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ANÁLISE DE INVESTIMENTO

1. MÉTODO DE PAYBACK SIMPLES


O método de “payback” consiste em calcular o tempo necessário para se recuperar
um capital investido considerando os fluxos gerados por esse investimento. O método de
“payback” pode ser classificado em simples e em descontado. O método de “payback”
simples não corrige os valores no tempo.

Definição. Método de “payback” simples: consiste em um instrumento de análise de


investimento que calcula o tempo necessário para se obter o retorno de um capital
investido levando em conta o fluxo de caixa resultante desse investimento. O método
“payback” simples não corrige os valores no tempo.

O cálculo do payback pode ser realizado a partir do valor médio ou do valor efetivo
O payback médio é calculado pela fórmula:
𝐼0
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = (7.1)
𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜
Em que 𝐼0 é o valor do investimento inicial e 𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 é a média dos termos do fluxo de caixa,
definido como:

∑𝑛𝑘=1 𝑉𝐶𝑘
𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑛
Considere, por exemplo, o fluxo de caixa a seguir resultante de um investimento de
$ 25.000,00.
Anos 0 1 2 3 4

Fluxo de Caixa ($) -25.000,00 3.000,00 10.000,00 15.000,00 18.000,00


Saldo líquido do
investimento -25.000,00 -22.000,00 -12.000,00 3.000,00 21.000,00

Temos:

∑𝑛𝑘=1 𝑉𝐶𝑘 3.000,00 + 10.000,00 + 15.000,00 + 18.000,00 46.000,00


𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = = ⇒

FLUXOS DE CAIXA
𝑛 4 4
… ⇒ 𝑽𝑪𝒎é𝒅𝒊𝒐 = $ 𝟏𝟏. 𝟓𝟎𝟎, 𝟎𝟎
Portanto, o payback médio é:
𝐼0 25.000,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = = ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝑴é𝒅𝒊𝒐 ≈ 𝟐, 𝟐 𝒂𝒏𝒐𝒔
𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 11.500,00
Ou seja, o capital investido de $ 25.000,00 será recuperado em, aproximadamente, 2,2 anos.
O método de payback simples nos oferece um prazo aproximado de recuperação,
pois se baseia na média dos fluxos de caixa. Observando o fluxo de caixa, constatamos
que efetivamente o investimento inicial é pago entre o 2º e o 3º ano. O fluxo de caixa do 3º,
$ 15.000,00, é mais que suficiente para cobrir o saldo restante do capital inicial, observado
no final do 2º ano ($ 12.000,00). Portanto, o payback efetivo é:

𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝐸𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = 2 + = 2 + 0,8 ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝑬𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 = 𝟐, 𝟖 𝒂𝒏𝒐𝒔


Ou seja, efetivamente dura 2,8 anos para se recuperar o investimento inicial.
Uma regra geral para o cálculo do payback efetivo é:
|𝑆𝐿𝐼𝑡 |
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝐸𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑡𝑢 + 𝑢 (7.2)
𝑉 𝐶𝑡 +1
𝑢
Em que 𝑡𝑢 é o último período com saldo líquido do investimento negativo, |𝑆𝐿𝐼𝑡𝑢| é o módulo
do último saldo líquido negativo e 𝑉𝐶𝑡𝑢+1 é o fluxo de caixa do período posterior ao último
período com saldo líquido do investimento negativo.
O uso do método de payback possui algumas limitações e deve ser complementado
com outras análises. Em primeiro lugar, nem sempre é possível determinar qual
investimento é melhor observando apenas o tempo de recuperação do capital investido.
Dois investimentos com o mesmo payback, por exemplo, podem apresentar fluxos de caixa
distintos após o período de recuperação, tornando um mais atraente do que o outro. Em
segundo lugar, a forma como a recuperação do capital investido está distribuída entre o
início e final do período de payback pode ser um indicador mais relevante do que o próprio
período de payback.
Exercício 7.1: Determine o payback efetivo e médio dos investimentos a seguir. É possível
determinar que um investimento é melhor do que o outro?
Anos 0 1 2 3 4

Investimento A -5.000,00 3.500,00 1.500,00 1.500,00 2.500,00


Investimento B -5.000,00 1.500,00 3.500,00 1.000,00 2.000,00

Resposta:
Aplicando a fórmula (7.1) para calcular o “payback” médio do investimento A, temos:

∑𝑛𝑘=1 𝑉𝐶𝑘 3.500,00 + 1.500,00 + 1.500,00 + 2.500,00 9.000,00

2
FLUXOS DE CAIXA
𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = =⇒⋯
𝑛 4 4

… ⇒ 𝑽𝑪𝑨𝒎é𝒅𝒊𝒐 = $ 𝟐. 𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎

𝐼0 5.000,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = = ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝑴é𝒅𝒊𝒐𝑨 ≈ 𝟐, 𝟐𝟐 𝒂𝒏𝒐𝒔
𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 2.250,00
Para o investimento B,

∑𝑛𝑘=1 𝑉𝐶𝑘 1.500,00 + 3.500,00 + 1.000,00 + 2.000,00 8.000,00


𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = =⇒⋯
𝑛 4 4

… ⇒ 𝑽𝑪𝑩𝒎é𝒅𝒊𝒐 = $ 𝟐. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎

𝐼0 5.000,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = = ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝑴é𝒅𝒊𝒐𝑩 ≈ 𝟐, 𝟓 𝒂𝒏𝒐𝒔
𝑉𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 2.000,00
Para o cálculo do “payback” efetivo é necessário considerar o saldo líquido do investimento,
conforme a tabela a seguir.
Anos 0 1 2 3 4

Saldo líquido do
-5.000,00 -1.500,00 0,00 1.500,00 4.000,00
investimento A
Saldo líquido do
-5.000,00 -3.500,00 0,00 1.000,00 3.000,00
investimento B
Aplicando a fórmula (7.2) no investimento A, temos:

|𝑆𝐿𝐼𝑡𝑢| 1.500,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝐸𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑡𝑢 + =1+ = 1 + 1 ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝑬𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐𝑨 = 𝟐 𝒂𝒏𝒐𝒔
𝑉𝐶𝑡𝑢+1 1.500,00

Para o investimento B,

|𝑆𝐿𝐼𝑡𝑢| 3.500,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝐸𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑡𝑢 + =1+ = 1 + 1 ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝑬𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐𝑩 = 𝟐 𝒂𝒏𝒐𝒔
𝑉𝐶𝑡𝑢+1 3.500,00

O critério de “payback” médio indica que o investimento A (2,22 𝑎𝑛𝑜𝑠) é melhor, pois
resultaria em um retorno mais rápido em relação ao investimento B (2,5 𝑎𝑛𝑜𝑠). No entanto,
o método de “payback” efetivo indica que os investimentos possuem, efetivamente, o
mesmo período de retorno (2 𝑎𝑛𝑜𝑠).
Observe que durante o período de “payback”, o investimento A gera um retorno mais rápido
do que o investimento B, tornando o primeiro mais atrativo do que o segundo. Esse fato não
é captado pelo método de “payback”. Adicionalmente, o investimento A gera um maior saldo
pós “payback” ($ 4.000,00) em relação ao investimento B ($ 3.000,00). Esse fato é
parcialmente captado pelo critério de “payback” médio, mas totalmente desconsiderado
pelo método de “payback” efetivo.

