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e-book

Uma visão geral da oftalmologia para


acadêmicos e clínicos no pronto-socorro

FELIPE CAMILLO
INTRODUÇÃO Felipe Camillo
INTRODUÇÃO Oftalmologia

Fala colegas, me chamo Felipe O tempo foi passando e cada vez


Camillo, sou acadêmico do último mais colegas me questionavam
ano de Medicina e como todo bom sobre várias situações. Foi aí que
livro, há uma história por trás. percebi que os médicos e
acadêmicos são realmente
Por origens genéticas, (eu acho!) eu defasados na oftalmologia, então
entrei na faculdade em 2016 já porque não fazer um livro rápido e
apaixonado, e após o segundo ano objetivo sobre o que esse grupo
assinei um casamento sem divórcio. deve saber para ficar tranquilo no
Meu contato com a oftalmologia foi pronto socorro e o principal de tudo,
mais precoce do que a maioria dos ajudar seus pacientes a terem um
alunos, realizei inúmeros estágios diagnóstico, tratamento ou
dentro dessa especialidade (cirurgia, encaminhamento correto (em muitos
ambulatorial, exames e pronto casos é o principal).
socorro) abrindo meu leque de
conhecimento e despertando cada Nesse momento bate aquele
vez mais minha curiosidade sobre pensamento que é só mais um livro
essa especialidade. que vai baixar e nunca vai ler.

Tá Felipe, mas e ai? Onde você quer Sem dúvidas se você frequenta pronto
chegar? socorro já se deparou com certas
situações oftalmológicas que dá
Então, durante esses estágios, (em vontade de “chamar o médico”
principal o de pronto socorro) eu hahaha mas meus amigos, às vezes
perdi as contas de quantas vezes eu vocês são “o médico”.
escutava “Felipe, se chegar isso pra
mim o que eu faço? sendo apenas E se nunca se deparou, como diria
um clínico”, inclusive até médicos meu chefe: “Calma, tua hora vai
formados me ligavam ou mandavam chegar.”
mensagem com dúvidas. E meu
pensamento era simples e o mesmo Deixa-me te mostrar uns cenários
“ʼmeu Deus, eu sou só um mero cotidianos então.
acadêmico, não sei muito além de vocês”.
Imagine que você
está no plantão,
sábado 11 horas
da noite, prestes a
ir dormir e chega
algum desses
pacientes:

Uma senhora que te lembra sua vozinha, que está


muito assustada com seu quadro;

Uma criança acompanhada da mãe, que relata


um inchaço no olho do filho;

Um homem que chega após uma agressão física.

Brincadeiras à parte, você ficaria tranquilo/a ou iria bater um certo desespero?


Juntamos as patologias que abrangem quase 90% dos atendimentos em pronto socorro
que podem ser identificadas ou pelo menos suspeitadas na maioria das vezes sem
equipamentos específicos. Então iremos focar nas características de cada patologia
pensando que você não tem uma lâmpada de fenda ou um oftalmoscópico.
ÍNDICE
ÍNDICE Clique no capítulo para ser direcionado!

CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2
ANATOMIA OCULAR ABORDAGEM COM PACIENTE

CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4
SINAIS DE URGENCIA
EXAME OFTALMOLÓGICO BÁSICO
E EMERGENCIA

CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6
CONJUNTIVITES HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL

CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 8
HORDÉOLO/ CALÁZIO CELULITE PRÉ E PÓS SEPTAL

CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 10
DACRIOCISTITE AGUDA QUEIMADURA OCULAR

CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12
LESÃO POR SUPER-COLA CORPO ESTRANHO OCULAR

CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14
ATENDIMENTO NO
GLAUCOMA AGUDO
TRAUMA OCULAR

CAPÍTULO 15 CAPÍTULO 16
UVEÍTE DESCOLAMENTO DE RETINA
DEDICATÓRIA Felipe Camillo
DEDICATÓRIA Oftalmologia

Dedico esse livro aos meus queridos


staffs Dr. Guilherme, Dra. Elisa, Dr.
Ricardo, Dr. Pedro e Dra. Luiza por
serem uma constante fonte de
motivação e incentivo ao longo da
minha formação acadêmica. Nada
disso seria possível sem vocês.
CAPÍTULO 1
ANATOMIA OCULAR

Pôooo Felipe, anatomia ocular?


