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Agressão e Defesa

Módulo 1.3

Hipersensibilidades

Prof. Wallace Pacienza Lima, PhD.


wallaceplima@hotmail.com
wallaceplima@unigranrio.edu.br

1
Disciplina: Agressão e Defesa
Hipersensibilidade é uma resposta imune exagerada com
dano tecidual que pode causar patologias (por exemplo,
asma ou rinite).

Existem quatro tipos de reações de hipersensibilidade:

• Hipersensibilidade Imediata (Tipo I) - mediada pelas IgE, ativando


mastócitos (anafilática) (2-30min.)
- asma, eczema, anafilaxia

• Doença mediada por anticorpo (Tipo II) - mediada pela IgG, fagócitos e
complemento (citotóxica) (5-8 horas)
- transfusões de sangue

• Doenças mediadas por complexo imune (Tipo III) - mediada por IgG,
complexos imunes e fagócitos (imunocomplexos) (2-8 horas)
- artrites, glomerulonefrites

• Doenças mediadas por células T (Tipo IV) -mediada por linfócitos T auxiliar
(Th1, Th2) ou T citotóxico (celular ou tardia) (24-72 horas)
- teste DTH tuberculina
Sistema
Sistema Respiratório Olhos
Gastrointestinal

Cólica Nariz escorrendo Olhos


Vômito Espirros lacrimejantes
Diarréia Tosse Olhos vermelhos
Sangue nas fezes Asma Círculos escuros
Constipação Congestão Coceira
Gases Bronquite Conjuntivite
Colite Coceira no nariz
Náusea Sintomas de gripe
Respiração pela boca
Respiração difícil
Sistema Nervoso
Pele Outros sintomas
Central

Irritabilidade Eczema Infeção no ouvido


Perda de sono Dermatite Perda de peso
Tontura prolongada Urticária Suar em excesso
Cansaço Vermelhidão Baixo rendimento
Vermelhidão no reto escolar
Coceira Dificuldade de
Inchamento dos lábios, boca, convivência
língua e garganta Depressão
Choque anafilático
QUEM SÃO OS ALÉRGENOS?

Alérgenos são antígenos (como o pólen) que induzem


reações de hipersensibilidade – levando à degranulação
de mastócitos sensibilizados com IgE.

Causas: Asmas brônquicas, rinite alérgica, alergias alimentares


dentre outros.
Hipersensibilidade Tipo I

• Caracterizada por uma reação alérgica que


se estabelece imediatamente após o
contato com o antígeno (5 a 15 min) por
indivíduo sensibilizado
• Mediada por IgE
Hipersensibilidade Tipo I

• Alérgenos
• IgE
• Mastócitos e
Basófilos
• Receptores para Fc
de IgE
Sequência de Eventos
- Fase de Sensibilização
- Fase de Ativação
- Fase Efetora
Sensibilização

• Contato com o alérgeno;


• Apresentação de Ag;
• Indução de Resposta Th2 (IL-4, IL-5, IL-10, IL-13);
• Produção de IgE através de exposições repetidas ao alérgeno;
• Sensibilização dos mastócitos.

• Uma vez que a molécula se liga aos receptores dos mastócitos pode
permanecer neste estado por meses.

Ativação
• Inicia quando os mastócitos liberam seus grânulos;
• É necessário que pelo menos dois receptores sofram ligações cruzadas
de uma maneira estável.
Sensibilização com alérgenos e
hipersensibilidade tipo I

LB

TH2

Histamina, triptase,
cininogenase
Leucotrienos, Mediadores recem
prostaglandinas sintetizados
Ativação da célula efetora
Fase Efetora
Fase Imediata

• Caracterizada por vasodilatação, aumento


da permeabilidade capilar, espasmo das
células musculares lisas e secreção
glandular, iniciada 5-30 min após a
exposição do indivíduo sensibilizado ao
alérgeno específico
Manifestações clínicas

• Sistêmicas - choque anafilático

• Localizada - rinite alérgica


- asma
- alergia alimentar
- eczema
Anafilaxia sistêmica
• Alérgenos na corrente sanguínea
• Mastócitos do tecido conjuntivo
associados aos vasos sanguíneos
•  permeabilidade vascular e constrição da
musculatura lisa
• Extravasamento do líquido e queda da
pressão arterial
Rinite alérgica

• Mastócitos da
mucosa nasal

• Edema local, secreção


nasal de muco e
obstrução das vias
aéreas
Nasofaringe

Pólipos nasais
Pele

Urticária
Dermatite atópica (eczema)

• Mastócitos da
pele

• Resposta
Pele inflamatória que
eczema causa exantema
crônico
pruriginoso,
com erupções
cutâneas
Asma
• Mastócitos
submucosos das
vias aéreas
inferiores

•  muco/constrição
brônquica/dificulda
de na respiração

Pulmões
Resposta anafilática ao veneno da abelha
Alergia alimentar
• Mastócitos do trato
gastro-intestinal
• Contração da
musculatura
lisa/vômitos/diarréia
•  Permeabilidade das
mucosas – alérgenos
corrente sanguínea -
urticária
Pais alérgicos têm tendência para ter filhos alérgicos, no
entanto existem outros fatores que influenciam na
resposta do hospedeiro, ex: quantidade de exposição,
estado nutricional, presença de outras infecções crónicas
ou virais.
Hipersensibilidade tipo II

(mediada por Ac)


Hipersensibilidade Tipo II
• Mecanismo responsável pelas lesões teciduais nas
reações citotóxicas

• Consiste primariamente da interação de Ac IgG ou IgM


com Ag na superfíe de uma célula.

