etapa 3)
Asma grave: alta intensidade (etapa 4 e 5)

Prevenção de riscos futuros


⤷ É baseada em hitoricos de entubação, mal
controle, exacerbação no ano anterior,
espirometria c/ VEF1 persistentemente baixa,
técnica inalatória incorreta e ou pobre
aderência, tabagismo, obesidade, gestação,
⦁ Por definição, exacerbação em qualquer eosinofilia sanguínea.
semana é indicativa de asma não controlada..
Qualquer exacerbação é indicativa da Manejo baseado no controle
necessidade de revisão do tratamento de
manutenção.. Valores pré-broncodilatador ⤷ O tempo é baseado nas últimas 4
devem ser consideradas sob o uso de semanas, pois é o tempo máximo que
medicação controladora atual.. Essa avaliação conseguimos lembrar do início dos sintomas.
não aplicável na avaliação do controle da ⦁ Devem ser analisados sintomas diários,
asma em crianças menores de 5 anos limitações das atividades (brincadeiras, subir
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escadas, etc), sintomas de despertares minimizar limitação fixa do fluxo aéreo →


norturnos, tratamento de alívio (β2 de curta evitar remodelamento, minimizar efeitos
duração, como o salbutamol, terbutalina) e colaterais de medicamentos → usar
função pulmonar (o pico de fluxo pode ter espaçador, técnica correta.
uma variação de até 20%, acima disso é ⤷ Os principais efeitos colaterais do uso
anormal). Sequalquer um desses itens estiver de corticoides locais são candidíase e
alterado, a asma é classificada como rouquidão
parcialmente controlada. Se tiver mais de 3 ⦁ Manter atividades normais, manter uma boa
itens do parcialmente controlado alterado, é relação médico / paciente ou cuidador: uma
classificado como asma não controlada. boa comunicação facilita aderência, fornecer
um plano de ação escrito facilita o
Princípios básicos do manejo entendimento

da asma Avaliação, monitoramento e


⦁ Deve-se priorisar a educação do paciente e
familiares sobre a doença e tratamento → o manutenção do controle da
médico deve explicar aos responsáveis o que
é a doença e porquê o tratamento deve ser asma
contínuo. Além de fornecer orientações ⤷ O controle é clínico (sintomas e
sobre os dispositivos e técnica de uso. exacerbações) com tratamento profilático. As
⤷Agitar o spray e explicar a necessidade etapas de tratamento vãp acordo com
de fazer isso. A única maneira de levar um tratamento atual e seu nível de controle.. E
remédio tópico para o brônquio é por meio deve-se sempre priorizar a promoção da
de gás, caso não seja agitado adequadamente educação e o controle ambiental.
o fármaco ficará no fundo do recipiente e
apenas o gás será fornecido ao paciente. Por
isso a importância da explicação.
⦁ Orientar sobre o uso de espaçadores. Ao
acionar o spray, saem partículas em grande
velocidade e se colocar diretamente, as
partículas ficarão todas impactadas na boca.
Com o espaçador, as partículas permanecem
nele, tendo menos efeitos colaterais, além
disso ajuda a linearizar as partículas,
conseguindo aspirar melhor o remédio. O
espaçador dobra a capacidade do remédio.
⦁ Redução da exposição a fatores alergênicos
ou irritantes vias aéreas
⦁ Plano de auto manejo para crises,
especialmente para casos moderados ou
graves
⦁ Promover a adesão ao seu plano
estabelecido

Metas do tratamento
⤷ As principais metas do tratamento ⤷ Os três pilares mestres do tratamento são:
consistem no controle dos sintomas, medicamento,controle ambiental e educação.
minimizar risco futuro de exacerbações, ⦁ Etapa 1: paciente que é pouco sintomático
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com crise esporádica utiliza-se β2 de curta


duração. Não possui componente inflamatório
Ajustes de medicação
importante a ponto de usar medicamento ⤷ Aumentar a etapa (step up)
anti-inflamatório. ⦁ Sustentada: por 2-3 meses na asma mal
⦁ Etapa 2: paciente que possui asma leve controlada ( verificar motivo persistência de
(precisa de pouco medicamento para sintomas por outras causas, técnica inalatória
controle) e necessita de corticoide em baixa e pobre aderência);
dose. ⦁ Por curto período – após infecção viral ou
⦁ Etapa 3: paciente necessita de dose maior exposição a antígenos
de corticoide em relação a etapa anterior e ⦁ Ajuste no dia a dia: corticoide e β2 longa
as vezes necessário usar LABA (β2 de longa duração - manutenção e alívio.
duração).
⦁ Etapa 4: dose moderada de coerticoide ⤷ Diminuir etapa (stepping down)
mais LABA ⦁ Paciente totalmente controlado por período
⦁ Etapa 5: adicionar dose de corticoide e de 3 meses;
pode haver tratamento com IgE. ⦁ Menor dose eficaz para cada paciente, com
⤷ O LABA (formoterol, salmeterol) associado sintomas e exacerbações controlados
ao tratamento com corticoide é importante, ⤷ Se a asma não estiver controlada com a
pois dessa forma a dose de corticoide não medicação atual sobe-se uma etapa até que
precisa ser aumentada (reduzindo efeitos o controle seja alcançado. Qunado se obtem
colaterais) e também propicia sinergismo controle →manter três meses e reavaliar
maior. ⦁ A redução seré para minimizar custos e
Obs.: Não se pode usar qualquer LABA diminuir efeitos colaterais do tratamento
isoladamente para controle da asma, uma vez ⤷ Esse conontrole da asma é feito e
que está associado a problemas cardíacos. monitorado pelo médico (avaliação clinica e
funcional)
Tempo determinado -
controle clínico e avaliação do
tratamento
⤷ Após 8 meses controlado, dose única →
tentar suspensão do corticoide e reavaliação
Controle da asma periodicamente a cada 3 meses durante 1 ano
⤷ Para saber se a asma está bem controlada, → manutenção ou perda do controle
deve-se perguntar ao paciente sobre: tosse, ⦁ Respeitar a estação do ano → não pode
se está dormindo a noite, atividades físicas, ser no inverno
pico de fluxo, se está usando medicamento. ⦁ Conhecimentos adequados devem
Caso o paciente tenha perdido o controle, preceder a suspensão,
deve perguntar se foi exposto a algum fator ⦁ Provas funcionais devem estar normais ou
ambiental, se a técnica inalatória está correta, próximas da normalidade o adesão ao plano
se há adesão e se possui comorbidades (ex.: de tratamento proposto.
rinite alérgica, refluxo). Todos esses fatores
devem ser questionados diante de uma asma
mal controlada ou exacerbação, antes de
simplesmente aumentar a dose de
medicamento.
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⦁ Melhora em torno de 3 a 5 anos


⦁ Crianças com sibilância até 3 e 5 anos
⦁ Não desenvolvem asma com passar dos
anos
⦁ Não necessita de corticoide, pois o
substrato da doença não é
edema/inflamação, e sim uma restrição da
função pulmonar
⤷ Sibilante não atópico
⦁ Crises de insuficiência respiratória aguda
obstrutiva por vírus e que tendem a melhorar
quando escolar
⤷ A partir do gráfico tem-se que, ao ⦁ Episódios recorrentes de sibilância associada
aumentar a dose de corticoide o efeito a infecção viral → bronquiolite viral grave no
terapêutico também aumenta. No entanto, 1o ano de vida
em determinado momento ocorre um platô, ⦁ Sem atopia, sensibilização alérgica e história
no qual mesmo em doses altas de corticoide familiar (pai/mãe)
o efeito terapêutico não melhora e os efeitos ⦁ Redução da função pulmonar após
colaterais se sobressaem. exposição viral
Asma em crianças menores ⦁ Melhora em torno de 11 a 12 anos
⦁ Presença de infecção viral, causadas pelo
de 5 anos vírus sincicial respiratório e rinovírus -
tendência sibilância recorrente, transitória→
⤷ Condição heterogênea: varias doenças que
com o crescimento a tendência diminui até
acometem vias aéreas inferiores apresentam
desaparecer
sibilância→dificultam diagnóstico.
⤷ Sibilantes persistentes
⦁ Menores de 5 anos não são asmáticos, mas
⦁ Sibilantes até escolar maior chance de asma
sibilantes
⦁ Níveis elevados de IgE sérico após 1o ano
⦁ 50% das crianças apresentam sibilância nos
⦁ Eosinofilia maior que 5%
1o anos - 20% adolescentes
⦁ Função pulmonar normal ou alterada.
⦁ Diagnóstico de asma no lactente é difícil de
⦁ Presença de atopia
realizar devido à: espirometria (difícil
⦁ História familiar (pai/mãe) positiva p/ asma
realização), dificil resposta ao broncodilatador
de diagnóstico realizados por médicos
e pela hiperresponsividade brônquica
⦁ Manifestações de atopia: eczema, rinite,
⦁ Marcador da asma é o marcador de atopia,
conjuntivite e alergia alimentar, eosinofilia e/ou
pois a presença de atopia é um preditor de
IgE aumentada
asma persistente
⦁ IgE específica a alimentos e ou inalantes
⦁ Sensibilização alérgica antes do terceiro ano
Fenótipos de sibilância de vida
⤷ Sibilante Transitório Precoce ⦁ Presença de sibilância recorrente (3
⦁ Associado à infecção viral (maior causa episódios em seis meses), associada a 2
hiperresponsividade) e tabagismo materno. critérios maiores ou 1 critério maior e 2
Não há associação com atopia, sensibilização menores
alérgica e história familiar (pai/mãe) ⦁ Apresentam grande resposta ao uso de
⤷ Fatores de risco: prematuridade corticoide
(possuem limitação da função pulmonar, e a ⤷ A maioria das crianças com sibilância nos
medida que crescem desenvolvem melhor a primeiros anos de vida (em torno de 80%)
musculatura, melhorando o problema
não vão persistir com estes sintomas além
mecânico e não atópico), creches
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

dos 5 anos de idade. O bom prognóstico para enquanto na asma essa inflamação ocorria
asma neste grupo deve-se ao fato de que os nos brônquios..
sintomas estão relacionados a infecções virais
comuns nesta faixa etária e calibre reduzido
de vias aéreas. Crianças com fatores de risco
para atopia constituem o grupo de risco
maior para persistência de sintomas. Um
grupo significativo, e ainda pouco estudado, é
o que representa os sibilantes não-atópicos.
⤷ O mais importante a se avaliar são os
Pneumonias mecanismos de defesa de cada individuo e a
virulência de cada agente infectante. A idade
Comunitárias também interfere no processo infeccioso,
pois tanto as crianças quantos os idosos
(18/02/2020 – aula prof.ª Léa Gaspar) apresentam uma maior fragilidade em seu
mecanismo de defesa.
⤷ A pneumonia é uma das causas mais ⦁ As bactérias são os agentes infectantes
importantes de queixa na pediatria, porém mais comuns nas pneumonias cominitarias
com o advento da imunização isso diminuiu em crianças menores de 5 anos de idade nos
bastante. As vias de infecção da pneumonia paises em desenvolvimento. Dentre as mais
são todas aéreas como a microaspiração, comuns estão: Streptococcus pneumoniae
aerossolização/inalação, aspiração grosseira, a (17 - 37%), Haemophilus influenzae (0 - 31%),
via hematogênica (sobretudo em bebês) e a Staphilococcus aureus (1 - 33%),
contaminação ocorre também por Chlamydophila pneumoniae (3 - 10%) e o
contiguidade Mycoplasma pneumoniae (5%).
⤷ O Haemophilus influenzae pode ser
capsulado ou não capsulado. A maior
prevalência entre os bebês é o Haemophilus
influenzae capsulado e a vacina é feita para
Haemophilus influenzae capsulado. O
Haemophilus influenzae mais frequente em
pessoas acima de 5 anos é o não capsulado.
Portanto, epidemiologicamente a
administração da vacina pneumo 10 (vacina
disponível no posto de saúde gratuitamente)
não é indicada para pessoas nessa faixa etária
⦁ Os vírus que são mais frequentes nas
pneumonias comunitárias em menores de 5
⦁ Atualmente, sabe-se que a maior pare das
anos em países em desenvolvimento são: o
pneumonias são por infecções mistas, nas
Vírus sincicial respiratório (1 -39%), Influenza
quais há contagio por ação das bactérias bem
(0-22%), Adenovírus (0-54%), Parainfluenza
como tmabém, por vírus.
(0-46%), Metapneumovirus humano (2-8%),
⤷ Os agentes infectantes maos comuns
Rhinovírus, coronavirus, bocavirus e outros (8-
são: Streptococcus pneumoniae com vírus
30%).
sincicial respiratório OU Streptococcus
⤷ A prevalência de cada um desses vírus
pneumoniae com Mycoplasma pneumoniae.
pode variar de região para região, por isso há
Sendo a pneumonia é um processo de
essa variação.
inflamação do parênquima pulmonar,
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Etiologia ⤷O recém-nascido é muito


