Você está na página 1de 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO MULTIDISCPLINAR EM SAÚDE


CURSO DE PSICOLOGIA
IMS242 – PSICOPATOLOGIA

Profª Drª Milena Maria Sarti

FICHA INDIVIDUAL DE REGISTRO PARA ANÁLISE FÍLMICA

Nome completo: Tiago Antônio Meira Conceição

1. Ficha técnica: o que viu?


Filme: Garota, interrompida
Título original: Girl, interrupted
Diretor: James Mangold
Ano: 1999 Gênero: Drama

2. Análise teórico-prática: o que pensou?


Produza uma síntese reflexiva que articule o filme ao tema da aula e ao conteúdo teórico dos textos
indicados
O interrogatório/ entrevista do paciente sempre se destacou como uma das principais formas de acesso
à loucura como mostra (FERREIRA, 2017, p.50) dessa forma, temos no início do filme uma cena que
remete a esse tipo de abordagem. Susana, a protagonista, está na sala com seu médico, o qual, confronta-a
com algumas informações que detinha sobre ela, fato esse que remete diretamente a forma de
interrogatório da psiquiatria clássica que considerava a confissão como o primeiro passo para a cura
psíquica, com isso, o médico buscava fontes terceiras para encurralar o paciente em seus próprios
argumentos; Desse modo, percebemos a protagonista encurralada ao tentar estabelecer sua versão dos
fatos que a levaram até ali, então, só resta a ela concordar com o diagnóstico.
O diagnóstico é de transtorno de personalidade Bordeline, mas antes de chegar até ele, Susana indagou
durante a entrevista como explicaria a um médico (sujeito da razão, do objetivo, do observável) que aquilo
que a aflingia não era palpável, ou como ela mesma disse: “Como explicar que o que sobe nem sempre
desce?”. A paciente se mostra desconfortável em expressar tudo aquilo que sente, que vivencia, que sofre;
em prol da adequação ao diagnóstico, ela deve se conformar com o que falam sobre sua doença. Porém,
apenas quando é encorajada por Valerie (uma das agentes do local) a dar vazão aos seus sentimentos na
terapia, na arte e na escrita, ela finalmente se “cura”; dessa forma, pode-se averiguar o que é abordado em
(id. p. 63) em relação a importância da fala do paciente na entrevista e a sua expressão do sofrimento de
forma geral, haja visto que para Lacan há de se adotar a postura de incompreensão em relação ao sofrer do
outro, para que ele mesmo possa elaborar e passar a entender melhor aquilo que está vivenciando.
Susana inicialmente demonstra total desconhecimento em relação ao que está passando, a família não
compreende, os médicos e o dispositivo de saúde reforçam a ideia de que esse saber é apenas do
psiquiatra, contudo, vemos que no final, é a colaboração de saberes que prevalecerá em relação ao
tratamento das enfermidades; Susana se curou, não individualmente ou apenas com o saber médico-
psiquátrico, mas sim com a ajuda de suas colegas, com o apoio de Valerie, com o uso controlado de
medicações e com as sessões de terapia.
*Instruções: no preenchimento, procure usar a mesma formatação e somente o espaço reservado para as respostas. ;)

Você também pode gostar