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ÍNDICE

1. Introdução.............................................................................................................................3
2. Conceitos chaves.....................................................................................................................4
2.1. Países em vias de desenvolvimento (PVD’s)...................................................................4
2.2. Sistema de saúde..............................................................................................................6
3. Aspectos culturais e comportamentais em saúde....................................................................6
3.1. Brasil................................................................................................................................6
3.2. China................................................................................................................................8
3.3. Índia..................................................................................................................................9
4. Ambiente e saúde global.......................................................................................................10
5. Conclusão..............................................................................................................................14
Referências bibliográficas.........................................................................................................16
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema, Sistema de saúde de países em vias de desenvolvimento.
Reconhecendo a complexidade numérica e de circunstâncias destes países, o estudo irá
abranger três países de três continentes distintos, dos quais destacamos: Brasil, China, e Índia,
estes países possuem um denominador comum, são membros da comunidade BRICS, fundada
em 2009, constituída por Brasil, Rússia, Índia, China e South África, todos eles são
caracterizados por mercados emergente em relação ao seu desenvolvimento económico. E
todos os países são membros da Organização das Nações Unidas (ONU) que a partir da
Organização Mundial de Saúde (OMS) planificam, delimitam a qualidade, metas e objectivos
para o sistema mundial de saúde que tem sido replicado pelos países do mundo. E para além
dos indicadores mencionados os países escolhidos possuem histórias diversificada, do ponto
de vista político, económico e público organizacional.

Apesar das dificuldades de falta de material consistente, que aborda sobre o tema em análise,
procuramos de forma audaciosa, responder à seguinte pergunta, como estão apresentados os
sistemas de saúde dos países em via de desenvolvimento? A pergunta macro é coadjuvada por
duas outras perguntas, que influencias os aspectos culturais trazem para os comportamentos
dos sistemas sanitários nos países em via de desenvolvimento? E qual é a situação ambiental e
global de saúde? Estas perguntas permitiram a definição dos objectivos do trabalho a partir da
seguinte formula: objectivo geral – analisar os sistemas de saúde de países em via de
desenvolvimento; e objectivos específicos- localizar a compreensão dos termos “países em via
de desenvolvimento” e “sistema de saúde”; apresentar os aspectos culturais e os
comportamentos sanitários; e identificar o senário global dos sistemas de saúde em países em
via de desenvolvimento tento em conta a limitação do trabalho.

Metodologicamente, o trabalho obedeceu a análise bibliográfica auxiliada pela técnica


hermenêutica textual, mergulhada em material bibliográfico que trata sobre conteúdos
relacionado com a temática em abordagem. Sob a ordem de uma pesquisa exploratória
baseada no método indutivo. O trabalho para além da introdução e conclusão, apresenta 3
pontos nos quais no primeiro, procurou-se localizar os entendimentos dos termos, no segundo
ponto, tentou-se enquadrar a influencia dos aspectos culturais nos sistemas de saúde,
identifica a situação ambiental e global dos sistemas de saúde dos países em via de
desenvolvimentos baseando-se na limitação do trabalho.

3
2. Conceitos chaves
2.1. Países em vias de desenvolvimento (PVD’s)
Os países em via de desenvolvimentos são classificados como aqueles m que a qualidades de
vida dos cidadãos é media. Esta classificação coloca os PVD’s entre os Países desenvolvidos
e os países subdesenvolvidos. Os primeiros apresentam Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) elevado, os segundos apresentam o IDH, extremamente baixo.

De acordo com (Leftwich, 2000), em 1970, a Organização Internacional do Trabalho e o


Programa Mundial de Emprego, começaram a chamar a atenção para a importância do
emprego na redução da pobreza e na promoção do desenvolvimento, o que veio a ser
chamado de "necessidades básicas. Nestas perspetivas, o desenvolvimento usado para
caracterizar os países Subdesenvolvidos, em via de desenvolvimento e desenvolvidos, passa a
ser um processo de satisfação das necessidades humanas básicas, oferecendo oportunidades
para o pleno desenvolvimento físico e mental dos indivíduos.

