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• As práticas pedagógicas são culturais, históricas e

evoluem em função das necessidades sociais


emergentes e do acervo de conhecimento disponível.
• A alfabetização passa a ser entendida como um instrumento
eficaz de aprendizagem da leitura e escrita.
• Passa-se a entender, de que a alfabetização comporta a
APRENDIZAGEM COLETIVA e SIMULTÂNEA DA LEITURA E DA
ESCRITA.
• O processo de alfabetização é essencial na formação do aluno

influência direta no seu processo de


escolarização

• A inserção da criança, no mundo da escrita, ocorre antes da sua


entrada na escola (SOCIEDADE GRAFOCÊNTRICA)
• Alfabetização: aprendizado do alfabeto, domínio e
apreensão da forma escrita, utilizada em duas funções que
se inter-relacionam: ler e escrever;
• Letramento: relaciona-se diretamente ao ato de ler e
escrever, ampliando-se, à medida que se faz uso dessas
funções na vida social, utilizando-os num processo mais
amplo do que o decodificação de palavras, ou o registro
delas.
• É no ensino fundamental que ocorre o processo de
alfabetização. (base para todo o processo de aprendizagem
que o aluno irá passar)
• Atualmente, além de ler e escrever, é primordial entender e
compreender o que se está lendo.
• O letramento é a alfabetização mais aprimorada para que
as crianças possam crescer sabendo realizar a compreensão
de um determinado assunto através da leitura e conseguindo
assim desenvolver uma redação com mais facilidade.
• A criança para se alfabetizar terá que interagir com outras
pessoas, ter contato com muitos textos de diferentes
gêneros disponíveis na sociedade e, principalmente,
produzir seus próprios textos.
• O acesso ao mundo da escrita é em grande parte
responsabilidade da escola.
• Há a necessidade de entender a alfabetização como um
conhecimento complexo.
• E cabe aos professores trabalharem as múltiplas
possibilidades de uso da leitura e escrita na sociedade.
• Nos primeiros anos, as crianças são estimuladas através de
atividades, lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons,
principalmente no primeiro nível

• Nas séries iniciais, apesar do aluno ainda ser muito novo, o


tempo de recreio, parque e brincadeiras começam a diminuir
e começam a introduzir um pouco daquilo que conhecemos
de escola tipo “normais”.
• O Ensino Fundamental é organizado com cinco anos iniciais para
crianças de seis a dez anos e, com quatro anos finais, para
adolescentes de onze a catorze anos.
• o primeiro ano do Ensino Fundamental deverá manter sua
identidade pedagógica e de instalações.
• A entrada no novo fundamental não pode representar uma
ruptura com o processo anterior, vivido pelas crianças em casa ou
na instituição de Educação Infantil, mas sim uma forma de dar
continuidade as suas experiências para que elas, gradativamente,
sistematizem os conhecimentos. (MEC)
• A alfabetização é um processo
de natureza complexa.
• Trata-se de um fenômeno de
múltiplas facetas, que fazem
dele um objeto de estudo de
várias ciências.
• O problema da alfabetização
não está apenas na sua
característica interdisciplinar, é
preciso considerar, ainda, os
aspectos sociais e políticos que
condicionam a aprendizagem,
na escola, da leitura e da
escrita
Contribuições de Paulo Freire
• A Alfabetização tem um caráter político, havendo a
necessidade da mesma considerar a compreensão de mundo
das relações políticas, econômicas e sociais . Aprende-se a ler
e a escrever para poder participar nesta e desta sociedade
como sujeito de direitos.

• A alfabetização é trabalhada em uma perspectiva do


letramento (embora ele nunca tenha se referido a esta
terminologia), e isso é uma opção política.
Alfabetizar sob uma nova perspectiva

• Fim da visão reducionista de que alfabetizar é somente


trabalhar com o código alfabético.

• A alfabetização já não é mais tarefa exclusiva de único


professor, mas é compromisso de toda a escola e também
da própria sociedade.
A criança com APENAS idade de 6 anos já deve
passar pelo processo de alfabetização?

• Iniciar aos seis ou sete anos, não é problema, o problema


está nas metodologias que estão adequadas ao modo da
criança aprender.
• Os professores precisam com a experiência profissional e as
formações continuadas, proporcionar um ensino de
qualidade na busca de uma alfabetização esperada,
desenvolvendo diferentes metodologias que instiguem a
criança a desvelar/ se apropriar das diferentes linguagens.
Qual seria o melhor método para se trabalhar e
alcançar os objetivos de uma alfabetização eficaz e
eficiente?

