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PEDIATRIA
Alexandra Luz
alexandra.luz@hotmail.com
Adaptado dos slides de Mafalda Matias
CRESCIMENTO
Pediatria
PEDIATRIA Crescimento normal A MD, D, P, GD
Geral
Perturbações do crescimento B MD, D, P, T, GD
LEGENDA
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
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BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
• Manual de Diagnóstico y Terapéutica en Pediatría, 6.ª Edición, 2017
• Kliegman, Stanton, St Geme, Schor. Nelson Textbook of Pediatrics. 20th edition, 2016
• Oliveira, Guiomar; Saraiva, Jorge. Lições de Pediatria. Imprensa da Universidade de
Coimbra; Outubro de 2017
• Caldas Afonso, Alberto. Algoritmos de decisão em Pediatria. Lidel, 2014
• Pedroso, Helena; Martins Sara. Abordagem em consulta de Pediatria – da criança ao
adolescente. Bene Farmaceutica, LDA.
• Laurie R. Braun and Rose Marino. Disorders of Growth and Stature. Pediatrics in Review
2017;38;293
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CONTEÚDOS
CONTEÚDOS
• Crescimento normal
– Introdução
– Avaliação do crescimento
• Perturbações do crescimento
– Baixa estatura
– Alta Estatura
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GENERALIDADES
INTRODUÇÃO
A criança não pode ser entendida como um adulto em miniatura, pois nela ocorrem paralelamente dois
processos dinâmicos únicos: o crescimento e o neurodesenvolvimento.
Crescimento
Neurodesenvolvimento
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Para avaliar o crescimento de determinada criança comparamo-lo, habitualmente, com Curvas Padrão de
Percentis.
As curvas de crescimento da OMS são atualmente consideradas as mais adequadas para monitorizar o
crescimento e o estado de saúde infantil, integrando o BSIJ português desde 2013
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
As curvas da OMS integradas no BSIJ contemplam os percentis 3, 15, 50, 85 e 97, que correspondem
aproximadamente a -2, -1, 0, +1 e +2 DP da média populacional.
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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
O percentil indica a posição (ordenação) de cada criança em relação à população padrão saudável
Menino de 18 meses cujo peso esteja no P15, estima-se que pese o mesmo ou mais que 15% dos
meninos da mesma idade da população de referência, e pese menos que 85% desses mesmos rapazes.
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Existem curvas de crescimento específicas para crianças com patologias que possam alterar o crescimento habitual,
como crianças com muito baixo peso ao nascer, prematuros, S. Down, S. Turner, S. Klinefelter, paralisia cerebral e
acondroplasia.
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Rev Paul Pediatr 2011;29(2):261-9.
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Anamnese:
• Antecedentes familiares:
✓ Consanguinidade
✓ Patologia heredo-familiar
✓ Altura e ritmo de maturação dos progenitores e irmãos
(𝐴𝑚ã𝑒 + 𝐴𝑝𝑎𝑖)
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑙𝑣𝑜 𝑅𝑎𝑝𝑎𝑧 = + 6,5 𝑐𝑚
2
±8,5 cm representa P3-P97
(𝐴𝑚ã𝑒 + 𝐴𝑝𝑎𝑖)
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑙𝑣𝑜 𝑅𝑎𝑝𝑎𝑟𝑖𝑔𝑎 = − 6,5 𝑐𝑚
2
±8,5 cm representa P3-P97
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Anamnese:
• Antecedentes Pessoais:
✓ Gravidez e Parto
✓ Antropometria ao nascer
✓ Periodo neonatal (IA, intercorrências)
✓ Patologias, tratamentos e hábitos de vida (alimentação, exercício)
✓ Evolução antropométrica e velocidade de crescimento
✓ Desenvolvimento psicomotor
✓ Desenvolvimento pubertário
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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
Exame Objetivo:
• Inspeção geral
✓ Dismorfismos
✓ Estado nutricional
✓ TA
✓ Avaliação por órgãos e sistemas – auscultação cardiopulmonar, palpação abdominal, tiroideia,
exame neurológico …
✓ Desenvolvimento pubertário
Exemplos:
- Presença de manchas café-au-lait e efélides são comuns nas rasopatias (S. Noonan, neurofibromatose tipo 1, etc.)