Nesta ordem de entendimentos, de acordo com (Leftwich, 2000) as necessidades humanas


básicas das quais a ideia de desenvolvimento devia cobrir dividia-se em cinco características
principais:
1. Bens Básicos do consumo familiar (incluindo Moradia, alimentação e vestuário);
2. Serviços básicos (incluindo educação primária e de adultos, água, saúde e transporte);
3. Participação na tomada de decisões;
4. O cumprimento dos direitos humanos básicos e;
5. Emprego produtivo (para gerar renda suficiente para uma família atender às suas
necessidades de consumo).

Amartya Sen, entende a ideia de desenvolvimento consubstanciada a não privação da


liberdade individual, neste caso, segundo (SEN, 2018, p. 48) existem cinco categorias de
liberdades que promovem desenvolvimento, na medida em que as pessoas comunicam entre si
e fazem trocas de bens e serviços de forma livre, dentre elas:
1. Liberdades políticas, que permitem às pessoas moldar o governo e a política governamental
e manter a responsabilidade;
2. Facilidades econômicas, que constituem as oportunidades para os indivíduos usarem
recursos para consumo, produção ou troca;

4
3. Oportunidades sociais, que se referem aos arranjos que as sociedades fazem para os
cuidados de saúde e educação, por exemplo, que têm também valor instrumental no
fornecimento de uma participação mais efetiva na vida política e econômica;
4. Garantias de transparência, que são essencialmente garantias de confiança social e pública
alcançadas por meio de 'divulgação e lucidez', que podem limitar a corrupção e a corrupção; e
5. Segurança protetora, que é uma liberdade instrumental para o desenvolvimento na medida
em que fornece uma rede de segurança social institucional que evita que as pessoas sejam
reduzidas à pobreza abjeta e à fome.

As avaliações do IDH para definição do nível de desenvolvimento de um país, levam em


consideração três critérios, Saúde, educação e aquisição de renda. No caso de saúde 1 de
acordo com Rafael de Souza2 avalia-se “a qualidade de vida, especificamente a esperança de
vida ao nascer. Isso significa que é importante saber quanto da população tem acesso a
medicamentos, vacinas, tratamentos de saúde, entre outros. Essa dimensão também leva em
conta taxas de natalidade, mortalidade infantil e índices de violência, visto que essas taxas
estão relacionadas ao bem-estar social”

Entretanto, os PVD’s, diferentemente dos países subdesenvolvidos, apresentam um índice de


desenvolvimento humano elevado, mas não muito elevado como os países, desenvolvidos. E
na maior parte deles apresentam uma economia emergente, isto em constante crescimento,
com um ajuste político mais virado para a melhoria de qualidade de vida dos seus cidadãos.
Estes países não apresentam um modelo político único. Cada um deles articula-se ao seu
próprio modelo.

De acordo com o (UNDP, 2022), os países da BRICS, os quais nos propomos a analisar,
estão na lista dos países que apresentam IDH, elevado, mas não muito elevado, como o caso
dos países desenvolvidos, que apresentavam até 2021, o valor de IDH variável entre, 0,962 à
0,800. Os países em via de desenvolvimento, possuíam até 2021, duas categorias de avaliação
de IDH por isso foram distinguidos entre elevado e médios, no caso dos países com IDH,
elevado varia entre 0,796 à 0,703. O medio, o IDH varia entre 0,699 a 0,550. Para os países
subdesenvolvidos apresentam o IDH baixo nos quais varia entre 0,549 a 0,385. Na maior

1
Abordaremos , de forma muito breve, apenas, as classificações de saúde para que o texto não seja extenso.
2
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-que-indice-desenvolvimento-humano-idh.htm. Acesso aos
29 de Maio de 2023.
5
parte dos países com o IDH baixo encontram-se significantemente os países da África
localizados no sul de Sahara.

Os países da BRICS mencionados nesse trabalho, tem as suas especificidades, isto é, fazem
parte dos países em via de desenvolvimento porque estes apresentam alguns elementos ainda
não concluídos do ponto de vista das categorias de desenvolvimento apresentadas pelos
órgãos delimitadores como é o caso do FMI, Banco Mundial e a ONU.

