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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MMª VARA DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVIL DO FORO DA COMARCA DE ILHABELA – SP.

PROCESSO Nº 0000620-18.2021.8.26.0247

AUTOR: ARAUJO LIMA DE JESUS, pessoa física inscrita no CPF: 141.570.698-03,


residente e domiciliário na Rua Major João nogueira de lima nº 32 - Pereque – Ilhabela,
na ação de PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – PERDAS E DANOS em face
a RÉ: PEFISA – PERNAMBUCANAS FINANCIADORA S/A, inscrita no CNPJ:
61.099.834/0192-90, vem respeitosamente perante esse Exmo. Juízo, em
cumprimento a determinação de apresentação da Replica.

Termos em que pede deferimento


11 de outubro de 2.021

DA REPLICA:
O Autor requer que seja deferido indenização de danos morais cabíveis, pois passou
por um grande constrangimento na loja física da ré PEFISA – PERNAMBUCANAS
FINANCIADORA S/A, uma vez que a mesma afirmava que o autor estava com débitos
em seu sistema, “ou seja (devendo)”, não o obstante, cumpre salientar que o autor
estava em dia com os pagamentos, pertencentes a ré.

Art. 42 CDC - Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido
a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Defendemos nossa tese inicial, justificando que os tribunais do estado de São Paulo
estão esgotados de alegações de defesa pedindo a impugnação dos pagamentos por
danos morais, e o réu para basilar seu pedido, na tentativa infrutífera de levar a vossa
excelência ao erro, justifica interpretando de forma equivocada a SUMULA 385.

Ressaltamos que Sumula 385 do STJ diz que “Da anotação irregular em cadastro de
proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente
legitima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento”.

A mencionada súmula foi editada com a finalidade de unificar o entendimento de que,


quando um órgão de proteção ao crédito inscreve o devedor inadimplente em seus
cadastros sem a previa notificação deste, e tal devedor já́ possui em seu nome outras
inscrições legítimas, não há dano moral a ser aplicado, pela falta de notificação. Isso
foi esclarecido no agravo em recurso especial nº 364.115-MG da 4º turma do STJ.

De acordo com esse julgado a súmula tem aplicabilidade específica. Referindo-se


apenas às hipóteses em que a indenização é pleiteada em face do órgão mantenedor
do cadastro de proteção ao crédito, que deixa de providenciar a notificação prevista
no art. 43, § 2º, do CDC antes de efetivar a anotação do nome do devedor no cadastro.

Ou seja, vossa excelência não estamos pedindo danos morais porque a referida PEFISA
– PERNAMBUCANAS FINANCIADORA S/A sujou o nome do autor indevidamente,
estamos pedindo danos morais por constrangimento em PÚBLICO DE FORMA
INJUSTA.

Nas fls 43 o réu afirma que houve erro em seu sistema corroborando:

Com efeito, o nome do autor foi apontado junto ao SERASA em


04/11/2020, contudo, constatado o erro a respectiva baixa
ocorRé em 06/11/20.
Diante de todo o exposto, evidente que a cobrança ocorRé de
forma indevida, por erro no processamento do pagamento,
porém, mesmo assim o autor....

(Grifo nosso)

Em vista disso grifamos as fls.43 onde a ré afirma que a respectiva baixa de pagamento
somente ocorRé em 06/11/20, fica novamente evidenciado que o constrangimento em
PÚBLICO ocorRé por falha ADMITIDA pela Ré.

Podemos ainda afirmar que tal cartão de credito oferecido pela ré não atende o fiel
acordo prometido, ou seja, uma vez que não cumprido o referido acordo de crédito a
seus clientes, seja por equivoco / falha interno de sistema, é de se pensar que o serviço
oferecido torna-se propaganda enganosa, não obstante vossa excelência os danos
morais são totalmente válidos em ambos os cenários.

Nas fls 45, o patrono JOSÉ PEDRO DORETTO advogado de defesa da ré, ofende o autor
dizendo:

Com efeito, o documento acima mencionado demonstra que o


autor é CONTUMAZ DEVEDOR, portanto, segundo os termos da
Sumula 385 do C. STJ, não há dano moral quando a litigante não
preza pelo próprio nome, permitindo o apontamento de outros
débitos inadimplidos.

(Grifo nosso)

Acontece-se que as dívidas acometidas no passado ocorreram em um tempo de


desemprego e o autor sendo ARRIMO DE FAMÍLIA, se desdobrou como pode, para
colocar alimento na mesa de sua família, mesmo estando afastado muitas vezes por
motivos de doença crônicas de sua coluna, foram poucas as vezes em que sua família
passou necessidade, pois o autor sempre se esforçou ao máximo para que isso não se
acontece.
Portanto o advogado de defesa em nada conhece o autor e sua vida para
simplesmente resumi-lo dizendo que o mesmo não preza pelo próprio nome, todavia
a melhor sorte não lhe assiste, muito menos seus argumentos pejorativos merecem
ser ouvidos, pois todo arrimo de família de classe baixa, vossa excelência, deverá ser
entendido de forma diferencial, pois sua renda mensal é diferente, portanto
afirmamos que o autor não teve a sorte de cursar direito ou curso profissionalizante de
sua vontade e tão pouco um pai ou terceiros para pagar os boletos de sua faculdade,
pois os pais do autor faleceram em sua adolescência.

Todavia esse não é o tema a ser discutido, uma vez que os danos morais são
pretendidos por constrangimento em público, ou até mesmo pela propaganda de
cartão de credito falha oferecida pela PEFISA – PERNAMBUCANAS FINANCIADORA
S/A, portanto o autor requer o deferimento dos danos morais pois tal pedido em nada
fere a referida súmula supracitada.

Código de Defesa do Consumidor - art. 14:


“O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.”

O Código também ampara o consumidor que se viu lesionado por um fornecedor de


serviços, com a justa reparação dos danos morais e patrimoniais causados e
comprovadamente documentados:

DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, REQUER:

– A aplicação do CDC em toda a sua extensão vez que o CODECON, é de ordem pública
e interesse social;
– Considerar o artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor;
– Considerar o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor;
– Por fim fica-se evidenciado a má qualidade do serviço prestado e a responsabilidade
pelos danos causados ao autor conforme as diretrizes do direitos do Código de Defesa
do Consumidor. Pois vossa excelência o deferimento de danos morais neste litigio no
valor de 10.000,00 Dez mil reais, sem sombra de dúvida, acarretará um resultado
educativo, a ré PEFISA – PERNAMBUCANAS FINANCIADORA S/A, bem como
promoverá de certo mais respeito ao cliente.

Ilhabela 11 de outubro de 2.021

Nesses termos pede deferimento.

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