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FACULDADE VALE DO GORUTUBA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ANA CAROLINE OLIVEIRA MENDES

PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO CENTRO ESPECIALIZADO


EM REABILITAÇÃO (CER IV)

Nova Porteirinha – MG
2023
ANA CAROLINE OLIVEIRA MENDES

PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO CENTRO ESPECIALIZADO


EM REABILITAÇÃO (CER IV)

Projeto de pesquisa apresentado à Faculdade Vale do


Gorutuba – FAVAG, como requisito parcial para a
obtenção da aprovação na disciplina Projeto de
Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientadora Profª. Ms. Ingredy Carolline de Jesus


Santos

Nova Porteirinha – MG
2023
RESUMO

A presente pesquisa busca mostrar a importância da classificação no atendimento


do paciente portador de deficiência física, visto que a ausência de classificação no
atendimento configura um problema de saúde pública. Portanto, o objetivo desta
pesquisa é elaborar e validar um protocolo de classificação para pacientes atendidos
em um centro especializado em reabilitação. Trata-se de uma pesquisa aplicada e
quantitativa a ser realizada no Centro Especializado em Reabilitação (CER) IV
localizado na cidade de Janaúba, Minas Gerais. Através de um formulário online
serão coletadas informações sobre o perfil dos profissionais de saúde que atuam no
CER IV. Em seguida, será construído um instrumento de validação com variáveis de
acordo com a taxonomia NANDA- I e a Classificação Internacional de
Funcionalidade (CIF). O instrumento será validado por um painel multidisciplinar de
especialistas do CER IV. Os dados serão coletados no período de 01 a 30 de
setembro de 2023.

Palavras-Chaves: Deficiência física, Protocolo de Classificação, Reabilitação,


Humanização.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5

2. PROBLEMA 8

3. HIPÓTESE 9

4. JUSTIFICATIVA 10

5. OBJETIVO 11

5.1.Objetivo Geral 11

5.2.Objetivos específicos 11

6. REFERENCIAL TEÓRICO 12

6.1.Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) 12

6.2.Princípios do SUS 13

6.3.Avanços Alcançados com a Criação do SUS 15

6.4.Realidade e Dificuldades das Pessoas Portadoras de Deficiência Física no Brasil (decreto nº 3.298,
de 1999) 16

6.5.Classificação da Deficiência Física 18

6.6.Centros Especializados em Reabilitação 19

6.7.Humanização e Sistematização de Assistência de Enfermagem 21

6.8.Taxonomia de enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA-I) 23

7. METODOLOGIA 24
7.1. Tipo de Estudo 24
7.2. Cenário do Estudo 24
7.3 Participantes 25
7.3.1 Critérios de Inclusão 25
7.3.2 Critérios de Exclusão 25
7.4 Instrumento e Coleta de Dados 25

8. RESULTADOS ESPERADOS 29

9. CRONOGRAMA 30

10. ORÇAMENTO 31

11. REFERÊNCIAS 32
APÊNDICES 35
APÊNDICE A 35
APÊNDICE B 35
APÊNDICE C 38
5

1. INTRODUÇÃO

A forma de gerir e cuidar dos pacientes que chegam a um centro de


reabilitação sofreu grandes mudanças nos últimos anos, na busca de aproximar os
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) ao cotidiano dos serviços prestados a
esses pacientes (BRASIL, 2013; PEREIRA, 2019). Surge então, a proposta do
acolhimento como sendo um dos dispositivos da Política Nacional de Humanização
(PNH), onde é proposto que as relações entre usuários e profissionais do SUS se
transformem segundo uma base ética e de solidariedade, caracterizadas pelo
reconhecimento do usuário como um atuante ativo do processo de produção de
saúde (ZUQUI, 2022).

Por muitos anos a assistência às pessoas com deficiência concentrava-se em


centros especializados, localizados em regiões urbanas, permitindo uma cobertura
insuficiente e uma baixa eficácia nos atendimentos prestados para a população
(ZUQUI, 2022; MISSE, 2017). Porém, esse cenário tem sido alterado nos últimos
anos, com a concretização da construção de diversos centros de reabilitação
espalhados por grande parte do território nacional (FAVATO, 2021). A reabilitação
pode ser definida como sendo o conjunto de intervenções clínicas com o objetivo de
restaurar o máximo potencial funcional ao longo de uma doença, ferimento ou dano,
sendo também uma estratégia para equalização de oportunidades e integração
social de todas as pessoas com deficiência (FAVATO, 2021).

A Carta das Nações Unidas e a 58º Resolução da Assembleia Mundial da


Saúde (2005) constituem o acesso à reabilitação como sendo um direito humano
fundamental (DA SILVEIRA,2013; OLIVEIRA, 2017). Contudo, em diversos centros
de reabilitação e clínicas médicas espalhados por todo o território nacional tem-se
observado a ocorrência de uma falta de preparo e conhecimento com relação à
classificação dos pacientes portadores de deficiência física no momento da sua
chegada ao atendimento (FAVATO, 2021).

De acordo com as observações realizadas no atual cenário de atendimento


dos usuários do centro especializado em reabilitação, gerenciado pela Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e localizado na cidade de Janaúba/MG,
6

pode-se perceber que a criação e implementação de um protocolo de classificação


baseado nos princípios da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e
Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) nos centros especializados em
reabilitação na realidade local permitirá que se alcance uma possível solução para o
problema proposto.

Neste trabalho será utilizada a realização da aplicação de um protocolo de


classificação baseado na SAE e CIF como sendo um objetivo geral. Para isso serão
abordados os diagnósticos de enfermagem contidos na SAE, os protocolos de
classificação e a vertente proposta pela CIF. Como objetivos específicos será
realizada a identificação do problema, principais benefícios, desafios, sugestões
para elaboração do protocolo por meio de um painel de especialistas.

A metodologia utilizada neste trabalho trata-se de uma pesquisa aplicada com


a proposta de elaboração e validação de um protocolo de classificação, envolvendo
a participação de profissionais de saúde atuantes no Centro Especializado em
Reabilitação (CER) IV que presta um serviço referência em diversos tipos de
reabilitação.