2.2. Sistema de saúde


De acordo (Chaves, 1980) um sistema é conjuntos de partes que agregam um mesmo
elemento. Nestes entendimentos, para o autor um sistema de saúde é a relação que o conjunto
de instituições prestadoras de serviços de saúde mantém entre si. Enquanto sistema, tal como
postulado pela teoria geral dos sistemas de (Bertalanffy, 2010), referindo-se a uma inter-
relação entre seus elementos componentes onde o todo ou o sistema em si não pode ser
reduzido a análise separada de seus componentes. No caso concreto ao afirmar-se neste
trabalho sobre o sistema de saúde estar-se-ia a falara do conjunto de todas as partes
prestadores de serviços de saúde nos países escolhidos para este trabalho.

3. Aspectos culturais e comportamentais em saúde


Abordar sobre os aspectos culturais e comportamentais em saúde dos países em
desenvolvimento é bastante complexo, porque os países por si só já apresentam uma
complexidade e além disso, são vários os países na lista dos países em desenvolvimento. Daí
que, reduzimos em três, por isso que nesta parte do trabalho o foco estará virado para Brasil,
China e Índia que fazem parte da lista dos países em desenvolvimento.

3.1. Brasil
Heimann (2021) explica que, no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi integrado na
Constituição Federal de 1988. O modelo de saúde brasileiro é híbrido, ou seja, os serviços de
saúde pública são de responsabilidade do Estado e divididos entre o Sistema Único de Saúde
(SUS) (que oferta serviços de saúde pública para 75% da população) e o setor privado de
saúde, que oferta seus serviços de saúde aos pagadores de planos de saúde, que representa em
média 25% da população.

6
O SUS brasileiro é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, levando em conta a
dimensão continental do território brasileiro (8.511.965 Km²), tamanho da população (212
milhões), quantidade de Unidades Básicas de Saúde (UBS) (42 mil), e número de
profissionais da saúde (2.891.949). Os hospitais no Brasil são públicos e privados, sendo que
63,66% (4.267 hospitais) são privados e 36,33% públicos (2.435, hospitais). O setor da saúde
representa 9% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que o Estado representa em média 3%
destes gastos e outros 6% são individuais (Heimann, 2021).

É devido a extensão do país que os aspectos culturais e comportamentais em saúde apresenta


diversidade. De acordo com (ALVES; OLIVEIRA, 2018, p. 2), estes são grandemente
associados com vários processos de vida do ser humano no Brasil. Estão presentes em
contextos políticos, gestores e inclusive na perspectiva de saúde e doença. A disparidade de
fatores levou ao desenvolvimento de diferentes estratégias para permitir uma maior equidade
na assistência à saúde. Ainda de acordo com a concepção dos autores, as características
socioculturais encontraram um campo fértil no que tange a aplicações e adequações
necessárias para o campo da saúde coletiva. São formas de conhecimento que auxiliam na
interpretação e questionamentos inseridos na antropologia política e voltada a área da saúde.

Os aspectos culturais estão inseridos em diversas áreas da saúde principalmente naquelas mais
estigmatizadas pela sociedade tais como infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV) e doenças mentais, dai que, a compreensão desses factores pode levar a melhores
desfechos em relação a direcionamento em saúde e inclusive no próprio tratamento.

Ademais, (Heimann, 2021) sustenta que assistência à saúde brasileira é organizada por níveis
de atenção, sendo dividido o atendimento e a prestação dos serviços de saúde pelo nível de
complexidades: a Atenção Básica (realizados nas unidades básicas de saúde), de Média e de
Alta Complexidade (MAC) (serviços de urgência e emergência, hospitais de grande porte, uso
intensivo de tecnologia). Quanto mais complexo for o serviço prestado maior é a
concentração de uso de tecnologias médicas, o que tem concentrado cada vez mais os recursos
destinados ao SUS ao longo da última década.

