Você está na página 1de 2

ARRIGHI, Giovanni.

A Ascensão do Leste Asiático e a Desarticulação do


Sistema Político Mundial.

- Começa propondo a hipótese de que a ascensão do leste asiático tem relação


íntima com a crise do sistema de Estados (na época em que o texto foi escrito,
1996).

- O Leste Asiático têm peculiaridades: alguns Estados são protetorados militares


outros não tem plena autonomia soberana e efetivamente são cidades-Estados; a
peculiaridade econômica foi a de que a integração na economia capitalista não tem
sido como a da América Latina – uma integração vertical. Ela tem sido através de
uma diáspora comercial (p. 8). Outra peculiaridade política é a hipertrofia de poder
de algumas jurisdições políticas em relação a outras (p. 8);

- Após a Segunda Guerra Mundial, foi a vez dos Estados Unidos de estabelecerem
um sistema de comércio na região, tomando alguns países da região como
protetorados militares. Este processo teve paralelo com o capitalismo das cidades-
Estados italianas, “terceirizaram” o domínio político-territorial para Espanha e
Portugal, caso parecido com o Japão, que alienou a responsabilidade militar para os
EUA. (p. 9).

- O Japão pode se concentrar na expansão de seu capital e sua riqueza, protegidos


e impulsionados pelos gastos militares dos Estados Unidos para proteger o Japão
(p. 9). As dificuldades econômicas que os EUA passaram a sofrer depois da guerra
do Vietnã fizeram com que esse país passasse a depender em grande medida do
financiamento do capital japonês (p. 10).

- Além disso, os limites na Guerra do Vietnã obrigaram os EUA a eliminar a


exclusão da China e incorporá-la no sistema de comércio criado no Leste da Ásia.
Com um grande potencial em mão-de-obra, os chineses passaram a fazer parte
desse sistema por causa das enormes e extremamente competitivas reservas de
mão-de-obra, além do capital dos chineses emigrados que passou a voar para a
China a partir de suas mãos (p. 11).
- Passa a falar da expansão do capitalismo, que se deu por uma sucessão de
formas variadas de jurisdições políticas, passando pelas cidades-Estados genovesa
em aliança com o poder imperial ibérico; depois se concentrou sob a jurisdição de
um aglomerado de Estados semi-soberanos que eram os Países Baixos; depois sob
a forma de um Estado imperial mundial com a Grã-Bretanha. Mais tarde, as
economias nacionais ficaram pequenas demais para competir militar e
economicamente, tendo surgido Estados continentais como os EUA e a URSS (p.
12-4).

- Crise do Estado-nação sob a hegemonia estadunidense: As estratégias


estadunidenses de hegemonia aprofundaram a crise da soberania estatal, criando
Estados quase soberanos e minando o poder dos Estados maiores.

I. Primeiro com a estratégia de governo mundial com as organizações internacionais


restringindo a soberania estatal de várias maneiras (Nações Unidas e Bretton
Woods) (p. 15).
II. Alianças militares
III. Sistema monetário mundial.
IV. Abertura comercial (administrada pelos próprios EUA) dos aliados
V. Incorporação vertical das economias nacionais por meio da transposição de
multinacionais americanas nessas economias, visando o controle do comunismo e
do nacionalismo, ao mesmo tempo em que estabelecia controle sobre os
rendimentos e as fontes de suprimentos nesses países (p. 16).

- Esta última provocou inclusive o enfraquecimento dos Estados Unidos, a partir da


fuga de capitais para o mercado de eurodólares.

Você também pode gostar