imunocomprometido e por isso ele é atingido
⦁ Streptococcus grupo B: É o mais estudado por agentes distintos de outras faixas etárias.,
principalmete por atingir todas as faixas principalmente às bacterias gram -.
etárias e produzir uma alta mortalidade dos
indivíduos. Avaliação clínica
Anamnese:
⦁ Sinais e sintomas (principalmente os
respiratórios – tosse, dispineia, chieira),
antecedentes pessoais, familiares, condições
de vida, e exame físico minucioso.
⦁ Impressão da mãe sobre o filho:
caracterização das dificuldades respiratórias,
taquipnéia, sem febre ou com febre,
ostrução nasal, sibilância e estridor
⤷ A grande co-infecção bactéria-vírus foi respiratório
fundamental para determinar o grau de ⦁ História Patológica Pregressa:
infeção. Antecedentes perinatais (prematuridade),
crises de asma, atopias, hospitalizações
Pneumonias em maiores previas e o motivo das internações, infecções
respiratórias frequentes (entre 1 a 3 anos é
de 5 anos normal ocorrer de 8 a 10 infecções VAS/ano).
⦁ História familiar: o Atopia, asma, tabagismo,
• Maiores de 5 anos e adolescentes: Há a desnutrição e óbitos, contato com BK (bacilo
onfecção pelo Mycoplasma pneumoniae e de Koch), sintomas respiratórios persistentes.
chlamydophila pneumoniae. ⦁ História socioeconômica: Habitação, nº de
⦁ Mycoplasma pneumoniae é mais comum pessoas, idade de creche.
em maiores de 5 anos e em 50% dos
escolares.
Exame físico:
⦁ Associação de S. pneumoniae e M ⦁ Frequência respiratória sem febre, tranquila,
pneumoniae ocorre em 10% e pode em 1min, 2x.
prolongar o curso da pneumonia. ⦁ Sinais de alerta de gravidade:
⦁ M. pneumoniae é muito similar a um quadro ⤷ Taquipnéia: sinal mais sensível para
viral com bacteriana. diagnóstico em menores de 5 anos.
⦁ Sintomas: Tosse persistente diurna e ⤷Tiragem: sensibilidade 25% e
noturna. especificidade 83%
⦁ Outras manifestações podem ser: faringite, ⤷ Crepitação: sensibilidade 50% e
mialgia e exantema., esses sintomas são especificidade 80%
principalmente virais. ⤷ Tiragem intercostal e subdiafragmática
inspiratória: esforço e indicador de gravidade.
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⦁ A ausculta pode ser: normal, com redução ⤷ Consistência das fezes: amolecidas e
do murmúrio vesicular localizado, apresentar podem ocorrer epsódios de vômitos após a
sibilância incomum (em geral ocorre por tosse
bactérias típicas, sugere, viral ou atípica.)
⦁ Percussão: Manifestações clínicas
⤷ Consolidação: som bronquial e ⤷ A clínica é menos clássica quanto menor
broncofonia for a criança.. Clínica Principal da pneumonia,
⤷ Derrame Pleural: o murmúrio vesicular vai pode-se chamar de tríade da pneumonia:
estar muito diminuído tosse, taquipnéia e dificuldade respiratória.
⦁ A ausência de sinais de esforço respiratório, febre pode estar ausente. E a dor abdominal
taquipnéia, creptação, diminuiçao do é a queixa mais frequente em criança..
murmurio vesicular é muito improvável de
ser pneumonia. ⤷ Lactentes:
⦁ Hipoxemia (Sat02 < 94% em ar ambiente) ⦁ Quadros pouco específicos;
+ tiragem + batimento de aletas nasais = ⦁ Pode ser confusão com sepse, meningite,
investigar a presença de Pneumonia. No ITU (gemidos, toxemia cianose, má perfusão
entanto, a ausência não exclui a pneumonia. febre, hipotermia, diarreia, vômito, distensão
⤷ Sinal precoce de hipoxemia: palidez abdominal, constipação) ou pode ser
(não a cianose). E quanto menor a criança pneumonia.
maior é o risco de insuficiência respiratória!

Abordagem das infecções de


Vias Aéreas Inferiores em
menores de 5 anos
⦁ Tosse e/ou dificuldade respiratória: Deve-se
sempre pensar em pneumonia.
⦁ Taquipneia: Suspeitar de pneumonia e ⤷ 3-4 anos:
iniciar antibiótico empírico e precocemente. ⦁ São mais específicos;
⤷ Esta abordagem pode superestimar ⦁ Pode ocorrer febre, tosse, dor torácica ao
pneumonia em lactentes com taquipneia e respirar e escarros com sangue
bronquiolite viral. No entanto, a pneumonia é
um quadro tão grave nesse grupo que
justifica esse protocolo. Pneumonias bacterianas
⤷ Podem ser típicas em que há: Febre,
Avaliação dos sintomas prostração, taquipnéia, dispneia, com
evolução rápida, alterações radiológicas. Em
que o principal agente é o Streptococcus
⤷ Tosse: é um mecanismo de defesa afim de
pneumoniae. E podem ser também, atípicas
expelir coisas estranhas presentes nas vias
que apresentam uma instalação gradual com
aéreas. Na Pneumonia a tosse é um achado
ou sem febre, menor comprometimento do
inespecífico e pode ser:
estado geral, as alterações radiológica
⦁ Úmida, seca ou rouca.;
apresentam um padrão intersticial e os
⦁ Produtiva: com expectoração
principais agente são o Mycoplasma
⤷ Dor torácica: é comum com asma pneumoniae e Clamydophila pneumoniae
⤷ Dor abdominal: frequente quando há
acometimento das bases pulmonares
⤷ Sinais de desidratação: sede, redução do
volume urina
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Síndrome da pneumonia deve-se localizar a bulha gástrica, afim de


posiciona-lo. A bulha gástrica fica sempre a
afebril do lactente (SPAL) esquerda. A hiperinsuflação deve ser
percebida, os sinais são: retificação da cúpula
⤷ Acomete crianças com 2 a 4 semanas de diafragmática, aumento do número de
vida. E os principais responsáveis por essa costelas contadas (deve-se contar 9 costelas)
síndrome são: Clamydophila trachomatis, e a cor dos pulmões muito “preto”.
Citomegalovirus, Mycloplasma hominis,
Ureoplasma urealyticum. Em geral, esses
microorganismos só se manifestam nessa
idade. Tem início insidioso, pode provocar
Rinorréia (vírus) e Taquipnéia e ainda
podendo ser normotérmico ou febrícula
seguida de tosse e crepitações.

Pneumonias virais
⤷ São precedidas de sintomas virais, como
obstrução nasal e rinorreia. A criança não
apresenta prostração, há a ocorrência de
sibilos bilaterais e na história da doença, a Streptococcus pneumoniae
criança apresenta um contágio por resfriado
comum.
⦁ A solicitação de Radiografia de tórax em
suspeita de pneumonia é obrigatória, e há a
necessidade de ser feita posteroanterior e
perfil , snedo solicitada para confirmar
diagnóstico e para tratar, e ainda permite
avaliar a extensã e as complicações ⤷ Causa consolidação lobar ou multilobular,
(arrastados, resposta ao antibiótico), ajudar na pode ter aspecto arredondado e ainda
decisão quanto a hospitalização, é feita apresentar derrame pleural. Para determinar
também para a exclusão de diagnósticos a presença ou não de derrame é necessário
diferenciais e realizar a interpretação em solicitar um US.
conjunto com outros dados, avaliando a
crinaça como um todo. Haemophilus Influenzae
Radiografias de Tórax
⤷ Existem dois padrões do RX de tórax na
pneumonia:
• Quadros atípicos: alterações radiológicas
intermediárias, mistas. (Há um pouco de
condensação, padrão intersticial)
• Infiltrações intersticial: bactérias e vírus.
⤷ Os exames complementares devem
ser solicitados em quadros graves.
⤷ Pode ocorrer um abaolamento do tórax.
⦁ É importante saber localizar os seios Porém, quase não ocorre mais devido ao
costofrênicos, afim de observar a presença surgimento da Vacina.
de atelectasias e derrames pleurais No raio x
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Klebbsiella pneumoniae

⤷ Nesse escore tem-se que em pacientes


menores de 5 anos uma pontuação ≥ 4 é
sugestiva de pneumonia bacteriana.

Manifestações radiográficas
Staphilococcus aureus

⤷ É possível observar pneumatocele (cisto/


cicatrização de ar no parênquima pulmonar). Diagnóstico por imagem
Não é patognomônico do Staphilococcus,
mas geralmente está presenta nas ⦁ Pneumonia pneumocócica
pneumonias por S. aureus. Os ⤷ Ocorrem opacificações homogenias
peneumatoceles podem se coalescer e únicas que são circunscritas a um lobo ou
formar um pneumotórax. segmento a forma arredondada. Em que há
uma pneumonia lobar, acometimento pleural
e as vezes derrames extensos. Há um padrão
vicariante, em que um pulmão tenta
compensar o acometimento do outro
pulmão.

⤷ Quanto maior o número da contagem mais


típico é o padrão de acometimento.
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⤷ O acometimento é intersticial no qual


ocorrem as bronquiectasia. As bronquiectasias
são más formações dos brônquios. O
brônquio se deforma, em geral, pela ação de
vírus, mas pode ser congênita. Uma das
características da bronquiectasia é a presença
de toalete matinal, que é presença de um
“catarro grande” grande a criança se levanta
pela manhã.
Pneumonia Estafilocócica

⤷ As opacificações mais densas (igual à da


⤷ Fase evolutiva da pneumonia pneumocócica área cardíaca ou hepática), envolvimento
(Streptococcus pneumoniae). Uma radiografia de progressivo (mais de um lobo). Podem ser uni
antes mostrando o padrão lobar da pneumonia e bilateral. Ainda, pode ocorrer: abcessos,
pneumocócico. Quando for necessário solicitar pneumatoceles, derrames pleurais, empiemas
um R-x para confirmação do diagnóstico de (não são patognomônicas, empiemas são
derrame pleural deve-se solicitar um U.S, que vai derrames pleurais com pus). O ultrassom de
quantificar quantos ml há de derrame pleural. tórax é indicado na avaliação do
acometimento pleural (presença de derrame
⦁ Pneumonia por Mycoplasma pleural, volume e localização)
pneumoniae

⤷ O acometimento é intersticial, bilateral dos


hilos pulmonares até a periferia. ⦁ Pulmão vicariante ocorre quando um dos
pulmões é colabado e o pulmão contralateral
⦁ Pneumonia por Chlamydophila desenvolve um hiperinsuflação afim de
pneuminiae suprir/compensar a função do outro.
⤷ Há febre alta, o paciente fica muito tempo
internado, devido à sua rápida evolução. A
dificuldade em saber se é uma pneumonia
estafilocócica encontra-se em não ser
possível ou facilitado o alcance dessas
estruturas para a realização da bacterioscopia.
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⤷ Pneumonia por Mycoplasma, sorologia


positiva.

Controle radiográfico Exames complementares


⤷ É feito para a avaliação da evolução clínica
para controle de cura. • Hemograma:
⦁ Radiografias de tórax são realizadas para ⤷ Na pneumonia bacteriana:
detectar e confirmar a suspeita de diagnóstico • Leucometria elevada > 20.000 mm³.
presuntivo equivocado, principalmente nos • Neutrófilos > 10.000/mm³.
casos arrastados, na suspeita de • Bastonetes > 500/mm³: nesse caso, como
malformações congênitas e na resolução, está acima de 500 se diz que é um desvio a
alterações radiológicas podem ser lentas, esquerda.
principalmente em pneumonias ⤷ Na pneumonia viral:
estafilocócicas, que pode demorar meses • Varia de leucocitose a leucopenia ou normal:
para se resolverem. no início, pode-se ter uma leucocitose
reacional e depois uma leucopenia ou até
mesmo leucócitos em valores normais.
• Geralmente ocorre predomínio de linfócitos,
mas na fase aguda/inicial pode ocorrer
neutrofilia. Sendo assim, no início pode
ocorrer leucocitose e neutrofilia.
• Existe eosinofilia na pneumonia afebril do
⤷ RX de pneumonia Pneumocócica. lactente, que é causada pela Chlamydophila
trachomatis

⦁ Proteína C reativa:
⤷ Existe uma superposição de valores que
impedem a definição entre viral e bacteriana;
não é um exame recomendado de rotina
⤷ Pneumonia viral: 21,5 e 60,3 mg/L
⤷Pneumonia bacteriana: 53,9 a 126,0mg/L

• Hemocultura:
⤷ Recomendada em hospitalizados, que
representam uma baixa taxa de bactérias.

⤷ RX de pneumonia Estafilocócica. • Pesquisa de vírus na secreção nasal:


⤷ Recomendada em lactentes hospitalizado
em uso de antibióticos. Quanto mais precoce
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possível, melhor. É um método rápido de alta


sensibilidade (90%) e especificidade (95%).

