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ENFERMAGEM
História e personalidades
Paulo Parente
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A HISTÓRIA: PORQUÊ?
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In, Promover a vida, M-F Collière
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A HISTÓRIA: COMO?
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A HISTÓRIA: MARCO?
Antes Depois
Atividade Profissão
humana - Ofício
Cariz religioso
Conhecimentos
Conhecimentos científicos
empíricos
FLORENCE
NIGHTINGALE
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Nascimento de
Hipócrates
460 A.C.
Superstição e
medicina empírica
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HISTÓRIA DA ENFERMAGEM : ETAPAS? (2)
Começo do movimento
Início do renascimento
das Cruzadas,
e da rebelião protestante,
1000
1500
Influências religiosas,
militares e seculares
1860
A ORIGEM DO CUIDADO
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A ORIGEM DO CUIDADO
A ORIGEM DO CUIDADO
Os primórdios da institucionalização
– As primeiras civilizações – os primeiros documentos (papiros)
– Mundo mágico–religioso
– Influência das superstições e do sobrenatural: espíritos,
demónios, preces e sacrifícios
– Cuidados domésticos: administrar drogas; aplicar unguentos;
higiene;
– Realizados pelos serventes / escravos
– Cuidados institucionais: feridos; trepanações
– Realizados por aqueles a quem tinha sido outorgada essa
permissão
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A ORIGEM DO CUIDADO
Os primeiros conhecimentos
Hipócrates (460 a 377(?) A.C.)
− A medicina hipocrática – O início da medicina “científica”
− Observação clínica;
− Saber técnico: anatomofisiologia; dietética; patologia;
terapêutica; cirurgia…
− A doença consiste num desarranjo físico.
− Causa física das doenças. O tratamento (primeiro, não
prejudicar, e só depois purgar).
− Juramento hipocrático (princípios éticos).
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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS CUIDADOS
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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS CUIDADOS
Sec. XV - Misericórdias
– Criadas para minorar a pobreza decorrente das guerras, da
peste, da fome, da pobreza e da miséria
– Propunham-se praticar as catorze obras de misericórdia.
ESPIRITUAIS CORPORAIS
• Ensinar quem erra • Remir cativos e visitar os
• Dar um bom conselho presos
• Castigar com caridade os que • Curar os enfermos
erram • Cobrir os nus
• Consolar os tristes • Dar de comer aos famintos
desconsolados • Dar de beber aos que têm
• Perdoar a quem erra sede
• Sofrer as injúrias com • Dar pousada aos peregrinos
paciência e pobres
• Rogar pelos vivos e pelos • Enterrar os finados
mortos 16
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S. JOÃO DE DEUS (1495-1550)
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S. JOÃO DE DEUS (1495-1550)
Lema - Dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem
sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos.
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ANTES DE FLORENCE NIGHTINGALE
Sec. XVII
– Aparecimento de instrumentos da prática médica
(termómetro…)
– Incremento da experimentação
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Sec. XVIII
– Consolidação da medicina (incorpora contributos do
racionalismo e experimentalismo)
– Asilos, recolhimentos e casas de regeneração de raparigas
– Higiene ainda paupérrima, porém começa a estruturar-se o
sistema sanitário
– A anterior divisão da igreja católica e protestante gera
desinteresse pelas obras de caridade, sobretudo por parte
dos católicos que viram as suas ordens dissolvidas nos países
protestantes
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ANTES DE FLORENCE NIGHTINGALE
Sec. XIX
– Revolução na medicina e na cirurgia
Desenvolvimento da microbiologia
A anestesia (éter e clorofórmio)
Assepsia e a antissepsia
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Sec. XIX
– Grandes hospitais municipais nos países protestantes
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FLORENCE NIGHTINGALE (1820 – 1910)
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FLORENCE NIGHTINGALE (1820 – 1910)
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FLORENCE NIGHTINGALE (1820 – 1910)
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DEPOIS DE FLORENCE NIGHTINGALE
Disseminação do modelo
– Em Inglaterra;
– Na Europa
– No mundo ocidental e nas colónias dos países europeus
– A relevância dos médicos no processo 31
MODELO BIOMÉDICO
Crenças e valores
– Os seres humanos são seres biológicos.
Objetivos
– A homeostasia biológica,
– A cura
– O controlo da doença
– A recuperação do traumatismo ou da doença
Conhecimentos necessários
– Ciências físicas e técnicas de reconhecimento dos sinais e
sintomas físicos
– (anatomia, fisiologia, bioquímica, farmacologia, patologia,
microbiologia...) 32
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PRIMEIRAS ESCOLAS EM PORTUGAL
1881 – Escola de Enfermeiros de Coimbra
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1.ª METADE DO SEC. XX
PRÁTICAS DE ENFERMAGEM
– Entre os valores e as práticas tradicionais.
– Vocação orientada para uma atitude pessoal centrada no ideal de
servir
Servir o doente
Servir o médico
Servir o hospital
Fonte de gratificação pessoal e profissional
– Espírito de missão
Renúncia do matrimónio
Renúncia de si, do seu corpo - o uniforme
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Dedicação
Bondade de caráter
Para o apoio moral a quem sofre
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1.ª METADE DO SEC. XX
ESCOLAS DE ENFERMEIRAS
– Os hospitais são o espaço de ensino
– Importância dos valores morais e religiosos
Conduta moral irrepreensível no domínio social e pessoal
Em Portugal, mantem-se até 1974 a necessidade de os
candidatos apresentarem um certificado de bom
comportamento moral e cívico emitido pelo pároco.