Entre os profissionais que farão parte desta pesquisa estarão aqueles


atuantes no CER IV e que aceitarem participar da pesquisa. Os dados relacionados
a nome, e-mail, idade, sexo, profissão e formação dos profissionais serão obtidos
através de um banco de dados fornecidos pela APAE.

Este estudo será realizado em duas etapas, sendo: construção do protocolo


com base na literatura e validação do conteúdo por especialistas. A construção do
protocolo seguirá as etapas teóricas propostas por Pasquali, onde será realizado um
levantamento na literatura científica disponível acerca das ferramentas que auxiliam
na classificação de pacientes com deficiência física.

Na segunda etapa a validação das variáveis contidas no protocolo será


realizada com base na utilização do método Delphi (REGUANT ALVAREZ, 2016),
sendo revisada por nove profissionais e gestores atuantes no CER IV, que serão
escolhidos de forma estratégica com base nas experiências que os mesmos
possuem.
7

Com os resultados que serão obtidos neste trabalho a população da cidade


de Janaúba/MG poderá ser beneficiada significativamente, pois, acredita-se que, por
meio deste, haja uma melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente
pelo centro de reabilitação.
8

2. PROBLEMA

Em diversos centros de reabilitação e clínicas médicas espalhados por todo o


território nacional tem-se observado a ocorrência de uma falta de preparo e
conhecimento com relação à classificação dos pacientes portadores de deficiência
física no momento da sua chegada ao atendimento. Neste sentido, o presente
trabalho reúne informações e uma técnica de abordagem no intuito de responder o
seguinte problema de pesquisa: Como garantir a humanização na classificação dos
pacientes em um centro especializado em reabilitação?
9

3. HIPÓTESE

Buscando realizar neste trabalho um levantamento abrangente da forma como


os pacientes portadores de deficiência física são atendidos em todo o Brasil, a
hipótese levantada neste trabalho é que:

● Os serviços de reabilitação física não possuem protocolo de classificação dos


pacientes.
● Não existem profissionais para fazer a classificação.
● A criação e implementação de um protocolo de classificação nos centros
especializados em reabilitação na realidade local permitirá que se alcance
uma solução para o problema proposto.
10

4. JUSTIFICATIVA

A falta de classificação e humanização no atendimento de pessoas com


deficiência pode suscitar diversos problemas ao paciente. Sem um sistema de
classificação adequado, a equipe de saúde pode não ter uma visão clara das
necessidades e capacidades dos pacientes, o que pode acabar resultando em uma
assistência inadequada, que não atenda às necessidades individuais de cada
paciente (ASSIS, 2020; BRASIL, 2021). Portanto, esse trabalho justifica-se por
entender que a falta de humanização pode levar a um atendimento impessoal e
pouco acolhedor, gerando assim um ambiente de insatisfação e estresse emocional,
fazendo com que surjam consequências negativas na recuperação e adaptação
daquele paciente, causando um atraso no processo de reabilitação (BRASIL, 2021).
11

5. OBJETIVO

5.1. Objetivo Geral

Elaborar e validar um protocolo de classificação para pacientes atendidos em


um centro especializado em reabilitação no Norte de Minas Gerais, Brasil.

5.2. Objetivos específicos

● Caracterizar o perfil dos profissionais de saúde atuantes no centro


especializado em reabilitação quanto às variáveis: sexo, idade, profissão,
formação (especialização, mestrado e/ou doutorado), tempo de formação e
tempo de atuação.

● Elaborar os domínios pertinentes para a versão prévia do protocolo de


classificação.

● Validar, por meio de especialistas, a versão final do protocolo de classificação.


12

6. REFERENCIAL TEÓRICO

O movimento da reforma sanitária teve início na década de 70 e foi utilizado


para se referir ao conjunto de propostas em relação às mudanças e transformações
que eram necessárias na área da saúde. Os precursores da reforma sanitária
tratavam-se de um grupo de médicos e líderes políticos do setor de saúde, que eram
opositores ao regime político vigente naquele momento. O movimento sanitário
também foi integrado pelos conselhos regionais, Conselhos Nacionais de Medicina e
Associação Médica Brasileira (GERSCHMAN, 2004).

Os primeiros princípios centrais da reforma sanitária tem como objetivo o


relacionamento institucional entre os deliberativos da saúde, que tem o estado como
regulador em relação ao mercado de saúde, o direito universal à saúde,
descentralização, regionalização e hierarquização e a participação popular
possibilitando a realização de um processo de transformação institucional e
reformulação de um campo do saber sendo possível se implementar uma reforma
sanitária no Brasil, garantindo o direito constitucional universal à saúde (PAIVA,
2014).

O movimento sanitarista trabalhava em prol de alcançar um sistema que


atendesse as reais necessidades de saúde de toda a população brasileira, no
sentido de agregar integralidade sem nenhum tipo de distinção, seja ela: de raça,
classe social e gênero, etc (PAIVA, 2014).

6.1. Criação do Sistema Único de Saúde (SUS)

Partindo do objetivo de se incorporar uma concepção de seguridade social


integrando saúde, previdência, assistência e assimilando proposições formuladas
pelo movimento da Reforma Sanitária Brasileira reconheceu-se o direito à saúde de
todos como sendo um dever do estado implicando assim na criação do Sistema
Único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal de 1988 (CF) (FEDERAL, 1988),
13

de forma que esse sistema seja universal, público, participativo, descentralizado e


integral (PAIM, 2013).

O SUS é um sistema complexo que tem como responsabilidade articular e


coordenar ações promocionais e de prevenção como as de cura e reabilitação, a
grosso modo, se resume a um sistema de prestação de serviços sociais
(VASCONCELOS, 2020). Um dos principais marcos da criação do SUS foi tornar os
movimentos populares em saúde mais fortificados a partir de 1960 em oposição ao
regime militar. Sendo assim, o SUS é composto por hospitais, laboratórios,
consultórios, clínicas, centros e unidades básicas de saúde, locais esses onde se
prestam serviços de saúde e se realizam ações de saúde. Neste sentido, também
existem, indústrias farmacêuticas, indústrias de equipamentos, vacinas, material
médico-cirúrgico e meios de diagnóstico; empresas que comercializam planos de
saúde; e instituições públicas como o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais
e municipais que são responsáveis pela gestão. No artigo 198 da CF é estabelecido
que o sistema único de saúde será financiado com base nos recursos do orçamento
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
(PAIM, 2017).