⦁ Teste de aglutinação de
partículas de látex
⤷ Pode ser feito através da urina e do líquido
pleural que contém antissoro
antipneumococo e anti-hemófilus tipo B e o
resultado sai rápido, porém, são escassos
estudos para avaliar esse método

⦁ Exame citobacteriológico do
escarro (Gram e cultura) Eficácia in vitro dos
⤷ Difícil ser feito em crianças pequenas,
pois é difícil fazer a coleta do material de antimicrobianos
forma correta. Portanto, o lavado brônquico é
mais recomendado nessa idade. O lavado
brônquico é paucibacilífero.
⦁ Realizada em crianças maiores e
adolescentes.
⦁ 25 polimorfos nucleares/campo ou 10 cel.
epiteliais /campo. Interpretação difícil devido a
contaminação por germes da orofaringe
⦁ Não deve ser um exame feito de rotina

⦁ Teste sorológico para


Mycoplasma pneumoniae e
Chlamydia pneumoniae
⤷ É um teste feito para pesquisa do agente Tratamento ambulatorial
etiológico, podendo ser necessária a
dosagem na fase aguda e convalescência das Pneumonias
(não ajuda na decisão tratamento).
adquiridas na comunidade
Conduta
⤷ A hospitalização deve ser feita para
minimizar as complicações e quanto menor a
criança maior deve ser a observação.

⤷ Deve-se reavaliar em 24 a 72h depois do


início do tratamento e os pais devem ser
orientados para procurar o pronto socorre
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quando a criança apresentar os sinais de


alerta.
⦁ Em caso de falha terapêutica: como
persistência de febre e/ ou taquipneia por
mais de 48 -72 horas:
⦁ Hospitalizar ou instituir amoxicilina +
clavulanato 80-90mg/kg/dia.
⦁ Diferentes mecanismos resistência: S
pneumoniae e H influenza (alterações nos
receptores β lactâmicos e produção
βlactamase)
⦁ Se o paciente apresentar tolerância a
clavulanato deve-se aumentar a dose de Macrolídeos
amoxicilina isolada, ou seja, amoxicilina ⤷ Deve ser utilizado em casos de alergia a
+clavulanato 50mg/kg/dia e amoxicilina 30- penicilina e amoxicilina.
40mg/kg/dia • Bactéria gram + resistente amoxicilina é
⦁ Streptococcus pneumoniae: cefalosporina também resistente a eritromicina e a
de 2ªgeração, que é semelhante a amoxicilina macrolídeos.
+clavulanato • Macrolídeos são pouco efetivos para H
influenzae e há aumento da resistência para
3 a 5 anos sem melhora ou S pneumoniae (29% EUA e 15,4%- A latina).
• As pneumonias atípicas são causadas
com piora: principalmente por Mycoplasma
Clamidóphila e esses microrganismos não
e

⤷ Deve-se associar macrolídeo a amoxicilina respondem bem a antibióticos β lactâmicos.


(pois, nesses casos deve-se pensar em Por isso, os macrolídeos são a 1ªescolha de
pneumonia provocada por Mycoplasma e tratamento nas pneumonias atípicas.
Chamidophila pneumoniae). Evitar o super • Não existe um macrolídeo mais eficaz na
uso, devido ao risco de resistência. bactéria atípica.
• Eritromicina possui pior absorção,
Maiores de 5 anos: intolerância gastrointestinal e posologia
complicada, o que reduz a adesão ao
⤷ Maiores de 5 anos e adolescente: deve-se tratamento.
pensar em pneumonia causada por S • A Claritromicina apresenta maior
pneumoniae, Mycoplasma e Clamidophila. Por concentração sérica e alto custo
isso a medicação indicada é 1ª amoxicilina ou • Azitromicina possui melhor penetração nos
macrolídeo tecidos
⦁ Se a infecção é apenas por S. • SMT +TMP Tratamento parenteral:
pneumoniae: não usar macrolídeo como ⤷ Não houve diferença entre o uso da
monoterapia., deve-se utilizar amoxicilina. amoxicilina oral e parenteral em relação a
⦁ Iniciar com 2 antibióticos em caso de eficácia
infeção por S. pneumoniae e por Mycoplasma • Penicilina Benzatina dose única e penicilina
ao mesmo tempo ou em caso de falha procaína 7 dias IM são utilizadas para tratar
terapêutica 48-72 h após monoterapia. pneumonia lobal ou segmentar em crianças
com 2 a 12 anos (92,3% e 95,1%).
• Crianças com alto risco de bacteremia:
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⤷ Dose injetável de ceftriaxone, amoxicilina ⦁ Pneumatocele:


ou penicilina seguida de tratamento por via ⤷ Cavidade cistica de paredes finas devido
oral. a pneumonia bacteriana de qualquer etiologia.
⦁ Mais característica quando causada pelo
Diagnóstico diferencial de Estafilococos
⦁ Maior frequência em S. pneumoniae
pneumonia ⦁ Raio X- diagnostico (TC?)
⤷Tratamento conservador tem involução
• Aspiração de corpo estranho espontânea de semanas a ano
• Tuberculose pulmonar
• Asma: suspeitar em casos de pneumonia
de repetição
• Doença neurológica: riscos para pneumonia
de repetição devido a incoordenação de
deglutição, refluxo gastroesofágico, fraqueza
muscular, tosse ineficaz, alteração no centro
respiratório, cifoescoliose.
• Cardiopatia, fibrose cística, discinesia ciliar,
imunodeficiência, malformação pulmonar,
tumores de mediastino

• Pneumotórax: Ar aprisionado na cavidade


•Piopneumotórax: pneumotórax com pus
formando um abscesso pulmonar
• Febre depois de 48-72 horas após o
Complicações da tratamento:
⤷ Deve-se questionar se a pneumonia
pneumonia realmente é o diagnóstico correto, se o
• Derrame pleural: tratamento proposto está adequado e
⤷É a complicação mais comum. o Ocorre lembrar que a resolução da radiológica é mais
em 40% das pneumonias hospitalizadas lenta que a clínica.
• Principais agentes: S. pneumoniae (agente
mais encontrado em qualquer faixa etária), H
Prevenção
influenzae, S aureus. ⤷ Deve-se observar se há desnutrição,
⦁ O ultrassom é útil para o diagnóstico o comorbidades, baixo peso ao nascer, se a
Toracocentese :LDH, PH, glicose, citologia, criança frequenta creche, se ela teve
citometria, gram, pesquisa de agente aleitamento materno, a sua vacinação, suas
bacterianos (para Streptococcus e condições socioeconômicas e as condições
hemophilus) ambientais.

Caso clínico
⤷ Paciente de sexo masculino, nascido de
parto normal, peso de nascimento: 3.620 g,
comprimento de 50 cm, sem intercorrências
peri e neonatais. Pais sadios. Aos 28 dias de
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vida, apresentou secreção ocular bilateral,


coriza mucoso, tosse paroxística,
emetizante, associada a cianose perioral, sem
apneia e febre. Mãe procurou serviço de
urgência com o filho em condições gerais
regulares, tosse em acesso, cianose oral,
secreção ocular purulenta bilateral, afebril
com retração costal. FR: 65irpm, FC: 163
bpm, SatO2 de 95%. Ausculta: murmúrio . ⤷ Por se tratar de um lactente com menos
vesicular diminuído difusamente, crepitações de 3 meses, com tosse paroxística,
em ambas bases, estertores médios e conjuntivite purulenta bilateral, normotérmico,
discreta sibilância. Foi solicitado radiografia (Rx) radiografia torácica com predomínio
de tórax intersticial e áreas micro nodulares difusas,
bilaterais, foi feita a hipótese diagnóstica de
pneumonia causada por Clamydia trachomatis.
A imunofluorescência indireta foi positiva para
este agente. O paciente foi medicado com
claritromicina durante 14 dias.

⤷ Há um predomínio intersticial e reticulo Calendário Vacinal


nodulares em ambos pulmões, em especial - (03/03/2020)
nas regiões centrais. Há também algumas ⤷ Imunizar é tornar não suscetível a uma
áreas de comprometimento alveolar em determinada doença. A vacina é o produto
ambos lóbulos inferiores, onde se observa farmacológico que contém agentes
atelectasias. imunizantes capazes de induzir a imunização
ativa. A imunização pode ser tanto passiva
⦁ Evolução clínica: quanto ativa, porém, a vacina é uma
imunização ativa.
⤷ Durante a hospitalização, o paciente
⦁ Imunização passiva: essa imunização se dá
apresentou dificuldade respiratória moderada,
por anticorpos., possui curta duração e pode
taquipnéia, retração costal e tosse paroxística ser:
com necessidade de oxigênio (1 L/min). ⤷ Imunização passiva natural: ocorre através
Evoluiu com episódios de obstrução da placenta ou do leite materno, ou seja,
bronquica tratada com Salbutamol. Foi passa da mãe para o filho. o Imunização
solicitado hemograma que mostrou passiva artificial: ocorre por meio do soro ou
leucocitose (25 100 cels/mm3), eosinofilia da imunoglobulina humano.
(753 cels/mm3), proteína C reativa normal, Ex.: quando ocorre contato com o vírus da
imunofluorescência indireta viral negativa, hepatite B é feita a administração de
imunofluorescência direta para Bordetella imunoglobulina, para que ocorra proteção
pertussis negativa. imediata até que o organismo seja capaz de
produzir imunidade através da vacina
⦁ Houve melhora de todos os sintomas e (imunização ativa).
suspenção do O2 no 8º dia de hospitalização. • Imunização ativa: é de longa duração.
Permaneceu internado por 11 dias. Um mês ⤷ Imunidade ativa natural: é aquela adquirida
após tratamento foi realizado Rx de tórax. pela aquisição de uma doença ou contato
prévio com um microrganismo, na qual o
organismo produz imunidade momentânea e
memoria imunológica
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⤷ Imunidade ativa artificial: é aquela adquirida podem ser adicionadas as vacinas que irão ter
pela administração de vacina, através da funções especificas:
injeção de moléculas • Preservativos: inibem o crescimento de
inativada/morta/fragmentada do patógeno, vírus vivos atenuados.
forçando o organismo a produzir anticorpos • Estabilizantes: ajudam a vacina a manter sua
contra o agente, sendo, assim, capaz de composição química. Ex.: quando ocorrem
imunizar e criar memoria imunológica. mudanças de temperaturas
• Imunidade celular: mediana pelos linfócitos • Adjuvantes: aumentam a possibilidade de
T8 desenvolver a resposta imune com
• Imunidade humoral: mediada pelos linfócitos determinada vacina
B ativados em plasmócitos e está relacionada
à produção de anticorpos contra Vacinas de vírus vivo atenuado
determinado antígeno.
(enfraquecido)
Programa nacional de imunização ⤷ São lábeis, perdem a capacidade de
provocar a doença, mas ao mesmo tempo
(PNI)
tem a capacidade de evitar a doença. São
⤷ O êxito das Campanhas de Vacinação passíveis de dar eventos adversos. Os vírus
contra a varíola na década dos anos sessenta, replicam no organismo e devem ser mantidos
mostrou que a vacinação em massa tinha o em bom estado de conservação (+2°C a
poder de erradicar a doença. O último caso +8ºC). E apresentam na forma atenuada do
de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no vírus selvagem ou bactéria.
mundo em 1977 na Somália. Ex: BCG, Rotavírus, Polio Oral, Triviral, Febre
• Em 1973 foi formulado o Programa Nacional Amarela, Tetraviral, Varicela monovalente.
de Imunizações - PNI, por determinação do
Ministério da Saúde, com o objetivo de
coordenar as ações de imunizações.
Vacinas inativadas (mortas): Vírus,
⤷ Tem como objetivo o controle de bactérias
doenças imunopreveníveis através de amplas ⤷ Fragmentos de microorganismos que
metas de coberturas das vacinais, para que a podem ser PROTEÍNAS ou
população possa ser provida de adequada POLISSACARÍDEOS.
proteção imunitária contra as doenças Ex: Tríplice bacteriana (contém macerado de
abrangidas pelo programa. bactéria de Bordetella pertussis); tríplice
acelular (contém fragmentos da bactéria
• Na VACINA existe um patógeno simulado, morta) e as demais vacinas
que pode ser um partícula, vírus inativado ou
parte de uma bactéria que vai estimular o Falsas contra indicações à vacina
corpo a criar anticorpos como se aquela fosse
⤷ Tosse e/ou coriza, diarreia leve ou
uma infecção, ou seja, é oferecido um
moderada, doenças da pele, exceto se estiver
substrato para que o corpo reconheça como
localizada no local da aplicação, desnutrição,
estranho e crie uma defesa contra esse
doença neurológica estável (principalmente
determinado patógeno, não tendo que
quando se trata da tríplice bacteriana que é
inocular o patógeno propriamente dito, que é
contraindicação absoluta para portadores de
capaz de causar uma doença. A vacina pode
doenças neurológicas), tratamento sistêmico
conter microrganismos vivos ou mortos ou
com corticoides, em doses baixas.
fração com propriedades antigênicas, em
⦁ Se o corticoide estiver sendo usado em
geral, quando vivo eles estão atenuados. As
doses ou tempo que provoquem
vacinas são empregadas para produzir uma
imunossupressão a vacina não poderá ser
atividade especifica contra determinado
administrada. Se o paciente fizer uso de
microrganismo. Existem 3 substancias que
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corticoide inalatório para controle/prevenção adiposo em crianças, o que pode levar a uma
de asma a vacina não é contraindicada. absorção inadequada de algumas vacinas.
⤷ Alergias, prematuridade ou baixo peso ao ⦁ Oral: pólio oral e rotavírus
nascer.
Obs.: RN prematuro receberá a 4ªdose de Padronização dos Locais de Aplicação
BCG, mas a vacina deve ser administrada, a ⤷ Avaliação e responsabilidade do aplicador:
menos que ele tenha < 2000g. em observar a estrutura física do usuário,
oferta de massa muscular no sítio de
Técnica de administração da vacina aplicação, via de administração;
⤷ Preparar a sala, o espaço e separar os
materiais, orientar o paciente, higienizar ⤷ Recomendação para vacinação com via
adequadamente as mãos, preparar a vacina, intramuscular:
utilizar a técnica de administração indicada, ⦁ vasto lateral em < 2 anos de idade;
descartar corretamente os materiais ⦁ deltoide a partir de 2 anos de idade.
utilizados. ↳ Lembrando que se trata apenas de uma
recomendação, que vai depender muito das
condições físicas do paciente.