3
FLUXOS DE CAIXA

2. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)


A taxa interna de retorno é a taxa de juros compostos que iguala as entradas
(recebimentos) e as saídas (pagamentos) de um fluxo de caixa em valores presentes, dado
um determinado período. Em outras palavras, é a taxa de juros compostos que anula o valor
presente líquido de um fluxo de caixa. Em geral, consideramos o período 0 como data focal.

Definição. Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa de juros compostos que iguala os
valores das entradas e saídas de um fluxo de caixa em valores presentes,
considerando um período de tempo específico. Ou seja, é a taxa de juros compostos
que anula o valor presente de um fluxo de caixa.

O critério de decisão a partir da TIR parte da adoção de uma taxa de juros de


referência, denominada de Taxa de Retorno Requerida, representando o custo de
oportunidade do investidor. Se a TIR for maior ou igual e a Taxa de Retorno Requerido, o
investimento é economicamente atrativo e gera renda econômica.

Definição. Taxa de Juros Requerida: é a taxa de juros tomada como referencial para
a comparação com a TIR na tomada de decisão em relação ao investimento.
Representa o custo de oportunidade do investigador.

Definição. Custo de oportunidade: o custo de oportunidade de uma decisão


corresponde à renúncia associada à decisão, representado pelos ganhos líquidos
das oportunidades sacrificadas. Especificamente no contexto de investimento e
aplicação, corresponde à taxa de juros ou rentabilidade das opções alternativas ao
investimento ou aplicação.

Portanto, a TIR é a taxa de juros composto que estabelece a seguinte igualdade:


𝑛 𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 𝑃𝑇𝑀𝑘
𝑇𝐼𝑅 = 𝑖 | 𝐼0 = ∑ ( 1 + 𝑖)𝑘 ⇔ 𝑃𝑉 ≡ ∑ ( 1+ (7.3)
𝑖)𝑘 = 0
𝑘=1 𝑘=0
Considere um investimento de $ 50.000,00 que resulta em recebimentos anuais de $
27.500,00 por dois anos. Admita que o custo de oportunidade desse investimento (taxa de
retorno requerida) é de 5% 𝑎. 𝑎. Para calcular a TIR, aplicamos a fórmula (7.3),
𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 27.500,00 27.500,00
𝑇𝐼𝑅 = 𝑖 | 𝐼0 = ∑ 𝑘 ⇒ 50.000,00 = +
(1 + 𝑖 ) (1 + 𝑖 ) (1 + 𝑖 )2
=1
𝑘

Multiplicando a expressão por (1 + 𝑖)2,

4
FLUXOS DE CAIXA
50.000,00 ∙ (1 + 𝑖)2 = 27.500,00 ∙ (1 + 𝑖) + 27.500,00 ⇒ ⋯

… ⇒ 50.000,00 ∙ (1 + 𝑖)2 − 27.500,00 ∙ (1 + 𝑖) − 27.500,00 = 0


Temos uma equação de segundo grau. Podemos simplificar a expressão dividindoa
por 1.000,00. Temos:
50 ∙ (1 + 𝑖)2 − 27,5 ∙ (1 + 𝑖) − 27,5 = 0
Usando a fórmula de Bhaskara, temos:

⇒⋯

(1 + 𝑖)′ = = 1,065965 ⇒ 𝑖′ = 0,065965 = 6,5965% 𝑎. 𝑎.


…⇒

{(1 + 𝑖)′′ = = −0,515965 ⇒ 𝑖′′ = −1,515965 = −151,5965% 𝑎. 𝑎.

Considerando apenas a raiz positiva, temos:


𝑻𝑰𝑹 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟓𝟗𝟔𝟓 = 𝟔, 𝟓𝟗𝟔𝟓% 𝒂. 𝒂.
Ou seja, o investimento oferece uma taxa de rentabilidade de 6,5965% ao ano.
Comparando esse valor com o custo de oportunidade do investidor (5% 𝑎. 𝑎. ), chegamos
à conclusão de que o investimento é economicamente atrativo.

O cálculo da TIR se torna mais complexo quanto mais períodos tiver no fluxo de caixa. Nesses
casos, é necessário o uso de calculadoras financeiras ou planilhas eletrônicas para o cálculo
da TIR.

Exercício 7.2: Determine, a partir do critério da TIR, qual dos investimentos a seguir é mais
atrativo. Qual é a taxa de rentabilidade total de cada um dos investimentos.
Anos 0 1 2

Investimento A -5.000,00 3.000,00 4.000,00


Investimento B -5.000,00 4.000,00 3.000,00

Resposta:
Vamos iniciar pelo investimento A. Aplicando a fórmula (7.3), temos:
𝑛
𝑇𝐼𝑅

Multiplicando a expressão por ,

5
FLUXOS DE CAIXA
5.
… ⇒ 5.
Dividindo-a por 1. :

Usando a fórmula de Bhaskara, temos:

⇒ 𝑖′ = 0,243398 = 24,3398% 𝑎. 𝑎.
…⇒

{ (1 + 𝑖)′′ = = −0,643398 ⇒ 𝑖′′ = −1,643398 = −164,3398% 𝑎. 𝑎.

Considerando apenas a raiz positiva, temos:

𝑻𝑰𝑹𝑨 = 𝟎, 𝟐𝟒𝟑𝟑𝟗𝟖 = 𝟐𝟒, 𝟑𝟑𝟗𝟖% 𝒂. 𝒂.