6.2. Princípios do SUS

Existem alguns princípios que norteiam o SUS, sendo eles divididos em duas
categorias. A primeira categoria é a dos princípios ético-doutrinários, são eles:

● Equidade: A equidade não tem o mesmo significado da igualdade, pois é


necessário oferecer mais a quem precisa mais e não de uma forma igualitária,
pois existe diferenças entre os grupos sociais, os recursos devem ser
oferecidos de acordo com as necessidades de cada um, ocasionando a
redução das desigualdades (BRASIL, 2001).
● Integralidade: A integralidade é um princípio que visa a pessoa como um
todo respeitando todas as suas necessidades, considerando o indivíduo que
tem o direito aos benefícios de saúde, programas e práticas que buscam a
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde (BRASIL, 2001).
14

● Universalidade: A universalidade tem como objetivo assegurar a atenção à


saúde a todos. É de responsabilidade do estado garantir a saúde a todos os
cidadãos sem distinções (BRASIL, 2001).

A segunda categoria é a dos princípios organizativo-operativos, sendo:

● Regionalização e Hierarquização: São serviços de saúde que devem se


organizar regionalmente e obedecer uma hierarquia. A regionalização são os
estados que definem as classificações das cidades. Uma cidade que possui
um maior número de habitantes normalmente possui um maior número de
profissionais e uma maior tecnologia atendendo as cidades menores ficando
assim sob responsabilidade de oferecer os serviços as cidades menores que
não possuem estrutura e recursos, sendo a referência para os municípios
menores.

A hierarquização tem como objetivo organizar o sistema de saúde, permitindo


a percepção de que não é necessário que todos os hospitais, centros de
atendimento tenham todos os tipos de procedimentos, como por exemplo,
alguns atendimentos podem ser subdivididos de acordo com o nível de
complexidade, sendo: menor complexidade, média complexidade e alta
complexidade (BRASIL, 2001).
● Descentralização: A descentralização determina que o município possa
assumir plenamente a gestão do SUS, já que teoricamente quem está
próximo aos problemas tem maiores condições de deliberar (BRASIL, 2001).
● Participação Popular: Determina a participação da comunidade por meio
dos conselhos de saúde que se reúnem a cada quatro anos. Atua na
formulação de estratégias e no controle da execução política da saúde na
instância correspondente (BRASIL, 2001).

6.3. Avanços Alcançados com a Criação do SUS

A gestão participativa na esfera governamental é que pode tornar possível


que tais princípios doutrinários sejam aplicados de fato, contribuindo
15

indubitavelmente para o desenvolvimento do sistema social brasileiro (LIMA, 2018;


MENDES, 2013).
Um outro avanço importantíssimo foi a criação do programa saúde da família
que tem sido considerado muito eficiente, por conta de sua extensão e cobertura,
uma consequência positiva dessa eficiência é a vacinação das crianças e recém
nascidos, contribuindo para a redução da mortalidade infantil (LIMA, 2018;
MENDES, 2013).
Essa gestão foi bem sucedida, pois possibilitou que houvesse diversos
avanços e conquistas com a criação do SUS, por exemplo: ampliação do acesso aos
serviços de saúde, com repercussões positivas no perfil epidemiológico; aumento na
disponibilidade de profissionais da saúde, criação de serviços pré-hospitalares de
urgência e emergência (SAMU) e dos hemocentros, assistência especializada e
fornecimento de materiais para inclusão dos portadores de deficiência e de doenças
crônicas, etc (MAZIERO, 2019).
A portaria 4.279 de 30 de dezembro de 2010 estabelece os níveis de atenção
e assistência à saúde no Brasil e diretrizes para a organização da Rede de Atenção
à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Os níveis de atenção são
divididos entre: Atenção primária, atenção secundária e atenção terciária. A atenção
secundária e terciária são de média e alta complexidade.
(...) A média complexidade é composta por serviços
especializados encontrados em hospitais e
ambulatórios e envolve atendimento direcionado
para áreas como pediatria, ortopedia, cardiologia,
oncologia, neurologia, psiquiatria, ginecologia,
oftalmologia entre outras especialidades médicas
(BRASIL, 2010).

A alta complexidade compõe serviços encontrados em Hospitais gerais de


grande porte, hospitais universitários, Santas Casas e unidades de ensino e
pesquisa. Envolve procedimentos que possuem maiores despesas, como os
oncológicos, transplantes, cardiovasculares e partos de alto risco (BRASIL, 2010).
16

6.4. Realidade e Dificuldades das Pessoas Portadoras de Deficiência Física


no Brasil (decreto nº 3.298, de 1999)

Há vários anos que o fato da existência de diferenças entre os seres humanos


tem sido motivo de discriminação, entre essas diferenças pode-se citar as
deficiências físicas que muitas vezes se torna motivo de exclusão e segregação de
pessoas portadoras de necessidades especiais. Nesses casos observa-se a
manifestação de opressão daqueles que detêm o poder sobre os indivíduos em
situação de vulnerabilidade. Até que fosse possível a essas pessoas alcançar uma
boa convivência social, houve uma longa trajetória percorrida pelas iniciativas
assistencialistas, que por muitas vezes, mantiveram as pessoas com deficiência
isoladas nos seus lares ou em instituições de confinamento (MAIOR, 2016).

No que se designa a deficiência física, tem-se no Brasil o decreto nº 3.298, de


1999, no seu artigo 4º que caracteriza a deficiência física como sendo:

(...) alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física, apresentando-se sob
a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiparesia, amputação ou ausência de
membro, paralisia cerebral, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o
desempenho de funções (BRASIL, 1999).

Para uma melhor compreensão já descrita anteriormente, observe a Figura 1,


onde o comprometimento topográfico deficiência é representado pela região mais
clara da figura.
17

Figura 1: Representação de regiões do corpo humano com deficiência física.