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3.2. China
A cultura chinesa é de autocuidado, uso de práticas integradas para a resolução de problemas
básicos de saúde. A Biomedicina chinesa reconhece a importância do autocuidado, o que é
observado pelo intenso apelo para a adoção dos chamados estilos de vida saudáveis, que se
confundem com comportamentos preventivos das principais doenças crônicas, cada vez mais
importantes com o aumento da longevidade (Contatore, Tesser, & de Barros, 2021, p. 9).

O autocuidado é valorizado nas medicinas tradicionais, as quais substancialmente estimulam


práticas para sua efetivação. Nas últimas quatro décadas, houve uma crescente procura e
valorização das chamadas Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI),
entendidas como cuidados em saúde que não pertencem à mainstream medicine, com seu
aumento exponencial de pesquisas científicas e progressiva institucionalização de parte delas
nos sistemas nacionais de saúde. Biomedicina por sua iatrogenia clínica, social e cultural, mas
também por sua ação no rompimento do equilíbrio entre o cuidado autônomo e heterônomo.

Na China, a saúde pública foi criação do Partido Comunista Chinês após a Revolução
Comunista de 1949. É o maior sistema público de saúde do mundo, pois representa os
serviços de saúde para uma população superior a 1,3 bilhões de habitantes. O número de
hospitais na China é da ordem de 33 mil em 2018, sendo divididos entre hospitais privados e
públicos. Os hospitais privados representam 64,13% do total de hospitais (21.165), e hospitais
públicos 35.86% (11.835), (WANG., et al, 2019) citado por (Heimann, 2021).

Nos entendimentos de (Heimann, 2021), a China é um caso peculiar que demanda muito
estudo e análise para ser explicada. A partir da Revolução Comunista de 1949 foram
estabelecidas políticas de autossuficiência na indústria da saúde, em especial na indústria
farmacêutica, para atender às necessidades locais. As maiores empresas de produção de bens
de saúde na China são majoritariamente estatais, com percentual significativo de capital
aberto, de propriedade pública e privada. E ainda assim, a China tem se tornando um dos
principais polos tecnológico e produtor industrial para o sector de saúde.

Os cuidados de saúde na China são administrados por meio de três sistemas: hospitais,
unidades de cuidados de saúde primários e instituições de saúde pública. Faz uso de saúde
privada (grande maioria), e os que recorrem à saúde pública tem um péssimo atendimento

8
(muito mais precários/inferiores do que comparado a regiões de difícil acesso no Brasil, como
as comunidades ribeirinhas). Além disso cada paciente deve ser tratado em sua província
(pois é limitado ao seguro que a população paga. Cada seguro cobre tratamentos em um local
específico.

3.3. Índia
Nos anos 90 do século passado houve uma intensificação da disseminação dos mercados de
saúde na Índia. De acordo com (Abrol, Sundararaman, Madhavan, & Joseph, 2016, p. 15), a
saúde pública foi reconfigurada de maneira a focar em algumas prioridades custo-efetivas. O
ganho de anos de vida, com base no índice de anos de vida ajustados por incapacidade por
dólar investido serviu de critério para medir o sucesso das reformas. Neste período a saúde
pública se concentrava fundamentalmente em programas para reduzir as taxas de mortalidade
materno-infantil e para controlar a malária, hanseníase, tuberculose e HIV. O resto foi
deixado a cargo do setor privado. A saúde passou a ser dirigida pelo mercado, com a
promessa de “vales-saúde” para os pobres. A formação profissional em saúde e a pesquisa
médica passaram a ser dirigidas cada vez mais pelo mercado, com grandes desigualdades
regionais e por especialidade. Programas de inovação e pesquisa começaram a ser dirigidos
pela ajuda internacional.