Conservação
⤷ A conservação do imunobiológico/vacina é
dependente da observação de alguns fatores:
⦁ Prazo de validade;
⦁ Conservação (temperatura): manter a
Vias de administração das vacinas temperatura adequada, sem com que sofra
⦁ Intradérmica.: BCG. Não se deve limpar com muitas alterações.
álcool, após a aplicação dessa vacina. ⦁ Transporte;
Obs.: a BCG é a vacina que apresenta maior ⦁ Armazenamento;
quantidade de erros de aplicação. A pega e ⦁ Dose;
as complicações dessa vacina são ⦁ Coloração da vacina;
dependentes da aplicação. ⦁ Diluição;
⦁ Tempo de validade após a diluição
⦁ Subcutânea: Tripliceviral; febre amarela; ⤷ Rede de frio: sistema de conservação
tetraviral e Varicela Monovalente (armazenamento, transporte e manipulação)
dos imunobiológicos desde a produção até a
⦁ Intramuscular: hepatite B, Pentavalente; administração. O objetivo da rede de frios é:
pmeumo 10; pólio inativada; meningo; Hepatite manter as condições adequadas de
A; HPV; influenza; DTP; Dupla adulto (dt) e refrigeração dos imunobiológicos da rede;
DTPa adulto. manter as características dos imunobiológicos
desde o início até o seu destino final; manter
⦁ Vasto lateral da coxa: em crianças menores a temperatura ideal dos imunobiológicos, uma
de 2 anos. vez que são produtos termolábeis.
⤷ Conservação:
⦁ Deltoide: crianças maiores de 2 anos. ⦁ nível nacional, central e estadual: cameras
frias a -20ºC;
⦁ Glúteo: não é mais um local de aplicação ⦁ nível regional e municipal: freezer a -20ºC;
recomendado pelo PNI desde 2001. Essa ⦁ nível local: geladeiras entre =2ºC e +8ºC.
recomendação se fundamenta devido ao
risco de lesão do nervo ciático e devido a
relação de oferta de massa muscular e tecido
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Vacina BCG reatogênica (ela é disponibilizada apenas pra


quem teve uma reação à DTP comum)
⦁ Produto: Mycobacterium bovis (vivo ⦁ Esquema: 5 doses (2, 4, 6 e 15 meses e
atenuado) um reforço entre 4 e 6 anos). Ela será
⦁ Proteção: Tuberculose em suas formas aplicada até 6anos, 11 meses e 29 dias.
graves, principalmente a causada pela ⤷ Após esse tempo ela será aplicada,
meningite em crianças pequenas. porém é necessária a adição do componente
⦁ Idade: a partir do nascimento diftérico mais reduzido ou utilizar a vacina
⤷ Adiamento em RN filhos de mães que acelular, pois há a diferenciação entre a vacina
usaram imunossupressor na gravidez por que do adulto e da criança.
eles não vão ter resposta à vacina. ⦁ Via: Intramuscular profunda.
⦁ Via de administração: intradérmica à direita ⦁ Contraindicação da DTP: quadro
no músculo deltoide. neurológico em atividade, convulsão nas 1ªs
⦁ Dose: única (exceto se ausência de cicatriz 72h após aplicação, episódio hipotônico
após 6 meses em comunicantes domiciliares responsivo, nas primeiras 48h, encefalopatia
de Hanseníase). 7 dias após aplicação, reação anafilática
⦁ Contra indicações: afecções dermatológicas (componente pertussis).
extensas, P < 2000g, crianças com AIDS por ⤷ Devido à essa grande reatividade da
ser uma vacina com o vírus vivo atenuado. DTP, o Ministério da Saúde recomenda a
⦁ Evolução: mácula eritematosa, pápula aplicação da DTP acelular.
endurada, centro mole, crosta, úlcera, cicatriz
(6ª-10ª sem) 3-7mm, cicatrização até 4 Vacina dT (difteria e tétano) /dTpa
meses.
⦁ Complicações especialmente técnicas. (difteria, tétano e coqueluche)
(úlcera, abcesso, adenopatia axilar). ⦁ Adolescentes com esquema primário de
DTP ou DTPa completo devem receber um
Vacina hepatite B reforço com dT (dupla adulto) ou dTpa
(tríplice adulto), preferencialmente com a
⦁ Produto: Ag de superfície viral (HBSag), formulação triplica acelular, aos 14 anos de
adjuvante hidr. Al idade. Alguns calendários preconizam esse
⦁ Esquema: 3 doses (0, 1 a 2, 6 meses) - reforço com 10 anos.
esquema incompleto completar. Ideal 1ª dose ⦁ No caso de esquema primário para tétano
em 12h de vida. incompleto, este deverá ser completado com
⤷ Prematuro: 4 doses (RN <2000g / 33 uma ou duas doses da vacina contendo o
sem). componente tetânico, sendo uma delas
⦁ Via de aplicação: IM; não aplicar nos glúteos preferencialmente com a vacina tríplice
⦁ Contra indicações: reação anafilática em acelular.
dose anterior ⤷ Devido à presença da memória
⦁ Uso combinado: DPT/HiB/HB (Penta) – imunológica, caso chegue uma criança com o
2,4,6 meses (recebem 4 doses) ou HEXA – quadro vacinal incompleto, deve-se apenas
HB + HA após 1 ano. completar não sendo necessário reiniciar o
⦁ RN mães HbsAg +: Ig além da vacina esquema vacinal.
⦁ Crianças com 7 anos ou mais, nunca
DTP / DTPa - Tríplice bacteriana imunizadas ou com histórico vacinal
desconhecido, devem receber três doses da
(difteria, tétano e coqueluche) vacina contendo o componente tetânico,
⦁ Componente: toxoide tetânico e diftérico, sendo uma delas preferencialmente com a
células mortas e inteiras de B. pertussis e há vacina tríplice acelular com intervalo de dois
ainda a DTPa acelular que é menos meses entre elas (0,2 e 4 meses-intervalo
mínimo de quatro semanas)
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Vacina Hib (Haemophilus ⦁ No primeiro ano de vida é realizada a vacina


inativada da pólio. Ela pode ser administrada
influenzae B) em imunossuprimidos. É injetável.
⦁ A VOP elimina o vírus vacinal pela urina e
⦁ A vacina penta do PNI é uma vacina pelas secreções. Com isso ela diminui a
combinada contra difteria, tétano, coqueluche, circulação do vírus primitivo e aumenta a
hepatite B e Haemophilus influenza tipo B circulação do vírus vacinal, que seria menos
(conjugada). Hexa = Hep. A antigênico (pode causar doença, mas seria
⦁ Esquema: três doses, aos 2,4 e 6 meses mais branda, com menos sequela). Não pode
de idade. Existe uma 4ª dose que pode ser ser administrada em imunossuprimidos.
aplicada aso 15 meses de idade. Quando
utilizada pelo menos uma dose de vacina
combinada com componente pertussis Pneumocócica conjugada
acelular (DTpa/Hib/IPV/DTpa/Hib, ⦁ Programa nacional de imunização: vacina
DTpa/Hib/IPV, HB, etc.), disponíveis em clinicas pneumocócica conjugada 10-valente no
privadas, uma quarta dose contribuir para esquema de duas doses, administradas aos 2
diminuir o risco de ressurgimento das e 4 meses, seguidas de um reforço aos 12
doenças invasivas causadas pelo Hib em longo meses, podendo ser aplicada até os 4 anos e
prazo. 11 meses de idade.
⦁ Alta eficácia contra doença invasiva por ⦁ Sociedade brasileira de pediatria: vacina
Haemophilus conjugada 13-valente, pelo seu maior
⦁ Vacina tetravalente: DPT+HiB (reforço) espectro de proteção, no esquema de três
▪ Não usar em crianças acima de 5 anos: doses no primeiro ano (2, 4, e 6 meses) e
baixa incidência de infecções por essa uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de
bactéria nessa idade vida.
▪Vacinar crianças acima de 5 anos: ⦁ Crianças saudáveis com esquema completo
esplenectomizadas e imunossuprimidas o com a vacina 10-valente podem receber uma
Vacina pentavalente: Vacina tetravalente + dose adicional da vacina 13-valente, até os
vacina contra hepatite B. cinco anos de idade, com o intuito de ampliar
a proteção para os sorotipos adicionais.
Vacina VIP (vacina inativada contra ⦁ Crianças com risco aumentado para doença
pneumocócica invasiva devem receber
poliomielite) / VOP (vacina oral também, a partir de 2 anos de idade, a vacina
contra poliomielite, vivo atenuado) polissacarídica 23-valente, com intervalo
⦁ As três primeiras doses, aos 2,4 e 6 meses, mínimo de dois meses entre elas (vide
devem ser feitas obrigatoriamente com a recomendações no manual do CRIE – Centro
vacina pólio inativada (VIP). A recomendação de Referência de Imunobiológicos Especiais).
para as doses subsequentes é que sejam
feitas preferencialmente também com a Vacina meningocócica conjugada
vacina inativada (VIP). ⦁ Recomenda-se o uso rotineiro das vacinas
⦁ Nesta fase de transição da vacina pólio oral meningocócicas conjugadas para lactentes
atenuada (VOP) para a vacina pólio inativada maiores de 2 meses de idade, crianças e
(VIP) é aceitável o esquema atual adolescentes. Sempre que possível utilizar
recomendado pelo PNI que oferece três preferencialmente a vacina MenACWY pelo
doses iniciais de VIP (2,4 E 6 meses de idade) maior espectro de proteção, inclusive para os
seguida de duas doses de VOP (15 meses e reforços de crianças previamente vacinadas
4 anos de idade). com MenC.
⦁ A VOP está sendo extinta (gotinha). ⦁ Crianças com esquema vacinal completo
com a vacina MenC podem se beneficiar de
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uma dose adicional da vacina MenACWY a ⦁ Pentavalente: disponível somente na rede