Sério isso?

Pensa comigo: Para você explicar para seu


paciente o que ele tem e onde tem, você deve-se
saber antes não? Fica tranquilo porque vai ser
rápido:
CAPÍTULO 2
ABORDAGEM COM PACIENTE

Para mim, esse capítulo é o mais


importante desse livro.

Durante meus estágios na entenderem melhor onde está a


oftalmologia, uma das coisas que me patologia que possuem:
chamavam muito atenção era a forma
que meus chefes explicavam para os Conjuntiva: Parte branca do olho.
pacientes sobre suas patologias e a
forma de orientá-los. Vou passar para Córnea: Primeira lente do olho, é
vocês o jeito que eu me sinto mais à transparente para luz entrar e é muito
vontade para falar e vejo a melhor dolorosa.
compreensão por parte dos pacientes.
Íris: Parte colorida do olho.
Na cabeça de muitos é algo bobo e que
não deveria estar aqui, mas eu já Cristalino: É a segunda lente, onde
presenciei colegas que não sabiam ocorre a catarata .
como explicar ao paciente que ele
tinha um problema na retina. A palavra Retina: Filme da máquina fotográfica,
retina pode até fazer sentido para capta a luz e produz a imagem.
você, porque você está acostumado
com isso, mas há pessoas que nunca
Aprendi a sempre comparar o olho
nem ouviram falar sobre.
com uma máquina fotográfica:
“Sra. paciente, seu problema está na
Depois da sua apresentação e exame primeira lente”
clínico, está na hora de falar para o
“Sr. Paciente, suas lentes dos olhos
paciente sobre o que ele tem.
estão ótimas, mas o filme deu
problema, “queimou”.”
Aqui vai um vocabulário em termos
leigos que pode ser passado para eles
CAPÍTULO 3
EXAME OFTALMOLÓGICO BÁSICO

O nome “básico” engana muito, porque grande


parte dos colegas sabe o que fazer, mas não como
fazer, então vou te mostrar 4 avaliações básicas
iniciais que se feitas de forma certa irão te
direcionar para a melhor conduta possível.

AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL


Pergunte ao paciente se ele está objetos, basicamente, capacidade de
enxergando o NORMAL dele, isso é você enxergar.
importante porque muitas vezes ele
dirá que não está enxergando bem, O sistema padrão é feito pela tabela de
porém é algo crônico, podendo ser Snellen:
problemas de refração, catarata
(comum em idosos), patologias
retinianas antigas entre outros.

O FAMOSO 20/20

Sendo honesto e sem vergonha, eu


demorei a entender isso, negócio de
20/20, 20/100, era difícil de entrar na
minha mente. Mas descobri um jeito
que fez mais sentido na cabeça:

Vamos do começo

Acuidade visual por definição – é a


capacidade do olho de distinguir
detalhes espaciais, ou seja, a
capacidade de identificar formas e
CAPÍTULO 3
EXAME OFTALMOLÓGICO BÁSICO AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL

COMO FAZER? nessa ordem:

Peça para seu paciente ficar a 6 • Conta dedos;


metros de distância da tabela (6
metros = 20 pés) e começar a ler os • Percepção de movimentos (só ficar
optótipos (podem ser números, balançando a mão na frente do
letras ou figuras). paciente);

A cada acerto, você pula para a linha • Percepção de estímulo luminoso.


menor e assim por diante.

O que é considerada uma visão


normal, 100%?

20/20 de visão.

Tá Felipe, ainda não entendi!

Vamos nos exemplos então....


Paciente com 20/100 de visão - isso
significa que ele enxerga a 20 pés de
distância o que um paciente com a
visão normal enxergaria à 100 pés de
distância, OU SEJA, ele precisa estar
muito mais perto do objeto para ver
algo que alguém “normal” veria de
muito mais longe.

Ahhh, agora sim! Mas outra


dúvida, se acabarem as linhas da
tabela e o paciente não viu nada
ainda?

