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Escola Municipal Governador Carlos Lacerda

Profa: Venus Brasileira Couy


Língua Portuguesa e Literatura
Turmas: 901, 902, 903 e 904
Turno: Manhã - 2020

Nome:_______________________________________Nº:________Turma:_______

Atividade remota

Caros alunos,
Olá! Procurem fazer as atividades de língua portuguesa e literatura com bastante
antecedência. Organizem o tempo e programem-se de forma a contemplar o estudo
remoto. Desta forma, vocês não passarão aperto e poderão realizar a leitura e a produção
de textos bem como a execução dos exercícios com calma e tranquilidade.
Bons estudos!
Um abraço,
Profa. Venus

Leia o texto e responda às questões.

Pandemia

É preciso adiar o fim do mundo para contar mais histórias.


Ailton Krenak

O contágio do vírus,
o contágio da palavra,
Susan Sontag parecia antever
“a doença como metáfora”,
aquela que durante muito tempo
não podíamos pronunciar o nome.
Como não nos lembrarmos do poeta Augusto dos Anjos que
por meio do carbono,
do amoníaco,
do verme,
dos aromas da decomposição,

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nos apresenta a “frialdade inorgânica da terra”?

No ano que traz a escrita de


um número duplicado,
algarismos que se fazem traço,
outra doença se espraia
algoritmamente
e se mostra
nas telas,
TVS,
macas,
corredores de hospitais,
UTIS,
calçadas.

Invisível, o vírus?

Como ficarão
as escaras,
os membros túrgidos,
as hemorragias,
as ínguas,
as sequelas,
o andar,
a voz,
as palavras não ditas?

A tuberculose, a gripe espanhola, a varíola, a aids, o ebola,


a febre aftosa,
a pele das palavras viraliza.
A lâmpada do poste está quebrada,
quem passou?

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____________________________
Leio no jornal:
“Abandono de animais se multiplica na pandemia e atinge cavalos e coelhos”,
As ruas choram o aumento dos cães.
Alguém disse que “os animais são ardilosos”,
será mesmo?

A boca do cão tem fome,


a do homem
está coberta por um pedaço de pano e
não se furta à dor
e à desolação dos tempos.
“Todos os dias agora são finais de semana”,
ouço de um morador que habita a rua.
A marquise não acalenta a fome
tampouco a solidão.

Quid in limine scriptum est?


O que está escrito na soleira da porta?
“A boca também é um tipo de cova”,
alguém escreveu,
alguém.

(Venus Brasileira Couy, poema inédito. Belo Horizonte, agosto de 2020)

Questões:

01- Quais são os temas abordados no poema? Comente.


02- Por que podemos dizer que o texto “Pandemia” é um poema?
03- Quais elementos que caracterizam a linguagem poética estão presentes no poema?
04- O que é intertextualidade? Pesquise, anote, reflita sobre o conceito.
05- O poema traz algumas referências intertextuais. Quais são?
06- A epígrafe que introduz o poema traz uma citação de Ailton Krenak. O que é uma
epígrafe? A respeito de que nos fala o autor? Qual a relação entre a frase de Krenak
e o que nos conta o poema?

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07- Por que Ailton Krenak e, sobretudo, os livros do autor, têm sido atualmente objeto
de discussão e análise nos jornais, na TV, na internet e em outras mídias? Pesquise
sobre a vida e a obra de Ailton Krenak, cite a fonte, e redija o seu texto. Utilize, para
tanto, a sua capacidade de síntese. Não se limite apenas a reproduzir as informações
coletadas.
08- Dê o significado de cada uma das palavras destacadas de acordo com o contexto do
poema: “pandemia”, “antever”, “metáfora”, “contágio”, “carbono”, “amoníaco”,
“decomposição”, “frialdade”, “inorgânica”, “espraia”, “escaras”, “túrgidos”,
“sequelas”, “ínguas”, “ardilosos”, “desolação”, “acalenta”, “soleira”. Se por acaso
houver outros vocábulos no texto que não foram elencados e você não souber o
significado, acrescente-os ao seu glossário procurando o significado de cada palavra
no dicionário. Anote tudo e cite a fonte pesquisada, conforme as normas da ABNT:
nome completo do autor iniciando pelo sobrenome, em caixa alta, nome do
dicionário, sublinhado, nome da cidade, da editora, ano de publicação e verbete. Se
a pesquisa for realizada na internet, cite também o site e a data do acesso.
09- Construa com as palavras mencionadas frases afirmativas, negativas e interrogativas
à sua livre escolha, contando que haja pelo menos dezoito frases.
10- Dê um novo título ao poema.
11- O poema apresenta rimas? Caso afirmativo, quais são? Como é o ritmo e a
musicalidade do poema?
12- O que são “versos brancos”? Pesquise. Cite exemplos retirados do poema
“Pandemia”.
13- Há estrofes no poema? Caso afirmativo, quantas são? O que é uma “estrofe”?
Conceitue, exemplifique.
14- Pode-se afirmar que o poema “Pandemia” em alguns momentos se aproxima de um
texto em prosa. Por quê? Cite dois exemplos de gêneros textuais em prosa.
15- Em “Pandemia”, a poeta cria um neologismo: “algoritmamente”. O que é um
“neologismo”? Pesquise, conceitue. O que o neologismo utilizado no poema sugere?
Reflita, anote. Por que muitos escritores têm o hábito de criar neologismos? Qual a
função dos neologismos em um texto literário?
16- Crie um neologismo que remeta à questão da pandemia. Construa um período
simples e um composto com o neologismo. Lembre-se para tanto dos conceitos de
período simples e composto estudados anteriormente. Não se recordou? Pesquise,
anote, reflita.

