A Saliva Contém Secreção Serosa e Secreção de Muco: As principais glândulas salivares são as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. A secreção diária de saliva, normalmente, é de 800 a 1.500 mililitros, com valor médio de 1.000 mililitros As glândulas parótidas produzem quase toda a secreção de tipo seroso, enquanto as glândulas submandibulares e sublinguais produzem secreção serosa e mucosa.
Regulação Nervosa da Secreção
Salivar Secreção Gástrica As glândulas salivares são controladas, principalmente, por sinais nervosos Funções do estômago: parassimpáticos que se originam nos • Armazenamento – atua como núcleos salivatórios superior e inferior, reservatório temporário para o no tronco cerebral. alimento Os núcleos salivatórios estão • Secreção de H+ para matar localizados, aproximadamente, na microrganismos e converter junção entre o bulbo e a ponte e são pepsinogênio em sua forma ativa excitados por estímulos gustativos e • Secreção do fator intrínseco, para táteis, da língua e de outras áreas da boca absorver a vitamina B12 e da faringe. Muitos estímulos • Secreção de muco e HCO3-, para gustativos, especialmente o sabor azedo proteger a mucosa gástrica (causado por ácidos), provocam copiosa • Secreção de água para lubrificação secreção de saliva — frequentemente, para prover suspensão aquosa dos oito a 20 vezes a secreção basal. Além nutrientes disso, estímulos táteis, como a presença • Atividade motora para misturar as de objetos de superfície lisa na boca secreções (H+ e pepsina) com o causam salivação acentuada, enquanto alimento ingerido objetos ásperos causam menor salivação • Atividade motora coordenada que e, às vezes, até mesmo a inibem. regula o esvaziamento do conteúdo para o interior do duodeno. A salivação pode também ser estimulada, ou inibida, por sinais nervosos que Características das Secreções chegam aos núcleos salivatórios Gástricas provenientes dos centros superiores do sistema nervoso central. Por exemplo, Além de células secretoras de muco que quando a pessoa sente o cheiro ou come revestem toda a superfície do estômago, os alimentos preferidos, a salivação é a mucosa gástrica tem dois tipos importantes de glândulas tubulares: sob estímulo, são liberadas por glândulas gástricas e glândulas exocitose. pilóricas. As glândulas gástricas Lipase: esta hidrolisa triglicerídios com (formadoras de ácido) secretam ácido ácidos graxos de cadeia curta. clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco. Mucina: glicoproteína que, polimerizada, forma o gel da barreira As glândulas pilóricas secretam, mucosa. principalmente, muco para proteger a mucosa pilórica do ácido gástrico. Fator intrínseco: o único componente Também secretam o hormônio gastrina. da secreção gástrica indispensável. É uma proteína que forma com a vitamina As glândulas gástricas ficam localizadas B12 um complexo resistente à hidrólise nas superfícies internas do corpo e do e que, reconhecido por receptores nas fundo do estômago, constituindo 80% do células da mucosa do intestino delgado, estômago proximal. As glândulas é absorvido. Sem esta proteína não há pilóricas ficam localizadas na porção absorção da vitamina, com a antral do estômago, que corresponde aos consequente anemia. 20% distais do estômago. Secreções das Glândulas Oxínticas (Gástricas) Glândula oxíntica típica é composta por três tipos de células: (1) células mucosas do cólon, que secretam, basicamente, muco (2) células pépticas (ou principais), que secretam grandes quantidades de pepsinogênio, e (3) células parietais (ou oxínticas), que Componentes orgânicos secretam ácido clorídrico e o fator Pepsinogênio: proteína que hidrolisada intrínseco. na luz, pelo pH ácido, dará a pepsina, A secreção de ácido clorídrico, pelas uma endopeptidase. Há pepsinas da células parietais, envolve mecanismos classe I que são produzidas pelas células especiais, descritos a seguir: da mucosa oxíntica e as da classe II, produzidas pela mucosa gástrica e pelas O protón (H+) é proveniente da reação glândulas de Brunner, no duodeno. O pH catalisada pela anidrase carbônica (CA). ótimo para a ação desta peptidase está Ele é secretado para a luz gástrica abaixo de 3 e a enzima se desnatura a pH (lúmen) em troca de íons K+, via ação da alcalino. bomba Na+-K+-ATPase.