Nesse caso o sistema passará a ser


CAPÍTULO 3
EXAME OFTALMOLÓGICO BÁSICO AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS PUPILARES

AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS PUPILARES


De forma muito resumida:

Via eferente – oculomotor (motor


Via aferente – nervo ótico (via que
que faz o carro andar, então ele que
leva a informação).
faz a ação).

Reflexo normal : Lesão de nervo óptico:

Iluminou o olho “afetado” e


apenas o olho contralateral
respondeu: lesão de oculomotor do
mesmo lado iluminado.

Iluminou o olho “afetado” e


nenhum contraiu: até então você
sabe que tem lesão do nervo ótico
do mesmo olho.

Para descartar outra lesão você


ilumina o olho “bom”: se os dois
contraíram = comprovou sua
hipótese.
CAPÍTULO 3
EXAME OFTALMOLÓGICO BÁSICO AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS PUPILARES

Aqui vai um resuminho sobre lesão


e suas consequências:

Lesão de oculomotor:

• Estrabismo divergente
• Diplopia horizontal
• Ptose palpebral ipsilateral
• Midríase ipsilateral

Lesão de nervo troclear:

• Diplopia vertical

Lesão de abducente

• Estrabismo convergente

AVALIAÇÃO DA MOTILIDADE OCULAR E DAS PÁLPEBRAS


III PAR
Inerva Função
Reto superior Elevação
Reto inferior Abaixamento
Oblíquo Elevação
inferior diagonal
Reto medial Adução

VI PAR

Reto lateral Abdução


CAPÍTULO 3
EXAME OFTALMOLÓGICO BÁSICO AVALIAÇÃO EXTERNA

AVALIAÇÃO EXTERNA 1 2
Nossa famosa e velha amiga
ectuscopia, pois é, nada melhor que
nossa visão para olhar o nosso
paciente né?

O que uma ectoscopia pode nos


mostrar?
3 4
Sinais de trauma, edema palpebral,
sinais flogísticos (dor, calor, rubor e
edema), saída de secreção, lesões
corto contusas, etc.

Abrindo a pálpebra do paciente, o


que é possível ver?
Hiposfagma – Hemorragia 5 6
conjuntival (1);
Quemose – Edema de conjuntiva (2);
Pterígio – Famosa carninha do olho.
Gera uma coceira grande e pode levar
um trauma por isso (3);
Hipópio – Pus na câmara anterior do
olho. (4);
Cataratas muito avançadas/totais (5); 7 8
Hifema - Sangue na câmara anterior
do olho.(6);
Presença de corpos estranhos
maiores (7);
Papilas conjuntivais mais volumosas. (8)
CAPÍTULO 4
SINAIS E SINTOMAS DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Aparecendo qualquer um desses sinais,
você deve encaminhar o paciente para
um especialista o mais rápido possível!

Perda súbita da visão Cirurgia recente

Visão turva Úlcera de córnea

Dor ocular intensa Proptose

Truma ocular
Corpo estranho ocular
(contuso ou penetrante)

Visão em áureas
Fotofobia (sensibilidade à luz)
ao redor de luzes

Motilidade ocular alterada Reflexos oculares alterados

Exposição química Celulite pós-septal

Olho vermelho associado


Olho vermelho crônico
a algum sinal de alarme
CAPÍTULO 5
CONJUNTIVITES
CONJUNTIVITE ALÉRGICA
SINTOMAS GERAIS: Olho vermelho,
secreção, ardência, sensação de SINTOMAS: alergia, secreção mucosa,
corpo estranho, formação de crostas prurido e é tipicamente bilateral
nas pálpebras (muito comum pela SINAIS: pálpebras edemaciadas e
manhã). com sinais de hiperemia, quemose.

