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RESUMOS

Acordo de não persecução penal -


Lei nº 13.964/19
Conceito, condições para o pacto, casos em que o acordo é
vedado, e procedimento.

PROCESSO PENAL | 15/SET/2020

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A Lei nº 13.964/19 inseriu a possibilidade de haver o acordo de não persecução


penal (artigo 28-A do CPP), por proposta do Ministério Público, se o investigado
tiver confessado formal e detalhadamente a prática do crime, sem violência ou
grave ameaça à pessoa, com pena mínima inferior a quatro anos.

Tratar-se, portanto, de um acordo para não haver persecução penal, ou seja,


obriga o investigado a confessar formalmente o cometimento do crime para
depois xar penas alternativas.

Segundo o autor em tela, este acordo fere o direito à imunidade contra a


autoacusação. Além do mais, caso o investigado celebre o acordo e depois não o
cumpra, pode o Ministério Público pedir a rescisão do pacto e propor denúncia,
em um cenário onde terá havido con ssão por parte do acusado.

Segundo o artigo 28-A do CPP, são condições para o pacto:

a) reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo quando não puder fazê-lo;

b) renunciar voluntariamente a bens e direitos apontados pelo Ministério Público


como instrumento, produto ou proveito do delito;

c) prestar serviços à comunidade, por período correspondente à pena mínima


cominada à infração penal, diminuída de um a dois terços;

d) pagar prestação pecuniária a entidade pública ou de interesse social;


e) cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério
Público.

Apurada a pena mínima, para efeito do acordo deve-se levar em consideração as


causas de aumento e diminuição conforme o caso concreto (artigo 28-A, § 1º, do
CPP).

Conforme o artigo 28-A, § 2º, do CPP, o acordo é vedado nos seguintes casos:

a) quando for cabível transação penal, pois, nesta hipótese, trata-se de infração
de menor potencial ofensivo, cuja competência é do JECRIM;

b) se o investigado for reincidente ou houver prova su cientes de que é


criminoso habitual, reiterado ou pro ssional, salvo em infrações de menor
potencial ofensivo;

c) ter sido o investigado bene ciado nos 5 anos anteriores ao cometimento da


infração em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão
condicional do processo;

d) nos delitos que envolvam violência doméstica ou familiar, ou praticados


contra a mulher.

O acordo será feito por escrito e assinado pelo membro do Ministério Público,
pelo investigado e pelo defensor.

A homologação do acordo deve ser feita em audiência, privilegiando-se o


princípio da oralidade. Para tanto, o juiz deve apurar a voluntariedade do
investigado, ouvindo-o formalmente, na presença do seu defensor.

Se o magistrado considerar alguma cláusula inadequada, insu ciente ou


abusiva, deve devolver os autos do Ministério Público para reformular a
proposta, contando com a aceitação do investigado e seu defensor.

Homologado judicialmente o acordo, os autos serão encaminhados ao juízo das


execuções penais, mas se recusada a homologação, o Ministério Público pode
interpor recurso em sentido estrito pelo.

A vítima deverá ser cienti cada do acordo homologado e do seu


descumprimento, se houver.
Não cumprido o acordo, o Ministério Público deve comunicar ao juízo para
decretação da rescisão e, na sequência, oferecimento de denúncia. Quando
cumprido, julga-se extinta a punibilidade do investigado.

O acordo não gera antecedente criminal e também não constará dos registros,
salvo para evitar outro acordo no período de 5 anos após o primeiro.

Por m, a recusa do Ministério Público, atuante em primeiro grau, pode gerar


recurso ao órgão superior do órgão ministerial, nos moldes do artigo 28 do CPP.
Salienta-se que, por enquanto, por força da liminar do STF, ainda se envia o caso
à apreciação do Procurador-Geral de Justiça.

Referência bibliográ ca

NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito processual penal. 17. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2020.

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