- Hipoplasia mediofacial com fronte proeminente ou cara de boneco comum no défice de HC
- Obesidade com fácies de lua cheia típico do S. Cushing
- Baixa implantação do cabelo com aumento da distancia intermamilar típico do S. Turner
- No S. Marfan, homocistinúria, S. Beals: alta estatura, extremidades largas e delgadas (envergadura aumentada),
aracnodactilia, extremidades inferiores mais largas que o tronco, fácies peculiar e alongado (aspeto marfanoide)
- No hipogonadismo é frequente crescimento exagerado dos membros em relação ao tronco, com envergadura
superior à altura, voz infantil, com pouco desenvolvimento muscular e pubertário (aspeto eunucóide)
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Exame Objetivo:
• Evolução antropométrica
✓ Peso, estatura, PC, IMC
✓ Proporções corporais/segmentos corporais
- Envergadura Segmento Superior
- Segmentos corporais
- Proporcionalidade entre as partes dos membros
Segmento inferior
✓ Altura estimada
A envergadura no RN está reduzida cerca de 2,5cm
relativamente ao comprimento; na infância devem
coincidir e na adolescência é cerca de 2 cm
Extrapolação da altura na (meninos) ou 4 cm (meninas) superior à altura
idade adulta a partir da curva
de percentil atual e cálculo da
estatura alvo
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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
Peso:
• RN de termo pode perder até 7 a 10% do PN nos primeiros dias de vida,
recuperando-o habitualmente pelos 10-14 dias de vida
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Estatura:
• 2 fases de crescimento acelerado:
• 1º ano de vida
• Puberdade (pode ser precedida de uma fase de desaceleração da VC)
• Nos primeiros 2 anos, fase de crescimento rápido com ajuste de acordo com o potencial genético
• Dos 2 anos até à puberdade, crescimento habitualmente dentro do mesmo canal de percentil
Altura:
Com os braços relaxados ao lado do corpo,
descalça, calcanhares bem apoiados no chão,
cabeça mantida com olhar para a frente com
bordos inferiores das orbitas no mesmo
plano horizontal dos meatos auditivos
externos, com a cabeça, omoplatas, nádegas
e calcanhares a tocar a superfície do
estadiómetro, preferencialmente após uma
Comprimento: inspiração forcada.
Coloca-se a criança em decúbito dorsal, com a cabeça alinhada com
o tronco, com membros inferiores bem estendidos e com os pés em
angulo reto com as pernas.
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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
Perímetro cefálico:
• Medido por norma até aos 2 anos
Perímetro cefálico:
Contorno que passa por cima da arcada supraciliar e
pela protuberância occipital externa. Deve ser calculada Reflete o crescimento cerebral
a média de três avaliações. Atinge ~ 50% do tamanho final aos 6 meses
e 80% antes dos 5 anos
Fontanelas:
peso (Kg)
IMC = 2
estatura m
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CASO CLÍNICO 2
Um lactente de 5 meses é trazido a consulta com o se médico assistente por quadro de vómitos em com
cerca de 1 semana de evolução, inicialmente cerca de 1 episódio/dia, e nos últimos 2 dias com aumento
da frequência para 2-4x dia. A mãe nega febre, ou alteração do padrão de eliminação intestinal. Não há
contexto epidemiológico de doença. Está sob aleitamento materno exclusivo, mantendo apetite e boa
progressão ponderal, sendo que nos últimos dias a mãe refere que o lactente apresenta um “olhar triste”.
À sua observação, o lactente tem sinais vitais estáveis, apresentando um olhar em “sol poente”, com
fontanela anterior tensa, e a medição do perímetro cefálico (PC) revela um cruzamento ascendente de
percentil desde a última consulta aos 4 meses (P15-50), para atualmente se encontrar acima do P97.
Perante esta informação clínica, a conduta mais apropriada será:
Considera-se que uma criança tem um crescimento normal, quando os valores de peso, estatura e PC se
encontram entre o P5 e P95 (ou P3 e P97) e apresenta uma velocidade de crescimento regular, isto é, segue
um trajeto paralelo à curva de percentil.