• Não existe apenas um método utilizado para se


alfabetizar, pelo contrário, o educador pode se fazer
valer de várias técnicas para alcançar o seu objetivo, o
que vale de fato é o seu discernimento na hora de usar
dos métodos, decidindo por aquele que se adeque a
cada aluno ou a cada turma.
Níveis de alfabetização
• A construção do conhecimento da leitura e da escrita
tem uma lógica individual, embora aberta à interação
social, na escola ou fora dela.

• No processo, a criança passa por etapas, com avanços


e recuos, até se apossar do código linguístico e
dominá-lo.
A teoria da Psicogênese da língua e
da escrita de Emilia Ferreiro
• Apresenta um suporte teórico construtivista, no qual o
conhecimento aparece como algo a ser produzido pelo indivíduo,
que passa a ser visto como sujeito e não como objeto do processo
de aprendizagem.
• O analfabetismo e o fracasso escolar são problemas de dimensões
sociais e não consequências de vontades individuais.
• Os métodos de alfabetização partiam de uma concepção
psicológica, em que a aprendizagem da leitura e da escrita é
realizada de forma mecânica: aquisição de técnica para decifrar o
texto; resposta sonora a estímulos gráficos.
• Em vez de indagar como se deve ensinar a escrever, ela
perguntou como alguém aprende a ler e escrever,
independente do ensino?
• Ela considerou uma coisa que todos sabiam: que muitas
crianças chegam à escola, antes do ensino oficial, já
alfabetizadas. As crianças leem, mas não estão socialmente
autorizadas a fazer isso, antes do professor ensinar.
• Ferreiro concebe a teoria de Piaget como uma teoria geral
dos processos de aquisição do conhecimento, que é
resultado da atividade do próprio sujeito e não de métodos
ou pessoas, ou seja, o sujeito é produtor do seu próprio
conhecimento.
Toda criança passa por quatro fases até que
esteja alfabetizada
• Pré-silábico
• a criança começa perceber que a escrita representa
aquilo que é falado.
• Ela tenta se aventurar pela escrita e por meio da
reprodução de rabiscos e desenhos.
• Ainda não consegue relacionar as letras, com os sons
da língua falada.
• NÍVEL I
• Pictórica - Normalmente, a criança que vive em um
ambiente urbano, com estimulação linguística e
disponibilidade de material gráfico (papel e lápis)
começa a rabiscar e experimentar símbolos muito cedo
(por volta dos dois anos). Muitas vezes, ela já usa a
linearidade, mostrando uma consciência sobre as
características da escrita.
• Grafismo Primitivo - símbolos e pseudoletras,
misturadas com letras e números. Linearidade e utiliza o
que conhece do meio ambiente para escrever (bolinhas,
riscos, pedaços de letras).
• NÍVEL II
• Escreve diversas letras para representar palavras.;
• Ela percebe que para escrever precisa de letras;
• Sua escrita não tem relação com a sonoridade;
• A ordem das letras não tem importância;
• Para ela a escrita não pode conter menos que três ou quatro
letras;
• Sua leitura é global;
• Nesta fase pode ocorrer o “Realismo Nominal”, ou seja, associa o
tamanho da palavra ao tamanho do objeto. Exemplo: A criança
acredita que para escrever “ELEFENTE” ela precisa de muitas
letras, por que o elefante é grande, e para escrever “FORMIGA”
ela precisa de poucas letras, por que a formiga é pequena;
• Fase Silábica
• A criança se sente confiante porque descobre
que pode escrever com lógica.
• Ela conta os “pedaços sonoros”, isto é, as
sílabas, e coloca um símbolo (letras) para cada
pedaço (sílaba).
• Essa noção de que cada silaba corresponde a
uma letra pode acontecer com ou sem valor
sonoro convencional.
• Fase Silábica Alfabética
• Acriança está a um passo da escrita alfabética.
• Ao professor cabe o trabalho de refletir com ela
sobre o sistema linguístico a partir da observação
da escrita alfabética e da reconstrução do código.
• É o momento em que o valor sonoro torna-se
imperioso e a criança começa a acrescentar letras
principalmente na primeira sílaba.
• Fase Alfabética
• A criança reconstrói o sistema linguístico e compreende
a sua organização.
• Ela transpõe a porta do mundo e das coisas escritas,
conseguindo ler e expressar graficamente o que pensa
ou fala.
• A criança escreve foneticamente (faz a relação entre
som e letra), mas não ortograficamente.
• O desafio agora é caminhar em direção à
convencionalidade, em direção à correção ortográfica e
gramatical.
Alfabetização X letramento
• ALFABETIZAR LETRANDO - Levar os alunos a
apropriarem-se do sistema alfabético ao mesmo tempo
em que desenvolvem a capacidade de fazer uso da
leitura e escrita de forma competente e autônoma,
tendo como referência práticas autênticas de uso dos
diversos tipos de material escrito presentes na
sociedade.
• A alfabetização e o letramento são práticas distintas,
porém, indissociáveis, interdependentes e simultâneas.
• Os problemas não estão apenas no processo de alfabetização
(ato de ler e escrever), mas principalmente, quando se exige a
interpretação e raciocínio do que se lê e se escreve.
• O que acontece é a ausência do letramento no processo de
alfabetização.
• É preciso ter o cuidado em não privilegiar um processo ou
outro, pois os dois são importantes, sendo processos
diferentes, porém, indissociáveis e simultâneos.
• Um processo complementa o outro, e nem a alfabetização,
nem o letramento são eficientes e eficazes sozinhos, porém, o
que parece estar acontecendo é o detrimento da alfabetização
a favor do letramento.
Como o letramento é praticado para alfabetizar?

