MÓDULO 1
CASO 2
Objetivo 1: Descrever os padrões de referência para a
avaliação nutricional de recém-nascidos e crianças
(indicadores, métodos, curvas, etc.)
Avaliar o estado nutricional é importante para investigar se
o crescimento está dentro dos padrões recomendados ou
se está se afastando deles, pela presença de doenças, ou
condições desfavoráveis de sobrevida.  (PC) apresenta relação direta com o tamanho do encéfalo, e
O uso da antropometria na avaliação do estado nutricional
tem se tornado uma maneira mais prática e de menor custo
para análise tanto de indivíduos, como de populações.
Existem vários métodos que podem ser utilizados na
avaliação do estado nutricional de crianças, sendo eles
os aspectos antropométricos, clínicos, bioquímicos e
dietéticos.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO RECÉM-NASCIDO
Os parâmetros antropométricos mais utilizados nessa faixa
etária são: peso, comprimento, perímetro cefálico,
perímetro torácico e perímetro braquial.
PESO
É o mais utilizado para avaliar o crescimento intrauterino e
a maturidade dos recém-nascidos, já que sua determinação
é mais fácil de ser obtida de maneira exata.
O peso de nascimento vai variar de acordo com a idade
gestacional e o estado nutricional e hidroeletrolítico
materno e do bebê, sendo considerado o "padrão-ouro"
para a avaliação do crescimento perinatal, mostrando
também, distúrbios perinatais agudos e crônicos.
Os recém-nascidos apresentam uma perda fisiológica de
10% até 20% do seu peso ao nascer, sendo inversamente
proporcional à idade gestacional. Além disso, deve-se
atentar a presença de edema, que pode alterar o peso (não
refletindo o estado nutricional), e à interferência de
equipamentos ligados ao bebê, que pode acabar afetando
na precisão da medida.  Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados são
COMPRIMENTO
Reflete o potencial de crescimento e alterações cumulativas
a longo prazo no estado nutricional, já que este só é
afetado quando a deficiência nutricional é prolongada ou
quando é muito intensa nos períodos de grande velocidade
de crescimento. Essa medida sofre menor influência
quando comparada com o peso, na vigência de uma
nutrição fetal inadequada, além de apresentar a vantagem
de não se alterar com o estado de hidratação.
No período neonatal, a medida do comprimento deve ser
realizada ao nascimento e, posteriormente, uma vez por
semana, esperando-se crescimento de 1cm por semana.
PERÍMETRO CEFÁLICO
Até o sexto mês de idade, a medida do perímetro cefálico
o seu aumento proporcional indica crescimento adequado
e melhor prognóstico neurológico, enquanto uma
circunferência cefálica reduzida geralmente é
acompanhada de redução de peso e tamanho do
cérebro. O acompanhamento das medidas do perímetro
cefálico é especialmente importante em crianças que
sofreram retardo do crescimento intrauterino.
O perímetro cefálico é a medida antropométrica menos
afetada por uma nutrição inadequada e a primeira a crescer
quando se atinge uma oferta proteico-calórica ideal. 
PERÍMETRO TORÁCICO
Indicador da reserva de gordura do recém-nascido,
podendo ser utilizado isoladamente ou associado ao
perímetro cefálico. 
É medido com o bebê em decúbito dorsal, com uma fita
métrica inextensível situada na altura dos mamilos, e essa
medida é aferida durante os movimentos de inspiração e
expiração. 
PERÍMETRO BRAQUIAL
É uma medida recomendada para avaliações mais rápidas
do estado nutricional de crianças, avalia a massa muscular e
a gordurosa do braço e guarda relação direta com a idade
gestacional e o peso. 
Em recém-nascidos pré-termo (RNPT), é uma medida mais
acurada do que o peso e o comprimento, se a avaliação for
seriada. Recomenda-se a aferição uma vez por semana.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
o peso e a altura. Os outros também podem ser utilizados. 
Os valores desses dados antropométricos deverão ser
sempre analisados em função da idade e do sexo da criança
a partir da criação de índices antropométricos. A
combinação das medidas antropométricas, expressas pelos
indicadores antropométricos, permite traçar um
diagnóstico nutricional por meio da interpretação do grau
de adequação do crescimento e do desenvolvimento
infantil.
Ademais, a avaliação dos indicadores antropométricos pode
ser realizada com a utilização de várias escalas, sendo as
mais comuns o percentil e o escore Z.  primeiro ano de vida, os principais fatores que interferem
PERCENTIL
Refere-se à posição que o valor da medida ocupa em
relação aos 100% da distribuição de referência, observados
para uma determinada idade ou sexo. A classificação de
uma criança em um determinado percentil permite estimar
quantas crianças, de mesmas idade e sexo, são maiores ou
menores em relação ao parâmetro avaliado. É a escala mais
utilizada na prática clínica, devido a sua simplicidade e por
permitir visualização do crescimento ao longo do tempo. 
ESCORE Z
Significa o número de desvios-padrão que o dado obtido
está afastado de sua mediana de referência, representando
uma medida de dispersão ou variabilidade de um grupo de
dados. 
É utilizado para avaliar crianças que se encontram abaixo
ou acima dos extremos de anormalidade e, para calculá-lo,
utiliza-se um fórmula. (Escore Z= valor observado – valor da
mediana/ desvio padrão populacional de referência)
-2 e +2  NORMAL (corresponde aos percentis 3 e 97);
-1 e +1  riscos para desvios nutricionais.
PESO
Expressa a dimensão de massa orgânica e inorgânica das
células, tecidos de sustentação, órgãos, músculos, ossos,
gordura e água, dessa forma ele vai ser o volume corporal
total.
ESTATURA
Reflete o crescimento linear e o termo representa as
medidas de comprimento e altura.
*INDICADORES*
PESO / IDADE
Reflete comprometimentos agudos e crônicos, mas não
permite os diferenciar. Não é indicado para avaliação do
estado nutricional quando há possibilidade de se medir a
estatura (IMC por idade ou P/E) por avaliar erroneamente
crianças com crescimento longitudinal inadequado. Ele não
considera diferenças de estatura.
ESTATURA / IDADE
