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TRAUMA LARÍNGEO

slide 1:
● A laringe é essencial pra manutenção da respiração, fonação e proteção da via aérea,
portanto um trauma nessa região pode ser devastador.
● Os traumas laríngeos são raros e apresentam somente 1/30.000 casos nos atendimentos de
emergência (USA) e 1% de todos os traumas contusos. Predomina em homens adultos jovens
● São letais → 21% não sobrevive dentro de duas horas. Por que?
○ As crianças estão menos expostas aos riscos que os adultos. Comparando com
adulto, a cabeça é proporcionalmente maior em relação ao pescoço e ao tórax, e a
laringe localiza-se em região mais alta no pescoço, protegida pela mandíbula (no
recém-nascido está no nível de C4, aos seis anos em C6 e dos 13 a 15 anos em C6 e
C7).
○ Ainda baixa incidência no atendimento hospitalar, a alta incidência de mortalidade
na cena do acidente, decorrente de obstrução das VAS e asfixia.
■ Devido a infrequência destes pacientes se apresentarem com vida na sala de
emergência, esse tipo de trauma muitas vezes é subestimado e pouco
relatado → 21% não sobrevive dentro de duas horas
■ O tratamento precoce das lesões melhora o prognóstico e diminui o risco de
complicações graves
○ Assim, apesar de rara, o pronto manejo das lesões de laringe interfere na
probabilidade imediata de sobrevida do paciente e na aceitável qualidade de vida a
longo prazo
○ Quando não causam risco de morte iminente, podem levar a problemas crônicos de
aspiração, deglutição, fonação e respiração
● São poucas as ocorrências de traumatismo da laringe isolado. Este encontra-se presente em
cerca de 20% de todos os traumatismos cervicais e em 50% das ocorrências está associado
ao traumatismo facial, crânio-encefálico, torácico e abdominal que muitas vezes, coloca em
risco as vias aéreas superiores.

slide2
● Trauma Laríngeo Contuso (mais frequentes):
○ Os traumas causados por desastres automobilísticos, nos quais o individuo é jogado
para frente com o impacto e hiperextende o pescoço chocando frontalmente a
laringe contra o painel do carro, ou quando está andando de motocicleta e tem
choque com veículo, geralmente causam fraturas da cartilagem e disrupção da
mucosa da endolaringe, e estão associados a trauma da coluna vertebral e também
na região das aritenoides e nervos recorrentes.
■ As fraturas da cartilagem tiroideia prevalecem dentro de todo o esqueleto
cartilagíneo da laringe, apresentando-se com linhas de fratura unilaterais,
orientadas verticalmente e localizadas medialmente ou paramedialmente.
[10,25] Por seu lado, a fratura da cartilagem cricoideia é frequentemente
bilateral e pode causar obstrução súbita, no entanto fraturas isoladas da
cartilagem cricoideia são muito raras. [14] No geral, 37 % das fraturas
envolvem mais que uma cartilagem.
○ No caso de estrangulamento por homicídio ou suicídio, quase sempre ocorrem
fraturas das cartilagens, sem grandes lesões nas mucosas.
■ As fraturas horizontais da cartilagem tiroideia e osso hióide são
classicamente associadas aos enforcamentos/ estrangulamentos. Aqui, a
fratura das tireoideas é bilateral
○ Nas crianças as cartilagens ainda não estão calcificadas, e a laringe apresenta um
grau maior de elasticidade, permitindo que muitas vezes não ocorram fraturas.
Porém podem apresentar um edema importante das mucosas, e como a via área
tem menor diâmetro, a possibilidade de entrarem em insuficiência respiratória é
maior.