A rentabilidade total do investimento A é calculada a partir da fórmula (3.6), que trata de
taxa de juros compostos equivalente. Como o fluxo de caixa considera 02 anos, a
rentabilidade total é dada por:

𝑖𝑞 = (1 + 𝑖)𝑓 − 1 = (1 + 0,243398)2 − 1 ⇒ 𝑹𝒆𝒏𝒕𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟎, 𝟓𝟒𝟔 = 𝟓𝟒, 𝟔% Em

que,

𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 2 𝑎𝑛𝑜𝑠


𝑓= =⇒ 𝒇 = 𝟐
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 1 𝑎𝑛𝑜
Para o investimento B, temos:
𝑛
𝑇𝐼𝑅

Multiplicando a expressão por ,


5.
… ⇒ 5.
Dividindo-a por 1. :

Usando a fórmula de Bhaskara, temos:

6
FLUXOS DE CAIXA

⇒ 𝑖′ = 0,27178 = 27,178% 𝑎. 𝑎.

…⇒

{ (1 + 𝑖)′′ = = −0,47178 ⇒ 𝑖′′ = −1,47178 = −147,178% 𝑎. 𝑎.

Considerando apenas a raiz positiva, temos:

𝑻𝑰𝑹𝑩 = 𝟎, 𝟐𝟕𝟏𝟕𝟖 = 𝟐𝟕, 𝟏𝟕𝟖% 𝒂. 𝒂.


A rentabilidade total do investimento B é:

𝑖𝑞 = (1 + 𝑖)𝑓 − 1 = (1 + 0,27178)2 − 1 ⇒ 𝑹𝒆𝒏𝒕𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟎, 𝟔𝟏𝟕𝟒 = 𝟔𝟏, 𝟕𝟒% Em

que,

𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 2 𝑎𝑛𝑜𝑠


𝑓= =⇒ 𝒇 = 𝟐
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 1 𝑎𝑛𝑜
Portanto, adotando o critério da TIR, o investimento B é economicamente mais atrativo.

3. VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)


O Valor Presente Líquido (VPL) corresponde à diferença entre o valor presente dos
recebimentos (entradas no fluxo de caixa) e o valor presente dos pagamentos (saídas no
fluxo de caixa). Corresponde à fórmula:
𝑛 𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 𝑃𝑇𝑀𝑘
𝑉𝑃𝐿 ∑ 𝐼0 ⇔ 𝑉𝑃𝐿 = ∑ ( 1 + 𝑖)𝑘 (7.4)
𝑘=1 𝑘=0
O VPL é calculado toma como referência o período 0 (data focal) e considera a taxa de
juros requerida (custo de oportunidade do investidor). O investimento é economicamente
atrativo se 𝑉𝑃𝐿 ≥ 0.

Definição. Valor Presente Líquido: é a diferença entre o valor presente dos


recebimentos e o valor presente das despesas associadas a um investimento ou
aplicação. Considera-se o período 0 como “data focal” e a taxa de juros requerida
como taxa de desconto para o cálculo do valor presente.

O VPL possui uma relação estreita com a TIR. Temos que:

𝑉𝑃𝐿 ≥ 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 ≥ 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎


𝑉𝑃𝐿 < 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 < 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎

7
FLUXOS DE CAIXA
𝑉𝑃𝐿 = 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎
Vamos retomar nosso exemplo anterior, em que um investimento de $ 50.000,00
resulta em dois recebimentos anuais de $ 27.500,00 . Consideramos um custo de
oportunidade de 5% 𝑎. 𝑎. Aplicando a fórmula (7.4), temos:
𝑛
𝑃𝑇 𝑀𝑘 27.500,00 27.500,00
=∑ = − 50. 000 , 00 + +
𝑉𝑃𝐿 (1 + 𝑖 )𝑘 (1 + 0,05) (1 + 0,05)2 ⇒ 𝑽𝑷𝑳 ≈ $ 𝟏. 𝟏𝟑𝟑, 𝟕𝟗
𝑘=0

Como 𝑉𝑃𝐿 > 0, então o investimento é atrativo. Se considerarmos a TIR como taxa de juros,
o VPL se anula. Temos:
𝑛

𝑉𝑃𝐿 ⇒ 𝑽𝑷𝑳 ≈ $ 𝟎, 𝟎𝟎
𝑘=0

Exercício 7.3: Uma firma está planejando uma expansão em sua fábrica. O fluxo de caixa
a seguir apresenta os retornos líquidos desse investimento em 04 anos.
0 1 2 3 4

-10.850.000,00 2.540.000,00 4.400.000,00 6.270.000,00 4.100.000,00

O custo de oportunidade da firma é uma taxa de juros anual de 16,4%.


Resposta:
Aplicando a fórmula (7.4), o VPL para uma taxa de juros requerida é de:
𝑛

𝑉𝑃𝐿
(1 + 𝑖)
𝑘=0


⇒ 𝑽𝑷𝑳 ≈ $ 𝟕𝟖𝟖. 𝟔𝟗𝟒, 𝟑𝟖
Como 𝑉𝑃𝐿 > 0, o investimento é atrativo economicamente. Para fins de comparação, a TIR
desse investimento é de, aproximadamente, 19,68% 𝑎. 𝑎.

4. INDICADORES DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO COM FLUXO DE CAIXA


DESCONTADO
4.1. Índice de lucratividade (IL) e taxa de rentabilidade (TR)
O índice de lucratividade consiste na razão entre o valor presente das entradas
(recebimentos) e o valor presente das saídas (pagamentos) relacionados ao investimento
ou aplicação. É calculado a partir da seguinte fórmula:

8
FLUXOS DE CAIXA
∑𝑛𝑘=1 (1𝑃𝑇+𝑀𝑖𝑘)𝑘
𝐼𝐿 = (7.5)
𝐼0
Um projeto será economicamente atrativo se 𝐼𝐿 ≥ 1.

Definição. Índice de Lucratividade: é a razão entre o valor presente dos


recebimentos (entradas no fluxo de caixa) e o valor presente dos pagamentos
(saídas no fluxo de caixa) relacionados a um investimento ou aplicação.

Há uma relação entre o IL e os critério de VPL e TIR. Temos:


𝐼𝐿 ≥ 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 ≥ 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 ≥ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝐼𝐿 < 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 < 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 < 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝐼𝐿 = 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 = 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
A taxa de rentabilidade é a razão entre o valor presente líquido e o investimento
inicial, ou seja, é a rentabilidade total de investimento ou aplicação. Ou seja,

𝑉𝑃𝐿 ∑𝑛𝑘=1 (1𝑃𝑇+𝑀𝑖𝑘)𝑘 − 𝐼0 (7.6)


𝑇𝑅 = = = 𝐼𝐿 − 1
𝐼0 𝐼0
Definição. Taxa de rentabilidade: é a razão entre o valor presente líquido e o
investimento inicial. Corresponde à rentabilidade total (ou seja, considerando o
período todo) de um investimento ou aplicação.