Em humanos o pepsinogênio é produzida O íon bicarbonato (HCO3-) é absorvido
pelas células principais (glândula pelo plasma em troca de íons Cl-, que sai gástrica) e estocado em vesículas que, em direção ao lúmen gástrico formando HCl A pepsina atua como enzima proteolítica, ativa em meio muito ácido (pH ideal entre 1,8 e 3,5), mas, no pH acima de 5, não tem quase nenhuma propriedade proteolítica e é completamente inativada em pouco tempo. O ácido clorídrico é tão necessário quanto a pepsina para a digestão das proteínas no estômago. Estimulação da Secreção de Ácido pelo Estômago: As células parietais, situadas na profundidade das glândulas oxínticas no corpo do estômago, são as únicas células que secretam ácido clorídrico. A acidez do líquido secretado Fatores Básicos Que Estimulam a por essas células pode ser bem elevada, Secreção Gástrica: São Acetilcolina, com pH tão baixo quanto 0,8. Gastrina e Histamina. Entretanto, a secreção desse ácido é A acetilcolina, liberada pela estimulação controlada por sinais endócrinos e parassimpática, excita a secreção de nervosos. Além disso, as células parietais pepsinogênio pelas células pépticas, de são controladas por outro tipo de célula, ácido clorídrico pelas células parietais, e denominada células semelhantes às de muco pelas células da mucosa. enterocromafins (células ECL), cuja função primária é a de secretar Em comparação, a gastrina e a histamina histamina. estimulam, fortemente, a secreção de ácido pelas células parietais, mas têm As células ECL se localizam na pouco efeito sobre as outras células. submucosa, muito próximas das glândulas oxínticas e, assim, liberam Secreção e Ativação de Pepsinogênio: histamina no espaço adjacente às células Vários tipos, ligeiramente diferentes, de parietais das glândulas. A intensidade da pepsinogênio são secretados pelas secreção de ácido clorídrico, pelas células mucosas e pépticas das glândulas células parietais, está diretamente gástricas. Contudo, as diferentes formas relacionada à quantidade de histamina de pepsinogênios realizam as mesmas secretada pelas células ECL. Por sua vez, funções. as células ECL são estimuladas a secretar histamina, pelo hormônio gastrina, Quando secretado, o pepsinogênio não formado na porção antral da mucosa tem atividade digestiva. Entretanto, gástrica, em resposta às proteínas nos assim que entra em contato com o ácido alimentos que estão sendo digeridos. clorídrico, o pepsinogênio é clivado para formar pepsina ativa. Nesse processo, a Fases da Secreção Gástrica molécula de pepsinogênio, com peso molecular de, aproximadamente, 42.500, Diz-se que a secreção gástrica se dá em é clivada para formar a molécula de três “fases”: a fase cefálica, a fase pepsina, com peso molecular em torno gástrica e a fase intestinal. de 35.000. Fase Cefálica: A fase cefálica de secreção gástrica ocorre, até mesmo, antes do alimento entrar no estômago, enquanto está sendo ingerido. Resulta da visão, do odor, da lembrança ou do sabor do alimento, e, quanto maior o apetite, mais intensa é a estimulação. Sinais neurogênicos que causam a fase cefálica se originam no córtex cerebral e nos centros do apetite na amígdala e no hipotálamo. São transmitidos pelos núcleos motores dorsais dos vagos e pelos nervos vago até o estômago. Essa fase da secreção, normalmente, contribui com cerca de 30% da secreção gástrica, associada à ingestão da refeição. Fase Gástrica: O alimento que entra no estômago excita (1) os reflexos longos vasovagais do estômago para o cérebro e de volta ao estômago, (2) os reflexos entéricos locais e (3) o mecanismo da gastrina; todos levando à secreção de suco gástrico durante várias horas, enquanto o alimento permanece no estômago. A fase gástrica da secreção contribui com cerca de 60% da secreção gástrica total associada à ingestão da refeição e, portanto, é responsável pela maior parte da secreção gástrica diária, de cerca de 1.500 mililitros. Fase Intestinal: A presença de alimento na porção superior do intestino delgado, em especial no duodeno, continuará a causar secreção gástrica de pequena quantidade de suco gástrico, provavelmente devido a pequenas quantidades de gastrina liberadas pela mucosa duodenal. Isso representa cerca de 10% da resposta de ácido à refeição.