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● DEFESAS INICIAIS:
ALUNOS
- Em casa o aluno tem mais tempo para realizar as provas, não vai ter pressão de colegas,
vai estar literalmente em casa. O ambiente será propício para estudar e fazer avaliações,
ele só não fará se não quiser (Meritocracia);
PROFESSORES
- Professores são pacientes e estão trabalhando mais que o normal (carga horária
duplicada ou triplicada) para planejar as aulas e acompanhar o aprendizado dos alunos de
forma mais “individualizada”. O possível está sendo feito para que o aluno aprenda;
- A reprovação fará com que os alunos possam rever os conteúdos abordados no ano
anterior. Isso ajudará a aprender o assunto e tirar boas notas;
- Apesar dos professores não estarem preparados para transformar o ensino presencial em
remoto, eles estão dando o seu melhor ao usar todas as ferramentas tecnológicas possíveis
para alcançar e acompanhar os alunos;
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
- Os aplicativos utilizados para aulas (google meet, ZOOM e outros) têm ferramentas
visuais, de áudio e mensagens. Então, a comunicação pode ser feita através desses
recursos. Ainda existem os grupos do Whatsapp;
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● DEFESAS DA RÉPLICA:
Não estamos falando de reprovar todos os alunos, mas reprovar os que têm
ferramentas de acesso e não quer aprender, visto que boa parte dos graduandos possui
acesso à internet e ao menos um smartphone para estudar. Além disso, como frisado
anteriormente, a PRAPE lançou o edital do auxílio instrumental e dos chips para os alunos
que não possuíam um dispositivo tecnológico para estudar. Agora cabe a esses alunos
correrem atrás dos conteúdos e negociar com seus respectivos professores a questão de
reposição de alguma nota e atividades pendentes explicando o ocorrido (em caso dos
acusadores mencionarem o atraso do resultado do edital). Obviamente os docentes
tomarão ciência do fato já que está tudo registrado e computado no próprio site da PRAPE
para todos os internautas conferirem.
Além disso, a maioria das disciplinas contam com a presença de alunos monitores
que possuem a missão de auxiliar os alunos com déficit nos conteúdos abordados. Tais
alunos que estavam sem acompanhar as aulas podem contatá-los a fim de atualizar a
disciplina.
E tendo-se em vista o contexto normal vivenciado antes da pandemia, respaldamos
a pesquisa realizada pela professora Márcia Aparecida Jacomini, que é professora adjunta
do Curso de Licenciatura Plena em Ciências da Universidade Federal de São Paulo, cuja
pesquisa é a base do seu artigo intitulado Por que a maioria dos pais preferem a
reprovação?, publicado em 2010, no qual a pesquisa realizada em escolas públicas
municipais de São Paulo mostra que a maioria dos próprios alunos com alto e baixo
rendimento escolar são a favor da reprovação. Eles argumentam que é necessário haver
reprovação porque os alunos não podem ser promovidos se não alcançaram os objetivos
estabelecidos para cada ano letivo. Na opinião deles a reprovação funciona como medida
corretiva. Ao ser reprovado, o aluno perceberá seu erro e voltará no ano seguinte mais
disposto a estudar. Além disso, durante a pesquisa, seus pais também relataram ser
favoráveis à reprovação, pois, deste modo, seus filhos não ficariam com um desempenho
atrasado em relação aos seus colegas.
Para completar, a Academia bem como a escola têm a missão de preparar o
educando para a vida em sociedade futuramente enquanto profissional. Segundo o
sociólogo Émile Durkheim, em seu renomado livro Educação e Sociologia (1975, p.14) “a
educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que
são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Ou seja, futuramente quando o
aluno se tornar um trabalhador, muito provavelmente ele cumprirá ordens e terá várias
responsabilidades e regulamentos que deverão ser respeitados e cumpridos. Caso
contrário, este será penalizado, seja por diminuição do salário ou até mesmo uma possível
demissão. Assim, faz-se extremamente necessário que desde já o educando tenha noção
de seus deveres e as consequências caso não arque com eles a fim de desenvolver essa
consciência crítica e cognitiva no mesmo.
Em suma, assim como o psicólogo e filósofo Alexei Leontiev explana em sua obra O
Desenvolvimento do Psiquismo (2004), deve-se estudar porque é obrigatório e porque
existem regras para serem cumpridas na escola, até mesmo porque é preciso tirar nota na
prova, mas é fundamental que a escola contribua para que o principal motivo pelo qual o
aluno estuda seja o desejo de aprender. Por conseguinte, a questão da aprovação escolar
entra como meio de administrar e viabilizar o controle estratégico educacional embasado
em planos e métodos oriundos dos órgãos que regulamentam o ensino nacional.
Para eles, a distância tem dificultado tanto o aprendizado, que vale mais refazer todo o ano
em 2021 - mesmo sem saber qual será o estado das coisas e das aulas.
"Não é que eu vou fazer de novo, eu só vou fazer, porque esse ano eu não fiz nada",
explica Júlia Almeida, estudante de 17 anos do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola
estadual em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Ela publicou um vídeo em sua conta de Instagram intitulado "Por que vou reprovar em
2020". O vídeo teve mais de 120 mil visualizações, e 900 comentários, com a maior parte
das pessoas concordando com seus argumentos e dizendo também não estar entendendo
muita coisa com o EAD.
Despreparo
A BBC News Brasil falou com 14 jovens da rede pública que, como Júlia, já estão certos de
que vão reprovar ou estão considerando a possibilidade. Todos dizem que não têm
conseguido aprender por meio da aprendizagem remota.
Os do terceiro ano do Ensino Médio também citam o despreparo para fazer o Enem (Exame
nacional do Ensino Médio), que acontecerá em janeiro, e é um dos principais meios de
ingresso no ensino superior no país). Alguns afirmam desejar fechar o ciclo escolar
presencialmente, com os amigos.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019,
do IBGE , mais de 87,4% dos alunos do ensino médio estudam na rede pública.