Em ambos os métodos, quanto maior o indicador, maior é a atratividade econômica


do projeto. Considere o investimento que gera o fluxo de caixa a seguir em 04 anos:

0 1 2 3 4

-10.850.000,00 2.540.000,00 4.400.000,00 6.270.000,00 4.100.000,00

Considerando uma taxa de juros de 16,4%, o valor presente dos recebimentos é dado por:
𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 2.540.000,00 4.400.000,00 6.270.000,00 4.100.000,00
𝑘 = + + + =⋯
∑ (1 + 𝑖 ) (1 + 0,164) (1 + 0,164)2 (1 + 0,164)3 (1 + 0,164)4
𝑘=1

… = $ 𝟏𝟏. 𝟔𝟑𝟖. 𝟔𝟗𝟒, 𝟑𝟖


Aplicando a fórmula (7.5), temos,

∑𝑛𝑘=1 ( 𝑃𝑇+𝑀𝑖𝑘 𝑘 11.638.694,38


1 )
𝐼𝐿 = = ⇒ 𝑰𝑳 ≈ 𝟏, 𝟎𝟕

9
FLUXOS DE CAIXA
𝐼0 10.850.000,00
Ou seja, para cada $ 1,00 investido, o retorno é de $ 1,07.
A taxa de rentabilidade é dada pela fórmula (7.6). Temos:
𝑛

𝑉𝑃𝐿
(1 + 𝑖)
𝑘=0


… ⇒ 𝑽𝑷𝑳 ≈ $ 𝟕𝟖𝟖. 𝟔𝟗𝟒, 𝟑𝟖
𝑉𝑃𝐿 788.694,38
𝑇𝑅 = =⇒ 𝑻𝑹 ≈ 𝟎, 𝟎𝟕𝟐𝟔𝟗𝟏 = 𝟕, 𝟐𝟔𝟗𝟏%
𝐼0 10.850.000,00
Alternativamente,
𝑇𝑅 = 𝐼𝐿 − 1 = 1,07 − 1 ⇒ 𝑻𝑹 ≈ 𝟎, 𝟎𝟕 = 𝟕%
Exercício 7.4: Um plano de investimento considera o seguinte fluxo de caixa para um
período de 04 anos.
0 1 2 3 4

-25.000,00 5.000,00 12.500,00 15.000,00 17.500,00

Considerando um custo de oportunidade de 12,5% 𝑎. 𝑎. para o investidor, calcule o índice


de lucratividade e a taxa de retorno desse investimento.
Resposta:
O valor presente dos recebimentos para um custo de oportunidade de 12,5% 𝑎. 𝑎. é de:
𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 5.000,00 12.500,00 15.000,00 17.500,00
𝑘 = −25.000,00 + + 2 + 3 + =⋯
∑ (1 + 𝑖 ) (1 + 0,125) (1 + 0,125) (1 + 0,125) (1 + 0,125)4
𝑘=1

… ≈ $ 𝟑𝟐. 𝟓𝟔𝟓, 𝟑𝟗
Aplicando a fórmula (7.5), temos,
∑𝑛𝑘=1 ( 𝑃𝑇+𝑀𝑖𝑘 𝑘 32.565,39
1 )
𝐼𝐿 = = ⇒ 𝑰𝑳 ≈ 𝟏, 𝟑𝟎
𝐼0 25.000,00
Ou seja, para cada $ 1,00 investido, o retorno é de $ 1,30. A taxa de rentabilidade é dada
pela fórmula (7.6). Temos:
𝑛

𝑉𝑃𝐿

10
FLUXOS DE CAIXA
(1
+
𝑖)
𝑘=0

… ⇒ 𝑽𝑷𝑳 ≈ $ 𝟕. 𝟓𝟔𝟓, 𝟑𝟗
𝑉𝑃𝐿 7.565,39
𝑇𝑅 = =⇒ 𝑻𝑹 ≈ 𝟎, 𝟑𝟎𝟐𝟔𝟏𝟔 = 𝟑𝟎, 𝟐𝟔𝟏𝟔%
𝐼0 25.000,00
Alternativamente,
𝑇𝑅 = 𝐼𝐿 − 1 = 1,30 − 1 ⇒ 𝑻𝑹 ≈ 𝟎, 𝟑𝟎 = 𝟑𝟎%

4.2. Payback descontado


O “payback” descontado leva em conta os valores presentes dos termos do fluxo
de caixa para calcular o tempo necessário para a recuperação do capital inicialmente
investido. A atualização dos valores considera o custo de oportunidade do investidor. Mais
especificamente, o payback descontado indica qual o percentual do prazo total previsto no
fluxo de caixa corresponde à recuperação do investimento inicial. O payback descontado é
calculado a partir da seguinte fórmula:

𝐼0

𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = ∑𝑛𝑘=1 (1𝑃𝑇+𝑀𝑖𝑘)𝑘 (7.7)

Definição. Método de “payback” descontado: considera os fluxos de caixa


descontados para calcular o percentual do prazo total do fluxo de caixa que
corresponde à recuperação do investimento inicial. A atualização dos valores
considera o custo de oportunidade do investidor.

Um payback descontado maior do que um significa que o capital investido não é


recuperado no prazo previsto no planejamento do investimento (período do fluxo de caixa),
indicando que o investimento não é atrativo economicamente. O tempo necessário para a
recuperação do capital inicialmente investido é dado por:
𝐼0
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑝𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ∙ 𝑛 = ∙𝑛
(7.8)
𝑛 𝑃𝑇𝑀𝑘
∑𝑘=1 (1 + 𝑖)𝑘
Em que 𝑛 é o prazo total considerado no fluxo de caixa do investimento ou aplicação.
Diferente do payback simples, o payback descontado leva em conta o fluxo de caixa
pós recuperação do capital e a distribuição dos recebimentos durante o período de
recuperação. De fato, o payback descontado possui uma relação estrita com o método de
VPL e com a TIR. Temos:
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ 1 ⇒ 𝐼𝐿 ≥ 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 ≥ 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 ≥ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

11
FLUXOS DE CAIXA
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 > 1 ⇒ 𝐼𝐿 < 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 < 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 < 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = 1 ⇒ 𝐼𝐿 = 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 = 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
Considere nosso exemplo inicial, ilustrado pelo fluxo de caixa a seguir, e um custo
de oportunidade de 7,5% 𝑎. 𝑎.
Anos 0 1 2 3 4

Fluxo de Caixa ($) -25.000,00 3.000,00 10.000,00 15.000,00 18.000,00

O valor descontado dos recebimentos é:


𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 3.000,00 10.000,00 15.000,00 18.000,00
𝑘 = + 2 + 3 + =⋯
∑ (1 + 𝑖 ) (1 + 0,075) (1 + 0,075) (1 + 0,075) (1 + 0,075)4
𝑘=1

… = $ 𝟑𝟔. 𝟗𝟗𝟔, 𝟖𝟒
Aplicando a fórmula (7.7), temos:
𝐼0 25.000,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = =⇒

𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐 ≈ 𝟎, 𝟔𝟕𝟓𝟕 ∑𝑛𝑘=1 (1 + 𝑖)𝑘

Como 𝑝𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ 1, o investimento é economicamente atrativo. Constatamos


que o capital é recuperado em, aproximadamente, 67,57% do prazo considerado no fluxo
de caixa. Ou seja,
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑝𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ∙ 𝑛 = 0,6757 ∙ 4 ⇒ ⋯
… ⇒ 𝑷𝒓𝒂𝒛𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒄𝒖𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 = 𝟐, 𝟕 𝒂𝒏𝒐𝒔
Exercício 7.5: Determine o payback descontado e o tempo de recuperação dos a seguir,
considerando um custo de oportunidade de 15% 𝑎. 𝑎.
Anos 0 1 2 3 4

Investimento A -5.000,00 3.500,00 1.500,00 1.500,00 2.500,00


Investimento B -5.000,00 1.500,00 3.500,00 1.000,00 2.000,00

Resposta:
Considerando o investimento A, o valor descontado dos recebimentos é:
𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 3.500,00 1.500,00 1.500,00 2.500,00
𝑘 = + 2 + 3 + += ⋯
∑ (1 + 𝑖 ) (1 + 0,15) (1 + 0,15) (1 + 0,15) (1 + 0,15)4
𝑘=1

… = $ 𝟕. 𝟔𝟑𝟑, 𝟐𝟔
Aplicando a fórmula (7.7), temos:
𝐼0 5.000,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = =⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐 ≈ 𝟎, 𝟔𝟓𝟓

12
FLUXOS DE CAIXA

∑𝑛𝑘=1 (1 + 𝑖)𝑘
O capital é recuperado em, aproximadamente, 65,5% do prazo considerado no fluxo de
caixa. Ou seja,
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑝𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ∙ 𝑛 = 0,655 ∙ 4 ⇒ ⋯
… ⇒ 𝑷𝒓𝒂𝒛𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒄𝒖𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 ≈ 𝟐, 𝟔 𝒂𝒏𝒐𝒔
Considerando o investimento B, o valor descontado dos recebimentos é:
𝑛
𝑃𝑇𝑀𝑘 1.500,00 3.500,00 1.000,00 2.000,00
𝑘 = + 2 + 3 + += ⋯
∑ (1 + 𝑖 ) (1 + 0,15) (1 + 0,15) (1 + 0,15) (1 + 0,15)4
𝑘=1

… = $ 𝟔. 𝟕𝟐𝟔, 𝟓𝟕
Aplicando a fórmula (7.7), temos:
𝐼0 5.000,00
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = = ⇒ 𝑷𝒂𝒚𝒃𝒂𝒄𝒌

𝒅𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐 ≈ 𝟎, 𝟕𝟒𝟑𝟑 ∑𝑛𝑘=1 (1 + 𝑖)𝑘

O capital é recuperado em, aproximadamente, 65,5% do prazo considerado no fluxo de


caixa. Ou seja,
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑝𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ∙ 𝑛 = 0,655 ∙ 4 ⇒ ⋯

… ⇒ 𝑷𝒓𝒂𝒛𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒄𝒖𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 ≈ 𝟑 𝒂𝒏𝒐𝒔


Portanto, considerando apenas o método de “payback” descontado, o investimento A é
economicamente mais atraente do que o investimento B.

5. COMPARAÇÃO ENTRE CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO NA


PRESENÇA DE CONFLITO ENTRE VPL E TIR
5.1. Uso do retorno por unidade monetária investida
Os critérios de análise de investimento servem para indicar a atratividade ou
viabilidade econômica de um projeto. Considerando individualmente um investimento, sua
atratividade ocorre se:
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ 1 ⇒ 𝐼𝐿 ≥ 1 ⇒ 𝑉𝑃𝐿 ≥ 0 ⇒ 𝑇𝐼𝑅 ≥ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
Se o investidor se depara com um conjunto de alternativas de investimentos independentes
entre si, é possível adotar esses critérios de forma individual e aceitar os projetos que
apresentem atratividade econômica.
No entanto, quando o investidor se depara com um conjunto de investimentos
mutuamente excludentes, torna-se necessário um estudo mais complexo dos indicadores
de análise de investimento.

13
FLUXOS DE CAIXA
Considere, por exemplo, as duas opções de investimentos e um custo de
oportunidade de 20%. Os fluxos de caixa das opções de investimento são apresentados no
quadro a seguir.

Investimento 0 1 2 3 VPL TIR

A -1.237,50 880,00 632,50 495,00 221,53 32,48%


B -2.475,00 990,00 687,50 2.475,00 259,72 25,56%

Ambos os projetos apresentam atratividade econômica e, portanto, podem ser


aceitos caso sejam independentes entre si. No entanto, se os projetos forem mutuamente
excludentes, constatamos um conflito entre os critérios de análise de investimento. O valor
presente líquido indica que o investimento B é melhor. Por outro lado, a taxa interna de
retorno aponta para o investimento A como sendo o mais atrativo.
A razão principal para a existência desse conflito diz respeito à natureza de cada
indicador. A TIR é uma taxa percentual e, portanto, é uma medida em termos relativos. Por
esse motivo, esse critério não leva em conta a escala do investimento ou, mais
especificamente, a diferença entre o investimento inicial de cada projeto.
Portanto, em opções de investimento com escalas diferentes, o critério de análise
mais adequado é o VPL. Por esse critério, o investimento B é mais atrativo do que o
investimento A. Outra forma de se verificar isso é que 25,56% de $ 2.475,00 (= 632,54) é
mais atrativo do que 32,48% de 1.237,50 (= 401,96).
Admita as opções de investimentos a seguir, mantendo-se o custo de oportunidade
de 20%.
Investimento 0 1 2 3 4 VPL

C -375,00 175,00 200,00 250,00 187,50 144,82


D -750,00 275,00 187,50 769,00 187,50 144,82

Observamos que ambos os investimentos apresentam o mesmo VPL. Nesse caso,


o critério de escolha pode levar em conta o retorno por unidade monetária investida. Veja
que o investimento C gera o mesmo VPL em relação ao investimento D, mas requer um
capital inicial menor.
Por fim, considere as seguintes opções de investimento, ainda considerando o custo
de oportunidade de 20%,
Investimento 0 1 2 VPL TIR