Fonte: Projeto de Sistema Multimídia – UFPB Campus IV Litoral Norte-Rio Tinto. Disponível em:
<https://projetosm.dcx.ufpb.br/?page_id=40>. Acessado em: 21 de Abril de 2023.

A existência da falta de um membro, deformação ou má formação no corpo


humano ocasiona o comprometimento da função física. Esses casos possuem
probabilidade de ocorrer desde o nascimento ou posteriormente por amputação e
esta pode ser motivada por doenças ou acidentes. Existem várias causas para a
ocorrência da amputação dos membros, dentre elas pode-se citar: traumatismos,
tumores, acidente vascular cerebral, lesões medulares, infecções, problemas
congênitos, além daqueles causados por diabetes que podem causar a remoção de
parte do membro ou mesmo o ele por completo, etc (GUERRA; GEGLIO;
SANTIAGO, 2010, p.7).
Segundo MISSEL (2017), a pessoa que é portadora de deficiência física e
que está passando por um momento de reabilitação acaba encontrando diversos
problemas, dentre eles pode-se citar, por exemplo, que há uma dificuldade por parte
dos profissionais de saúde em compreender as pessoas portadoras de deficiência
física como sujeitos não fragmentados por limitações e incapacidades. Outros
problemas são: fatores sociais, mudanças no seu corpo, situações de incerteza e
por diversas vezes, não são reconhecidos como pessoas atuantes no meio social
em que vivem.
18

6.5. Classificação da Deficiência Física

Uma das classificações da deficiência física é a fase de impedimento da


alteração na função do corpo. Na sequência tem-se:

● Congênita e Adquirida: A deficiência congênita ou adquirida refere-se a uma


condição de saúde em que uma pessoa apresenta uma limitação física, que
pode ser presente desde o nascimento (congênita) ou adquirida ao longo da
vida, devido a uma lesão, doença ou condição médica. As deficiências
congênitas podem ser causadas por fatores genéticos, ambientais ou uma
combinação de ambos. Já a deficiência adquirida pode ser causada por
acidentes, doenças ou condições médicas que ocorrem após o nascimento
(BRASIL, 2006; SOUZA, 2020).

● Aguda e Crônica: A deficiência pode ser classificada em aguda ou crônica,


dependendo da sua duração e natureza. A deficiência aguda é geralmente de
curta duração e ocorre rapidamente, muitas vezes como resultado de uma
lesão, doença súbita ou evento traumático. Por outro lado, a deficiência
crônica é de longa duração, persistente e pode se desenvolver ao longo do
tempo devido a condições de saúde crônicas ou progressivas (SOUZA,
2020).

● Progressiva e Não Progressiva: A deficiência física progressiva é aquela que


apresenta uma deterioração gradual ou piora na capacidade física da pessoa
ao longo do tempo, geralmente devido a condições de saúde progressivas,
como doenças neuromusculares degenerativas, doenças genéticas
progressivas ou lesões traumáticas que causam danos progressivos aos
tecidos. Essa condição pode resultar em limitações físicas crescentes e
agravamento das habilidades motoras ao longo do tempo (SOUZA, 2020).
19

6.6. Centros Especializados em Reabilitação

A portaria nº 793, de 24 de Abril de 2012 instituiu a rede de cuidados a


pessoa com deficiência, com os seguintes objetivos principais, “criação, ampliação e
articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária
ou permanente; progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).”

O primeiro componente da rede de cuidados é a atenção básica na rede de


cuidados à pessoa com deficiência, o segundo componente é a atenção
especializada em reabilitação auditiva, visual, intelectual, física e ostomia (BRASIL,
2012).

O Centro Especializado em Reabilitação (CER) é um serviço integrado na


rede de cuidados à saúde da pessoa com deficiência, composto por equipes
multidisciplinares, que incluem médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos dentre outros profissionais de saúde.
Essas equipes trabalham em conjunto para oferecer um atendimento integrado e
adequado para cada paciente com a finalidade de melhorar sua qualidade de vida e
promover sua inclusão social. Sendo assim, o CER tem como principal objetivo,
garantir o acesso da população as ações e serviços de saúde, voltados para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação, diagnóstico e avaliação funcional,
estimulação para o favorecimento de uma melhor potencialidade do
desenvolvimento infantil, orientações para familiares e cuidadores para que seja
possível uma continuidade do cuidado, seja ele, no âmbito escolar, social e
profissional, entre outros (Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do
SUS. 2014).

O Ministério da Saúde classifica os Centros Especializados em Reabilitação


(CERs) em níveis de complexidade diferentes, designados pelos números II, III e IV.
Antes da criação da Rede de Cuidados o Ministério da Saúde já havia habilitado os
Serviços de Reabilitação em modalidade única que é e responsável pela reabilitação
de apenas uma das modalidades de deficiência, são elas: auditiva, física, visual ou
20

intelectual. A classificação dos CERs é realizada com base no tipo de deficiência


atendida e no perfil do paciente. Nesse sentido, o CER II é responsável pelo
atendimento de duas modalidades, o CER III é responsável pelo atendimento de três
modalidades e o CER IV é responsável pelo atendimento de todas as modalidades
de deficiência (MACIEL, 2020).

● A reabilitação auditiva é um processo que visa melhorar a capacidade da


audição residual da pessoa que apresenta algum tipo de deficiência auditiva,
objetiva-se então alcançar essa melhoria realizando o processo de
reabilitação auditiva, incluindo: realização de exames auditivos, avaliação das
necessidades auditivas individuais de cada pessoa, seleção e adaptação de
Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI).
● A reabilitação visual é um processo terapêutico que tem como objetivo
melhorar a visão e a funcionalidade de pessoas com deficiência visual. Ela
pode ser indicada para pessoas com diferentes tipos de deficiência: Cegueira
em ambos os olhos, cegueira em um olho e visao subnormal em outro, visao
subnormal de ambos os olhos, perda não qualificada da visão, etc.
A reabilitação visual é realizada por uma equipe multidisciplinar que inclui
oftalmologista, optometristas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, dentre
outros. O processo da reabilitação visual pode envolver diversas técnicas,
como: Treinamento da visão residual, treinamento de habilidades visuais, uso
de tecnologia assistivas. Sendo esse um processo longo e desafiador, mas
tem a capacidade de trazer grandes benefícios e uma melhor qualidade de
vida para as pessoas com deficiência visual.
● A reabilitação intelectual é um método que visa proporcionar melhorias para
as habilidades cognitivas e funcionais de pessoas com deficiência intelectual,
que é caracterizada por limitações no funcionamento intelectual e nas
habilidades adaptativas. Essas limitações podem ser causadas por condições
sindrômicas, lesões cerebrais, enfermidades que provocam alterações de
âmbito físico, sensorial e/ou neurológico.
O processo de reabilitação intelectual pode envolver diferentes técnicas e
estratégias: Estimulação cognitiva, treinamento de habilidades sociais,
treinamento de habilidades adaptativas, orientação e suporte à família.
21