● Trauma Laríngeo Penetrante


○ Os traumas laríngeos penetrantes quase sempre são causados por projétil de arma
de fogo ou facas dos mais diversos tamanhos. Esses traumas aumentam conforme a
criminalidade aumenta. Os ferimentos causados por faca resultam em uma lesão
geralmente confinada ao caminho da lâmina. Contrastando com este evento, o
ferimento por projétil de arma de fogo promove uma destruição do tecido, não só do
caminho do projétil, mas do tecido mole adjacente. O grau de destruição dos tecidos
vai depender da velocidade do projétil: quanto maior, pior a destruição
■ Nesses casos devemos dar especial atenção aos grandes vasos do pescoço.
■ São frequentemente associadas a trauma do esôfago, carótida, jugular, bem
como extensa lesão tecidual ou edema.
● Trauma laríngeo interno
○ O trauma laríngeo interno ocorre por intubação orotraqueal (IOT) prolongada,
sonda nasogástrica (SNG), ingestão e aspiração de agentes corrosivos,
principalmente soda cáustica, cirurgias endoscópicas e queimaduras por fumaça e
produtos de incêndio.
■ O trauma laríngeo causado pela IOT depende de alguns fatores, como o
tamanho da cânula e o material de que é constituída. Pode acontecer
durante uma intubação mais agressiva durante uma urgência, ou com o guia
da cânula mal posicionado que causa uma laceração da mucosa. Devido ao
tamanho da região glótica, as crianças e mulheres são mais sujeitas ao
trauma na IOT. A cânula fica apoiada no processo vocal, podendo causar
ulceras, que acabam evoluindo para granulomas ou mesmo uma artrose na
articulação cricoaritenóidea com consequente imobilidade laríngea bilateral.
■ A SNG também pode causar dano, principalmente na região posterior da
laringe, causando edema e trauma direto e piorando o grau de refluxo.
■ A ingestão ou aspiração de agentes corrosivos como soda cáustica podem
causar sérios danos à região da laringe, hipofaringe e esôfago, evoluindo
com sequelas, algumas vezes, com muita dificuldade de correção.
■ Os danos causados pelas cirurgias endoscópicas da laringe têm relação com
a extensão delas. Na grande maioria delas, a resseção de tecido é pequena,
não levando a trauma importante, mas quando tem-se grandes ressecções
de tecidos, deixando extensas áreas cruentas, como no caso dos tumores, é
possível haver sinéquias ou estenoses.
■ Durante a ocorrência de um incêndio é comum acontecer de as pessoas
inalarem gases tóxicos e outras substâncias. Pode haver lesão na laringe
pela natureza desses elementos químicos (ácidos, cáusticos e outros), pela
temperatura em que se encontram, causando um dano tecidual extremo,
inclusive na via aérea inferior (traqueia, brônquios e pulmão), levando o
paciente a óbito.

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● QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO
○ até um terço de todos os pacientes com lesão laríngea pode se apresentar
assintomático, podendo não desenvolver sinais ou sintomas durante 24-48 horas. É,
portanto, importante manter uma grande suspeita com o aparecimento de qualquer
lesão no pescoço
○ Sintomas cardinais são rouquidão, qualquer mudança na voz, disfagia, odinofagia e
dor sobre a laringe. Procurar os achados específicos, como estridor, hemoptise e
enfisema subcutâneo, que geralmente estão relacionados a uma maior gravidade,
qualquer alteração na pele que recobre a laringe, incluindo equimose, hemorragia
petequial e arranhaduras.
○ Na palpação pode ser possível sentir linhas de fratura, a perda de marcos de
superfície, como proeminência reduzida da cartilagem tireoide.
○ A incapacidade de tolerar a posição supina em casos de traumatismo laringotraqueal
é altamente sugestiva de obstrução das vias aéreas. Nesses casos é necessária a
realização de traqueostomia

diagnóstico
● No trauma laríngeo, após a estabilização da via aérea e do sangramento, e já realizado o
exame físico, iniciamos investigação;
○ A tomografia computadorizada é o exame de escolha para esses traumas. → vai
auxiliar na avaliação dos danos causados pelo trauma.