E -625,00 812,50 125,00 138,89 43,90%


F -625,00 100,00 1.025,00 170,14 36,31%

Aqui observamos um conflito entre os critérios de VPL e TIR para projetos de


investimentos de mesma escala. Esse conflito ocorre por causa do comportamento do fluxo
de caixa gerado pelo investimento. No projeto E, vemos um fluxo de caixa decrescente, o

14
FLUXOS DE CAIXA
que favorece um maio valor da TIR. Por outro lado, o projeto F apresenta um fluxo de caixa
crescente, contribuindo para um maior VPL.
Adotando o critério de retorno por unidade monetária investida, o investimento F é
mais atrativo, pois gera um maior VPL com o mesmo capital investido em relação ao projeto
E.
5.2. Uso da interseção de Fisher
Vimos que o critério de retorno por unidade monetária investida parte de uma
comparação entre o VPL e o capital inicialmente investido. Dessa forma, esse critério
impõem uma superioridade do VPL em relação à TIR. Essa superioridade é fundamenta na
interseção de Fisher. A interseção de Fisher é à taxa de desconto que tornam as opções
de investimento diferentes entre si. Essa taxa de desconto corresponde à TIR do fluxo de
caixa de Fisher, resultante da diferença entre os fluxos de caixa de investimentos
analisados.

Definição. Interseção ou ponto de Fisher: é a taxa de desconto que torna dois


investimentos indiferentes entre si. Essa taxa consiste na TIR gerada pelo fluxo de
caixa incremental.

Definição. Fluxo de caixa de Fisher ou incremental: corresponde ao fluxo de caixa


resultante da diferença entre os fluxos de caixa dos projetos analisados.

Considerando os projetos A e B analisados anteriormente, admitindo ainda um custo


de oportunidade de 20%, temos:
Investimento 0 1 2 3 VPL TIR

A -1.237,50 880,00 632,50 495,00 221,53 32,48%


B -2.475,00 990,00 687,50 2.475,00 259,72 25,56%
Fluxo de Fisher 1 (A-B) 1.237,50 -110,00 -55,00 -1.980,00 -38,19 21,30%
Fluxo de Fisher 2 (B-A) -1.237,50 110,00 55,00 1.980,00 38,19 21,30%

O fluxo de Fisher 1 toma como referência o investimento A (incremento de A sobre B) e o


fluxo de Fisher 2 toma como referência o investimento B (incremento de B sobre A).
Contata-se que, independentemente da ordem dos fluxos de caixa dos investimentos para
o cálculo do fluxo de Fisher, a TIR resultante é de 21,3%, sendo essa a interseção de Fisher.
Observe que o custo de oportunidade (20%) é menor do que a interseção de Fisher
(21,3%) , resultando em um VPL positivo para o fluxo de Fisher 2 (referenciado no
investimento B) e um VPL negativo para o fluxo de Fisher 1 (referenciado no investimento
A). Isso indica que, quando o custo de oportunidade for menor do que a interseção de
Fisher, o VPL do projeto B será maior do que o VPL do projeto A. Portanto, o projeto B será
mais atrativo do que o projeto A. Essa situação se inverte se o custo de oportunidade fosse
maior do que a interseção de Fisher.

15
FLUXOS DE CAIXA
Podemos aplicar a mesma análise para comparar os investimentos E e F. A partir dos
fluxos de Fisher, temos:

Investimento 0 1 2 VPL TIR

E -625,00 812,50 125,00 138,89 43,90%


F -625,00 100,00 1.025,00 170,14 36,31%
Fluxo de Fisher 1 (E-F) 0.00 712.50 -900.00 -31.25 26.32%
Fluxo de Fisher 2 (F-E) 0.00 -712.50 900.00 31.25 26.32%

A interseção de Fisher é 26,32%, superior ao custo de oportunidade (20%). Portanto,


sempre que o custo de oportunidade for inferior a 26,32%, o projeto F será mais atrativo
(presenta o maior VPL). Se o custo de oportunidade for maior do que 26,32%, o projeto E
passa a ser mais atrativo.
Exercício 7.6: Um investidor se depara com duas oportunidades de investimento, cujos
fluxos de caixa são apresentados na tabela a seguir. Considerando um custo de
oportunidade de 12,5% 𝑎. 𝑎., qual dos investimentos é mais atrativo?
Investimento 0 1 2 3 4

X -15.800,00 3.200,00 6.900,00 10.540,00 11.400,00


Y -17.230,00 9.200,00 7.900,00 6.750,00 5.750,00

Resposta:
Para determinar a atratividade das opções de investimento, vamos adotar os critérios de
VPL e TIR, calculados a partir das fórmulas (7.4) e (7.3), respectivamente. Os resultados
são apresentados na tabela a seguir.
Investimento 0 1 2 3 4 VPL TIR

X -15.800,00 3.200,00 6.900,00 10.540,00 11.400,00 7.015,84 12,19%


Y -17.230,00 9.200,00 7.900,00 6.750,00 5.750,00 5.520,19 19,33%

Constatamos que os critérios adotados são conflitantes entre si. Nesse caso, como vimos
anteriormente, esse conflito é resultante do fato de o investimento X apresentar um fluxo
de caixa crescente (favorecendo o VPL) e o fluxo de caixa do investimento Y apresentar um
comportamento decrescente (favorecendo a TIR).
Nesse caso, uma alternativa é verificar o retorno por unidade monetária investida. Por esse
critério, o investimento X é mais atrativo, pois gera um VPL maior, requerendo um
investimento inicial menor.
Para fundamentar melhor nosso critério, vamos calcular a interseção de Fisher. Os fluxos
de caixa de Fisher são descritos a seguir.

16
FLUXOS DE CAIXA
Fluxos de Caixa 0 1 2 3 4 VPL TIR

1 (X-Y) 1.430,00 -6.000,00 -1.000,00 3.790,00 5.650,00 1.495,65 28,73%


2 (Y-X) -1.430,00 6.000,00 1.000,00 -3.790,00 -5.650,00 -1.495,65 28,73%

A interseção de Fisher corresponde a uma taxa de desconto de 28,76%. Os sinais dos VPLs
e o custo de oportunidade (inferior à interseção de Fisher) indica que o investimento Y só
seria mais atrativo se o custo de oportunidade fosse superior à 28,73%.
6. CUSTO EQUIVALENTE ANUAL
Alguns projetos envolvem o uso de máquinas, equipamentos e instalações. Nesses
casos, o investidor deve decidir se adquiri o se arrenda o bem de capital. O critério de custo
equivalente anual é utilizado para subsidiar esse tipo de decisão. O custo equivalente
anual consiste no valor da anuidade que gera um fluxo de caixa equivalente ao investimento
analisado.