REFORMA 1942
– «graves deficiências»: a aprendizagem «confiada ao simples
tirocínio prático ou à improvisação de boas vontades»;
– Escolas a trabalharem «longe de uma ação educativa e
exemplificadora eficiente»;
– Ausência de coordenação entre as escolas que permitisse
uniformizar a formação.
– MODELO – Escola Artur Ravara - Lisboa
1947
– Hierarquia na profissão: Enfermeira e Auxiliar de enfermagem
• «55% da atividade das enfermeiras não tinha caráter
profissional específico e podia ser confiada a enfermeiras
práticas».
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FINAL DA 1.ª METADE DO SEC. XX
ESCOLAS DE ENFERMAGEM
– “O único país da Europa que ainda mantém enfermagem masculina
é Portugal
– Ora a enfermagem masculina é coisa que já se não entende hoje”
– “A lei que não quer as enfermeiras casadas é justa e inteligente:
justa porque quem quiser ser enfermeira não pode ter
família de cuidado obrigatório;
inteligente porque se constitui uma possibilidade de vida para
as raparigas que não queiram e, sobretudo, para as que não
consigam casar-se”.
(um Diretor de Escola)
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Surgem
– Novas conhecimentos no âmbito da biologia
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2.ª METADE DO SEC. XX
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Escolas de enfermagem
– Os modelos centrados na doença
Conhecimentos teóricos centrados na doença -
conhecimentos médicos
Sobrevalorizam-se as técnicas relacionadas com as
prescrições, com os exames e as provas de diagnóstico
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2.ª METADE DO SEC. XX
Escolas de enfermagem
– Surgem os planos de cuidados / processo de enfermagem
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2.ª METADE DO SEC. XX
– 1954 – Escola de Enfermagem Dr. Assis Vaz (Escola de
Enfermagem do Hospital de São João)
– Abordagem do homem são e das etapas do desenvolvimento
– Formação de profissionais para atuar a três níveis:
• Preventivo / Curativo / Reabilitação
Concretizados em Portugal através da Reforma do ensino de
enfermagem de 1965 (Decreto n.º 46 448)
- Curso de Enfermagem Geral - 3 Anos (ingresso com 2.º
ciclo liceal)
- Cursos de especialização: partos; enfermagem psiquiátrica;
enfermagem de saúde pública.
- Curso Auxiliar de Enfermagem – 18 meses (ingresso com 1.º
ciclo liceal)
- Curso de Auxiliar de Parteira
- Curso de Enfermagem Complementar (ingresso 3.º ciclo
liceal+CEG + 3 anos de experiência profissional) - Curso de
ensino e administração 45
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Três décadas na história de enfermagem portuguesa
1975 Extinção do Curso de Auxiliares de Enfermagem
2002
Primeiro Doutoramento em Ciências de Enfermagem,
obtido numa Universidade Portuguesa: ICBAS UP
2004
Criação da 1.ª Unidade de investigação em
enfermagem financiada pela FCT - ESEnfCoimbra 47
Bibliografia
• COLLIÈRE, M-F – Promover a vida. Da prática das mulheres de virtude aos
cuidados de enfermagem. Lisboa: Lidel e SEP, 2000.
• BARRATT, Elaine – revista Nursing. Ed. Portuguesa, n.º 38.Março 1991.
• CARNEIRO, Marinha do Nascimento Fernandes – Ajudar a Nascer – Parteiras,
Saberes Obstétricos, e Modelos de Formação (séc. XV – 1974). Porto:
Editora da Universidade do Porto, 2008.
• DONAHUE, M.P. - Historia de la enfermería. Barcelona: Ed. Doyma, 1987.
• FREITAS, Marília Viterbo –revista Enfermagem, n.º 12. Jan/Jun 1989.
• ICN (diretivas) revista Nursing. Ed. Portuguesa, n.º 18, 19. Julho, Agosto
1989.
• LOPES, L. – Um olhar sobre o ombro. Enfermagem em Portugal (1881-1998).
Loures: Lusociência, 2003
• NUNES, Lucília – Um Olhar Sobre o Ombro: Enfermagem em Portugal (1881 –
1998).Loures: Lusociência, 2003.
• SALGUEIRO, Nídia–revista Nursing. Ed. Portuguesa, n.º 76.Maio 1994.
• SOARES, Maria Isabel – Da Blusa de Brim à Touca Branca: Contributo para a
História do Ensino de Enfermagem em Portugal 1880-1950. Lisboa: Educa,
1997.
• SUBTIL; Carlos Louzada – A Saúde Púbica e os Enfermeiros: Entre o vintismo
e a regeneração (1821-1852). Porto, Universidade Católica Editora, 2016.
• VIEIRA, M – Ser Enfermeiro. Da Compaixão à Proficiência. Lisboa:
Universidade Católica Editora, 2007. 48
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