Embora a Índia tenha alcançado grandes avanços na assistência à saúde, resta muito a fazer
devido às altas taxas de mortalidade materna e infantil, a cobertura precária do programa de
imunização, a estagnação do estado nutricional das crianças e níveis significativos de
mortalidade por doenças transmissíveis. As dificuldades enfrentadas resultam da alocação
orçamentária deficiente para saúde, a falta de reivindicação pelos pobres e persistência de
serviços de saúde disfuncionais e de baixa resolutividade, devido à difusão de mercados
desregulados. A baixa utilização de serviços de saúde pública nas zonas rurais também se
deve à falta de disposição dos médicos no sentido de trabalhar em áreas rurais sem
infraestrutura adequada. Há também disparidades geográficas e regionais na distribuição e na
qualidade dos serviços de saúde, além de desigualdades sociais que impactam os indicadores
de saúde (Abrol et al., 2016).

De acordo com a (UNDP, 2016), a Índia tenta aumentar a progressividade dos cuidados de
saúde por meio de suas vastas parcerias público-privadas. Obriga os provedores de serviços a

9
criar critérios de participação mais flexíveis com o objetivo de acomodar grupos vulneráveis e
pessoas pobres. Uma iniciativa emblemática nesse sentido é o Rashtriya Swasthya Bima
Yojana (RSBY), um esquema financiado pelos governos federal (75 por cento) e estadual (25
por cento), segundo o qual as famílias que vivem abaixo da linha nacional de pobreza
precisam apenas contribuir com uma pequena quantidade de dinheiro (apenas o suficiente
para cobrir os custos de inscrição).

A cobertura dos serviços de Saúde na Índia é fornecida por empresas públicas e privadas por
meio de diretrizes estabelecidas por uma agência reguladora pública. Lançada em 2008, a
iniciativa visa beneficiar 60 milhões de famílias e, em seus primeiros dois anos, 18 milhões de
famílias classificadas como vivendo abaixo da linha da pobreza (cerca de 50 milhões de
pessoas) foram incluídas no programa. Embora tenha havido esforços recentes para coordenar
as políticas e serviços existentes, o sistema indiano ainda se baseia em vários esquemas
públicos operacionalizados por parceiros privados com escassa coordenação, enfrentando
desafios de duplicação e eficiência.

4. Ambiente e saúde global


Na década de 70, (Tornero, 1979), denunciava a precariedade do sistema de saúde dos países
em desenvolvimento, e na visão deste autor, aqueles países era caracterizados
maioritariamente por: Alta taxa de mortalidade infantil; baixa mortalidade proporcional acima
de dos 50 anos; baixa esperança de vida ao nascer; expansão das doenças infecciosas e
parasitaria; e alta mortalidade materna. E neste caso, para o autor, 50% dos casos da
mortalidade resultam das doenças transmissíveis.

Apesar de décadas passadas, as doenças transmissíveis, hoje, ainda continuam a ser motivos
de mortes de muitas pessoas. O Brasil é um dos países em desenvolvimento nos quais o
envelhecimento da população está ocorrem do com maior velocidade. Nos últimos 50 anos
houve um aumento expressivo da população com 60 anos ou mais. 27,30. Em 1950 essa
população era de aproximadamente 2 milhões, e correspondia a 4,1% da população total. No
ano 2000 esta população aumentou para 13 milhões, mais que sextuplicando, e passou a
corresponder a 7,8% da população total. Nos próximos 50 anos estima-se que a população
idosa será de 58 milhões, o que corresponderá a 23,6% da população total (Scazufca et al.,
2002).

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De acordo com (Tornero, 1979) várias são as características das regiões em desenvolvimento
que contribui para que o estado de saúde seja precário, dentre elas podemos destacar, a baixa
integração nacional, reflectida pela deficiência de estradas, por má conservação ou suspensas
ao trafego durante épocas chuvosas, isolando as comunidades do resto do país e nestas os
serviços sanitários das populações impedindo que os programas tenham continuidade. Outros
condicionantes da permanência das doenças transmissíveis nos países em desenvolvimentos,
está a desnutrição que, na maior parte afecta as crianças entr 0-4 anos de idade.