Manejo:
● As lesões associadas podem mascarar os sinais e sintomas decorrentes do trauma laríngeo e
retardar o seu diagnóstico3 . A abordagem diagnóstica deve avaliar a estabilidade
respiratória e hemodinâmica, e a integridade da região ou zona lesada do pescoço
○ Procedimentos diagnósticos como laringoscopia direta, broncoscopia e tomografia
computadorizada com angiografia são todos importantes e trazem benefício ao
paciente, se suas condições clínicas permitirem
○ Mesmo em episódios de trauma laríngeo de menor grau devemos deixar o paciente
internado para posterior avaliação, principalmente se for criança. Existe um risco de
deterioração tardia das vias aéreas com consequências catastróficas.
○ Se houver suspeita de fratura da laringe (história do trauma e ex físico) a TC pode
ajudar na confirmação diagnóstica
○ Laringoscopia por fibra flexível sempre que possível → Nos pacientes intubados é
mais diifícil, mas pode ser muito útil em paciente com via livre ou traqueostomizado.
○ Com esses exames (endoscópicos) é possível observar o grau de edema, presença de
lacerações, fístulas (em alguns casos), fraturas das cartilagens, hematomas, enfim,
lesões mais superficiais da mucosa e cartilagens.

● O reconhecimento precoce das lesões de laringe requer um alto índice de suspeição, com
base no mecanismo de trauma e nos achados clínicos identificados durante o exame do
pescoço, da coluna cervical e do tórax.
○ Sinais e sintomas clínicos incluem estridores, insuficiência respiratória aguda, dor
cervical, enfisema subcutâneo e hematoma cervical, quando associados a lesão
vascular importante. Hemoptise sugere que uma lesão no plano interno da laringe
esteja presente, o que acontece mais comumente nos traumas penetrantes.

● Primeiro passo é garantir o controle das vias aéreas


○ A medida inicial mais importante é falar com o doente e estimular uma resposta
verbal. O fato de o paciente conseguir falar constitui uma garantia, pelo menos
naquele momento, que a via aérea está permeável.
○ A respiração ruidosa indica obstrução parcial da via aérea que pode subitamente
converter-se em obstrução total. A ausÊncia de sons respiratórios sugere que p
doente já apresente obstrução total.
○ A obstrução total da via aérea ou a insuficiência respiratória grave devido a uma
obstrução parcial justificam uma tentativa de intubação.
○ Se houver insucesso na tentativa de intubação, a traqueostomia de emergência está
indicada, seguida de reparo cirúrgico da lesão. → porem traqueo é de difícil
execução em situações de emergência, demanda um tempo maior e pode resultar
em sangramento profundo.
● A urgência da ocasião e as condições envolvendo a necessidade de intervenção sobre a via
aérea determinam a via e o método a serem priorizados. → deve-se ter em mente que o
objetivo primordial é o controle imediato da via aérea e sua permeabilidade.
● Uma vez estabelecido controle de vias aéreas e da coluna cervical e sangramento, deve-se
avaliar a lesão e planejar o tratamento
○ Laringoscopia direta e esofagoscopia devem preceder o tratamento ou exploração
cirúrgica sempre que possível → pesquisa de edema, lacerações, hematomas e
hemorragia ativa.
○ Se o paciente estiver acordado, podemos fazer uma avaliação funcional observando
a movimentação das pregas vocais ou mesmo uma avaliação da deglutição. A fibra
flexível e mesmo a rígida nos permite avaliar o paciente na beira do leito,
dependendo das condições clínicas do paciente
● Cirurgia: sutura das cartilagens e dos planos da mucosa
○ Como em qualquer outra situação de traumatismo, quanto mais precoce a
abordagem cirúrgica, melhores são os resultados funcionais sendo as primeiras 24
horas fundamentais nos traumatismos mais graves. . O tratamento tardio pode
aumentar as complicações como estenose, disfonia, formação de tecido de
granulação e fístulas
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● Não existe ainda um único algoritmo universal na abordagem deste tipo específico de
traumatismo. O sistema de classificação e tratamento proposto por Schaefer continua a
servir de base para a maioria dos protocolos de atuação médica. Contudo, cada tratamento
deve ser individualizado de acordo com o grupo e a severidade do trauma.
○ Schaefer- modificado por Fuhrman (Figura 1) é o mais utilizado. As lesões da laringe
estão organizadas em 5 grupos baseados no exame objetivo e achados
imagiológicos.
○ • I - (1) hematomas e lacerações endolaríngeas mínimas, (2) ausência de fratura e (3)
alteração de trato respiratório mínimo.
○ • II - edema, hematoma ou lesões menores de mucosa, sem descobrimento de
cartilagens,
○ alteração de trato respiratório de grau variável, sem fraturas.
○ • III - grande edema,lacerações mucosas graves,descobrimento de cartilagem,
fraturas,
○ imobilidade laríngea, alteração de trato respiratório de gravidade variável.
○ • IV - grupo III com rotura anterior da laringe ou fraturas laríngeas instáveis com 2 ou
mais linhas de fraturas).
○ • V - desinserção laringo-traqueal.