● A reabilitação física tem como finalidade restaurar, manter e melhorar a


função física e a qualidade de vida da pessoa com deficiência física, trazendo
grandes benefícios que variam de acordo com a condição específica do
paciente e suas necessidades individuais, envolvendo estratégias como:
Exercícios terapêuticos, terapia manual, estimulação elétrica, equipamentos
de reabilitação, educação, orientação e treinamento funcional. Sendo
importante não apenas para melhorar a função física do paciente, mas
também para prevenir complicações decorrentes da limitação física. Além
disso, a reabilitação pode ajudar a melhorar a autoestima, autoconfiança e
reintegração social.

Desde então o ministério da saúde vem trabalhando na implementação e


extensão dos CERs em todo o país, visando oferecer um atendimento de qualidade
e integrado para as pessoas com deficiência, sendo possível promover a inclusão
social e a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, possibilitando assim a que
haja a ocorrência de um atendimento mais humanizado para as pessoas que estão
passando por esse processo de reabilitação, respeitando à dignidade, autonomia e a
individualidade de cada paciente, promovendo um ambiente empático (GUERRA;
GEGLIO; SANTIAGO, 2010).

6.7. Humanização e Sistematização de Assistência de Enfermagem

Todo cidadão tem o direito de receber um atendimento de qualidade na área


da saúde por parte do setor público. Nesse sentido, iniciativas em prol da
implantação de uma cultura que possibilite um atendimento humanizado da
assistência à saúde começaram a surgir a partir da década de 2000 no Brasil, desde
então a humanização tornou-se uma das principais políticas públicas de saúde no
país (CAVALCANTE, 2012).

Uma iniciativa criada em busca de alcançar a valorização do atendimento


humanizado foi a implantação do Programa Nacional de Humanização da
22

Assistência Hospitalar (PNHAH). De forma resumida, esse programa se baseia em


um conjunto de ações integradas, visando melhorar o padrão de assistência ao
usuário nos serviços de saúde públicos do Brasil, garantindo que esses usuários
sejam tratados com dignidade, respeito e empatia em todas as esferas do
atendimento (CAVALCANTE, 2012).

O acolhimento humanizado tem o intuito de conseguir uma aproximação e


vinculação do paciente com o profissional com base na utilização de uma escuta
sensível, onde é dado enfoque ao significado multidimensional da experiência vivida
pelo paciente, promovendo assim uma experiência de atendimento mais
humanizado que valorize a dignidade, o respeito e a autonomia do paciente. Sendo
uma iniciativa que procura envolver todos os profissionais de saúde, desde o
primeiro contato do paciente com a equipe até o término do processo de cuidado,
isso inclui o acolhimento na recepção, a escuta ativa e solidária, o uso de uma
linguagem clara e acessível, a oferta de informações e orientações precisas e a
disponibilidade de um ambiente seguro e confortável (ZUQUI, 2022).
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia
importante, pois permite a padronização da assistência de enfermagem, garantindo
que o cuidado prestado seja baseado em princípios científicos. A SAE é composta
por cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, implementação e
avaliação. Na coleta de dados o enfermeiro realiza o levantamento de informações
sobre o paciente, como histórico de saúde, exames e sintomas apresentados. Na
etapa de diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro identifica os problemas de saúde
do paciente e as necessidades do cuidado, utilizando a taxonomia NANDA (North
American Nursing Diagnosis Association). A partir dos diagnósticos de enfermagem
o enfermeiro realiza o planejamento dos cuidados, definindo os objetivos a serem
alcançados e as estratégias de cuidado a serem utilizadas. Por fim, na etapa de
avaliação o enfermeiro avalia os resultados do processo de cuidado, verificando se
os objetivos ali propostos foram alcançados (ALVIM, 2013; MARINELLI, 2015).

A implementação da SAE permite que o enfermeiro identifique as


necessidades de cuidado do paciente, estabeleça relações, objetivos claros e
planejamentos para atender a essas necessidades (ALVIM, 2013; MARINELLI,
2015).
23

6.8. Taxonomia de enfermagem da North American Nursing Diagnosis


Association (NANDA-I)

Foi publicado na década de 90 a primeira edição da NANDA-I, contendo


diagnósticos prontos, divididos entre domínios e classes, deste então a NANDA-I
passou por várias atualizações e atualmente está em sua 12ª edição tendo como
principal objetivo a padronização dos diagnósticos de enfermagem estabelecendo
uma linguagem e um acordo sobre as regras de utilização de termos específicos
(QUEIROZ, 2020).
A NANDA-I deve ser utilizada para designar os diagnósticos de enfermagem,
resultados e intervenções de enfermagem (UBALDO, 2015).
O diagnóstico de enfermagem (DE) é considerado uma etapa fundamental e
desafiadora do processo de enfermagem, exigindo do enfermeiro habilidades de
pensamento crítico e conhecimentos técnico científico. A formulação adequada do
diagnóstico de enfermagem direciona a implementação dos cuidados ao paciente
(UBALDO, 2015).
24

7. METODOLOGIA

7.1. Tipo de Estudo

Este trabalho se trata de uma pesquisa aplicada e quantitativa, que envolveu


a participação de profissionais de saúde atuantes no Centro Especializado em
Reabilitação (CER) IV localizado na cidade de Janaúba, Minas Gerais. Este estudo
será realizado nas seguintes etapas: Levantamento do problema; Criação de um
instrumento baseado nos diagnósticos de enfermagem da NANDA-I e indicadores da
Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF); Implementação do protocolo e
Análise dos dados obtidos.