Definição. Custo Equivalente Anual: é o valor do termo de um fluxo de caixa anual


equivalente ao valor do investimento.

Considere, por exemplo, a aquisição de um caminhão por uma empresa que deseja
ampliar seus serviços de entrega. Admita que o valor do caminhão seja $ 680.500,00. O
projeto da compra do caminhão prever uma vida de 05 anos, um valor residual de 20% e
um custo de oportunidade de 15% 𝑎. 𝑎.
O custo residual indica que, ao final de 05 anos, o investidor recupera 20% do valor
do caminhão, ou seja, $ 136.100,00. O fluxo de caixa relativo à aquisição do investimento é
dado por:
0 1 2 3 4 5

-680.500,00 0,00 0,00 0,00 0,00 136.100,00

O valor presente desse fluxo é dado por:

𝑃𝑉
O valor líquido do desembolso para a realização do investimento é $ 612.834,25. Aplicando
a fórmula (6.12), obtemos o valor dos termos de um fluxo de caixa padrão equivalente.
𝑃𝑀𝑇 = 𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) ∙ 𝑃𝑉 = 0,298316 ∙ 612.834,25 ⇒ 𝑷𝑴𝑻 ≈ $ 𝟏𝟖𝟐. 𝟖𝟏𝟕, 𝟗𝟗 Em
que,
1 1 1
𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) = = = ⇒ 𝑪𝑭(𝟎, 𝟏𝟓; 𝟓) ≈ 𝟎,
𝟐𝟗𝟖𝟑𝟏𝟔
𝐹𝑃𝑉(𝑖; 𝑛) 𝐹𝑃𝑉(0,15; 5) 3,352155
Os resultados indicam que a aquisição do caminhão é vantajosa se o valor anual
relacionado a um arrendamento for superior à $ 182.817,99. Caso, contrário, a empresa
deveria terceirizar os serviços de entrega. No caso de igualdade entre o valor anual do

17
FLUXOS DE CAIXA
arrendamento e o custo equivalente anual da aquisição do caminho, as opções tornam-se
indiferentes entre si.
O custo equivalente mensal pode ser obtido da mesma forma, sendo necessário
computar um fluxo de caixa mensal (05 anos = 60 meses) e a taxa de juros mensal
equivalente a 15% 𝑎. 𝑎.

𝑖𝑞 = (1 + 𝑖)𝑓 − 1 = (1 + 0,15) − 1 ⇒ 𝒊𝒒 ≈ 𝟎, 𝟎𝟏𝟏𝟕 = 𝟏, 𝟏𝟕% 𝒂. 𝒎.

Portanto,
𝑃𝑀𝑇 = 𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) ∙ 𝑃𝑉 = 0,023289 ∙ 612.834,25 ⇒ 𝑷𝑴𝑻 ≈ $ 𝟏𝟒. 𝟐𝟕𝟐, 𝟐𝟗
Em que,
1 1 1
𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) = = = ⇒ 𝑪𝑭(𝟎, 𝟎𝟏𝟏𝟕;
𝟔𝟎) ≈ 𝟎, 𝟎𝟐𝟑𝟐𝟖𝟗
𝐹𝑃𝑉(𝑖; 𝑛) 𝐹𝑃𝑉(0,0117; 60) 42,938738
Portanto, compensa alugar o caminhão se o valor do aluguel mensal for igual (no limite) ou
inferior à $ 14.272,29.

Exercício 7.7: Um jovem casal está decidindo sobre aspectos relacionados à moradia. Uma
opção é a compra de um imóvel por $ 485.460,00. A alternativa é alugar um imóvel similar.
Considerando que o custo de oportunidade do casal seja de 16,8% 𝑎. 𝑎. e um horizonte de
tempo de 10 anos, qual é o maior valor que o casal estaria disposto a pagar no aluguel do
imóvel? Resposta:
O fluxo de caixa resultante da aquisição do imóvel possui apenas um termo no período 0 e
seu valor presente é:
𝑃𝑉 = −485.460,00
O custo equivalente anual é dado por:
𝑃𝑀𝑇 = 𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) ∙ 𝑃𝑉 = 0,213097 ∙ 485.460,00 ⇒ 𝑷𝑴𝑻 ≈ $ 𝟏𝟎𝟑. 𝟒𝟓𝟎, 𝟏𝟓 Em
que,
1 1 1
𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) = = = ⇒ 𝑪𝑭(𝟎, 𝟏𝟔𝟖; 𝟏𝟎)
≈ 𝟎, 𝟐𝟏𝟑𝟎𝟗𝟕
𝐹𝑃𝑉(𝑖; 𝑛) 𝐹𝑃𝑉(0,168; 10) 4,692695
Portanto, a opção do aluguel será viável se seu custo equivalente anual for igual (no limite)
ou inferior à $ 103.450,15. No entanto, seria mais interessante calcular o custo equivalente
mensal, já que o aluguel é pago mensalmente. A taxa de juros mensal equivalente a
16,8 𝑎. 𝑎. é:

𝑖𝑞 = (1 + 𝑖)𝑓 − 1 = (1 + 0,168) − 1 ⇒ 𝒊𝒒 ≈ 𝟎, 𝟎𝟏𝟑 = 𝟏, 𝟑% 𝒂. 𝒎.