TRATAMENTO
CONJUNTIVITE VIRAL Principal: remover o agente causador
Demais: compressas frias durante o
ETIOLOGIA: principal adenovírus dia, colírio lubrificante, anti-histamínicos
orais
SINTOMAS: Queimação, prurido, CONJUNTIVITE BACTERIANA
sensação de areia dentro do olho, muito
comum relato de infecção de vias aéreas ETIOLOGIA: Sthaphylococcus aureus
superiores recentes, lacrimejamento. (todos), Streptococcus pneumoniae,
SINAIS: Linfonodos pré-auriculares
Haemophilus influenzae (ppal em
palpáveis e dolorosos, secreção aquosa,
quemose (edema de conjuntiva), pode crianças) e Gonocócica
ter hemorragia subconjuntival (comum SINTOMAS: rritação ocular, sensação de
petéquias) corpo estranho, secreção ocular
SINAIS: Hiperemia conjuntival, secreção
TRATAMENTO purulenta, quemose
Principais:
1 - Explicar ao seu paciente que é uma TRATAMENTO
patologia autolimitada e irá melhorar em Antibióticoterapia tópica 5-7 dias
até 3 semanas; 1 - Ciprofloxacino 6/6 horas
2 - É muito contagiosa – até por 2 2 - Tobramicina se crianças
semanas +- (evitar contato com outras *suspeita de h. influenzae? –
pessoas e com o olho não afetado)
amoxa/clavulanato VO 20-40mg/kg/dia
Demais: Higiene ocular, lavagem 8/8h
frequente das mãos, lubrificantes 4x dia Demais: Higienização local,
(conservantes) 8x (sem conservantes), compressas frias, cuidados gerais e
compressas frias, se muito prurido pode-se orientar sobre transmissão.
usar antialérgicos (colírio ou sistêmico). Cuidado: a conjuntivite bacteriana pode ser tanto um quadro
simples quanto um quadro complicado, dependendo das
queixas do paciente e possuindo alguns sinais de alarme já
falado, oriente a procurar um oftalmologista.
CAPÍTULO 6
HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL/
HIPOSFAGMA
ETIOLOGIA: (aumento súbito da
pressão), traumas (podendo ser por
cocar o olho), conjuntivite,
medicações, fatores que elevam a
pressão intracraniana (tosse,
espirros, vômitos e atividade física
intensa).
*uso de anticoagulantes aumenta a
chance

SINTOMAS: ASSINTOMÁTICO

SINAIS: presença de sangue entre e


conjuntiva e a esclera, podendo ser
setorial ou cobrir todo globo ocular

TRATAMENTO
Principal: orientar seu paciente,
explicar que é uma patologia
benigna e que irá absorver
espontaneamente em alguns dias,
pode-se passar um colírio
lubrificante em caso de ardência
ocular.

Demais: procurar causas e


eliminá-las (controle de PA, alergias,
uso irregular de medicações...)
CAPÍTULO 7
HORDÉOLO/CALÁZIO
Hordéolo: querido terçol – infecção
da glândula de meiboimius
Calázio: obstrução da glândula

ETIOLOGIA: taphylococcus aureus


(principal)

SINTOMAS: DOR – em caso de


hordéolo

SINAIS: nódulo eritematoso e


edemaciado, visível e delimitado a
palpação.

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL:
Celulite pré- septal, carcinoma
piogênico.

TRATAMENTO
• Compressas mornas de até 10 min 5x
ao dia;
• Higiene local;
• Pode-se considerar antibioticoterapia
em casos de blefarite associada;
• Pomada de quinolona ou doxiciclina
oral 100mg 2x dia.
CAPÍTULO 8
CELULITES
CELULITE PRÉ-SEPTAL CELULITE PÓS-SEPTAL
ETIOLOGIA: Staphylococcus aureus ETIOLOGIA: extensão de infecção de
e Streptococcus pneumoniae – mais seis paranasais, infecção focal
comuns ; periorbitária ou infecções dentarias.
H. influenzae – em crianças não Sempre investigar histórias de
vacinadas traumas ou cirurgias de face
recentes.
SINTOMAS: febre e dor ocular