7.2. Cenário do Estudo

O presente trabalho será desenvolvido em um serviço da rede de cuidados da


pessoa com deficiência CER IV, credenciado pelo SUS que fornece atendimento de
média e alta complexidade na cidade de Janaúba/MG. Trata-se de um serviço
referência em reabilitação física, intelectual, visual e auditiva para 15 municípios da
microrregião da Serra Geral. O serviço conta com diversos profissionais da saúde
como: Fisioterapeutas, psicólogas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas,
psicopedagogas, assistente social, nutricionista, enfermeiro, oftalmologista,
otorrinolaringologista, ortopedista e neurologista.
25

7.3 Participantes

Participarão da presente investigação profissionais de saúde alocados no


CER IV que realizam atendimento aos indivíduos com limitações físicas compondo o
painel de especialistas para validação do protocolo de classificação.

7.3.1 Critérios de Inclusão

Serão incluídos aqueles que atuem no CER IV e aceitarem participar da


pesquisa.

7.3.2 Critérios de Exclusão

Serão excluídos aqueles profissionais que se encontrarem de férias ou


atestado médico.

7.4 Instrumento e Coleta de Dados

O presente estudo fará uso dos dados dos profissionais de saúde atuantes no
CER IV disponibilizados pela APAE para obter informações quanto ao nome e e-mail
dos profissionais. Serão coletadas informações complementares sobre o perfil
profissional, quanto as variáveis: idade, sexo, profissão, formação (especialização,
mestrado e/ou doutorado), tempo de formação e tempo de atuação (APÊNDICE A).

Este estudo irá elaborar um protocolo de classificação que permitirá os


profissionais do CER IV atenderem os indivíduos com deficiência física de acordo à
prioridade para avaliação multiprofissional e atendimentos médico-clínico. Para a
26

elaboração, as etapas que seguirão serão: 1) Construção do protocolo com base na


literatura e outros modelos já utilizados pela reabilitação física; e, 2) Validação de
conteúdo do protocolo.

Etapa 1. Construção do protocolo de classificação

A construção seguirá o modelo de elaboração de instrumentos proposto por


Pasquali19 seguindo a etapa teórica definida pelo mesmo. Nesta etapa teórica, será
realizado um levantamento na literatura científica disponível acerca das ferramentas
e instrumentos que auxiliam na classificação de pacientes com deficiência física,
bem como a consulta a modelos, sejam eles físicos ou digitais, padronizados na
rotina dos profissionais de saúde atuantes em CER.

Os dados obtidos servirão como fonte para construção do instrumento. A primeira


versão do instrumento será composta por domínios que abrangem a identificação
dos usuários e baseado na taxonomia da NANDA-I (2021-2023) o domínio 4
(atividade/repouso) com seus respectivos diagnósticos.

Etapa 2. Validação de conteúdo por especialistas

A validação das variáveis contidas na versão do protocolo se dará pelo método


Delphi (REGUANT ÁLVAREZ, 2016; ROSADOS, 2015). A primeira versão do
instrumento será revisada por 9 profissionais de nível superior atuantes no CER IV e
gestores que apontarão itens ou correções que julgar necessários nos domínios
previamente estabelecidos pelos pesquisadores deste estudo. A escolha dos
profissionais será de forma estratégica mediante experiência em pesquisa, prática
clínica ou formulação de políticas sobre o tema.

Para análise e atribuição de todos os itens do instrumento, os pesquisadores deste


estudo irão elaborar um formulário on line organizado pelas variáveis pertinentes à
temática e contidas neste a ser enviado para os profissionais. Serão usados
questionários em formato eletrônico, entregues via e-mail para acesso através de
link, gerado por meio de uma ferramenta gratuita oferecida pelo Google: o Google
Forms. Os participantes receberão através do e-mail o endereço da página do
questionário na Internet, enviados via APAE. Estes receberão uma carta convite, o
Termo de Concordância Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B) e o link gerado
27

pelo Google forms para acesso ao instrumento via correio eletrônico. Para responder
as questões, os profissionais deverão acessar o link, preencher o questionário,
autorizar a utilização das respostas para fins acadêmicos e, por fim, enviar as
informações para a responsável pela pesquisa.

A escolha da ferramenta de pesquisa deu-se devido à agilidade na aplicação e


controle das respostas e para facilitar a tabulação dos resultados, viabilizar o acesso
aos participantes, sendo realizada de maneira sustentável.

No questionário conterá previamente os domínios elaborados pelas pesquisadoras.


Cada domínio conterá os itens a serem julgados a partir do critério de gravidade da
condição descrita pelo item. Nesse sentido, os profissionais acessarão uma escala
likert contendo: 1) Mínimo; 2) Leve; 3) Moderado; 4) Grave; 5) Crítico. Os valores
atribuídos pelos profissionais condizentes em cada avaliação serão descritos e
obtidos através do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), média e Desvio-Padrão
(DP). Esse instrumento também contará com um campo para
sugestões/observações.

O número de rodadas será estabelecido através do feedback controlado pelos


pesquisadores mediante consenso ou não dos itens. Mediante consenso obtido nos
itens, estes permanecerão no instrumento e não passarão por nova avaliação; caso
contrário, a rodada com esses itens é repetida. Destaca-se que a cada rodada e
após análise estatística dos dados, os participantes serão informados dos resultados
obtidos na rodada anterior com a oportunidade de alterar sua pontuação em função
da resposta do grupo.