• A antropometria deve ser analisada em conjunto e considerada de acordo com o potencial genético da criança
Os períodos de crescimento rápido (pré-natal, lactente e puberdade) são mais suscetíveis a apresentar
perturbação do crescimento perante um insulto
• Se a agressão for muito intensa e duradoura, condicionando desvio importante do corredor do crescimento, pode
observar-se uma recuperação incompleta, mesmo após eliminação ou correção dos fatores perturbadores - novo
percentil abaixo do que estava geneticamente programado (perda de oportunidade)
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AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
DO CRESCIMENTO
Caso Especial - Prematuros:
• Na avaliação inicial do crescimento em ex-prematuros, até às 50 semanas
de idade pós-concecional, é recomendado aplicar as Curvas de Fenton
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CASO CLÍNICO 1
Um recém nascido de 5 dias de vida é trazido ao centro de saúde para avaliação. A mãe refere ter muitas
dúvidas pois está a fazer aleitamento materno exclusivo e não sabe se a quantidade de leite ingerida está
a ser suficiente. Atualmente mama a cada duas horas e meia, bolçando em pequena quantidade em
algumas mamadas. A criança tem cinco a seis dejeções diárias de fezes pastosas amareladas e sete a
oito micções diárias. O parto foi eutócico, às 39 semanas de gestação, após gravidez de baixo risco que
decorreu sem intercorrências. Antropometria ao nascimento: peso 3075 g, comprimento 48,5 cm,
perímetro cefálico 34,5 cm. Hoje apresenta um peso de 2925 g (perda ponderal de 4,9%). Os sinais vitais
e o restante exame físico estão dentro da normalidade. Para além de reavaliar o recém-nascido a curto
prazo, qual das seguintes medidas é a mais adequada neste momento?
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CASO CLÍNICO 3
Um adolescente de 12 anos recorre à consulta do seu médico assistente para consulta de rotina. Tem
sido um adolescente saudável, que manifesta alguma preocupação relativamente à sua altura, pois
considera-se “pequeno” em relação aos colegas de turma. Tem apresentado um crescimento regular com
peso no P15, e estatura no P3-15. Do ponto de vista familiar, apresenta uma estatura alvo familiar final no
P15. À sua observação, é um adolescente sem dismorfismos, com sinais vitais estáveis e dentro dos
parâmetros adequados para a idade, com estadio de Tanner G2P2. Ao realizar a somatometria, verifica
que o peso se encontra atualmente no P15-50, e houve um crescimento de 4 cm relativamente à consulta
que teve lugar há 1 ano, estando a estatura atualmente no P3. Perante este quadro, qual a informação
que considera ser a mais preocupante?
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Etiologia
Diagnóstico de Exclusão!
• Baixa Estatura Familiar
RCIU/LIG • Atraso constitucional do crescimento e
• Idiopática BE Idiopática desenvolvimento
• Origem fetal • Baixa estatura com antecedentes de BE e ACCD
- Alt. Cromossómicas (S. Down, S. Turner, Tris.18) • Baixa estatura sem antecedentes de BE ou ACCD
- S. Genéticos (Noonan, Cornelia de Lange,
Rubinstein-Taybi, DiGeorge…) Periodo Pré-natal
• Origem materna (Toxicos, farmacos, infecções TORCH,
álcool)
• Origem placentária (insuficiencia placentária) • Malnutrição
• Patologia sistémica crónica ou recorrente
Periodo Pós-natal • Endocrinopatia
• Displasias Esqueléticas/osteocondrodisplasias • Distúrbios do metabolismo
- Acondroplasia/hipocondroplasia • Iatrogénica (tratamento com corticoides)
- Colageneopatias
- Disostoses múltiplas Desproporção segmentar
- Displasias com diminuição da densidade
óssea (osteogenesis imperfecta)
• Patologias ósseas metabólicas (raquitismo,
hipofosfatasia) Patológicas
• Alterações vertebrais congénitas ou adquiridas
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Etiologia
Baixa Estatura
(diminuição da VC)
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
D
Nestes casos deverá ser sempre cuidadosamente avaliada:
• Somatometria ao nascimento
• Presença de dismorfismos
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Trajetória de crescimento e velocidade de crescimento
D
Velocidade de Crescimento:
Calculada em cm/ano, usando medições de estatura/altura