qualquer momento, respeitando-se um privada, é recomendada em três doses, aos
intervalo mínimo de 1 mês entre aas doses 2, 4 e 6 meses. A primeira dose deverá ser
⦁ No Brasil estão licenciadas as vacinas: MenC, administrada no máximo até 3 meses e 15
MenACWY-CRM e MenACWY-TT a partir de dias e a terceira deverá ser administrada até
2 meses e a vacina MenACWY-D a partir de 7 meses e 29 dias. O intervalo entre as doses
9 meses de vida. deve ser de 2 meses, podendo ser de, no
⦁ O esquema de doses varia conforme a mínimo, quatro semanas. Iniciada a vacinação,
vacina utilizada recomenda-se completar o esquema com a
⦁ Não existem dados sobre intercambialidade vacina do mesmo laboratório produtor. Rede
entre as vacinas meningocócicas conjugadas privada.
⦁ O PNI utiliza a vacina MenC no esquema de ⦁ Vacina de vírus vivo atenuado.
duas doses aos 3 e 5 meses, com reforço ⦁ Essa vacina já foi muito associada a
aos 15 meses, além de duma dose adicional intussuscepção intestinal.
da vacina para adolescentes entre 11 e 14 anos. ⦁ Via de administração: Via oral. Se criança
regurgitar, cuspir ou vomitar: não repetir a
Meningocócica B recombinante dose. É recomendado que a criança não
mame 30 min antes e depois da vacina.
⦁ Indicação: lactentes a partir de 2 meses de ⦁ Evento adverso: intussuscepção→ alça
idade, crianças e adolescentes; intestinal entra no próprio eixo. Área onde fica
⦁ Para os lactentes que iniciam a vacinação uma sobre a outra entra em sofrimento,
entre 2 e 5 meses de idade, são isquemia e pode evoluir com necrose e
recomendadas três doses, com a primeira perfurar a alça intestinal. Pode desfazer
dose a partir dos 2 meses e com pelo menos espontaneamente ou não. (Contraindicado
2 meses de intervalo entre elas, além de uma em crianças com história dessa patologia ou
dose de reforço entre 12 e 23 meses de malformação intestinal).
idade
⦁ Para aqueles que iniciam a vacinação entre
6 e 11 meses, duas doses da vacina são Influenza
recomendadas, com dois meses de intervalo,
e uma dose de reforço no segundo ano de ⦁ Crianças e adolescentes a partir dos 6
vida meses de idade.
⦁ Para crianças que iniciam a vacinação entre ⦁ A primo vacinação de crianças com idade
1 e 10 anos de idade, são indicadas duas doses inferior a 9 anos deve ser feita com duas
com 2 meses de intervalo entre elas doses, com intervalo de 1 mês entre elas.
⦁ Adolescente são indicadas duas doses com ⦁ Entre 6 a 35 meses pode variar conforme
1 mês de intervalo o fabricante, e a partir de 3 anos é de 0,5ml.
⦁ Não se conhece, até o momento, a ⦁ Disponíveis duas vacinas influenza: tri e
duração da proteção conferida pela vacina e quadrivalente, sendo que a segunda
eventual necessidade de doses de reforço contempla uma segunda variante da cepa B.
⦁ Não está disponível na PNI. ⦁ A vacina deve ser feita anualmente e deve
ser aplicada idealmente antes do período de
maior circulação do vírus.
Vacina rotavírus
⦁ Monovalente: duas doses seguindo os Sarampo, caxumba, rubéola e
limites de faixa etária: primeira dose aos 2 varicela (vacina triplice viral –SCR;
meses (limites de 1mes e 15 dias até, no
máximo, 3 meses e 15 dias) e a segunda dose Tetraviral-SCRV; varicela-vva)
aos 4 meses (limites de 3 meses e 15 dias até ⦁ 12 meses de idade devem ser feitas, na
no máximo 7 meses e 29 dias). Rede pública. mesma visita, as primeiras doses das vacinas
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tríplices viral (SCR) e varicela (V), em ⦁ Recomenda-se atualmente 2 doses (9


administrações separadas ou a vacina meses e 4anos) e ainda é recomendada para
tetraviral (SCRV) todo o território brasileiro.
⦁ Aos 15 meses de idade deverá ser feita uma ⦁ Formação de anticorpos ocorre de 7 a 10
segunda dose, preferencialmente com a dias após a vacinação → Se viajar para áreas
vacina SCRV, om intervalo mínimo de 3 de risco, vacinar contra Febre Amarela 10
meses da última dose de varicela e SCR ou (dez) dias antes da viagem. o vírus vivo
SCRV. atenuado, com clara de ovo
⦁ Em situações de risco como, por exemplo, ⦁ Lactantes de bebês menores de 6 meses
surtos ou exposição domiciliar ao sarampo, é de idade, quando vacinadas, devem ser
possível vacinar crianças imunocompetentes orientadas para a suspensão do aleitamento
de 6 a 12 meses com a vacina SCR. materno por 10 dias após a vacinação
⦁ Em casos de surtos ou contato íntimo com ⦁ Deve ser evitada a aplicação da vacina febre
caso de varicela, a vacina varicela pode ser amarela no mesmo dia que a vacina tríplice
utilizada a partir de 9 meses de vida. viral (sarampo, caxumba e rubéola) em
⦁ O PNI introduziu a segunda dose da vacina crianças menores de dois anos, devido a
varicela aos 4 anos de idade em 2018. possível interferência na resposta imune,
⦁ A vacina varicela pode ser indicada na sendo ideal guardar um intervalo de 30 dias
profilaxia pós-exposição dentro de cindo dias entre a aplicação das duas vacinas.
após o contato, preferencialmente nas ⦁ Contraindicação:
primeiras 72 horas. ▪ Menores de 6 meses: pode causar
⦁ HIV positivo com CD4 adequado: pode encefalite grave
receber a vacina. Se o CD4 estiver abaixo de ▪ Gestantes (fora das epidemias)
25% não pode receber. ▪ Lactantes de crianças menores de 6
⦁ Estados em surtos ou exposição familiar ao meses → se vacinar: suspender aleitamento
sarampo: pode ser vacinar a partir de 6 materno por, no mínimo, 10 dias.
meses. No entanto, semelhante a febre
▪ Imunodeprimidos
amarela, se vacinou aos 6 meses ela não
conta como dose, pois não confere ▪ Alergia grave a ovo
imunidade.
HPV
Vacina Hepatite A ⦁ 2 Vacinas disponíveis no brasil contra o HPV
⦁ Esquema: duas doses, a partir de 12 meses (papiloma vírus humano): para meninas (9
de idade anos) e para os meninos (11 anos).
⦁ O PNI oferece a vacina em dose única aos ▪ VLPs (partículas semelhantes ao vírus –
15 meses de idade vírus – like “particle”) dos tipos 16 e 18 (HPV2)
⦁ Protege contra as formas graves da doença – apenas para o sexo feminino – Bivalente.
⦁ Só terão direito a vacina crianças até 4 anos ▪ VLPs dos tipos 6, 11, 16 e 18 (HPV4) -ambos
11 meses e 29 dias. os sexos, NI – tetravalente.
⦁ Esquema: duas doses com intervalo de 6
Febre amarela meses entre elas para indivíduos entre 9 e 14
anos, e em três doses (0, 1 a 2 e 6 meses)
⦁ Indicação: residente ou viajantes para áreas para maiores de 15 anos.
com recomendação da vacina (pelo menos 10 ⦁ Imunodeprimidos por doença ou
dias antes da data da viagem). Pessoas que se tratamento devem receber o esquema de
deslocam para países que exigem a três doses.
comprovação de vacinação
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Dengue
⦁ Licenciada me nosso país no esquema de
três doses (0, 6 e 12 meses).
⦁ Recomendada para crianças de
adolescentes a partir de 9 anos até no
máximo 45 anos de idade que já tiveram
infecção previa pelo vírus da dengue
(soropositivos).
⦁ Contraindicada para gestantes, mulheres
que amamentam e portadores de
imunodeficiências.
⦁ Não deve ser administrada
simultaneamente com outras vacinas do
calendário

Intervalo entre as vacinas


⦁ Vacina inativa - vacina inativada: nenhum
intervalo
⦁ Vacina de vírus atenuado - vacina inativada:
nenhum intervalo
⦁ Vacina de vírus atenuado - vacina de vírus
atenuado: intervalo entre 15 e 30 dias entre
as duas vacinas.
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Vacina simultânea imunossupressores após o transplante. Até


mesmo para a criança ser capaz de produzir
⤷ É a aplicação de 2 ou mais vacinas em anticorpos que vão durar, que não seja do
diferentes sítios anatômicos. doador e que vão persistir. Medula óssea está
⦁ não intensifica a ocorrência de eventos diretamente relacionada a produção de
adversos pós-vacinais e não prejudica a anticorpos para a resposta imunológica.
resposta imunológica ⤷ Outros transplantes: esperar 1 ano;
⦁ as vacinas podem ser administradas ⦁ Interferência entre as vacinas vivas: ainda é
simultaneamente, exceto a vacina de febre controversa - recomendação atual: se utilizou
amarela e tríplice viral em crianças < 2 anos. uma vacina de vírus vivo, deve esperar até
⤷ Neste caso, estas vacinas devem ser um mês para dar outra vacina que tenha vírus
administradas com intervalo mínimo de 30 vivo. No entanto, se tomar, por exemplo, 3
duas vacinas combinadas: vacinas de vírus vivo não há problema.
⦁ dupla e tríplice bacteriano Ex.: oral da pólio, vacina da febre amarela e
⦁ dupla e tríplice viral sarampo, caxumba e rubéola, varicela → ou
⦁ tríplice +hepatite B serão administradas juntas, no mesmo dia, ou
⦁ tríplice + Hib (tetravalente) tem que esperar um mês. Dependem do
⦁ tríplice +Hib + IPV (pentavalente) sistema imunológico para resposta da vacina.
⦁ tríplice +Hib +IPV +Hep. B (hexa) Se der um tempo de intervalo curto, a
⤷ O calendário de vacinação é elaborado resposta imunológica da outra vacina pode
para crianças e adolescentes hígidos. Quando ficar prejudicada.
a vacinação é iniciada fora da idade ⤷ Exceto: vacina oral contra pólio pode ser
idealmente recomendada, os esquemas administrada junto com outras e em qualquer
podem ser adaptados de acordo com a data intervalo.
de início, respeitando os intervalos mínimos ⦁ Uso de hemoderivados: transfusão
entre as doses sanguínea, transfusão de plaquetas,
concentrado de hemácias → anticorpos
também são administrados.
Motivos para adiar a aplicação da ⤷ Em geral, recomenda-se:
vacina ⦁ Entre o uso prévio de imunoglobulina e a
administração de vacinas de vírus vivos:
⦁ Presença de febre moderada à grave-
intervalo de três meses. Ex.: criança que teve
evitar associação de possível evento adverso
hepatite A e é imunossuprimida e teve
pós vacinação.
receber imunoglobulina (soro). A vacina
⦁ Uso de corticoide: superior a 2 semanas
contra hepatite A só deverá ser realizada
com dose maior ou igual a 2mg/kg/dia em
após 3 meses.
crianças com peso menor de 10kg ou acima
⦁ Entre vacina de vírus vivos e a
de 20mg/dia em crianças com peso acima de
administração posterior de imunoglobulina:
10 kg e adultos-aguardar 1 mês após termino
intervalo de duas semanas.
da corticoterapia
Ex.: tomou vacina contra sarampo e teve a
⦁ Doenças agudas graves até a recuperação:
doença e pela gravidade da doença optou-se
Ex.: criança internada com meningite, ao ter
por fazer imunoglobulina. Para saber se essa
alta hospitalar e for curada pode ser vacinada.
vacina agiu e se ele vai ter que tomar outra
⦁ Corticoterapia em dose imunossupressora:
dose tem que ter um intervalo de
vacinar após 1 mês da última dose;
administração de quando tomou a vacina e a
⦁ Uso de outros medicamentos
imunoglobulina de 2 semanas.
imunossupressores: 3 meses após
⦁ Após a administração de transfusão, deve-
suspensão;
se aguardar de 5 a 7 meses.
⦁ Transplante de medula óssea: adiar por dois
anos, pois vão utilizar medicamentos
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Intervalo entre hemotransfusão e Falsas contraindicações:


vacinas atenuadas injetáveis ⤷ Corticoide em doses diárias não elevadas
durantes < 1 semanas/uso prolongado com
doses baixas/em dias alternados/corticoide
inalatório
⦁ Reação local a dose anterior
⦁ Alergia não relaciona aos componentes
⦁ Tratamento antirrábico em curso
⦁ Doença de pele (impetigo, escabiose)
⦁ História familiar de convulsão e morte súbita
⦁ Histórico pregresso de doença
imunoprevenível
⦁ Aleitamento materno exceto vacina contra
Uso de Antitérmico Profilático febre amarela
⤷ Estudos comprovaram que o uso do ⦁ Uso de antibiótico
paracetamol profilático desencadeia uma ⦁ Prematuridade/baixo peso (exceto BCG-
redução do título de anticorpos das vacinas peso mínimo 2000g) - idade cronológica.
administradas. ⦁ Diarreia leve/moderada
⦁ O uso desta medicação deverá ocorrer ⦁ Desnutrição
mediante orientação médica e atrelada à ⦁ Doenças infecciosas ou alérgicas do trato
história familiar de convulsão e /ou ocorrência respiratório superior (tosse, coriza) Depois de
de Eventos Adversos Pós-vacinais associados hemotranfusão, dependendo do que foi
à ocorrência de febre moderada /grave. transfundido, deve-se respeitar um intervalo
antes da vacinação. Os profiláticos reduzem
Comparação entres os calendários os títulos de anticorpos.