Alguns países em desenvolvimento não apresentam uma cultura sanitária própria deles, como
é o caso da china, que tem influência da cultura francesa no seu sistema de saúde. De acordo
com,(da Silva, 2015) também pode influenciar algumas reformas no Sistema Nacional de
Saúde (NHS, na sigla em inglês) do Reino Unido, sendo as experiências das reformas de
saúde promovidas na China desde a década de 1980 uma fonte valiosa de aprendizagem
política e lição para a coalizão de governo britânica.

Em particular, destaca-se na experiência chinesa a liberdade quase ilimitada ao hospital


público para levantar fundos em seus programas de reformas orientadas para o mercado
através de sistema de regulação eficaz e poderoso. Implicações que contribuiriam para a o
Reino Unido abolir a cobertura arbitrária de renda do paciente privado no NHS Foundation
Trusts (PPI Cap), de modo a lutar contra as desigualdades na saúde e garantir o bom
comportamento do provedor de serviços de saúde.

Um dado a considerar exposto pela (OMS, 2011), é a questão de financiamento para os


sistemas de saúde dos países em desenvolvimento, para alem do processo ser moroso, o que
até hoje, tem sido, os países em desenvolvimento por si só não são autossustentáveis, o atrasa
não só o desenvolvimento humano desses países como também, contribui para que a agenda
dos objectivos do Millennium das nações não seja alcançada.

Por outro lado, critica-se as disparidades no desenvolvimento dos sistemas de saúde tanto nos
países em desenvolvimento, assim como nos países pobres. Partindo do pressuposto de que a
agenda reguladora do sistema mundial de saúde é o constituído pelas Nações Unidas, como é
o caso dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, no qual a questão de saúde é prevista

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no 3º objectivo, enquanto parte da agenda que se pretende erradicar até 2030. Apesar de
existir uma agenda mundial reguladora dos sistemas de saúde ainda se apresenta disparidade
enorme do posto de vista de qualidade do sistema de saúde e da qualidade das infraestruturas
e prestação de serviços.

De acordo com (Abrol, Sundararaman, Madhavan, & Joseph, 2016, p. 12) a Índia, as chuvas
tem sido um dos maiores problemas ambientais causadora de doenças, como a dengue e a
malaria que se manifestam naquele país principalmente na época chuvosa devido a
proliferação do mosquito. Depois da covid-19, os sistemas sanitários Indiano, viu-se pouco
desenvolvido por incapacidade de responder as preocupações dos utentes, e os problemas de
doenças como a dengue e malaria de maior intensidade para o sul da asia, tive tratamentos
semelhantes aos de covid-193

Na China, a medicina tradicional é usada com maior frequência porque contribui para o
sistema de saúde chineses e faz parte da cultura chinesa, e é mais antiga que o sistema de
saúde chinês. Inúmeros benefícios são observados com a utilização da medicina chinesa em
diferentes tratamentos como, por exemplo, no alívio de estresse, tensão pré-menstrual,
melhoras de quadros de insônia, controle e gerenciamento das emoções entre outros.

Auxílio na ansiedade, depressão e estresse, a ansiedade, depressão e estresse podem ser


melhorados com a introdução de terapias como acupuntura, auriculoterapia, massagens
terapêuticas, dietoterapia entre outras. Como a medicina tradicional chinesa olha para a
pessoa e não doença esse tipo de tratamento fica mais direcionado e individualizado se
tornando uma terapia muito eficaz.

Contribui também para auxiliar a regular o sono, a insônia é caracterizada pela dificuldade de
iniciar o sono e mantê-lo. A acupuntura auxilia na melhora desses quadros por estar ligada a
estimulação de serotonina e relaxamento da musculatura favorecendo o sono. Auxilia nos
problemas respiratórios, essa medicina melhora os problemas respiratórios de forma geral e
também na asma e alergias, porque a acupuntura promove a diminuição de mediadores
3
https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/06/16/interna_internacional,1157031/na-india-
doencas-das-moncoes-se-somam-a-crise-sanitaria.shtml
12
específicos que estão envolvidos na cascata de processos inflamatórios. Ela age liberando
analgésicos naturais na corrente sanguínea. E geralmente usam as seguintes técnicas:
acupuntura para emagrecer, auriculoterapia, ventosaterapia, fitoterapia, dietoterapia,
moxabustão, massagem terapêutica.4

