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AULA
Direitos sociais do menor
Meta da aula
Demonstrar, sucintamente, os fundamentos e
conseqüências dos direitos do menor.
objetivos
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avaliar a influência do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA) nas relações sociais
e de trabalho do menor;
INTRODUÇÃO Desde a Antigüidade, o trabalho dos menores vem sendo utilizado ou por
necessidade de aprender uma profissão, colocando-o a serviço da própria
família ou de outrem, ou por dificuldade econômica das famílias, principal
fator responsável pela exploração de que são vítimas.
A legislação tutelar do menor remonta ao século XIX, iniciando-se nos países
industrializados. Surgiu, em 1802, na Inglaterra, com o “Ato da Moral e da
Saúde” (Moral and Health Act), que pretendia proteger os trabalhadores da
indústria da lã e do algodão e proibia o trabalho noturno do menor nas oficinas
dos povoados. As restrições ao trabalho do menor foram aumentando, com o
passar do tempo, na Europa e no mundo.
Na América Latina, o Brasil foi o primeiro país a editar normas de proteção ao
trabalho do menor. Em 1891, apesar de nunca ter sido aplicado, foi criado o
Decreto nº 1.313, a fim de regulamentar o trabalho dos menores de idade,
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nas fábricas do Distrito Federal.
Vários outros
decretos nacionais foram
editados, porém nunca chegaram a
ter um resultado efetivo. Finalmente, em
1927, o Decreto nº 17.943-A aprovou o Código
de Menores, proibindo o trabalho de menores de
12 anos e o trabalho noturno dos menores de 18
anos assim como o emprego de menores de 14 anos
em praça pública.
Em 1943, um capítulo inteiro da CLT é destinado
à proteção do menor, completando várias leis
sobre o tema, sobretudo no que se refere ao
aprendiz. Em 1990, com a Lei nº 8.069,
publicou-se o Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA).
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A Constituição de 1988 proibiu o trabalho noturno
perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos.
AULA
A Emenda Constitucional nº 20 fixou o limite mínimo
de idade inferior, apenas como aprendiz, a partir de
14 anos e alterou o limite da idade para 16 anos para o
trabalho infantil.
Em 2000, o Brasil ratificou a Convenção nº 182, da OIT,
sobre proibição das piores formas de trabalho infantil
e a ação imediata para sua eliminação.
Atividade 1
Suzana trabalha na função de aprendiz numa rede de supermercados, na cidade
de Valença. No dia 05 de janeiro de 2007, choveu muito na cidade de Valença e
o mercado onde Suzana trabalha ficou inundado, tendo que fechar suas portas à
população. A época era de grande procura, pois estava perto das festas natalinas.
O patrão de Suzana exigiu que todos os trabalhadores fizessem horas extras, em razão
de força maior, para compensar o prejuízo sofrido. Contudo, Suzana trabalha até 21h,
e, para realizar as horas extras exigidas, trabalharia até 23h. Pode Suzana prestar as
horas extras exigidas? Vale lembrar que ao menor aprendiz é permitida a realização
de horas extraordinárias, no caso de força maior.
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Resposta
Ainda que haja a permissão de Suzana realizar horas extraordinárias em função
da força maior, o Estatuto da Criança e do adolescente e a CLT proíbem,
expressamente, que o menor realize serviço noturno, que começa a ser contado a
partir das 22h. Nesse caso, em razão da proteção ao menor, utilizamos a lei mais
benéfica, ou seja, a proibição de trabalho noturno ao menor.
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incompletos.
A Emenda Constitucional
nº 20 alterou o inciso XXXIII do Art.
7º da Constituição Federal ao dispor que “é
proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos”.
Logo, no Direito do Trabalho, são considerados absolutamente
incapazes os menores de 16 anos, exceção feita ao aprendiz, que
poderá ter 14 anos ou mais. Já os relativamente incapazes são
os menores de 18 e os maiores de 16 anos ou, se aprendizes,
os menores de 16 anos e maiores de 14 anos.
O menor de 14 anos será sempre considerado
absolutamente incapaz.
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TRABALHO DO MENOR – CAPÍTULO IV,
DO TÍTULO III DA CLT
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O menor, para a legislação trabalhista, é o empregado de 16 a
18 anos. Esse trabalhador terá todos os direitos previstos na CLT, com
algumas especificidades para protegê-lo.
A duração máxima da jornada do menor é de oito horas diárias e
os intervalos são os mesmos dos adultos. Contudo, é proibido trabalhar
em regime de horas extraordinárias, salvo quando decorrentes de acordo
de compensação de horas ou, nos casos de força maior, quando o trabalho
do menor for imprescindível.
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CONTRATAÇÃO E DESLIGAMENTO
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RECIBOS
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É permitido ao menor de 18 anos firmar o recibo pelo pagamento
dos salários, entretanto, quando da quitação das verbas rescisórias, ele
deverá estar assistido pelos responsáveis legais, sob pena de nulidade.
Os pais não poderão assinar sozinhos a quitação, pois, no ato, o menor
deverá estar assistido e não representado.
MENOR APRENDIZ
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TRABALHO EDUCATIVO
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não gera vínculo empregatício.
As exigências pedagógicas
e a profissionalização deverão
prevalecer sobre o escopo produtivo, do
contrário essa modalidade de trabalho restará
descaracterizada, permitindo que se
sobreponha à relação de emprego.
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A tutela é integral por determinação da CF, que determina e
assegura os direitos fundamentais de todas as crianças e adolescentes,
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sem discriminação de qualquer tipo.
Essa nova teoria tem seu alicerce jurídico e social na Convenção
Internacional sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembléia
Geral das Nações Unidas.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, desse modo, volta-se para o
desenvolvimento da população jovem do Brasil, garantindo proteção especial
àqueles que são o segmento pessoal e social mais sensível da população.
CONSELHO TUTELAR
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Atividade Final
Cristina e Gilmar se conheceram num ato político pelas ruas
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Hoje temos várias crianças vivendo embaixo de viadutos, sem a assistência garantida na
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Constituição, ou seja, moradia, educação, saúde, dentre outros direitos. As autoridades
fecham os olhos para essas crianças, que, muitas vezes, são verdadeiros adultos, para
sua sobrevivência na rua. Temos várias ONGs que ajudam os meninos e meninas de
rua, oferecendo alimentação e vestimentas. Como nós, contribuintes, trabalhadores
e pessoas preocupadas com o nosso futuro, considerando que a criança é o futuro da
nossa Nação, poderíamos mudar essa situação? Reflita e redija um pequeno texto. Não
deixe de apresentá-lo em seu pólo, contribuindo, dessa forma, para uma discussão
sobre o tema.
RESUMO
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