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IMUNOLOGIA NA PRÁTICA CLÍNICA

Profa. Dra. Ana Paula Uber


Centro Universitário Ingá
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
Considerações gerais
• Reações de hipersensibilidade: são respostas imunes
excessivas, indesejáveis (a resposta é desencadeada e mantida
inapropriadamente)
• São classificadas, segundo Gell e Coombs, de acordo com os
mecanismos imunológicos envolvidos:
– Tipo I
– Tipo II
– Tipo III
– Tipo IV
Tipo I: Hipersensibilidade Imediata

• Comumente chamadas de alergias ou atopias.

• Ocorrem nos primeiros minutos após contato com Ag (5-10


minutos) e tem seu pico após cerca de 30 minutos.

• Desencadeadas por citocinas produzidas por LyT CD4 do tipo TH2.

• Levam à produção de anticorpos IgE específicos que se ligam a


mastócitos, eosinófilos e basófilos.
Tipo I: Hipersensibilidade Imediata
• Fase de sensibilização:
– Exposição ao antígeno* induz produção de IgE (IL-4 induz desvio
isotípico)
– IgE se liga a receptores na superfície dos mastócitos, eosinófilos e
basófilos (FcεRI)
– Mastócitos, eosinófilos e basófilos tornam-se sensibilizados ao
antígeno

* Características genéticas podem tornar o indivíduo mais suscetível às


reações de hipersensibilidade imediata
TH2
TH2
Tipo I: Hipersensibilidade Imediata
• Fase efetora: segunda exposição
– Contato com o alérgeno e ligação deste à IgE (já ligada aos receptores
FcεRI na superfície dos mastócitos, eosinófilos e basófilos)
– Liberação dos mediadores inflamatórios (histamina, prostaglandinas,
leucotrienos, PAF, citocinas pró inflamatórias)
– Aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação e contração da
musculatura lisa
– Manifestações locais ou sistêmicas

* Mastócitos estão presentes no tecido conjuntivo e sob o epitélio,


sendo aí o local mais evidente das reações de hipersensibilidade
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Indivíduos atópicos: forte polarização da resposta TH2.
• Propensão:
– Genes herdados
– Natureza do antígeno (características químicas)
– Histórico de exposição ao antígeno
• RH tipo I manifesta-se de formas diferentes:
– Pele (urticária, dermatite de contato)
– Mucosas:
• Sistema gastrintestinal (alergias alimentares)
• Sistema respiratório (rinite, asma)
– Sistêmica (anafilaxia)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Urticária: placas avermelhadas em relevo e com coceira


(picada de insetos, poeira, alimentos).
• Dermatite de contato: irritação da pele pelo contato
frequente com substâncias específicas.
• Alergias alimentares: sintomas podem variar →
manifestações de pele (vermelhidão, descamação), trato GI
(diarreia e vômito) e respiratório (asfixia, sibilos).
– Amendoim, nozes, mariscos, leite, ovos, trigo, soja, etc.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Rinite alérgica: inflamação da mucosa (espirros, congestão
nasal, secreção ocular).
• Asma: broncoconstrição e sibilos → podem ser desencadeados
pela presença do alérgeno (atópica) ou não (não-atópica, ex:
exercício físico).
• Anafilaxia: reação sistêmica potencialmente fatal que envolve
o sistema cardiovascular e respiratório acarretando arritmia e
hipotensão.
TRATAMENTO

• Retirar o estímulo antigênico.


• Abordagem farmacológica.
• Dessensibilização: estímulo para diferenciação de LyT CD4
virgem → TH1 (citocinas do tipo 1 regulam a resposta TH2,
reduzindo estímulo para produção de IgE).
Referências

• Coico, R.; Sunshine, G. Imunologia. 6ª ed. Guanabara Koogan,


2010. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br

• Abbas, A. K. Imunologia celular e molecular. 8ª ed. Ed. Elsevier.


2015.

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