SINAIS: hiperemia, edema palpebral. SINTOMAS: hiperemia ocular, dor,


cefalia, visão dupla, queda do
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: estado geral
celulite pós – septal, dermatite,
conjuntivite viral, dacriocistite SINAIS: sinais flogisticos, quemose,
injeção ciliar, dificuldade de
TRATAMENTO/CONDUTA: motilidade ocular, proptose
Principal é excluir a possibilidade de
ser celulite pós septal . TRATAMENTO/CONDUTA:
Internação hospitalar + antibioticoterapia
Antibioticoterapia:
+ hemocultura + secreção de nasofaringe
Adulto: cefalexina 500mg VO 6/6h,
+ TC de crânio e órbitas.
ou amoxicilina/clavulanato
875mg/125mg VO 12/12h por 10 dias Ceftriaxone
2g/dia +
Crianças: cefalexina 250mg/5ml VO
Metronidazol
–40mg/kg/dia 6/6h, ou
Amoxicilina/clavulanato 400/57mg 500mg 6/6h
ou
Ceftriaxone
Vancomicina 2g/dia +
500mg 6/6h + Clindamicina
600mg 6/6h
ou
Ampicilina-
sulbactam
3g/dia dividida
em 4 doses/dia
CAPÍTULO 9
DACRIOCISTITE AGUDA

É uma inflamação do saco lacrimal,


podendo ou não evoluir com abscesso.

ETIOLOGIA: obstrução da drenagem


do canal lacrimal levando ao
acúmulo de secreção.

Agente mais comum: Staphylococcus


aureus

SINTOMAS: edema doloroso no


canto medial da pálpebra inferior.

SINAIS: hiperemia, saída de secreção


purulenta, lacrimejamento.

TRATAMENTO/CONDUTA:
Drenagem só em caso de flutuação
Adulto:
amoxicilina/clavulanato 500mg
8/8horas, oucefalosporinas de 2
geração.

Crianças:
amoxacilicina/clavulanato
20-40mg/kg/dia em 3 dose, ou
cefalosporinas de 2 geração.

*paciente deve ser avaliado diariamente


e orientado a sinais de piora .
*se sinais sistêmicos de gravidade –
encaminhar o paciente para um serviço
de referência com oftalmologista.
CAPÍTULO 10
QUEIMADURA OCULAR
ETIOLOGIA: substâncias ácidas e (assim você irá reduzir o tempo de
básicas (mais graves). contato do olho com a substância)
+ Encaminhar o paciente ao
SINTOMAS: Dor, fotofobia, especialista urgente.
lacrimejamento, sensação de corpo
estranho. CUIDADO: Nunca se deve usar uma
outra substância para neutralizar o
SINAIS: hiperemia conjuntival é o PH!
principal.
Sempre encaminhar esse paciente
TRATAMENTO/CONDUTA: para um serviço que tenha
Afastar perfuração ocular + LAVAGEM oftalmologia. A avaliação ocular é
COPIOSA (soro fisiológico ou ringer) indispensável nesses casos para
2-3l de soro utilizando equipo uma conduta correta.

CAPÍTULO 11
LESÃO POR SUPER COLA
TRATAMENTO/CONDUTA:
Deve-se fazer a abertura ocular caso
as pálpebras estejam coladas,
fazendo uma tração ou se necessário
retirada dos cílios. Pode ser utilizado
soro ou compressa morna para
facilitação.

Encaminhar o paciente para


avaliação oftalmológica para
investigar defeitos epiteliais.
CAPÍTULO 12
CORPO ESTRANHO OCULAR
ETIOLOGIA: metal e orgânicos
(vegetais) são os mais comuns.

SINTOMAS: sensação de corpo


estranho, dor, fotofobia,
lacrimejamento.

SINAIS: hiperemia conjuntival, edema


de pálpebras.

TRATAMENTO/CONDUTA:
A grande maioria dos corpos TÉCNICA DE EVERÇÃO PALPEBRAL
estranhos irão necessitar de uma
avaliação oftalmológica. Porém é
importante que você como Há uma % muito grande de
clínico/acadêmico entenda a pacientes que chegam ao PS com
dinâmica de atendimento e saiba corpos estranhos alojados no tarso
como conduzi-lo. superior e são de fácil remoção.

A grande dica para lugares que não Com auxílio de um cotonete,


tenha nada de material especializado pressione-o contra a pálpebra
é SEMPRE EVERTER AS PÁLPEBRAS + (acima dos cílios), utilizando a outra
jogar soro no local + se possuir mão, puxe os cílios contra o cotonete
anestésico ocular, umedecer um
(como se fosse cobri-lo). Após isso
cotonete com o anestésico e passar
levemente sobre o tarso superior. retire o cotonete e mantenha a
pálpebra pressionada na posição
evertida para avaliação.

