CULTURA DO AZEVÉM A preparação do solo depende das condições do
O azevém é uma gramínea forrageira, terreno, do grau de infestação e da cultura anterior. caracterizada pela sua elevada Quando a cultura do azevém sucede à do milho, para produção, facilidade de ressemeadura obter uma boa cama é suficiente a mobilização natural e rápida instalação, sendo superficial com gradagens. Se a parcela não foi cultivada também uma cultura muito apetecível anteriormente e existem plantas infestantes, é pelos animais. É uma cultura que pode necessário fazer a lavoura e gradagens antes da ser plantada em solo preparado, como cobertura de sementeira. A sementeira deve-se fazer o mais cedo inverno ou ser intercalada com o milho. No Outono é possível no Outono, sobretudo quando se pretendem explorada em cortes múltiplos para consumo em verde fazer vários cortes. A distribuição da semente pode ser ou para fenação ou ensilagem. manual ou mecânica, com um distribuidor centrífugo. O azevém tem preferência por solos profundos, A fertilização azotada é de grande importância, quer húmidos e férteis, e por climas temperados. Não tolera a pela elevada resposta do azevém, quer pelos riscos de Azevém Diplóide (2n) Tetraplóide (4n) perdas, quer pela possibilidade de a cultura Folhas Mais estreitas Mais largas desempenhar uma função de recuperação do azoto Cor Verde claro Verde escuro disponível ou excedente da Sementes Mais pequenas Maiores (250-300 (cerca de 400 grãos por grama) cultura que a precede. A grãos por grama) fertilização deve ser Tabela 1 - Distinção das variedades do azevém diplóide fracionada, tanto mais e tetraplóide quanto maior o número de seca, mas pode ser cultivada em solos pesados e cortes, mais elevada no Fig. 2 – Pormenor da suportar encharcamento. O pH do solo deve ser entre arranque para o crescimento lígula do azevém 6,2 e 6,8 para uma melhor produção, no entanto tolera do último corte. Deve-se ter a moderada acidez. A germinação dá-se em conta os resultados das análises de terra, sobretudo aproximadamente ao fim de uma semana a dez dias, na altura da instalação. tendo um rápido estabelecimento e a sua grande A produção em verde (exclusivamente) faz-se durante o capacidade de recrescimento após o corte lhe confere período vegetativo, entre o afilhamento e o uma grande capacidade de competir com eventuais encanamento, com cortes sucessivos. Se a sementeira infestantes. for cedo, pode-se fazer o primeiro corte cerca de mês e As variedades com estabelecimento mais rápido meio depois. O intervalo entre os cortes seguintes permitem antecipar o primeiro corte. Para um ritmo de deverá ser de 3 a 4 semanas, para permitir uma cortes intenso devem-se escolher variedades de forte rebentação adequada da cultura depois de cada corte. afilhamento e grande Para produção em verde e conservação faz-se um último capacidade de rebentação corte para fenação ou ensilagem, após vários cortes em após o corte. No caso de o verde. Neste caso, a exploração em verde não deve azevém não ser cultivado ultrapassar a fase de emborrachamento, isto é, quando como cultura intercalar do o esboço da espiga está a 10-15 cm de altura do solo. O milho então deve-se período do corte para conservação situa-se entre o decidir por variedades de início do espigamento e o pleno espigamento, não Fig. 1 – Sementes de maior perenidade. O devendo ultrapassar o início da floração. Para a azevém azevém perene é mais persistente que o anual. As produção de silagem, o corte deverá ser feito no início variedades tetraplóides têm a folhas mais amplas, do espigamento, não devendo ultrapassar o tendem a serem mais altas e menos densas, são espigamento médio. Para a produção de feno, o corte adequadas para serem cultivadas em misturas com deve ocorrer entre o início e o fim do espigamento, de outras forrageiras. São mais digestíveis e tem mais preferência utilizando uma gadanheira acondicionadora, açúcares solúveis. Porém, as variedades diplóides são para que o tempo de secagem seja mais rápido. geralmente mais persistentes e mais tolerantes ao pisoteio do pastoreio. Samanta Queirós