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17- O poema faz referência ao poeta Augusto dos Anjos. Construa uma minibiografia
sobre um dos poetas mais importantes e singulares da Literatura Brasileira.
Destaque no seu texto os pontos essenciais da obra e da vida do poeta. Sintetize as
informações coletadas. Redija o seu texto lembrando-se dos princípios da clareza e
da coesão textuais.
18- Pesquise um poema de Augusto dos Anjos e o reproduza no caderno. Cite a fonte e
a data de acesso.
19- O poema “pandemia” apresenta uma série de enumerações. O que é uma
“enumeração”? Pesquise, anote, reflita. Quais efeitos a enumeração traz?
Exemplifique com algumas enumerações presentes no poema.
20- Por que se pode dizer que o verso “Invisível, o vírus?” contém uma ironia. Em que
consiste a figura de linguagem chamada “ironia”? Pesquise, anote, reflita.
21- Há outras “figuras de linguagem” presentes no poema? Caso haja, quais são? Cite e
exemplifique.
22- O que é uma “metáfora”? Explique e exemplifique com um verso do poema.
23- O que é uma “metonímia”? Explique e exemplifique com um verso do poema.
24- Quais são as doenças mencionadas no poema? O que têm em comum com a
COVID- 19?
25- Nos versos:
“A lâmpada do poste está quebrada,
quem passou?
____________________________”,
o que o espaço em branco sugere? Comente.
26- Nos versos:
“A boca do cão tem fome,
a do homem
está coberta por um pedaço de pano e
não se furta à dor
e à desolação dos tempos”,
o conectivo destacado “e” não imprime o sentido habitual de soma, adição. O que
expressa então? Crie um período composto em que o “e” também não tem valor
aditivo.

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27- O poema traz alguns pronomes. Conceitue “pronome”. Pesquise, anote. Retire três
exemplos de pronomes que se encontram no poema. Construa um período simples
com cada um deles.
28- O poema traz uma manchete de jornal. Qual é a manchete? Como o texto
jornalístico e o poético dialogam no poema? Que efeito isso provoca?
29- O que é uma “manchete”? Pesquise, anote, reflita.
30- Crie uma manchete para a primeira página de um jornal de Belo Horizonte que
tenha como tema a pandemia e seja impresso no mês de setembro de 2020. Utilize a
“caixa alta” para escrever a manchete.
31- Releia os versos:
“Todos os dias agora são finais de semana”,
ouço de um morador que habita a rua.
A marquise não acalenta a fome
tampouco a solidão”.
Como o poema dá voz, nesses versos, aos que frequentemente não a têm? Quais as
questões abordadas nos versos?

32- O poema traz um verso escrito em língua estrangeira. Qual é a língua utilizada?
Qual é a tradução do verso apresentada logo em seguida no poema? Que efeitos o
uso da língua estrangeira produz?
33- O que sugere o verso “A boca também é um tipo de cova”? Comente.
34- Releia os dois últimos versos do poema:
“alguém escreveu,
alguém”.
Qual é a figura de linguagem que está presente nos versos? Qual é o conceito dessa
figura de linguagem? Pesquise, anote, reflita. O que os versos sugerem?
35- Leia os versos:
“A boca do cão tem fome,
a do homem
está coberta por um pedaço de pano e
não se furta à dor
e à desolação dos tempos.
‘Todos os dias agora são finais de semana’,
ouço de um morador que habita a rua.

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A marquise não acalenta a fome
tampouco a solidão”.

A partir dos versos destacados do poema “Pandemia”, redija uma estrofe com, no
mínimo, sete versos que finalize o texto.

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