O tratamento conservador → ausência de dificuldade respiratória, laceração mínima da mucosa sem


exposição da cartilagem, pequeno edema com ou sem hematoma, fratura isolada da cartilagem
tireóide sem deslocamento dos fragmentos, pregas vocais com movimentos preservados e sem
comprometimento das cartilagens aritenóides. Steinman et al 3 preconizam conduta conservadora
nas lesões menores e supraglóticas, sem lesões associadas
As diretrizes primordiais no tratamento cirúrgico de fratura de cartilagens da laringe são: avaliação
do tipo e gravidade da lesão, desbridamento minucioso, sutura das lacerações, redução e fixação dos
segmentos fraturados

PARALISIA LARÍNGEA
Tem inúmeras causas e pode afetar fala, respiração e deglutição. A prega vocal esquerda é afetada
duas vezes mais que a direita e as mulheres são acometidas com mais frequência que os homens
(3:2).

Entender a anatomia:
A motricidade da laringe começa Área motora primária do córtex → o trato corticobulbar até o
núcleo ambíguo (bilitareal) → lesões aqui
● Área motora primária do córtex → o trato corticobulbar até o núcleo ambíguo (bilitareal) →
origina fibras para faringe e laringe através dos nervos glossofaríngeo, vago e raiz craniana do
nervo acessório.--> deixam o crânio pelo canal jugular

● O ramo faríngeo do nervo vago é parte principal do plexo faríngeo, e suas fibras se
distribuem aos músculos da faringe e palato mole (exceto o músculo tensor do véu palatino,
inervado pelo nervo trigêmio).
● O nervo laríngeo superior tem um ramo interno (que é sensitivo) da laringe, desde a
supraglote até o nível da prega vocal, e um ramo externo (que é motor) e inerva o músculo
cricotireóideo ipsilateralmente.
● O nervo laríngeo recorrente → inervação sensitiva da região abaixo da prega vocal e inerva
todos os músculos intrínsecos da laringe, exceto o cricotireóideo.
○ A origem do nervo recorrente difere conforme o lado,
○ O longo trajeto, principalmente do lado esquerdo, desde o tórax até a laringe, torna
o nervo recorrente suscetível a iatrogenias nas intervenções em região cervical, a
lesões em acidentes, traumas, e por compressões de lesões expansivas em tórax.

6.3. Paralisia faringolaríngea


A inervação da laringe depende do X nervo craniano, com o nervo laríngeo superior (cuja lesão
apenas influenciará na posição das cordas vocais, pois inerva apenas o músculo cricotireóideo,
porém, produzirá alterações sensoriais) e o nervo laríngeo inferior ou recorrente (cujo trauma
produz grave alteração na mobilidade das pregas vocais e poucas alterações na sensibilidade
laríngea). As lesões

CLASSIFICAÇÃO
● De acordo com o local da lesão nervosa em periféricas ou centrais. Quanto ao lado:
unilaterais ou bilaterais.
● unilateral → sintomas poucos: dificuldade de falar, rouquidão ou falhando quando tenta
falar mal. Dificuldade de respirar quando é paralisia fechada. Quando aberta, pode causar
engasgo
● Bilateral → aberta: pode ocorrer aspiração de comida; fechada: pode gerar dificuldade muito
importante para respirar porque não passa ar, assim pode engasgar ou até precisar de
traqueostomia