Não falaremos de achados específicos


ou como remover corpos estranhos
alojados em córnea, o importante
para você é saber identificar que esse
paciente deve ser encaminhado para
avaliação especializada.
CAPÍTULO 12
CORPO ESTRANHO OCULAR TÉCNICA DE EVERÇÃO PALPEBRAL

OBS: Se tiver o paciente tiver um relato de trauma


por corpo estranho metálico e no seu PS tiver
Tomografia computadorizada, pode-se largar mão
desse exame.

Tc de órbita: procurar corpo estranho


metálico intraocular.

Do que adianta pedir uma


tomografia se não vou poder fazer
nada?

Com a TC em mãos você pode


descartar um corpo estranho
intraocular, e ao encaminhar esse
paciente já com esse relato em
mãos, além de facilitar a vida do seu
colega, já descarta uma grande
chance de complicação.
CAPÍTULO 13
ATENDIMENTO NO TRAUMA OCULAR

Neste capítulo, vamos focar em • Acuidade visual


trauma ocular por agressão física e • Reflexos oculares
por acidentes que causem um • Motilidade ocular
trauma ocular direto (acidentes • Externa ocular
automobilísticos/domésticos).
Se seguiu corretamente os 3
Esse tipo de trauma ocular é de longe primeiros passos e não encontrou
um dos que mais assusta o médico no uma alteração, pode ficar mais
PS. Mas nem sempre é tranquilo em relação a uma urgência
necessariamente um motivo para ocular.
pânico.
E o 4° passo?
A abordagem inicial para você, que
não é especialista, é simples e Bom, em praticamente todos os
extremamente importante para fazer pacientes com esse tipo de trauma,
a triagem do seu paciente de forma você irá encontrar um edema
correta. Veja bem, esse paciente palpebral, podendo ser bem
SEMPRE, deverá ser visto por um evidente, pode-se ter hemorragia
especialista, e você entenderá o conjuntival associada, quemose, mas
porquê, mas se é algo urgente ou não, não necessariamente significa que
você poderá dizer. está correndo risco na visão.

Assim como qualquer atendimento, Está certo então, fiz os 3 primeiros


inicia-se com uma boa anamnese e passos e não encontrei nada, mas a
exame clínico completo. paciente tem hematoma palpebral
Indispensável perguntar a forma de importante. O que fazer agora?
agressão/cinética do trauma,
objeto/arma utilizada, quanto tempo PROCURA DE FRATURA DE PAREDE
e resto já sabem. ORBITÁRIA:

EXAME OCULAR: • Palpação superficial procurando


áreas de crepitação;
Você vai fazer exatamente como • Palpação das bordas orbitárias
falamos no capítulo 3, se não lembra procurando deformidades;
muito bem, volte lá e reveja até ficar • Tc de órbita: sabemos que não tem
medular. em qualquer lugar, então pelo
Avaliação: menos um RX de órbita deve-se ser
feito.
CAPÍTULO 12 FRATURA DE ASSOALHO DE
ATENDIMENTO NO TRAUMA OCULAR ÓRBITA OU BLOW OUT

FRATURA DE ASSOALHO DE
ÓRBITA OU BLOW-OUT
É uma fratura no assoalho da órbita paciente deverá ser visto com
ou na parede medial dela. urgência.

SINTOMAS: E por que todo paciente vítima de


Fratura de parede medial: dor com trauma sempre deve ser visto por
movimentação horizontal do olho; um Oftalmologista?
Fratura de assoalho: dor a movimentação
vertical do olho. Traumas oculares podem causar
problemas em qualquer parte
Gerais: dor local, edema, anatômica do olho, a cinética do
lacrimejamento (pode falar a favor objeto no olho, faz propagação da
de obstrução do canal lacrimal). energia e ela se dissipa a nível
intraocular, podendo lesar qualquer
SINAIS: estrutura.
Paciente com restrição do olhar,
edema, enfisema subcutâneo, Descolamento de retina; Glaucoma
Neuropatia óptica traumática (NOT). traumático; Catarata traumática (por
corpo estranho intraocular);
CONDUTA: Hemorragia vítrea.
Se todos os exames estiverem
normais, normalmente esses
pacientes acabam não precisando de
uma intervenção imediata, PORÉM,
todos os pacientes com fraturas
orbitárias irão necessitar de avaliação
oftalmológica em até 48h (CASO OS
EXAMES ESTEJAM NORMAIS)
Qualquer alteração no exame
(acuidade, motilidade e reflexo) o
CAPÍTULO 14
GLAUCOMA AGUDO
ETIOLOGIA: fechamento primário TRATAMENTO: Durante a crise no
do ângulo (mais comum) OS