com um intervalo de pelo menos 6 meses entre elas
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Trajetória de crescimento e velocidade de crescimento D
Referenciação à
endocrinologia pediátrica
Crianças Assumir causa patológica para a baixa estatura devendo realizar
com VC << uma avaliação extensa para determinação e correção da causa
cut-off subjacente
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Padrão de crescimento dos pais e irmãos
D
(𝐴𝑚ã𝑒 + 𝐴𝑝𝑎𝑖)
Estatura alvo familiar 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑙𝑣𝑜 𝑅𝑎𝑝𝑎𝑧 = + 6,5 𝑐𝑚
2
±8,5 cm representa P3-P97
(𝐴𝑚ã𝑒 + 𝐴𝑝𝑎𝑖)
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐴𝑙𝑣𝑜 𝑅𝑎𝑝𝑎𝑟𝑖𝑔𝑎 = − 6,5 𝑐𝑚
2
±8,5 cm representa P3-P97
Estatura Projetada – numa criança com >2 anos é possível extrapolar a altura que terá aos 18A – 20A percorrendo o
percentil em que esta se encontra no momento, extrapolando para a altura da idade adulta
• Se esta estiver ≤2DP da EAF, então a altura da criança está dentro do esperado para o potencial genético
• Se esta estiver a >2DP abaixo da EAF, então a criança tem uma alteração do crescimento
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Etiologia
Baixa Estatura
(diminuição da VC)
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Baixa estatura idiopática Variantes da normalidade
Sem evidencia de patologia
sistémica, endocrinológica,
nutricional ou cromossómica
(diagnóstico de exclusão) Baixa Estatura Familiar
Atraso Constitucional do Crescimento e Desenvolvimento
Estatura Final Normal-baixa, mas adequada ao 80-90% dos casos é normal, de acordo
potencial genético com estatura alvo
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Somatometria ao nascimento
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Somatometria ao nascimento
A maioria das crianças com RCIU acelera o crescimento nos primeiros anos de vida e recupera o
crescimento até aos 2 anos
• Nos prematuros o fenómeno é mais lento podendo prolongar-se ate aos 4 anos
Catch-up Growth
Não isento de complicações, sobretudo se rápido
nos primeiros anos de vida
Quando não se verifica uma recuperação até aos 3-4 anos, deve Na ausência de causa subjacente são candidatas
ser efetuada uma investigação para exclusão de outras causas de a terapêutica com HC
baixa estatura
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Etiologia
Baixa Estatura
(diminuição da VC)
45
PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Relação entre o peso e a estatura
D
Se for normal ou elevado sugere uma doença endócrina
IMC
Se for baixo sugere uma doença prolongada com compromisso nutricional
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Relação entre o peso e a estatura
D
Se for normal ou elevado sugere uma doença endócrina
IMC
Se for baixo sugere uma doença prolongada com compromisso nutricional
Por exemplo: Doença celíaca, DII, a insuficiência renal crónica ou até défices graves de aporte
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Presença de dismorfismos D
A existência de dismorfismos pode orientar para a pesquisa de síndromes específicos que cursam com BE
Por exemplo, o Síndrome de Turner, de Noonan, de Prader-Willi e a trissomia 21, entre outros…
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Avaliação das proporções corporais BE desproporcionada
D
Displasias ósseas e alterações do metabolismo fosfocálcico
• Anomalias da cartilagem e crescimento ósseo, resultando em baixa estatura com desproporção entre o tronco,
membros e crânio
• Estudo inclui a realização de radiografias do esqueleto e investigação genética e molecular
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Exames complementares:
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PERTURBAÇÕES DO CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Exames complementares:
Na suspeita de doença orgânica em crianças com BE, os exames complementares deverão ser efetuados de
forma criteriosa e de acordo com os dados clínicos
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Idade Óssea:
• Avalia o grau de maturação óssea da criança, comparando com parâmetros standartizados no Atlas de Greulich and
Pyle
• Determinada a partir de uma radiografia da mão e punho não dominante - esquerdo (em <2 anos usa-se o