paralisias centrais
Geralmente são paralisias suprabulbares ou pseudobulbares (ACVA, paralisia cerebral), e há
espasticidade e lentidão nos movimentos de
a laringe. Também podem causar alterações na mobilidade laríngea, lesões extrapiramidais
(Parkinson, Shy-Drager, coreia de Huntington) e cerebelares (disartria atáxica, Arnold-Chiari).
● s não acarretam imobilidade da laringe pois o núcleo ambíguo tem representação cortical
bilateral.
C. Lesão do tronco do vago
Condiciona a lesão combinada de ambos os nervos laríngeos. Geralmente é causada por tumores da
base do crânio (câncer do cavum, paragangliomas, metástases cervicais). A corda vocal paralisada é
colocada em posição intermediária ou lateral (abdução). As aspirações ocorrerão durante
deglutição, com crises de tosse e infecções traqueobrônquicas (pneumonias aspirativa) e disfonia por
déficit de fechamento.

Paralisia periférica
São os mais frequentes (90%). São causadas por lesões no tronco do X nervo craniano ou seus ramos
laríngeos.
1. Lesão do nervo laríngeo inferior ou recorrente
● O nervo laríngeo recorrente → inervação sensitiva da região abaixo da prega vocal e inerva
todos os músculos intrínsecos da laringe, exceto o cricotireóideo.
○ A origem do nervo recorrente difere conforme o lado,
○ O longo trajeto, principalmente do lado esquerdo, desde o tórax até a laringe, torna
o nervo recorrente suscetível a iatrogenias nas intervenções em região cervical, a
lesões em acidentes, traumas, e por compressões de lesões expansivas em tórax.
● O comprometimento do nervo recorrente acarreta paralisia de todos os músculos intrínsecos
da laringe, exceto o cricotireóideo. → mais frequente do lado esquerdo (maior trajeto)
● Inúmeras causas: iatrogênicas como cirurgias no pescoço (como tireidoctomias), de carótida
ou coluna, tumores cervicais malignos, IOT, trauma laríngeo, outros. Entre as causas torácicas
doenças cardiopulmonares (como cardiomegalia, aneurisma de aorta, pericardite..) doenças
neurológicas, infecciosas….
● Se lesão neurológica, pode ser temporária
● Não se sabe o que determina a posição em que a prega vocal paralisada permanecerá.
● A posição da prega paralisada pode variar com o tempo, no início em geral é muito flácida e
pode ser arqueada
● Sintomas dependem da posição e arqueamento: Quanto mais próxima da linha mediana
(meio) menos sintomas, podendo ser até assintomático..
● Se mais aberta, o principal sintoma é disfonia, cansaço ao falar, diminuição de loudness.
○ Não há restrição respiratória, pois a abdução da prega contralateral é suficiente para
a passagem de ar.
○ A disfagia pode estar presente principalmente no início do quadro, com relatos de
engasgo com a ingestão de líquido. É mais intensa quando há comprometimento
concomitante do nervo laríngeo superior, responsável pela inervação sensitiva da
supraglote.
● Tratamento
● depende da causa, tempo e prognóstico
● Se mais no meio, pode acarretar quase nenhuma alteração na voz ou deglutição →
Conservador: fonoterapia
● Quando mais lateral ou arqueada, a fenda glótica é grande e se escolhe o cirurgia
● Implante de materiais
○ Gordura → imprevisível, pode ser absorvida
○ Fáscia temporal → baixa absorção e complicações. Pode ser injetada
lateralmente no músculo vocal ou transplantada em bloca para um “bolsa”
criada na própria lâmina
● Tireoplastia tipo 1 (ou de aproximação)
○ “Uma pequena incisão é realizada no pescoço para acesso à cartilagem e
pregas vocais. Após expor a cartilagem da laringe, uma pequena janela é
confeccionada ao nível da prega vocal e um pequeno implante de silicone é
inserido para medializá-la (empurrar a prega vocal para a linha média). Isso
melhora o fechamento da glote e levando a melhora da qualidade vocal
Paralisias recorrenciais bilareais
● Felizmente são pouco frequentes. Em geral são iatrogênicas ou causadas por lesões
provocadas por arma branca. Na infância a etiologia é geralmente relacionada a alterações
neurológicas, como a Síndrome de Arnold-Chiari, infarto no sistema nervoso central, traumas
durante o parto, por intubação orotraqueal e cirurgias no pescoço.
● Na quase totalidade dos casos as pregas encontram-se paralisadas em adução, geralmente
na posição paramediana, e por isso sem repercussão na voz
○ Quadros são graves pela restrição respiratória causada pela paralisia dos músculos
abdutores causando dispneia severa que pode causar a morte do paciente. Em geral
observa-se estridor
● Nos casos de paralisia bilateral, a função fonatória praticamente não é afetada enquanto a
função respiratória pode estar severamente comprometida. Assim, muitas vezes a
traqueostomia (TQT) acaba sendo o primeiro tratamento para esses pacientes
● O tratamento de escolha definitivo para paralisisa bilateral é a realização de
aritenoidectomia (total ou parcial) ou cordectomia posterior.
○ A cordotomia posterior: seccionar a porção posterior da corda vocal, junto ao
processo vocal.
○ aritenoidectomia → remover parte da corda vocal

