Você está na página 1de 2

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

Curso: Bacharelado em Geografia

Disciplina: Geografia do Poder

Professor: Alcindo

Aluno: Adenauer Araujo – 2º Período

Resenha: Livro: Por uma Geografia do poder – Claude Raffestin; Segunda parte: A
população e o poder – Capítulo 1: Recenseamento e Poder

O autor inicia o texto esclarecendo o que significa em termos de poder um


recenseamento de uma população, “.... o recenseamento, por meio da imagem do
número o Estado ou qualquer tipo de organização procura aumentar sua informação
sobre um grupo e, por consequência, seu domínio sobre ele.” (Raffestin, 1980). E
informa ainda que entre os povos antigos o ato do recenseamento era sagrado e só
poderia ser realizado em certas condições. O autor vai direto ao ponto ao afirmar com
muita propriedade, que “recenseamento é um saber, e, portanto, um poder”. Pois,
segundo ele, foi á partir do recenseamento que o Estado pode melhorar seu sistema de
taxação, determinar quem iria para o serviço militar etc. No estado moderno o
recenseamento tornou-se uma ferramenta primordial para o Estado tomar conhecimento
das características sociais da população.

O autor explica ainda que no período contemporâneo, a coleta de dados da população


foi aprimorada, e alerta que a posse deste este instrumento de poder, cria uma tentação
para utilizá-lo de forma negativa, e num geral as organizações que detém as
informações não conseguem resistir se utilizam desses para aumentar sua afirmação
enquanto, detentora do poder. O autor reforça o alerta quando afirma: “O fichário
demográfico é um instrumento temível nas mãos das organizações”.

O autor explica que nos países onde se coloca à disposição do público, a base legal dos
dados, o recenseamento se transforma numa relação de simetria entre o Estado e a
população, e faz um alerta, “Muitos países não conhecem a prática do recenseamento e
utilizam as sondagens e/ou as estimativas estatísticas. Esses países não podem confiar
em aparelhos estatísticos frágeis e a influência do poder é bem mais frouxa” (Raffestin
1980).
Dando seguimento as intervenções do autor sobre o tema “recenseamento e
poder”, o autor passa a demonstrar graficamente os resultados do censo, e a partir desses
gráficos, a compreensão das diversas informações fornecidas pela coleta dos dados da
população, será mais bem apreendida. O autor ainda aborda um tema muito polêmico, o
controle populacional. Neste contexto ele explica como o censo fornece dados
suficientes e que permitem realizar o controle populacional, seja pela quantidade
máxima da população, seja pela quantidade de indivíduos de uma determinada etnia,
grupos religiosos, necessidade ou não de controle sobre as imigrações e emigrações etc.
Neste contexto o autor pontua: “A organização não só manipula a vida, mas também a
morte para assegurar o seu domínio sobre a população. Aliás, no século XX o poder
descobriu que, para atingir os seus objetivos, algumas vezes era necessária a
eliminação física em grande escala. A Revolução Industrial matou gerações inteiras
para chegar às suas finalidades. Não falamos de genocídio, sem dúvida,, mas aqui se
trata da morte lenta de crianças, homens e mulheres nas fábricas. (Há uma geografia
da vida, como há uma da morte” (Raffestin, 1980).

ferramentas para as empresas em sua busca por mão-de-obra, a distribuição do estoque


de indivíduos, no espaço geográfico.

Um tema importante para qualquer Estado nação, como as migrações, também


são, alvo na coleta de informações quando da realização do censo demográfico, pois a
partir das informações coletadas, o Estado terá poderá traçar o perfil dos imigrantes,
seja cultural, étnico, religioso, bem como região de maior interesse migratório etc., e
com as informações coletadas, poderá conhecer melhor o perfil dos migrantes, bem
como traçar estratégias de controle ou não do fluxo migratório, interno e/ou externo, do
Estado nação em questão.

O autor apesentou argumentos bem fundamentados, de como o censo


demográfico, representa uma potente arma de poder para qualquer Estado nação, pois a
partir das informações coletadas junto a população, o estado terá um retrato real do
perfil socioeconômico, e cultural da população.

Você também pode gostar