Expressa o crescimento linear, refletindo
comprometimentos crônicos do início da infância. No
nesse crescimento são os nutricionais e ambientais. Desse
modo, o padrão familiar de estatura tem pouca importância
no crescimento.
A partir dos 2 anos, o fator genético começa a influenciar.
Por isso, faz-se necessário diferenciar as crianças que
tiveram um retardo de crescimento relacionado a déficit
nutricional anterior daquelas geneticamente baixas por
influência dos pais.
PESO / ESTATURA
Expressa a harmonia entre o peso e a estatura, refletindo
comprometimentos agudos. É um indicador apropriado
para avaliação do estado nutricional.
IMC / IDADE
Expressa a relação entre o peso da criança e o quadrado da
sua estatura e apresenta a vantagem de ser um índice que
pode ser empregado também em outras fases da vida. 
Objetivo 2: Descrever os padrões de referência para a
avaliação nutricional de crianças em situações especiais
(prematuros, síndrome de Down e paralisia cerebral);
As crianças prematuras, com condições clínicas específicas
e as portadoras de síndromes genéticas tem padrões de
crescimento diferente daqueles das curvas de referência
normalmente usadas.
Essas crianças são mais bem avaliadas, do ponto de vista
nutricional, pois são usados padrões antropométricos
próprios, adequados para seu
crescimento/desenvolvimento.
PARALISIA CEREBRAL
A avaliação antropométrica de crianças e adolescentes
portadores de neuropatias crônicas tem várias limitações e
dificuldades, por ter a presença de deformidades
musculoesqueléticas ou espasmo involuntários,
dificultando que as crianças fiquem em pé, e também
pouca cooperação por causa da deficiência cognitiva.
Para avaliação antropométrica, na impossibilidade de se
obter a estatura real, pode ser usado as equações de
estimativa da estatura (E), usando as medidas dos membros
superiores e inferiores.
Também podem ser usadas as medidas de composição
corporal, para um melhor diagnóstico nutricional,
principalmente as que avaliam a gordura corporal (as
pregas tendem a subestimar uma desnutrição)
As crianças portadoras de PC apresentam algumas
características que dificultam a aferição de algumas
medidas antropométricas, justamente pela incapacidade
dos pacientes em assumir a posição ortostática (devido a
restrições do movimento articular e desvios da coluna
vertebral). Esses métodos de avaliação antropométrica
tendem a classificar os portadores de PC em pior estado
nutricional, superestimando a prevalência de desnutrição.
Outros parâmetros utilizados são as circunferências e as
dobras cutâneas (podem detectar o déficit nutricional mais
precocemente). Porém, é muito importante saber que a
avaliação antropométrica não deve ser utilizado como um
dado isolado e deve ser complementado com outros
parâmetros como composição corporal, parâmetros
bioquímicos, consumo alimentar e exame físico.
O peso e a estatura são as principais medidas para
avaliação do estado nutricional. Porém, como muitas
dessas crianças não conseguem ficar em pé ou esticar o
corpo, recomenda-se a utilização de equações para
estimativa da estatura para crianças entre 2 e 12 anos, a
partir da medida dos seguintes seguimentos corpóreos:
comprimento superior do braço (CSB), comprimento tibial
(CT) ou comprimento inferior a partir do joelho.
PREMATURAS
Trazendo um pouco mais sobre os padrões de referência
para a avaliação nutricional de prematuros, achei
interessante comentar que utiliza-se uma curva específica
que será útil para avaliação até 1 ano de vida. Após essa
idade deve-se utilizar as curvas normais de crescimento.
SÍNDROME DE DOWN
Padrões de referência para a avaliação nutricional de
crianças com síndrome de Down:
-  Como o crescimento e a estatura final das crianças com
essa síndrome diferem dos considerados normais,
recomenda-se a utilização de curvas desenvolvidas
especialmente para essa população.  prazo do uso da mamadeira;
- O estirão de crescimento ocorre de forma mais precoce e
a velocidade de crescimento linear é mais lenta, resultando
em indivíduos de estatura mais baixa em relação à
população em geral e maior predisposição ao excesso de
peso.
Quais seriam essas curvas desenvolvidas especialmente
para essa população?
- O CDC (Centers for Disease Control and Prevention)
recomenda o uso da curva elaborada por Cronk, construída
com dados obtidos a partir de crianças americanas
portadoras da síndrome de Down.
- A inexistência de parâmetros antropométricos específicos
e nacionais para todas as ida-des dificulta a avaliação do
desenvolvimento ponderoestatural de indivíduos com
síndrome de Down, implicando a utilização de curvas de
outras populações para tal avaliação, Que nesse caso foi a
população americana.
-  No caso da curva relacionada ao peso/idade considera-se
baixo peso quando o percentil é menor do que 5 e excesso
de peso maior do que o percentil 95.
- Para a postagem não ficar muito grande, vou dividir as
postagens das curvas em peso/idade e estatura/idade de
acordo com cada sexo (masculino e feminino).
DIRETRIZES DE ATENÇÃO À PESSOA COM PARALISIA
CEREBRAL.
Os cuidados necessários para a saúde das crianças menores
de 2 anos (recém-nascidos e lactentes) com paralisia
cerebral.
Recomenda-se que a intervenção precoce seja
implementada e priorizada, e que, nesta faixa etária, deve-
se atentar para as questões relacionadas aos aspectos
percepto-sensórias, alimentares (amamentação),
vacinação, entre outros.
 Ações direcionadas ao cuidado nesta fase de
desenvolvimento: 
1. Unidade de Terapia Intensiva e Método Mãe Canguru;
2. Promoção do Aleitamento Materno: 
 Nas crianças com fator de risco para a paralisia
cerebral, atenção especial pode ser dada à capacidade
de sucção desde o primeiro dia de vida, avaliando a
eficiência da amamentação do seio materno e a
capacidade de pega e ganho de peso; 
 Nas alterações de tônus e postura pode ser observada
a dificuldade de amamentação, como tosse e alteração
respiratória, dificuldade de progressão das
consistências alimentares e utensílios utilizados;
 É comum nessa faixa etária a permanência por longo
 