O custo equivalente mensal é:

18
FLUXOS DE CAIXA
𝑃𝑀𝑇 = 𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) ∙ 𝑃𝑉 = 0,016503 ∙ 485.460,00 ⇒ 𝑷𝑴𝑻 ≈ $ 𝟖. 𝟎𝟏𝟏, 𝟒𝟗 Em
que,
1 1 1
𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) = = = ⇒ 𝑪𝑭(𝟎, 𝟎𝟏𝟑;
𝟏𝟐𝟎) ≈ 𝟎, 𝟎𝟏𝟔𝟓𝟎𝟑
𝐹𝑃𝑉(𝑖; 𝑛) 𝐹𝑃𝑉(0,013; 120) 60.595445
Concluímos que compensa alugar se o valor do aluguel mensal for, no máximo, $ 8.011,00.
Exercício 7.8: Em relação ao exercício 7.7, admita que um amigo alertou ao jovem casal
que eles devem considerar o valor residual do imóvel ao final dos 10 anos para tomar a
decisão, fornecendo uma estimativa de um valor residual de 80% do valor do imóvel. Qual
deveria ser o aluguel máximo admitido pelo casal considerando essa informação?
Resposta:
O fluxo de caixa relacionado à aquisição do imóvel passa a ser:
0 1 2 3 ... 10

-485.460,00 0,00 0,00 0,00 ... 388.368,00

O valor presente desse fluxo é dado por:

𝑃𝑉
O custo equivalente anual é dado por:
𝑃𝑀𝑇 = 𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) ∙ 𝑃𝑉 = 0,213097 ∙ 403.270,75 ⇒ 𝑷𝑴𝑻 ≈ $ 𝟖𝟓. 𝟗𝟑𝟓, 𝟕𝟗 Em
que,
1 1 1
𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) = = = ⇒ 𝑪𝑭(𝟎, 𝟏𝟔𝟖; 𝟏𝟎)
≈ 𝟎, 𝟐𝟏𝟑𝟎𝟗𝟕
𝐹𝑃𝑉(𝑖; 𝑛) 𝐹𝑃𝑉(0,168; 10) 4,692695
Para os fluxos mensais, temos:

𝑖𝑞 = (1 + 𝑖)𝑓 − 1 = (1 + 0,168) − 1 ⇒ 𝒊𝒒 ≈ 𝟎, 𝟎𝟏𝟑 = 𝟏, 𝟑% 𝒂. 𝒎.

O custo equivalente mensal é:


𝑃𝑀𝑇 = 𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) ∙ 𝑃𝑉 = 0,016503 ∙ 403.270,75 ⇒ 𝑷𝑴𝑻 ≈ $ 𝟔. 𝟔𝟓𝟓, 𝟏𝟕 Em
que,
1 1 1
𝐶𝐹(𝑖; 𝑛) = = = ⇒ 𝑪𝑭(𝟎, 𝟎𝟏𝟑;
𝟏𝟐𝟎) ≈ 𝟎, 𝟎𝟏𝟔𝟓𝟎𝟑
𝐹𝑃𝑉(𝑖; 𝑛) 𝐹𝑃𝑉(0,013; 120) 60.595445
Portanto, considerando que a aquisição do imóvel gera um valor residual, o valor máximo
admitido para o aluguel cai para $ 6.655,17.

19
FLUXOS DE CAIXA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 15ª ed. Barueri-SP:
Atlas, 2022.
PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática financeira: objetiva e aplicada. 11ª ed. São
Paulo: SaraivaUni, 2022.

QUESTÕES PARA REVISÃO

1. Defina (apresente gráficos, exemplos e fórmulas, quando for possível):


(a) Fluxo de caixa;
(b) Valor presente e valor futuro;
(c) Modelo padrão de um fluxo de caixa; (d) Coeficiente de financiamento.

2. Apresente e explique cada um dos critérios de classificação dos fluxos de caixa.

20
FLUXOS DE CAIXA

QUESTÕES PARA REVISÃO

1. Defina (apresente gráficos, exemplos e fórmulas, quando for possível):


(e) Método Payback simples;
(f) Taxa interna de retorno, taxa de juros requerida e custo de oportunidade;
(g) Valor presente líquido;
(h) Índice de lucratividade e taxa de rentabilidade;
(i) Método de Payback descontado;
(j) Projetos de investimento independentes e mutuamente excludentes;
(k) Interseção de Fisher e fluxo de caixa incremental; (l) Custo Equivalente
Anual.

2. Quais as limitações do método payback simples. Essas limitações afetam de igualmente


o payback simples e o payback efetivo? Explique.

3. Qual são as principais fontes de conflito entre os indicadores de valor presente líquido e
taxa interna de retorno? Explique.

4. Explique o critério de aceitação/rejeição de um projeto de investimento para cada um dos


instrumentos de análise de investimento a seguir:
− Taxa interna de retorno;

− Valor presente líquido;

− Índice de lucratividade; − Método


de Payback descontado; − Custo
Equivalente Anual.

PROBLEMAS

1. Considerando as duas opções de investimento descritas no fluxo de caixa anual


apresentadas na tabela abaixo, calcule o payback simples (médio e efetivo).

21
FLUXOS DE CAIXA
0 1 2 3 4 5 6 7 8

A -7.500,00 700,00 950,00 1.200,00 1.400,00 1.700,00 2.000,00 2.500,00 4.000,00


B -7.500,00 1.500,00 1.300,00 1.400,00 1.600,00 1.200,00 1.200,00 1.400,00 1.600,00

2. Um investimento de $ 15.000,00 resulta em um retorno de $ 8.000,00 ao final do


primeiro ano e um retorno de $ 10.000,00 ao final do segundo ano. Calcule a taxa interna
de retorno desse investimento. Qual seria a taxa interna de retorno se houvesse uma
inversão entre os recebimentos do primeiro e do segundo ano?

3. Considere o investimento descrito pelo fluxo de caixa anual apresentado na tabela a


seguir. Calcule os métodos de valor presente líquido, índice de lucratividade e payback
descontado, considerando um custo de oportunidade de 12,75% 𝑎. 𝑎. O investimento é
atrativo? Como sua resposta muda se o custo de oportunidade do investidor for de
18,5% 𝑎. 𝑎.?
0 1 2 3 4 5

A -42.500,00 8.100,00 12.800,00 15.800,00 17.100,00 15.600,00

4. Um investidor está analisando dois projetos mutuamente excludentes de


investimento. Os fluxos de caixa de cada investimento são apresentados na tabela a seguir.
Utilizando os critérios de valor presente líquido, a um custo de oportunidade de 14,65% 𝑎.
𝑎., e a taxa interna de retorno, indique qual é o projeto mais atrativo. Fundamente sua
resposta.
0 1 2 3 4 5

A -250.790,00 62.800,00 84.100,00 112.700,00 131.400,00 158.900,00


B -250.790,00 119.200,00 108.600,00 98.100,00 90.500,00 83.100,00

5. Um hotel pretende fazer uma expansão, abrindo uma nova unidade em uma
determinada região da cidade. O investimento para aquisição de um prédio próprio nessa
região é de $ 6.680.000,00. No entanto, a região dispõe de um prédio adequado para
execução do projeto, cujo proprietário está disposto a alugá-lo. Considerando um custo de
oportunidade de 13,25% 𝑎. 𝑎., um horizonte de 15 anos para o projeto e um valor residual
de 60%, qual é o valor máximo admito para um aluguel mensal.

22

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