tornozelo esquerdo)
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Terapêutica:
• Em caso de patologia subjacente é necessário tratamento etiológico, quando possível
• Na grande maioria dos casos de BE não patológica não é necessário tratamento
Perante repercussão psicológica significativa, pode
induzir-se o desenvolvimento da puberdade e
acelerar o crescimento com hormonas esteroides
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Terapêutica:
• Perante deficiência HC e outros … Indicações para terapêutica com HC:
• RCIU com ausência de crescimento de recuperação até aos 4 anos
• Défice de HC
HC recombinante humana • DRC
Administrar via subcutânea à noite • Síndrome de Turner
com ajustes de doses (1UI=0,33mg) • Síndrome de Prader Willi
• Suspensão da terapêutica:
- Alcançada a altura adequada
- Alcançada maturação óssea (IO 14 anos e 15-16 anos )
- VC<2cm/ano
- Efeitos secundários
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Terapêutica:
• Para uma deficiência primária de IGF-1 ou
insensibilidade à HC
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Alta Estatura
• Altura > + 2 DP ou > P97 para a idade e sexo
• VC >1 DP de forma sustentada ou >P75 (mesmo sem implicar uma altura final alta)
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Alta Estatura
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Avaliação
• Antecedentes Pessoais: • Antropometria (peso, altura, • IO – atrasada nos • Se níveis elevados de IGF-1 –
história perinatal, idade e IMC) e proporcionalidade hipogonadismos, de acordo suspeita de adenoma
antropometria gestacional, (envergadura, relação SS/SI) na AEF, acelerada na produtor de HC – confirmar
desenvolvimento psicomotor, • TA obesidade, na hipersecreção ausência da supressão da HC
intercorrências, tratamentos, • Inspeção geral (hábito de HC e na ACM através da sobrecarga oral de
nutrição e desenvolvimento marfanoide, habito • Hemograma e bioquímica glucose + RM SNC (hipófise)
pubertário eunucoide, dismorfismos) geral (descartar doença • Estudos genéticos dirigidos
• Antecedentes familiares: • Desenvolvimento pubertário crónica) • ECDs para pesquisa de
consanguinidade, altura e (estadios de Tanner) • IGF-1 e IGFBP3 (descartar comorbilidades
desenvolvimento pubertario • Pesquisa de comorbilidades hipersecreção de HC) (ecocardiografia – prolapso
dos progenitores e irmãos, • TSH e T4L mitral e dilatação da raiz da
patologia genetica • Cariótipo aorta no S. Marfan; avaliação
• História atual: evolução • X-frágil (no rapaz com ADPM) oftalmologia – luxação do
antropometrica e sintomas • Teste de LHRH cristalino no S. Marfan;
associados Perante certas • Homocisteina no sangue e ecografia abdominal – tumor
condições na urina (descartar de Wilms no S. Beckwith-
homocistinúria e S. Marfan) Wiedemann)
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PATOLOGIA
PERTURBAÇÕES DO DO CRESCIMENTO
CRESCIMENTO
Terapêutica
Se quadro sindrómico, a abordagem é multidisciplinar, para tratar e prevenir comorbilidades
• Tratamento etiológico associadas
• Cirurgia (epifisiodese bilateral dos joelhos) reservada para casos de alta estatura com desproporção,
para normalizar as proporções corporais
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CASO CLÍNICO 3
Um adolescente de 12 anos recorre à consulta do seu médico assistente para consulta de rotina. Tem
sido um adolescente saudável, que manifesta alguma preocupação relativamente à sua altura, pois
considera-se “pequeno” em relação aos colegas de turma. Tem apresentado um crescimento regular com
peso no P15, e estatura no P3-15. Do ponto de vista familiar, apresenta uma estatura alvo familiar final no
P15. À sua observação, é um adolescente sem dismorfismos, com sinais vitais estáveis e dentro dos
parâmetros adequados para a idade, com estadio de Tanner G2P2. Ao realizar a somatometria, verifica
que o peso se encontra atualmente no P15-50, e houve um crescimento de 4 cm relativamente à consulta
que teve lugar há 1 ano, estando a estatura atualmente no P3. Perante este quadro, qual a informação
que considera ser a mais preocupante?
Alexandra Luz
alexandra.luz@hotmail.com
Adaptado dos slides de Mafalda Matias