Para apreciação e consenso final dos itens pendentes será realizado um painel
presencial com 3 consultores (número ímpar para garantir equivalência e
concordância das respostas). Neste momento, os mesmos serão convidados a
discutir sobre a estrutura e aparência do instrumento (validade de face) e também se
os itens levantados são suficientes para monitorar um indivíduo com DC na APS
(validade de conteúdo).
28

O protocolo será estruturado de acordo com as melhores evidências científicas


disponíveis e levará em consideração a rotina do CER IV. Será Trata-se de um
estudo de validação e confiabilidade, sendo realizado em quatro etapas: elaboração
de IA dos serviços de vacinação; validação do IA pelo método Delphi; e elaboração
e validação de modelo lógico para avaliar os serviços de vacinação também pelo
método Delphi.
29

8. RESULTADOS ESPERADOS

A aplicação dos resultados obtidos no presente trabalho poderá trazer


benefícios para a sociedade, possibilitando que as pessoas portadoras de
deficiência física tenham um atendimento humanizado. Também permitirá que a
equipe de saúde possa planejar melhores estratégias no atendimento personalizado
e direcionado para cada indivíduo com maior afetividade e eficiência, podendo
contribuir também para uma melhoria de qualidade de vida dessas pessoas e
possibilitando que haja uma padronização dos serviços prestados.
30

9. CRONOGRAMA

2023
Atividades Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Levantamento
de literatura

Elaboração
do projeto

Montagem do
questionário

Submissão ao
Comitê de
ética
Coleta de
dados

Análise de
dados

Escrita do
TCC

Entrega do
TCC
31

10. ORÇAMENTO

Item Quantidade Valor Valor (R$)


Unitário(R$)

1. Caneta 1 1,00 1,00

2. Impressão 9 0,60 5,40

3. Internet 1GB 89,00 89,00

4. Lápis 1 0,70 0,70

TOTAL 96,10
32

11. REFERÊNCIAS

ALVIM, A. L. S. O processo de enfermagem e suas cinco etapas. Enfermagem


em foco, v. 4, n. 2, 2013.
ASSIS, E. P. de et al. Inclusão profissional e deficiência física: o uso da
classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde (CIF)
como recurso no ensino médio. São José do Rio Preto, 2020.
BRASIL. Decreto N.º 3.298. Senado Federal, Brasília: MEC, 1999.
BRASIL. Portaria 4.279. Ministério da Saúde. 2010. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html>.
Acesso em: 23 mai. 2023.
BRASIL. Portaria 793. Ministério da Saúde. 2012. Disponível em:
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http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2023.
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CAVALCANTE, Ricardo Bezerra et al. Acolhimento com classificação de risco:
proposta de humanização nos serviços de urgência. Revista de Enfermagem do
Centro-Oeste Mineiro, 2012.
DA SILVEIRA, J. A. M. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): um breve histórico de
sua criação aos desafios atuais. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, v. 10, n. 2,
p. 75-79, 2015.
FARIAS, A. N. P. N. Humanização na estratégia de saúde da família: percepções
dos profissionais que atuam em um centro de saúde da comunidade na cidade
de Palmas-TO. Rio Grande do Norte, 2017.
FAVATO, N. M. Desenvolvimento de protocolos de registro de atendimento de
reabilitação multiprofissional no Centro de Reabilitação do HCFMRP-USP para
pacientes com sequelas de lesões encefálicas adquiridas. 2021. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo.
FEDERAL, Senado. Constituição. Brasília (DF), 1988.
GERSCHMAN, S. A democracia inconclusa: um estudo da reforma sanitária
brasileira. Editora Fiocruz, 2004.
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Educação e Inclusão Social. Cadernos. Cb Virtual 8. UFPB. Ed. Universitária,
2010. Disponível
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33

PAIM, J. S. A Constituição Cidadã e os 25 anos do Sistema Único de Saúde


(SUS). Cadernos de Saúde Pública, v. 29, p. 1927-1936, 2013.
PAIM, J. S. et al. O que é o SUS: e-book interativo. 2017.
PAIVA, C. H. A.; TEIXEIRA, Luiz Antonio. Reforma sanitária e a criação do
Sistema Único de Saúde: notas sobre contextos e autores. História, Ciências,
Saúde-Manguinhos, v. 21, p. 15-36, 2014.
PEREIRA, R. P. Política Nacional de Humanização (PNH) aplicada aos serviços
hospitalares: revisão de literatura e análise das estratégias utilizadas para
efetivação da humanização nos hospitais vinculados ao Sistema Único de
Saúde (SUS) com ênfase na atuação de Grupos de Trabalho em Humanização
(GTHs). Dissertação de Mestrado. Brasil. 2019.
LIMA, L. D. de; CARVALHO, Marilia Sá; COELI, Cláudia Medina. Sistema Único de
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Exibido em 19 jun. 2016. Disponível em:
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Acesso em: 09 abr. 2023. Produzido por TV Cultura. Série O valor das diferenças em
um mundo compartilhado, de Benilton Bezerra Jr.
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Nayane Oliveira. Sistematização da Assistência de Enfermagem: desafios para a
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30 anos de sus – uma revisão de literatura. Revista Instituto Iesa. Tapurah/MT. Nº
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MENDES, Eugênio Vilaça. 25 anos do Sistema Único de Saúde: resultados e
desafios. Estudos avançados, v. 27, p. 27-34, 2013.
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Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS. Instrutivos de


Reabilitação. Centro Especializado em Reabilitação - CER e Oficinas Ortopédicas.
2014.
34

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recerca en educació, 2016.
ROZADOS, H. F. O uso da técnica Delphi como alternativa metodológica para a
área da Ciência da Informação. Em Questão, v. 21, n. 3, pág. 64-86, 2015.
ROSSANEIS, Mariana Angela et al. Caracterização do atendimento após
implantação do acolhimento, avaliação e classificação de risco em hospital
público. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 4, 2011.
DA SILVEIRA, V. O. Direitos humanos fundamentais das pessoas com
deficiência. Prisma Jurídico, v. 12, n. 2, p. 479-516, 2013.
SOUZA, G. C. Deficiência Física. Centro Universitário Leonardo da Vinci
(Uniasselvi). 1º Ed. p. 17-18. 2020.
UBALDO, Isabela; MATOS, Eliane; SALUM, Nádia Chiodelli. Diagnósticos de
enfermagem da Nanda-I com base nos problemas segundo teoria de Wanda
Horta. Cogitare Enfermagem, v. 20, n. 4, p. 687-694, 2015.
VASCONCELOS, C. M.; SILVA, J. A. Programa de Educação Permanente em
Saúde da Família (PEPSUS): A reforma sanitária brasileira e o processo de
institucionalização do SUS. UFRN. 2020.