• Sabe ler a pessoa que gosta de ler, não a pessoa que ler
corretamente em um exame.
• Sabe ler a pessoa que usa linguagem escrita de modo
correto, não o que, quando vai prestar o serviço militar,
sabe escrever diante do oficial: “Sou um cidadão italiano”,
como se fazia na Itália para demonstrar que se estava
alfabetizado
• Para o letramento dá certo para se alfabetizar, se faz
relevante ensinar a ler e escrever dentro de um contexto
onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da
vida do aluno.
• As práticas de letramento devem ocorrer de forma reflexiva
a partir da apresentação de situações problemas, em que, as
crianças revelem espontaneamente as suas hipóteses e
sejam levados a pensar sobre a escrita, participar, ler e
escrever com função social, utilizar textos significativos,
interagir com a escrita, utilizar textos reais, que circulam na
sociedade, utilizar a leitura e a escrita como forma de
interação.
• Alfabetizar Letrando não constitui um novo método de
alfabetização, consiste na utilização de textos variados
no ambiente escolar, melhorando assim a prática de
somente alfabetizar, sendo essa uma perspectiva
pedagógica com metodologias relacionadas à
aquisição da leitura e da escrita.
• No Brasil, os conceitos de alfabetização e letramento
se mesclam, se sobrepõem e frequentemente se
confundem: Isso não é bom, pois os processos de
alfabetizar e letrar, são específicos. Alfabetizar é
ensinar o código alfabético, letrar é familiarizar o
aprendiz com os diversos usos sociais da leitura e da
escrita
1. Dentre os conceitos a seguir, assinale a alternativa que apresenta o
conceito de letramento (SOARES, 2004):
a) Significa o domínio de uma técnica, ou seja, da mecânica da língua
escrita.
b) Em seu sentido restrito, refere-se ao processo de aquisição do
código escrito.
c) Trata-se da aprendizagem das habilidades de leitura e de escrita,
especificamente.
d) Habilidade de codificar a língua oral em escrita e de decodificara
língua escrita em oral.
e) Designa o estado ou a condição de domínio das práticas sociais de
uso da língua escrita.
2. Analise a escrita a seguir, na qual foi solicitado à criança para
escrever: amigo, Eduardo, passarinho, jardim e só, segundo os
níveis da psicogênese da alfabetização (FERREIRO, 1985), e
assinale a alternativa que corresponde ao nível em que a criança
se encontra.
a) Pré-silábico 1
b) Pré-silábico 2
c) Silábico
d) Silábico-alfabético
e) Alfabético
3. Segundo Emilia Ferreiro (1993), ao se alfabetizar, a criança se
apropria do sistema de representação da escrita percorrendo níveis
de conceitualização. Diante disso, analise a escrita abaixo, na qual
foi solicitado ao aprendiz que escrevesse: ;BORBOLETA, CAVALO,
SAPO e assinale a alternativa que corresponde ao nível da
psicogênese da escrita que o aprendiz se encontra.
a) Pré-silábico 1
b) Pré-silábico 2
c) Silábico
d) Silábico-alfabético
e) Alfabético
4. Sobre o conceito de letramento (ROJO, 2006), marque a alternativa
CORRETA.
a) Aquisição da linguagem falada pela criança de modo natural em
contexto familiar.
b) Método de ensino escolar que leva a criança a se apropriar da
técnica da escrita.
c) Domínio do sistema de escrita alfabética pela criança no contexto
da sala de aula.
d) Apropriação das práticas e conhecimentos ligados à escrita em uso
na sociedade.
e) Aprendizagem da leitura e da escrita pela criança mediante o
processo de escolarização.
5. Utilizando a tabela de referência abaixo preencha
corretamente as lacunas.