As principais doenças que influenciam a saúde ambiental na china são os vírus aos quais a
china é tida como a nação fecundadora, só nos últimos vinte anos, três vírus de magnitude
global vieram da china, dentre elas estão Sars (síndrome respiratória aguda grave) em 2003;
gripe aviária em 2005 e a covid-19 de 2019. Todos os vírus de natureza respiratória e com
impacto global5

4
https://blog.nutrify.com.br/medicina-tradicional-chinesa, acesso aos 10 de Junho de 2023.
5
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/01/31/sars-h1n1-e-coronavirus-por-que-a-
china-e-berco-de-grandes-epidemias.htm
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5. Conclusão
Após o desenvolvimento do trabalho concluímos que a ideia por detrás da percepção dos
países em via de desenvolvimento é medida pelo seu nível de IDH. Estes países estão entre os
países desenvolvidos e subdesenvolvidos, apresentando duas naturezas de IDH, entre elas,
elevada e media. A ideia de sistema de saúde que se procurou apresentar no trabalho, emerge
como um conjunto de subsistemas que prestam os serviços de saúde.

Por conta da complexidade numérica dos países em via de desenvolvimento, pensamos que o
Brasil, a Índia e a China, podem servir de amostra para o trabalho, por isso que a nossa
conclusão, pode não ser genérica, por vários factores a destacar: os países chamados “em via
desenvolvimento” pela sua multiplicidade, apresentam diversificações políticas, sociais,
culturais entre outras. Daí que, para além de ser ambíguo, abordar de forma genérica os países
em desenvolvimento dar-nos-ia resultados com uma margem de erro de pelo menos 95%, por
eles não apresentam denominadores comuns nos seus sistemas de saúde.

No contexto brasileiro, problemas de origem cultural estão mais prevalentes na população


feminina. É um fato verificado principalmente quando se trata de sexualidade e outros
aspectos íntimos em que o desconforto para abordar tais assuntos, fazendo com que a
expressão de sentimentos se torne limitada, o que acaba prejudicando a abordagem sanitária
integral da pessoa. A religião é um outro fator de bastante relevância nesse contexto. A
religião e vínculos familiares em que prevalecem aspectos sociais e culturais característicos,
auxiliam no processo de enfrentamento de determinadas doenças e situações mais críticas.
Diante de culturas e religiões mais restritas a aceitação de mudanças, essa adaptação não
ocorre de uma maneira linear, prejudicando o modo como o indivíduo se insere no campo de
enfrentamento de certas doenças.

14
Na Índia a melhoria de assistência de saúde melhorou bastante devido a criação de National
Rural Health Mission (NRHM), um sistema, mais cultural, capaz de influenciar a organização
dos sistemas estaduais de saúde. A NRHM organiza sistematicamente os programas de saúde
do governo central indiano. Prevê a reforma e a introdução de inovação organizacional no
caso do(s) sistema(s) de saúde para que sejam funcionais nos Estados (Abrol et al., 2016).
Outro componente fundamental no planejamento e implementação da NRHM é a National
Urban Health Mission (NUHM) todos estes sistemas valorizam a componente autocuidados,
que se tornou características culturais da India e da China. Estes países criam um sistema
integrado de saúde onde os valores culturais, também, são reconhecidos e considerados nos
sistemas de saúde.

Quanto ao ambiente e saúde global, estes países na sua maioria são reféns de doenças
transmissíveis tais como: HIV-SIDA, Tuberculose entre outras. Mesmo tendo registado algum
esforço para o seu desenvolvimento as assimetrias económicas mundiais contribuem
bastantemente como entrave para o seu desenvolvimento, na mediada em que, para além de
sofrem atrasos no processo de ajuda para responder as dificuldades enfrentadas pelos seus
sistemas de saúde, tem sido alvo de uma agenda exterior, o que dificulta o desenvolvimento
total do seu sistema de saúde, garantido o nível de esperança de vida cada vez mais elevado.

15
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