EPIDEMIOLOGIA: Agentes hiperosmóticos: manitol


• Sexo feminino 20% IV 1,5 a 2g/kg de peso ou
• 50 anos glicerina 50% VO 1,5g/kg de peso;
• História familiar
• Altos hipermetropes IMP: sempre tem que avaliar o
• Descendência oriental estado clínico do paciente,
principalmente renal e risco de
SINTOMAS: Cefaléia, náuseas, desidratação.
vômitos, dor ocular intensa, visão
em halos ao redor das luzes, baixa Manitol é contraindicado em
acuidade visual. pacientes portadores de patologias
cardiorrespiratórias e cerebrais.
SINAIS: hiperemia ocular, olho
tenso a digito pressão (sempre Inibidores da anidrase carbônica VO:
comparar os dois olhos), pupila fixa
em média midríase. Acetazolamida 2 cmp 250mg
(dose de ataque)
CRISE DE GLAUCOMA É UMA
URGÊNCIA OFTALMOLÓGICA – +
DEVE SER ENCAMINHADO O MAIS 250mg de 8 em 8 horas
RÁPIDO POSSÍVEL!
*Anemia falciforme e doença
renal são contraindicações.
CAPÍTULO 15
UVEÍTE
ETIOLOGIA: Sempre suspeitar de pressão intraocular.
infecções (toxoplasmose, sífilis e
tuberculose) e doenças reumatológicas CONDUTA: Esse paciente deve ser
(muito relacionada ao HLA-B27 sempre encaminhado ao
oftalmologista com urgência!!
SINTOMAS: dor ocular intensa,
fotofobia, baixa acuidade visual. O tratamento vai depender da causa
base, sendo a avaliação pelo
SINAIS: olho vermelho, aumento de especialista indispensável
pressão intraocular, miose ocular.
OBS: Pode levar ao aumento da

CAPÍTULO 16
DESCOLAMENTO DE RETINA
SINTOMAS: baixa súbita da • Traumas recentes...
acuidade visual, frequentemente é Po Felipe, mas porque eu não vou
precedida de moscas volantes ser oftalmologista, não preciso
(floaters) ou flashes de luz saber disso de retina.
(fotopsias).
Você realmente não precisa saber.
Queixa muito comum: uma cortina VOCE DEVE SABER.
cobriu minha visão.
O Descolamento de retina
FATORES DE RISCO: rematogênico é uma urgência
• Alta míope; oftalmológica, a avaliação precoce
• Descolamento prévio no olho do especialista é indispensável para
contralateral; o melhor prognóstico desse
• Cirurgia intraocular previa; paciente.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

Então é isso colegas,

Como acadêmico esse e-book é de longe o projeto em que mais me dediquei e


tive o prazer de realizar, sem dúvidas o primeiro de muitos. Sou eternamente
grato a todos que me ajudaram, sejam com ideias ou direcionamentos que
tornaram isso possível .

Espero que utilizem ele de forma muito positiva, ajudando seus pacientes e
tendo conhecimento que fizeram o seu melhor diante da situação em que se
encontram.

E se você gostou desse livro ou ele te ajudou de alguma forma, eu te quero te


pedir um favor, compartilha com todos seus colegas de profissão que você sabe
que vão se beneficiar também, lembre de me marcar quando estiver lendo e
assim vamos difundir essa ideia cada vez mais.

Felipe Camillo

“Se você quer chegar aonde ninguém nunca


chegou, deve fazer o que ninguém nunca fez”

@felipe_camillo

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