O absolutismo no Leste nasceu em virtude da coerção do senhor feudal terra
sobre os campesinos no século XVI. Ao contrário do absolutismo praticado no
Ocidente, no qual o estado absoluto representou uma estrutura recolocada de uma classe feudal como compensação ao fim da servidão, na conjuntura de um desenvolvimento das cidades que esta classe não obteve êxito no controle total, o absolutismo no Leste, colocou-se como uma estrutura repressora e violenta que proveu as terras comuns dos pobres para concretizar a servidão, numa circunstância de não existência de cidades independentes. Em suma, o absolutismo no Oriente, teve como significado um novo mundo a ser inserido, de cima para baixo. O conceito de que a luta de classes não é o suficiente para esclarecer o nascimento de outra forma de absolutismo, pode ser o passo inicial para a reinserção do processo da segunda sujeição no sistema político internacional da Europa feudal, em sua derradeira etapa. O absolutismo do leste determinou-se através das repressões do sistema político internacional, onde a nobreza se integrava na nova burocracia por ela estabelecida. Diferentemente do ocidente, no oriente, não existiu o comércio de cargos e o serviço público foi profissional, não havendo uma classe burguesa na cidade, sendo desnecessário um setor mercantil. O acordo firmado entre monarquia e aristocracia, instituía o absolutismo em contrapartida à servidão, ocasionando o fim do sistema de Estados. As cidades se rebelaram por conta da elevação de preços e do aumento de impostos, porém as revoltas foram facilmente debeladas, sobretudo contra os camponeses, impedindo a mobilidade dos camponeses prendendo-o à terra como determinava a legislação senhorial, e não em impor-lhes tributos como no ocidente. O papel do absolutismo estava em transformar a teoria jurídica em prática econômica, pois as leis já não tinham tanta autoridade o que tornava forçoso um mecanismo centralizado e repressor, com o intuito da defesa da nobreza feudal seja dos adversários estrangeiros como dos próprios camponeses do leste. Deve-se destacar que se constitui em um erro atribuir o impacto do maior progresso econômico do ocidente ao Leste, como única ou maior responsável pela resposta da classe senhorial, visto que os investimentos estrangeiros eram ínfimos e o comércio exterior representa um pequeno percentual, pois o sistema feudal não tinha capacidade para formar um sistema econômico internacional integrado. O impacto do Ocidente sobre o Oriente percebeu-se no campo político e não na economia, uma vez que o meio de produção baseava-se na coerção extra econômica, na conquista, e não no comércio. Ou seja, a intermediação acontecia pela força militar, no qual o Leste viu-se impelido a aderir ao absolutismo. Essa pressão militar do Ocidente sobre o Oriente foi indireta e temporária, e não se deu igualmente nem alcançou os mesmos resultados para todo o Leste. A Suécia foi o flagelo do Leste, quando através das guerras impacta a Prússia, Polônia e a Rússia, colocando-se como uma das maiores expansões militares absolutistas da Europa. No século XVIII o absolutismo alcançou seu auge político, pois existia uma espécie de entendimento, uma reconciliação entre monarquia e nobreza.