(Ministério da Saúde)
⦁ VIP: 2,4, 6 meses – VOP: 15 meses e 4 Vigilância de eventos adversos e
anos erros de imunização
⦁ DPTa: SICRIE (só pra quem já teve alguma
reação). ⤷ Todos os eventos adversos devem ser
⦁ P 10 e não P 13 notificados. E o preenchimento pleno e
⦁ DT a cada 10 anos correto do formulário de investigação de
⦁ HPAV: meninas 9-14 anos, meninos 11 - 14 EAPV pelo profissional favorece com que a
anos o Meningo C, não A, C, W, Y investigação possa ser qualificada e que possa
⦁ Meningo B. traçar uma conduta adequada e eficaz,
⦁ Tríplice viral-12 meses, tetraviral 15 meses, proporciona acompanhamento e com
varicela 4 anos mínimo encerramento por perda de
seguimento
⦁ O tempo de notificação interfere
diretamente na intervenção/conduta diante
da sintomatologia apresentada
⦁ Evento adverso pós vacinação (EAPV):
qualquer ocorrência clínica indesejável após
aplicação de imunobiológicos, temporalmente
associado; relação com o produto, individuo,
técnica, coincidência de outros agravos.
⤷ Os EAPV Podem ser:
⦁ EAPV grave (EAG):
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⤷ Hospitalização no mínimo de 24 ou e) Meningocócica, pentavalente, febre


prolongamento. amarela e hepatite B.
⤷ Causa de disfunção significativa ou ⤷ As vacinas podem ser administradas
incapacidade persistente. simultaneamente, exceto a vacina febre
⤷ Causa risco de morte ou morte (Ex.: amarela e tríplice viral em crianças < 2 anos.
anafilaxia). Neste caso, estas vacinas devem ser
⤷ Dentre outras gravidades administradas com intervalo mínimo de 30
⦁ EAPV não grave (EANG): dias.
⤷ Eventos sistêmicos ou locais (moderado ou
intensos) 2) O Programa Nacional de Imunização
⤷ Quando necessita ou não de um apresenta as indicações e contraindicações
tratamento médico ambulatorial e exames das vacinas e dos cuidados necessários para
complementares esse procedimento. Com relação ao assunto,
⤷ Que não esteja nos critérios de EAG identifique como verdadeiras “V" ou falsas “F"
⦁ Choque anafilático: depois de minutos ou as seguintes afirmativas:
até 2 horas após vacinação. Os sinais e ( ) A ocorrência de febre acima de 38,5 ºC
sintomas incluem: após a administração de uma vacina não
⦁ Diminuição ou abolição do tônus muscular, constitui contraindicação à dose subsequente.
palidez, cianose, resposta diminuída ou ( ) O uso de corticoides por via inalatória ou
ausente aos estímulos, depressão ou perda tópicos ou em esquemas de altas doses em
da consciência, hipotensão ou choque, curta duração (menos de 14 dias) constitui
algumas vezes parada cardíaca associada ou contraindicação de vacinação.
não as alterações respiratórias e ( ) No recém-nato prematuro, deve ser
manifestações cutâneas. usada a idade corrigida para administrar as
⤷ Todas as salas de vacina devem estra vacinas próprias da idade.
munidas de um kit de emergência, contendo ( ) Não deve ser indicado o uso de
no mínimo ampola de adrenalina (1:1000) e paracetamol antes ou imediatamente após a
hidrocortisona de 100mg vacinação, para não interferir na
imunogenicidade da vacina.
Assinale a alternativa que apresenta a
Questões: sequência correta
1) A vacinação simultânea consiste na a) F – F – V – V.
administração de duas ou mais vacinas no b) V – V – F – F.
mesmo momento em diferentes regiões c) V – F – V – F.
anatômicas e vias de administração. De um d) V – F – F – V.
modo geral, as vacinas dos calendários de e) F – V – V – V.
vacinação podem ser administradas
simultaneamente sem que ocorra 3) A vacina contra a Febre amarela deve ser:
interferência na resposta imunológica. No a) Administrada aos 9 meses e reforço aos 4
entanto, existem algumas vacinas que devem anos.
ser administradas com intervalo de 30 dias, b) Administrada aos 9 meses e reforço na
estas são: adolescência.
a) Tríplice viraI, BCG, pentavalente e c) Administrada em dose única aos 9 meses.
poliomielite. d) Dose única com reforço a cada 10 anos.
b) Tríplice viral, tetra viral, contra varicela e
febre amarela. 4) Qual o período após o nascimento que é
c) Tríplice bactériana, pneumocócica, indicado para administração da vacina contra
meningocócica e febre amarela. Hepatite B em recém-nascidos:
d) Tetra viral, hepatite B, pentavalente e a) Nas primeiras 12 horas de vida.
meningocócica.
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b) Nas primeiras 24 horas de vida.


c) Nos primeiros 7 dias de vida.
d) Nos primeiros 15 dias de vida.

Alimentação da
criança – (10/03/2020)
Alimentação da gestante e
Alimentação do lactente
lactante Leite materno
⤷ A alimentação saudável da criança ⤷ Alimento vivo e dinâmico, por conter
deve começar com a alimentação substâncias com atividades protetoras e
materna, antes, durante a gestação e imunomoduladoras
durante a fase de lactação a fim de ⦁ Estimula o desenvolvimento do sistema
possibilitar crescimento e imunológico, a maturação dos sistemas
desenvolvimento adequados, otimizar o digestório e neurológico, como também
funcionamento de órgãos, sistemas e desenvolve o vínculo mãe-filho (esse vínculo
aparelhos e atuar na prevenção de é fundamental para o desenvolvimento da
doenças em curto e longo prazo (ex.: criança, social, afetivo e cognitivo) que fará
anemia, obesidade e doenças crônicas desta união um processo de nutrir, também
não transmissíveis). o psiquismo de ambos.

⦁ O período compreendido pela ⦁ O incentivo e apoio ao aleitamento materno


gestação e a lactação, que envolve os devem ocorrer no pré-natal, sala de parto,
primeiros 2 anos de vida é fundamental alojamento conjunto e após a alta hospitalar,
para o crescimento e desenvolvimento bem como nas unidades de alto risco que
da criança é denominado de “mil dias” que atendem o recém-nascido. O bebê deve
representa 40 semanas de gestação e começar a mamar logo após o nascimento,
os 2 anos de vida. O leite humano, da ainda na sala de parto, estando a mãe em
mãe sadia e bem nutrida, atende boas condições e o recém-nascido com
perfeitamente às necessidades dos manifestação ativa de sucção e choro.
lactentes.
Técnica do aleitamento
materno
⤷ Para que o bebê ordenhe o peito,
eficientemente, é necessário estar em
posição que lhe permita abocanhar
adequadamente o mamilo e a aréola. A
mãe pode estar sentada, recostada ou
deitada; mama apoiada com a mão, com
o polegar bem acima da aréola e os
outros dedos e toda a palma da mão
debaixo da mama; o polegar e o indicador
formam a letra C. O bebê deve estar
bem apoiado, com a cabeça e o corpo
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

alinhados; o corpo, bem próximo e voltado ⤷ Deve-se observar sempre o estado


para o da mãe (barriga com barriga), queixo emocional da mão, se ela está deprimida e
tocar o peito e boca bem aberta, de frente orientar sempre que não existe leite fraco, o
para o mamilo. que pode vir a existir é uma hipogalactia. Caso
⦁ O bebê deve mamar sob livre demanda, ou seja necessário, o leite que não for dado no
seja, todas as vezes que quiser, sem horários seio da mãe, deve ser oferecido em um
fixos ou determinados. copinho para não incentivar o desmame
⦁ Depois de ele esvaziar o primeiro peito, a precoce.
mãe deve oferecer-lhe o segundo.
⦁ O tempo de esvaziamento da mama é
variável para cada criança; alguns conseguem
Contra indicações do
fazê-lo em poucos minutos e outros, em até aleitamento
30 minutos.
⦁ Para retirar o bebê do peito, recomenda-se
introduzir gentilmente o dedo mínimo no
canto da sua boca; ele largará o peito, sem
tracionar o mamilo.
⦁ Após a mamada, colocá-lo de pé no colo,
quando ele poderá ou não arrotar.

Fórmulas lácteas
⤷ Diante da impossibilidade do aleitamento
materno, deve-se utilizar uma fórmula infantil
que satisfaça as necessidades do lactente,
conforme recomendado por sociedades
científicas nacionais e internacionais.
⦁ Para as crianças que utilizam fórmulas
infantis, a introdução de alimentos não lácteos
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

deverá seguir o mesmo preconizado para ⦁ Textura e quantidade:


aquelas em aleitamento materno exclusivo (a
partir dos 6 meses).
⦁ O leite de vaca (in natura, integral, pó ou
fluido), por não contemplar as características
descritas acima da fórmula infantil, não é
considerado alimento apropriado para
crianças menores de um ano.
⤷ Caso seja necessário no primeiro ano de
vida, se não for possível ter o leite materno
como fonte de leite deve-se optar pelas
formulações seja para complementar ou para
substituir. ⤷ A introdução da alimentação espessa deve
ser desde o início, em consistência de papas
e purês até chegar na alimentação da família.
⦁ Deve-se oferecer à criança diferentes
alimentos durante o dia, com uma
alimentação colorida, rica em ferro, vitaminas,
cálcio e zinco.
⦁ Além disso, evitar açúcar, café, enlatados,
frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos, e
Introdução de alimentos outras guloseimas. Evitar o sal ao máximo, e
temperar sempre com cebola, alho, cheiro
verde e evitar o uso de temperos
industrializados.

Papa Salgada
⤷ Deve conter óleo e oferecer próximo ao
horário de almoço da família, substituindo 1
mamada
Erupção dentária: incentivar o consumo de
dieta com resíduos (mastigação), estimular
higiene ora, nunca liquidificar (apenas
amassadinha), e deve-se incentivar a sentar
na mesa para almoçar.
Refeição diária ⤷ Introduza a cada 3 a 5 dias, um único
alimento considerado alergênico, como: leite
⦁ Dia alimentar:
de vaca, ovo, soja, trigo, peixes e frutos do
mar), a partir do sexto mês de vida.
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⤷ Não se deve adicionar sal no preparo da Passo 5 – A alimentação complementar deve


papa da alimentação complementar para ser espessa desde o início e oferecida com
lactentes até 12 meses e após esta idade usar colher; começar com consistência pastosa
sal com moderação. (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a
⦁ Alimentos ultra processados ou com adição consistência até chegar à alimentação da
de sal, açúcar e baixa qualidade nutricional não família.
devem ser oferecidos aos lactentes (0 a 2 Passo 6 – Oferecer à criança diferentes
anos), além de reduzir o apetite da criança e alimentos ao dia. Uma alimentação variada é,
competir com os alimentos nutritivos estão também, uma alimentação colorida.
associados à anemia, ao excesso de peso e Passo 7 – Estimular o consumo diário de
às alergias alimentares. frutas, verduras e legumes nas refeições.
⦁Higiene no preparo e manuseio de Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados,
alimentos. frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e
⦁Criança doente: estimular a alimentação. outras guloseimas nos primeiros anos de vida.
Oferecer sua alimentação habitual e seus Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e
alimentos preferidos, respeitando sua manuseio dos alimentos; garantir o seu
aceitação. Diminuir o volume e aumentar a armazenamento e conservação adequados.
frequência. Geralmente o apetite aumenta Passo 10 – Estimular a criança doente e
durante a convalescença. Preferência para convalescente a se alimentar, oferecendo sua
líquidos muitas vezes. alimentação habitual e seus alimentos
⦁A criança pode ter dificuldade em aceitar preferidos, respeitando a sua aceitação.
novos alimentos (NEOFOBIA), mas a
exposição frequente facilita a aceitação.
⦁Não oferecer mel a menores de 1 ano:
Suplementação alimentar
botulismo. ⦁ Vitamina A: em áreas endêmicas de
⦁Glúten pode ser introduzido entre 4 e 12 hipovitaminose A, a suplementação deve ser
meses. em conjunto com a alimentação como o
⦁História familiar grave de alergia alimentar: fígado, gema de ovo, produtos lácteos, folhas
evitar ovo, amendoim, peixe e nozes no verde-escuras, vegetais e frutas de cor
primeiro ano de vida! laranja.
⦁ A vitamina D será pela exposição direta à
luz solar, deve-se tomar cuidado com locais
Dez passos para uma poluídos, altas latitudes, corpo coberto em
alimentação saudável uso de protetor solar e em uso de drogas
anticonvulsivantes.
Passo 1 – Dar somente leite materno até os ⤷ Administrar 400 UI/dia de vitamina D a
6 meses, sem oferecer água, chás ou todos os lactentes da 1ª. semana até 12 meses
quaisquer outros alimentos. e 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses.
Passo 2 – A partir dos 6 meses, introduzir de Independentemente de estar em aleitamento
forma lenta e gradual outros alimentos, materno exclusivo, fórmula infantil ou leite de
mantendo o leite materno até os 2 anos de vaca.
idade ou mais. Ferro
Passo 3 – Após os 6 meses, dar alimentos ⤷ Administrar ferro elementar para todo
complementares (cereais, tubérculos, carnes, lactente nascido a termo, após o 3º. mês de
leguminosas, frutas e legumes), três vezes ao vida na dose de 1mg/kg/dia, até os 2 anos de
dia, se a criança receber leite materno, e idade. Independentemente de se em
cinco vezes ao dia, se estiver desmamada. aleitamento materno exclusivo, fórmula infantil
Passo 4 – A alimentação complementar ou leite de vaca
deverá ser oferecida sem rigidez de horários,
respeitando-se sempre a vontade da criança.
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

