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Testes e questões-aula

Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.° ano 4


Questão-aula 3 EQT11DP © Porto Editora

Nome da Escola: Ano letivo: Filosofia | 11.° ano


Nome do Aluno(a): Turma: N.°: Data: - -

Professor(a): Classificação:

1. Leia atentamente o texto que se segue e procure responder às questões propostas.

«Olhe para fora, através da sua janela. Está a chover? Sim? Acredita que sim? Não? Acredita que não?
Agora mude essa crença. 1000 euros são seus se puder fazê-lo imediatamente. Só assim: faça com
que acredite no oposto do que pensa que os seus olhos lhe estão a dizer. Isso é possível? Sem dúvida,
poderá dizer: “Em- bora eu veja a chuva, não acredito que seja real.” Poderia realmente acreditar, ao
mesmo tempo, no que es- taria a dizer? Se não, o meu dinheiro está seguro; como eu acho que está.
Certamente não pode alterar a sua crença à vontade, enquanto os seus olhos permanecerem abertos,
a olhar pela janela, ainda “impondo” que acredite neles. Na verdade, a sua crença de que está a chover
é-lhe imposta pela evidência dos seus olhos. Isso, ao que parece, faz parte de como as pessoas são:
acreditamos na evidência oferecida pela visão. No entanto, às vezes duvidamos de tais evidências. […]
Imagine que o seu amigo entra na sala e lhe lembra: "Não te esqueças da tua consulta com o
oftalmologista. Tens cometido muitos erros ultimamente, ao confiar nos teus olhos." De repente, duvida.
Os seus olhos podem não ser confiáveis […]. Por exemplo, é possível que, embora pense que está a
ver o tempo lá fora, esteja simplesmente a pensar que está – devido ao facto de estar realmente a
sonhar?»
Stephen Hetherington (2009), Yes, But How Do You Know?: Introducing Philosophy Through Sceptical
Ideas,

1.1. Quais são as crenças que estão a ser postas em causa neste texto?

1.2. Que razões são apresentadas no texto para pôr em causa essas crenças?

1.3. Em que medida é que este texto se aproxima da perspetiva de Descartes? Justifique.

1.4. Há mais dois motivos para a dúvida que Descartes acrescentaria neste texto. Quais?

Cotações
1.
1.1. .................................................................................................................................................................................. 40 pontos
1.2. .................................................................................................................................................................................. 40 pontos
1.3. .................................................................................................................................................................................. 60 pontos
1.4. .................................................................................................................................................................................. 60 pontos

TOTAL........................................................................................................................................200 pontos

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


Tavares
4 Testes e questões-aula
Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.°
ano

Sugestões de resposta da questão-aula 3


1.1. As crenças que estão a ser postas em causa neste texto são as crenças obtidas através dos sentidos, em
particular do sentido da visão.
1.2. As crenças obtidas por intermédio dos sentidos devem ser sujeitas à dúvida porque os nossos sentidos
podem enganar-nos (por eventual problema oftalmológico) e porque é difícil distinguir se estamos
acordados ou a sonhar.
1.3. Descartes começa por duvidar de tudo o que não lhe surge como claro e distinto. Existem, na sua perspetiva,
razões para duvidar. Duas dessas razões estão presentes neste texto: 1) o facto de os sentidos por vezes
nos enganarem e iludirem, sendo que é prudente nunca confiar totalmente naqueles que nos enganaram,
mesmo que só uma vez. 2) A ausência de um critério que nos permita distinguir o sonho da vigília. Podemos
estar a sonhar sem o saber. Dado que não sabemos se estamos a sonhar, não temos razões para acreditar
que estamos despertos. Assim, também não sabemos se as nossas perceções sensíveis são ou não
ilusórias.
1.4. O facto de alguns seres humanos se enganarem e cometerem erros ao raciocinar, inclusive nas questões
mais simples da geometria e da matemática em geral, e a hipótese da existência de um deus enganador ou
génio maligno que nos ilude a respeito da verdade, fazendo com que estejamos sempre enganados, quer no
que toca às verdades e às demonstrações das matemáticas, quer no que respeita às nossas crenças sobre
os objetos físicos, quer no que se refere à própria existência do mundo exterior.

EQT11DP © Porto Editora

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