ZUQUI, Aline Cáus et al. Implantação de um protocolo de avaliação e


acolhimento baseado na Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde em um centro especializado de reabilitação. Acta
Fisiátrica, v. 29, n. 3, p. 140-148, 2022.
35

APÊNDICES

APÊNDICE A

FORMULÁRIO DEMOGRÁFICO

Título da pesquisa: PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO CENTRO


ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO (CER IV)

Idade:_______anos

Naturalidade:__________ Município de residência (Atualmente): _________

1) Sexo: 3) Formação:
□ Feminino □ Graduação
□ Masculino □ Especialização
□ Mestrado
2)Profissão: □ Doutorado
□ Fisioterapeuta
□ Psicólogo(a) 4) Tempo de formação:
□ Fonoaudióloga □ 1 a 5 anos
□ Enfermeiro(a) □ 6 a 10 anos
□ Assistente Social □ Mais de 10 anos
□ Psicopedagoga
□ Oftalmologista 5) Tempo de atuação?
□ Ortopedista □ 1 a 2 anos
□ Otorrinolaringologista □ 3 a 4 anos
□ Neurologista □ 5 a 6 anos
□ Terapeuta Ocupacional □ Mais de 7 anos
35

APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidada (o) a participar de uma pesquisa intitulada:


“PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO CENTRO ESPECIALIZADO
EM REABILITAÇÃO (CER IV)”, em virtude de ser um profissional de saúde atuante
no CER IV, para responder a questionários, coordenada pela pesquisadora Ms.
Ingredy Carolline de Jesus Santos, enfermeira, docente da FAVAG, e a acadêmica
de enfermagem Ana Caroline Oliveira Mendes.

Você foi sorteado de maneira aleatória e a sua participação não é obrigatória sendo
que a qualquer momento da pesquisa você poderá desistir e retirar seu
consentimento de participação. Sua recusa não trará nenhum prejuízo para sua
relação com o pesquisador e com o CER IV. O objetivo desta pesquisa é elaborar e
validar um protocolo de classificação para pacientes atendidos em um centro
especializado em reabilitação no Norte de Minas Gerais, Brasil.

Caso você decida aceitar o convite, será submetido aos seguintes procedimentos:
responder a questionários que serão aplicados através do e-mail individual pela
Google Forms. Os benefícios da participação dos sujeitos será o de receber apoio
após ou mesmo durante a pesquisa para aqueles que sintam a necessidade de
ajuda e queira deixar seu contato, será encaminhado para o serviço da
Coordenação Pedagógica. Além disso, o desenvolvimento desse estudo será
importante para a classificação e humanização dos pacientes atendidos pelos CER.

Os riscos são mínimos, como o de identificação, constrangimento e inconveniente


em disponibilizar alguns minutos para dedicar-se a responder aos questionários.
Para minimização dos riscos, cada participante será identificado por números e
estes irão substituir os nomes dos mesmos. Outro risco seria o constrangimento em
responder algumas perguntas sobre as características de sua família. Neste caso, o
participante não será identificado, pois os dados são sigilosos e também poderá
deixar perguntas sem respostas, caso não se sinta à vontade para responder
36

alguma delas. Além disso, eles poderão se recusar a participar da pesquisa sem
constrangimento ou comprometimento com o CER IV. O tempo previsto para a
aplicação deste questionário é de aproximadamente 20 minutos, mas caso tenha
necessidade de interromper a qualquer momento, poderá retornar novamente em
um momento adequado, escolhido pelo aluno para continuar a responder os
questionários.

Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em seminários, congressos


e similares, entretanto, as informações obtidas por meio da sua participação serão
confidenciais e sigilosas, não possibilitando de forma alguma a sua identificação. A
sua participação bem como a de todas as partes envolvidas será voluntária, não
havendo remuneração para tal. Não estão previstos gastos, portanto não está
previsto ressarcimento. Não está previsto indenização por sua participação, mas em
qualquer momento se você sofrer algum dano, comprovadamente decorrente desta
pesquisa, terá direito à indenização.

Você receberá uma cópia IMPRESSA deste termo onde constam o telefone e o
endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e
sobre sua participação, agora ou em qualquer momento.

Pesquisadora: Ingredy Carolline de Jesus Santos

Endereço: Rua 3, nº 356

Bairro: Califórnia, CEP: 39.525-000, Nova Porteirinha/MG

Telefone para contato: (38) 98805-1535

Declaro que entendi os objetivos, a forma de minha participação, riscos e benefícios


da mesma e aceito o convite para participar. Autorizo a publicação dos resultados da
pesquisa, a qual garante o anonimato e o sigilo referente à minha participação.

Se você concordar em participar dessa pesquisa, selecione a resposta ACEITO


PARTICIPAR DA PESQUISA e então prossiga para as próximas sessões
respondendo às seguintes perguntas. Caso não queira participar, selecione a
37

resposta NÃO ACEITO PARTICIPAR DA PESQUISA. De qualquer forma, estamos à


disposição para sanar dúvidas e agradecemos a sua contribuição.

___________________________________________________________________________
38

APÊNDICE C

AUTORIZAÇÃO PARA USO DA INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE (CARTA DE


INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE)

Eu, Nilton Rafael Pires Murça, superintendente geral do Centro Especializado em


Reabilitação declaro ter lido e concordado com o parecer ético emitido pelo CEP e
da instituição proponente (FAVAG), conhecer e cumprir as Resoluções Éticas
Brasileiras, em especial a Resolução CNS 466/12. Esta instituição está ciente de
suas responsabilidades como instituição coparticipante do projeto de pesquisa
intitulado “PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO CENTRO
ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO (CER IV)” coordenado pela pesquisadora
Ingredy Carolline de Jesus Santos, enfermeira, orientadora na FAVAG e Ana
Caroline Oliveira Mendes, aluna do curso de graduação em Enfermagem da FAVAG
e, de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar dos participantes da
pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura necessária para a garantia da
segurança e bem-estar.

________________________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

Janaúba/MG, __ /__ / 2023.

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