⦁ Incentivar o controle de saciedade da


criança.
⦁ Permitir a criança se servir e comer sem
auxílio.
⦁ Respeitar as recusas alimentares: não forçar
ou oferecer trocas, chantagens ou castigos.
⦁ Se a recusa de um alimento for repetida:
mudar o modo de preparo ou substituir por
outro com o mesmo valor nutricional.
⦁ Família: deve dar o exemplo!
⦁ Quanto às mamadeiras de preferência nem
as utilizar, mas se estiverem em uso, eliminá-
las até os 3 anos de idade.
⦁ Ambiente durante a refeição: calmo,
tranquilo e prazeroso. Não estar em frente a
TV ou fazendo outras atividades.
⦁ Criança deve sentar-se à mesa com a
família.
⦁ Refeições de 3 em 3 horas (não lambiscar!)
⦁ Doces, bolachas, bolos, quando oferecidos,
respeitar os horários.
⦁ Determinar tempo de refeição, se recusar,
Alimentação complementar só oferecer alimento na próxima.
Frutas ⦁ Controlar a ingestão de líquidos durante as
⦁ Papas: refeições (distensão abdominal e sensação de
⤷Nenhuma fruta é contra-indicada (cuidado saciedade precoce).
kiwi e morango) ⦁ Refrigerantes em festas e finais de semana.
⦁ Sucos: ⦁ Envolver a criança na escolha do alimento,
⤷Naturais sem adição de açúcar: após as preparo e compra.
refeições principais, sem substituí-las. ⦁ Evitar a monotonia alimentar: cores,
100ml/dia, no copo consistência, tipos.
⦁ Evitar sal, gordura e doces.
Alimentação do pré-escolar
(2 e 6 anos de idade)
Alimentação do escolar
⤷ A queixa mais frequente das mães de (7 a 10 anos)
crianças nessa idade é “meu filho não come”. ⦁ Ganho ponderal mensal: 200g/ mês;
⤷ Causas: Crescimento 0,5 cm/ mês
⦁ Desaceleração do crescimento pondero- ⦁ Período de intensa atividade física, ritmo de
estatural (diminuição das necessidades crescimento constante, com ganho mais
nutricionais e do apetite) acentuado de peso próximo ao estirão da
⦁ Diminuição do valor das refeições lácteas adolescência.
pelos pais e aumentam o valor das refeições ⦁ Acompanhar os hábitos familiares
salgadas. ⦁ Merenda escolar: adaptar aos hábitos
⦁ Erros alimentares se intensificam nessa fase: regionais. Deve-se evitar alimentos isentos de
diminuem o apetite para comida de sal valor nutricional
⦁ Estimular a criança a comer vários alimentos ⦁ Alimentação variada, colorida, incluindo
com diferentes: gostos, texturas, cores, todos os grupos de alimentos.
consistências, temperaturas.
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⦁ Consumo restrito de gorduras saturadas e nutricionais: fumo, poucas horas de sono,


trans (prevenção de doenças ingestão de álcool e energéticos
cardiovasculares).
⦁ A criança na idade escolar deve, então, ter Alimentação na escola
uma boa formação em termos de educação
alimentar. A escola pode contribuir nesse ⤷ Programa Nacional de Alimentação Escolar
processo (PNAE).
⦁ Controle da ingestão de sal ⦁ A clientela do PNAE inclui alunos
⦁ Consumo adequado de cálcio para matriculados em creches, pré-escolas e
formação de massa óssea e prevenção de escolas de ensino fundamental da rede
osteoporose pública.
⦁ Controlar o ganho excessivo de peso pela ⦁ Segundo a Lei Federal 11947 de 16 de junho
adequação da ingestão de alimentos ao gasto de 2009, a primeira diretriz da merenda
energético e pelo desenvolvimento de escolar é o emprego da alimentação saudável
atividade física regular. Evitar a substituição de e adequada, compreendendo o uso de
refeições por lanches. alimentos variados, seguros, que respeitem a
⦁ Estimular a “autonomia orientada”: que a cultura, as tradições e os hábitos alimentares
própria criança sirva seu prato com saudáveis, contribuindo para o crescimento e
orientações adequadas das porções. o desenvolvimento dos alunos e para a
melhoria do rendimento escolar, em
conformidade com a sua faixa etária e seu
Alimentação do adolescente estado de saúde, inclusive dos que
⤷ Necessidades nutricionais são influenciadas necessitam de atenção específica
por: Estirão puberal, maturação sexual,
aumento da massa corpórea, modificação da
composição corpórea Prevenção da alergia
⦁ A nutrição tem papel fundamental no
desenvolvimento físico, crescimento alimentar
somático e maturação. ⦁ As alergias alimentares (AA) são definidas
⦁ Complicações da alimentação inadequada: como reações adversas de caráter
HAS, diabetes, doença coronariana, imunológico que se manifestam por resposta
dislipidemia, osteoporose e obesidade. humoral (imunoglobulina E – IgE) ou celular
⦁ Problemas mais frequentes: “Pular” (linfócitos T), em situações em que o sistema
refeições (café da manhã), substituir refeições imunológico reconhece determinadas
por lanches (almoço e jantar), consumo proteínas alimentares como antígenos.
excessivo de embutidos, doces, refrigerantes ⦁ O leite de vaca é um dos principais
e salgadinhos alérgenos alimentares.
⦁ Carência de frutas, grãos, fibras e produtos ⦁ As fórmulas de soja não devem ser
lácteos recomendadas para a prevenção de alergias.
⦁ Ferro: ⦁ Hidrolisado de soro de leite têm papel
⤷ Comum deficiência nessa fase. Diminuição efetivo na prevenção da doença alérgica,
da ingesta, aumento das necessidades particularmente eczema, em comparação
(estirão). Após menarca, necessidade de ferro com as fórmulas hidrolisadas de caseína.
nas mulheres é 3 vezes maior ⦁ A introdução de alimentos
⦁ Zinco: complementares não está relacionada com
⤷ Regeneração óssea e muscular, maior predisposição a alergias. A introdução
desenvolvimento ponderal, maturação sexual segue os mesmos princípios do preconizado
⦁ Complicações: atraso de crescimento, para crianças sem alergia, deve-se evitar
hipogonadismo (sexo masc). Avaliar a
presença de fatores de risco de distúrbios
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apenas a introdução simultânea de dois ou ⦁ É importante lembrar que as infecções de


mais alimentos fontes de novas proteínas. vias aéreas superiores nem sempre
acometem um único sítio, pode-se ter uma
associação por exemplo entre infecções
Alimentação saudável e nasais e de laringe sendo eles acometidos ao
mesmo tempo.
prevenção de doenças ⤷ São infecções de altíssima incidência,
⦁ Nos primeiros anos, os pais controlam o acontece com muita frequência, tem uma
que a criança come. mortalidade baixa, porém a morbidade é
⦁ Na adolescência, são os amigos, a muito alta, sendo que a maioria dessas
publicidade e o ambiente que mais influenciam infecções são virais, e as bacterianas surgem
na sua alimentação. como complicações desse acometimento
⦁ Passada esta fase, as preferências e os viral.
hábitos inicialmente estabelecidos podem ser
retomados. Rinofaringite aguda
⦁ São muito importantes todos os esforços ⦁ Resfriado comum
para o estabelecimento de regras e hábitos ⤷ É um processo infeccioso viral que
alimentares saudáveis durante a infância. acomete cavidade nasal (nariz e seios
⦁ Uma alimentação saudável não se ensina paranasais) e a faringe. O principal agente
do ponto de vista teórico. Ela tem que ser infeccioso é o vírus Influenza, e apresenta
vivida, na prática, por toda a família e pessoas rinorreia (secreção clarinha) e obstrução nasal
próximas. como os principais achados clínicos. A
⦁ A alimentação inadequada pode levar aos transmissão é por meio das gotículas de
riscos nutricionais como a subnutrição ou o secreções nasais e orais (tosse ou espirros)
excesso de peso, gerando aumento da ou contaminação através das mãos ou
suscetibilidade para doenças crônicas não fômites – transmissão por objetos inanimados
transmissíveis na vida adulta como diabetes (menos comum). O período de incubação é
mellitus, obesidade e doenças de 2 a 5 dias e dura em media 5 dias.
cardiovasculares ⦁ Geralmente a infecção viral tem pouco
⤷ A alimentação deve ser variada, equilibrada, impacto nas atividades cotidianas das crianças
completa. e na alimentação, trazem certo prejuízo, mas
não tanto.
Infecções Agudas ⦁ Etiologia:
. ⤷ Ocorre principalmente pelo Rinovirus,
das Vias Aéreas vírus sincicial respiratório, metapneumovírus
e coronavirus, e há também o acometimento
Superiores – (14/03/2020) pelo adenovírus, enterovírus, influenza (mais
comum na gripe trazendo uma impactação
⤷ É uma das principais patologias do muito), parainfluenza e bocavirus porém é
atemdimento na pediatria, sendo que o trato menos comum.
respiratório superior é composto pela ⦁ Há um acometimento de um grande
cavidade nasal, faringe e laringe. número de crianças, e ocorre muito
frequentemente (cada criança pode ter de 6
a 12 episódios por ano entre 1 e 5 anos de
idade), e as creches e escolinhas aumentam
ainda mais a ocorrência da sazonalidade da
doença.
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

⦁ Quadro Clínico: Geralmente é leve, sem Influenza


o acometimento geral do estado de saúde da
criança. Ocorre uma rinorreia serosa, com ⤷ É comummente chamada de gripe,
obstrução nasal, dor de garganta congestão, causada pelos vírus da influenza A, B ou C. Há
tosse espirros, faringe hiperemiada (não há uma grande variação antigênica desses vírus,
placas), broncoespasmos em asmáticos e assim como uma grande capacidade de
sibilantes transitórios. E quando há uma mutação em novos subtipos causando
rinorreia mucopurulenta sugere, infecções periódicas (Sazonalidade). A sua
principalmente, uma infecção bacteriana em transmissão se dá por meio das gotículas de
que há um maior comprometimento do secreção eliminadas através da tosse. O
estado geral dessa criança. período de incubação é de 1 a 5 dias após o
contato com vírus (média de 2 dias) e a sua
⦁ Diagnóstico: é clinico e deve-se excluir as transmissibilidade 2 dias antes e ate 7 dias
infecções bacterianas. Além disso, deve ser depois do início dos sintomas (para as
feito o acompanhamento clinico e observar crianças 14 dias).
as características da secreção nasal.
⦁ Quadro Clínico:
⤷ Lactentes (< 2 anos) → Febre, coriza,
⦁ Tratamento: Trata-se primeiramente os
tosse, obstrução nasal, anorexia, dor de
sintomas (febre e a obstrução nasal),
garganta, adenites cervicais, vômito e diarreia.
orientando os pais de que é um processo
⤷ Crianças maiores: Febre alta, calafrios,
autolimitado e de curta duração, devendo
fácies congestionada, cefaleia, dor de
orientar a prevenção do contagio de outras
garganta, mialgia, mal estar, tosse, coriza,
pessoas (higiene pessoal e etiqueta
obstrução nasal.
respiratória). Aumentar a ingesta de líquidos
para essa criança, realizar a higiene nasal, e se ⦁ Diagnóstico: É basicamente clínico, e
surgir uma dificuldade respiratória, quadros de pode ser feita a coleta da secreção nasal para
febre alta, prostração, secreção nasal a pesquisa do vírus (não é rotina, é feito
purulenta, otalgia ou tosse persistente por apenas para estudo e quando necessário).
mais de 10 dias deve-se orientar o retorno ao
centro de saúde para uma reavaliação.
⦁ Complicações: Infecções bacterianas
⤷ Não se deve abusar do uso de
secundárias, laringotraqueobronquite,
medicamentos, antitussígenos não são
pneumonia.
recomendados, assim com os anti-
inflamatórios, o antibiótico só será usado
quando houver uma complicação dessa
infecção viral e ela vir a se tornar bacteriana,
o uso de expectorantes e mucolíticos
também não é recomendado.