• Fixação do complemento/ADCC (Citotoxidade celular dependente de


anticorpos)

• Fagocitose
Hipersensibilidade
Tipo II induzida por agentes
exógenos
Citotoxicidade dependente de Ac e
mediada por células (ADCC):

• Receptores para Fc de IgG em NK, macrófagos, neutrófilos e


eosinófilos.
Mecanismos efetores da doença causada por anticorpos

Ex: anemia
hemolítica

Ex :
Glomerulonefrite
Mecanismos efetores da doença causada por anticorpos

Doença de Graves - hipertireoidismo Miastenia


Hipersensibilidade
Tipo II com anticorpos dirigidos a componentes celulares
(autoimunidade)
• Fragmentos de complemento e IgGs presentes como opsoninas nos
tecidos e microorganismos também vão activar fagócitos que
fagocitam as partículas opsonizadas

Factores determinantes desta reacção:

1- neutrófilos- aderência,metabolismo do O2, libertação de enzimas


lisossomos, quimiotaxia, fagocitose

2- Fatores quimiotáticos- mastócitos activados libertam factores


quimiotáticos de eosinofilos (ECF) e leucotrienos (LTB4); o LTB4 é
também produzido por macrófagos; LTB4,IL-1 e IFN- actuam no
endotélio de maneira a aumentar a aderência dos neutrófilos e
monócitos (C5a é também um forte quimiotático destas células).

3- Células T ativadas - libertam IFN- e um factor quimiotático


linfocitário (LDCF) com importância na infiltração dos macrófagos

4- Células NK- citotoxicidade em tecidos target


Os melhores exemplos deste tipo de reações
ocorrem em respostas a eritrócitos

- Transfusões de sangue (individuo que recebe uma


transfusão e possui anticorpos pré-existentes contra o
mesmo).
- Eritroblastose fetal
Hipersensibilidade tipo III
(mediada por imunecomplexos)
Tipos de doenças mediadas por
imune complexos

causa antígeno Sítio de deposição

Infecção bactérias, vírus,


persistente
Órgão infectado,
parasitas, etc. rins

Antígenos mofo, plantas, pulmões


antigenos
inalados
animais,etc
material injetado soro rins, pele, arterias,
articulações
autoimunidade Antígenos rins, articulações, arterias,pele
próprios
Reação estimulada por complexos imunes formados por Ac e Ag que
se depositam em determinados locais do organismo;

Os complexos vão induzir uma reação inflamatória que vai lesar o


tecido – sistêmico ou localizado;

• Ag exógenos: bactérias, vírus, fungos, parasitas, drogas;

•Situação normal: remoção dos complexos pelos fagócitos

• Eventos sistêmicos: aumento dos complexos na circulação;

• Danos teciduais.
Doenças mediadas por complexo imune

Lúpus eritematoso
As reações de hipersensibilidade tipo III são
aquelas produzidas pela existência de
imunocomplexos circulantes que ao
depositar-se sobre os tecidos causam a
ativação de granulócitos e macrófagos.
A reação sucede 4-6 horas após a entrada de
antígenos solúveis no organismo e a sua
união a anticorpos do tipo IgG.
Esta união causa a ativação da cascata de
complemento e a produção de C5a que
atrai granulócitos e macrófagos ao sítio da
inflamação.
Esta ativação causa dano tecidual caracterizado
pela presença de um infiltrado linfocitário.
Este tipo de hipersensibilidade é sintoma de
algumas doenças como endocardites,
glumerulonefrites, artrite reumatoide,
Lupus, etc……..
Hipersensibilidade tipo IV
(tardia ou mediada por células)
• Respostas iniciadas por LT – hipersensibilidade do
tipo tardia;

• Apresenta dois estágios: sensibilização e desafio;

1- Sensibilização: (1 a 2 semanas)
APC + Ag: células Th1

2- Desafio: (re-exposição ao Ag)


APC + Ag: Th1
(IFN gama – quimiotaxia, ativação de macrófagos, 18-
24h)
(IL-12 – inibição de Th2)
Reações de hipersensibilidade tardia

Tipo Tempo Aparência Células Antígeno e local


clínica

Dermatite 48-72 eczema LT, macrófagos epiderme: metais,


de contacto horas tardios venenos de
plantas, borracha,
látex
Tuberculínico 48-72 Endurecimento LT, monócitos intradermico:
horas local tuberculínico,
lepromina, etc.

granuloma 21-28 coceira macrófagos, Antígeno


dias fibroblastos persistente
estímulo crônico
infecção
Dermatite de contato
Granuloma
Inoculação do Ag via i.d.
Leitura: 48-72h
Diâmetro > 0.5mm = +

Teste de Mantoux (ppd)– Tuberculose


Teste de Machado Guerreiro – Chagas
Teste de Matsuda – Lepra
Teste de Montenegro - Leishmaniose
Reações de Hipersensibilidade do Tipo Tardio

• Lesão tecidual e inflamação


causadas pelas células Th1 e
macrófagos ativados são as marcas
características das reações de
hipersensibilidade do tipo tardio
(DTH)
Reações de Hipersensibilidade do Tipo Tardio

Uma resposta positiva ao teste cutâneo com tuberculina é um indicador clínico


para evidenciar infecção prévia ou ativa pela tuberculose.

 A perda de respostas de DTH a antígenos universalmente encontrados (p. ex.,


antígenos de Candida) constitui uma indicação de função deficiente de linfócitos T.

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