(1) Níveis pré-silábico


(2) Nível silábico
(3) Nível silábico-alfabético
(4) Nível alfabético
• ( ) A partir do momento em que as crianças a
prestar atenção às propriedades sonoras das
palavras um novo tipo de hipótese começa a ser
construído. Elas passam a estabelecer
correspondência entre partes da palavra falada e
partes da palavra escrita. De acordo com ela, cada
marca ou letra corresponde ao registro de uma
silaba oral. A criança escreve fazendo
corresponder a quantidade de sinais gráficos e de
silabas da palavra falada.
• ( ) A distinção básica entre desenhar (modo de
representação ligado ás características físicas e as
formas dos objetos) e escrever vai sendo construída
pela criança, tanto nas situações da escrita quando
nas situações de leitura. Ela traça linhas onduladas
ou em ziguezague. Essas marcas não têm relação
com o registro sonoro da palavra e não se diferencia
entre si somente a própria criança consegue
interpretá-las e o faz de modo instável.
• ( ) Este nível marca a final da evolução. A criança já
franqueou a barreira do código: compreendeu que
cada um dos caracteres da escrita corresponde a
valores sonoros menores do que a silaba e realiza
sistematicamente uma análise sonora dos fonemas nas
palavras que vai escrever. Isto não quer dizer que todas
as dificuldades tenham sido superadas, a partir deste
momento, a criança se defrontará com as dificuldades
próprias da ortografia, mas terá, mas não terá mais
problemas de escrita, no sentido restrito.
• ( ) Não é mais apenas a letra inicial que tem valor
sonoro, mas a palavra toda. A escrita representa aos
sons da fala. É está ligada a linguagem enquanto
pauta sonora, com propriedades específicas,
diferentes do objetivo referido. A quantidade de
letras necessárias dentro de uma palavra é levada
em consideração. A hipótese básica do nível silábico
é a correspondência de cada sílaba oral com um
sinal gráfico.
6. De acordo com as características da escrita da criança abaixo, assinale a
alternativa com o nível de conceitualização da língua escrita correspondente
à escrita da criança (GROSSI, 1990).

BRIGA (briga)
BAGUSA (bagunça)
MADUGADA (madrugada)
TOU (Tom)
TATIANANÃOGOSTADEBRIGA (Tatiana não gosta de briga.)

a) Pré-silábico 1. b) Pré-silábico 2. c) Silábico. d) Silábico-alfabético.


e) Alfabético.
7. Leia os dois trechos seguintes e assinale a alternativa
correta sobre alfabetização e letramento (LEAL et al, 2007).

Trecho I
Corresponde ao processo pelo qual se aprende a escrita
alfabética e as habilidades de utilizá-la para ler e para
escrever. Envolve conhecimentos e destrezas variados,
como compreender o funcionamento do alfabeto,
memorizar as convenções letra-som e dominar seu
traçado, usando instrumentos como lápis, papel ou outros
que os substituam.
Trecho II
Relaciona-se ao exercício efetivo e competente da
tecnologia da escrita, nas situações em que se precisa
ler e produzir textos reais no contexto das práticas
sociais de uso da língua, mediante as atividades de
leitura e de escrita de diferentes gêneros textuais tais
quais são utilizados socialmente.
a) O Trecho I conceitua letramento e o Trecho II,
alfabetização.
b) O Trecho I conceitua alfabetização e o Trecho II,
letramento.
c) Os Trechos I e II não conceituam nem alfabetização
nem letramento.
d) O Trecho I não conceitua alfabetização e o Trecho II
conceitua letramento.
e) O Trecho I conceitua alfabetização e o Trecho II não
conceitua letramento.
8. Analise a escrita da criança, no quadro a seguir, em relação
ao o que sua professora ditou (entre parênteses), e aponte o
nível de conceitualização da escrita que ela se encontra, de
acordo com Ferreiro (1990).

a) Silábico.
b) Alfabético.
c) Ortográfico.
d) Pré-silábico.
e) Silábico-alfabético.
9. No que diz respeito ao conceito de alfabetização e letramento (SANTOS, 2007),
identifique a palavra que completa as lacunas e marque a alternativa correta.

I - ______________ é um termo que nomeia o conjunto de práticas sociais de uso


da escrita em diversos contextos socioculturais.
II- ______________ refere-se ao domínio da técnica da escrita tanto no processo
de codificação quanto de decodificação.

a) Apalavra da lacuna em I é alfabetização, e a palavra da lacuna em II é


letramento.
b) A palavra da lacuna em I é letramento, e a palavra da lacuna em II é
alfabetização.
c) Letramento ou alfabetização não completam nenhuma das duas lacunas.
d) Apalavra que completa as lacunas I e II é alfabetização.
e) Apalavra que completa as lacunas I e II é letramento.

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