⦁ Complicações: Laringite aguda


⤷ Infecções bacterianas secundárias:
Faringotonssilite, rinossinusite, otite media
aguda, celulite pré-orbitária (grave)
⦁ Além disso, pode ocorrer uma extensão do
processo viral às vias aéreas inferiores,
provocando uma traqueobronquite,
bronquiolite e pneumonia. ⦁ Tratamento: Deve-se utilizar analgésicos
e antitérmicos, priorizar a hidratação e a
desobstrução nasal, incentivar o repouso e
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principalmente a lavagem das mãos e o uso ⦁ Etiologia: Até os 3 anos é mais comum a
de máscaras. O tratamento medicamentoso é infecção viral principalmente pelo
com o uso de um antiviral (Oseltamivir – parainfluenza (subtipo 1 e 3), adenovírus, vírus
Tamiflu deve ser usado em casos suspeito ou sincicial respiratório, influenza A e B e o
confirmado de influenza pandêmica, metopneumovírus.
principalmente nas primeiras 48 horas). E a ⤷ Em maiores de 3 anos ocorre pela
prevenção é feita por meio da vacina que é infecção viral em quadros alérgicos (o que é
segura e muito efetiva. questionável), e bacteriano principalmente
pelo haemophilus influenza.
Coronavírus
⦁ Quadro Clínico: Tem inicio abrupto, com
⤷ A doença provocada pelo novo
febre baixa, tosse estridulosa, rouca,
coronavirus é denominada oficialmente como
rouquidão ou afonia, há um esforço
COVID-19, sigla em inglês para “coronavirus
respiratório (leve que evolui para grave), há
disease 2019”.
também rinorreia e obstrução nasal, e pode
⦁ O período de transmissibilidade dos
ocorrer laringotraqueobronquite.
pacientes infectados é em media de 7 dias
após o inicio dos sintomas. Qualquer pessoa
que tenha contato próximo (1 metro) com
alguém que tenha sintomas respiratórios
(espirro, tosse) está em risco de ser exposto
às gotículas respiratórias potencialmente
infecciosas.
⦁ O quadro clínico é semelhante ao da gripe,
podendo variar de leve a grave, Os principais
sintomas foram febre (83%), tosse (82%),
falta de ar (31%), dor muscular (11%), confusão
mental (9%), dor de cabeça (8%), dor de
garganta (5%), rinorreia (4%), dor no peito
(2%) e náusea e vômito (1%).
⦁ O diagnóstico é laboratorial para a
identificação do vírus 2019-nCov e são ⦁ Diagnóstico: É principalmente pelo
necessárias ações básicas e complexas para quando clínico, o exame físico é fundamental
o controle da infecção. por meio do escore clínico que inclui o
estridor, retração (esforço respiratório),
Laringite entrada de ar, cor do paciente, nível de
consciência todos esses componentes
⤷ Ocorre uma inflamação aguda da laringe é
determinam a gravidade da laringite. O
um quadro típico em que há principalmente
estridor laríngeo é um sinal de alerta.
rouquidão, com edema subglótico e
⤷ Quando há agitação, trata-se de um sinal
consequente obstrução local. Predomina nos
inicial da hipoxemia, e essa criança não será
meses frios, os sintomas aparecem
sedada para melhorar a sua oxigenação, e
especialmente à noite, e acomete crianças
com a progressão desse estado de
em idade entre 12 meses e 7 anos.
hipoxemia ocorre o rebaixamento do nível de
⦁ Funções da laringe:
consciência desse paciente.
⦁ Respiração: Se acometida ocorre
dispneia e asfixia.
⦁ Fonação: Rouquidão e afonia. ⦁ Diagnóstico diferenciais: aspiração de
⦁ Defesa: Tosse e espasmos (cornagem corpo estranho, trauma na laringe, paralisia de
- acontece na expiração) corda vocal.
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⦁ Tratamento: Existem muitos protocolos febre, ausência de clinica de infecção de vias


no brasil e no mundo, porem as medidas aéreas superiores.
gerais consistem em hidratação oral ou ⦁ Pontuação = 6 → VPP 85%
venosa, mínima manipulação, iniciar a
oxigenioterapia em casos de hipóxia ⦁ Pontuação < 6 → VPP 50%
(saturação < 95%), umidificação do ambiente
e o uso de antitérmicos. ⤷ Infecções pelo Streptococo beta-
⤷ Conforme o escore de gravidade: hemolítico do grupo A o início é agudo, idade
⦁ Nebulização com adrenalina (dose: 0,5 entre 5-15 anos, exsudato e petéquias no
ml/Kg com no máximo 5 ml puro). palato, exantema escarlatiforme. Nos vírus
⦁ Corticoides (Dexametasona via oral ou tem a fácie gripal, coriza, conjuntivite, diarreia,
parenteral) – Dose: 0,6 mg/kg (IM em dose tosse.
única) ⦁ Testes rápidos: imunoensaio, aglutinação
Obs: Epiglotite é uma emergência médica (e em látex, mas geralmente faz cultura. Se teve
a adrenalina e corticoides são ineficazes). amigdalite e desenvolve artrite migratória,
dosa streptolisina O para excluir febre
⦁ Complicações: mastoidites, otite, abcesso. reumática

Faringotonsilite Bacteriana ⦁ Exame físico: Deve-se observar se a


criança esta abatida ou febril, palpar e
⤷ Infecções mais frequentes nas crianças em
observar os linfonodos cervicais se estão
idade escolar (faringoamigdalites agudas
aumentados ou dolorosos, na oroscopia
bacterianas). O período de incubação de 12
observar a presença de hiperemias
horas a 2 dias, acomete geralmente crianças
importantes, petéquias em palato mole e/ou
maiores de 3 anos (principalmente entre 5 –
pilares tonsilianos anteriores, exsudato
15 anos). A transmissão ocorre por meio das
amarelado ou esbranquiçado e a presença de
gotículas de saliva. Podem acontecer
rash escarlatiniforme (aspecto de lixa).
faringoamigdalites virais, especialmente em
crianças < 3 anos, inclusive com exsudato
amigdaliano (adenovírus).

⦁ Etiologia: Geralmente é bacteriana


causada pelo Estreptococo beta-hemolítico
do grupo A (o estreptococo pyogenes pode
levar a febre reumática, glomerulonefrite
difusa aguda, coreia, fasceíte necrosante),
Streptococo pneumoniae, haemophilus ⦁ Diagnósticos diferenciais:
influenzae, Staphylococos aureus, ⤷ Mononucleose:
Corynebacterium diphteriae, Clamydia e
mycoplasma.

⦁ Diagnóstico: Deve-se diferenciar a


etiologia viral da bacteriana. É feito por meio
dos escores preditores (escore de wald), em
que se baseia na idade (5 a 15 anos a maioria
é de etiologia bacteriana), estação do ano (fim
do outono, inverno e inicio da primavera),
evidencias de faringoamigdalite aguda, ⦁ Teste de detecção rápida: imunoensaios
adenomegalia cervical dolorosa à palpação, e aglutinação enzimática em látex
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

(Especificidade > 90%, Sensibilidade 60 –


90%) ⤷ Para fazer erradicação do agente,
⤷ Difteria: principalmente do estreptococo são
necessários 10 dias de tratamento (diferente
da pneumonia que o tratamento é feito por
7 dias). Essas bactérias respondem muito ao
medicamento, em geral, 12 a 48 horas há
melhora dos sintomas. Muitos pacientes e até
mesmo os responsáveis interrompem o uso
do medicamento, apresentando recidivas e
aumentando a resistência.
⤷ Estomatite por Coxsackie B (herpangina)
Rinossinusites
⤷ Doença infecciosa aguda do nariz e seios
paranasais que pode ser: aguda ou crônica.
Geralmente são complicações das vias aéreas
superiores por vírus (80%).

⦁ Etiologia: Viral, bacteriana, alérgica e outros


como desvio de septo, polipose, corpo
⦁ É principalmente no palato duro. estranho, tumores
⤷ Restos aliementares: Caseum Obs.: Seios paranasais → Os seios etmoidais
são pneumatizados ao nascimento. A sinusite
etmoidal, além de difícil diagnóstico, sua
ocorrência é mais rara. Os seios maxilares
normalmente começam a pneumatizar por
completo aos 4 anos (início aos 2 anos). Os
seios frontais também só es bem definidos na
idade escolar (média 10 anos, raramente antes
dos 4 anos). Dtarãoesse modo não há
cavidade para acumular secreção. O
⦁ Tratamento: O mais recomendado ainda diagnóstico é clínico, não é necessário
é a amoxicilina e nas crianças que são imagem. Tomar cuidado em crianças
alérgicas às penicilinas deve-se utilizar os
macrolídeos ou a cefalosporina de primeira
geração, utilizar antitérmicos e analgésicos,
evitar o uso de anti-inflamatórios em crianças.
⤷ Abcesso periamgdaliano: indicação de
internação para drenagem → complicação
supurativa. O desenvolvimento de triismo
(não conseguir mover a articulação ou
ranger) é um indicativo de complicação
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

⦁ Etiologia (agentes mais comuns)


⤷ Bactérias: pneumococo, haemophyllus e
moraxela catarralis. → Possuem muita
resistência

⦁ Fisiopatologia: edema → obstrução do


⦁ Higiene nasal com solução salina: isotônica
óstio de drenagem → diminuição da
ou hipertônica? → depende da literatura.
drenagem mucociliarretenção de secreção
⦁ Analgésico e antitérmico.
infecção bacteriana → secundária no interior
⦁ Corticoide tópico: se for rinite ou sinusite
do seio.
alérgica associada.
⦁ Anti-histaminicos: se alergia → alguns anti-
⤷ Quando pensar em sinusite bacteriana?
histaminicos de 1ª geração como hidroxizine
⦁ Sintomas nasais persistentes e sem melhora
tem efeito anticolinérgico diminuindo a
por mais que 10 dias
produção de secreção.
ou
⦁ Evitar descongestionante tópico ou oral.
⦁ Sintomas graves: temperatura maior que
⦁ Tempo de tratamento: 10 a 14 dias ou 7 dias
39º C, aparência doente, descarga nasal
após melhora dos sintomas.
purulenta por 3-4 dias
ou
⦁ Piora dos sintomas: exacerbação da Otite média aguda
descarga nasal ou tosse, reinício ou ⤷ Inflamação aguda do ouvido médio, 90%
recorrência da febre das crianças possuem 1 episódio de OMA até
7 anos e 75% das crianças possuem mais de
⦁ Quadro clínico 3 episódios. O motivo muito comum de
⤷ Criança pequena: febre, dor de garganta, consultas em pediatria e seus picos de
tosse, obstrução nasal, astenia, irritabilidade, incidência entre 6 e 12 meses: explicado pela
rinorreia purulenta (nem sempre) com queda na taxa de imunoglobulina e contato
gotejamento pós-nasal (71-80%) com outras crianças.
⤷ Criança maior: obsrtrção nasal, gosto ⦁ Fatores de risco:
metálico, perda do olfato, tosse, dor de ⤷ Relacionados ao hospedeiro: idade, fenda
cabeça com sensação de peso. palatina, síndrome de Down, malformações
craniofaciais, predisposição genética, alergia,
⦁ Diagnóstico: É principalmente clínico sexo.
⦁ Radiografia: quadro agudo → ⤷ Outros: mamar deitado, refluxo, falta ao
DISPENSÁVEL. aleitamento.
⦁ Casos recorrentes: tomografia de seios ⦁ A otite média é o resultado de múltiplos
de face → considerado padrão ouro, mas há fatores de risco.
altos níveis de radiação e é muito caro. Mas ⦁ As crianças possuem algumas
se os sinais são sugestivos o diagnóstico é particularidades nas tubas auditivas: são mais
clínico. curtas e horizontalizadas.
⦁ Microbiologia: etiologia
⦁ Tratamento ⤷ Virais: VSR (15%), influenzae A e B(5%)
⦁ Antibiótico: se achar que é bacteriano. Se e adenovírus (5%).
for usar amoxicilina: pode entrar com dose de ⤷ Outros: coronavírus, enterovírus,
50 mg/kg/dia e se não evoluir muito bem parainfluenzae, MTPV
deve dobrar a dose. Outra corrente diz que ⤷ Bacterianas: pneumococo (35-40%), HI
já pode entrar com dose dobrada (30%), MC (10%).
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

⤷ Outros: s. aureus, pyogenes, bacilos gram ⦁ SMZ-TMP.


negativos (E. coli, klebisiela). ⦁ Azitromicina.
⦁ A maioria são complicação de IVAS. ⦁ Claritromicina.
⦁ Como diferenciar? Avaliação geral do ⦁ Amoxicilina + clavulanato.
processo, da criança, abaulamento da
⦁ Cefalosporina de 2ª geração.
membrana pode indicar efusão purulenta
⦁ Cefalosporina de 3ª geração.
⤷ Miringotomia: tubo de ventilação para não
⦁ Anamnese: deixar acumular secreção e com risco de
⤷ Otalgia, febre, irritabilidade, diminuição do comprometer a audição.
apetite, vômitos, diarreia (muito mais
⦁ Gotas otológicas com antibiótico se a
associado a processos virais que bacterianos),
membrana timpanica estiver íntegra não
fadiga.
adianta → apenas se perfurada.
⦁ Não há sintoma patognomônico.
⦁ Analgésicos
⤷ OMA recorrente:
⦁ Exame físico: otoscopia
⦁ 3 ou mais episódios em 6 meses ou em 1
⤷ Membrana timpânica com perda de
ano.
translucidez, sem brilho e com trama vascular
aumentada. ⦁ 15-20% dos que tem OMA.
⦁ Nível líquido ou hidroaéreo no interior da ⦁ Tendência natural de evolução favorável.
caixa. ⦁ Tratamento: Tem o objetivo de controle
⦁ Pode haver rinorreia e otorreia. dos fatores de risco, timpanotomia para
inserção de tubo de ventilação (aeração)
⦁ Vacinação: vírus influenzae e pneumococo,
HI não prevenível (tipo B).

⦁ Complicação: mastoidite → é a mais


temida. A orelha fica em abano e há grande
risco de comprometimento do SNC

⦁ Tratamento
⤷ A evolução é favorável, podendo haver
remissão espontânea, deve-se rconsiderardo
uso de antibióticos devido casos de remissão
espetanea e em menores de 2 anos
possuem melhores benefícios com antibiótico.

⦁ Doença grave é caracterizada por: otalgia


moderada a intensa, febre alta ou paciente
toxêmico.

⦁ Antibióticos
⦁ Amoxicilina: 50 mg/kg/dia
Professora Letícia Lima Rogéria Amorim – MED XXXVIII

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