3. Alimentação e nutrição
 Em casos de paralisia cerebral, é necessário que a
avaliação das habilidades e funções da respiração e
deglutição, o comportamento, a movimentação e o
posicionamento, sejam feita no local de nascimento, e
ao longo dos retornos mensais ao pediatra;
 Durante os exames clínicos é possível avaliar a
necessidade de investigação especializada para
situações específicas (deglutição, doença de refluxo
gastresofágico, retardo de esvaziamento gástrico,
 constipação intestinal, avaliação de quadril, avaliação
da função de MMII e MMSS e das necessidades de
órteses); 

DIRETRIZES DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS COM

PARALISIA CEREBRAL FOCANDO NAS CRIANÇAS (2 A
12 ANOS)
Nesta faixa etária o diagnóstico de paralisia cerebral está,
quase sempre, definido e as manifestações clínicas são mais
evidentes. 

1.  Quadro vacinal: 

 A criança com paralisia cerebral deve manter o seu

quadro vacinal em dia; 

2. Acompanhamento complementar:

 São necessárioas consultas com a Equipe de Saúde da

Família e o pediatra nas Unidades Básicas de Saúde
para acompanhar e monitorar o crescimento e estado
nutricional, evolução e aquisições dos
marcos neuromotores e linguísticos, saúde bucal e
higiene oral, funções cognitivas e habilidades
socioafetivas;
 É necessário avaliar a necessidade de investigação
especializada para situações específicas
(posicionamento e mobilidade da criança com
avaliação da necessidade de adaptações e utensílios de
suporte, avaliação de quadril, avaliação da função de
MMII e MMSS e das necessidades de
órteses, linguagem e avaliação da necessidade de
utilização de comunicação alternativa,
desenvolvimento de habilidades oral e escrita,
atividades de vida diária; 

5. Inslusão:

 A inclusão da pessoa com paralisia cerebral tem

como momento muito importante o período
escolar;
 Para garantir a participação integral da criança no
contexto escolar, e em outros, muitas vezes é
necessário suprir suas necessidades por meio de
tecnologias assistivas e adaptações ao ambiente
escolar e domiciliar, como também preparar estes
ambientes e as pessoas para viabilizar essa
inclusão; 

Gráficos da caderneta da criança para síndrome de down