B. Lesão do nervo laríngeo superior


● São muito raras as paralisias do nervo laríngeo superior, pois o trajeto do nervo é mais curto
e mais distante dos acessos cirúrgicos no pescoço→ unilateral pode ser pouco diagnostixado
● Difícil de diagnosticar devido aos poucos sintomas que gera. Geralmente é secundária a
cirurgias cervicais, principalmente da glândula tireoide. Produz risco de aspirações,
principalmente se for bilateral, devido à anestesia do vestíbulo laríngeo. Geralmente não
requer tratamento.
● É responsável pelo estiramento da prega vocal, com consequente aumento da tensão e → É,
portanto, o músculo que permite a emissão de agudos, a modulação da voz na fala e o canto.
Dessa forma, as lesões não provocam imobilidade da laringe mas acarretam modificação da
qualidade vocal
● . Nos casos unilaterais pode haver rouquidão, abaixamento do picht e loudness, diminuição
da extensão vocal, soprosidade, nem sempre identificados ou valorizados pelo paciente. No
entanto, são de grande importância para os profissionais da voz, em especial os cantores. O
compromentimento do ramo interno, responsável pela sensibilidade da supraglote, não
costuma ter repercussão clínica em relação à deglutição ou tosse. O comprometimento
bilateral do nervo laríngeo superir é muito raro e devastador para a qualidade vocal, mesmo
para pacientes que não fazem uso profissional da voz
● Infelizmente não há tratamento de eficácia comprovada para as paralisias do nervo laríngeo
superior. Quando a lesão não é permanente, decerto é possível a recuperação da função
que, assim como nas paralisias recorrenciais, pode levar até 6 meses

Quando é produzido por lesões altas do vago acima do gânglio nodoso ou no forame jugular, disfagia
e paralisia associada do outros nervos cranianos (Vernet [IX, X, XI], Collet-Sicard [IX, X, XI, XII], Villaret
[IX, X, XI e simpático cervical], Tapia [X, XII]). Quando ocorre por lesão do vago inferior aos ramos
faríngeos, não haverá disfagia ou nem paralisia associada de outros nervos cranianos.

D. Lesões do bulbo (núcleo ambíguo)


O mesmo que paralisia do vago alto (Avellis, Jackson, Schmidt, Wallenberg, Babinski-Nageotte).

Tratamento
O tratamento da disfonia gerada nestas paralisias é geralmente reabilitador, visando compensar o
déficit do cordão paralisado, é raro necessitar de tratamento cirúrgico na corda vocal (injeções
intracordales de gordura, Teflon ou hidroxiapatita e técnicas de medialização da corda vocal). Na
paralisia bilateral em adução, para tentar evitar a traqueotomia, técnicas cirúrgicas que expandem o
espaço aéreo glótico podem ser realizadas, como cordectomia, aritenoidectomia e abdução de
aritenóide, com pouco resultado.

DIAGNÓSTICO
● e não tem tanto sintoma ou é leve, e na laringoscopia observa uma alteração de
movimentação.
○ Laringoscopia → fechadas, abertas, só de um lado ou dos dois
○ Quando faz o diagnóstico de paralisia de corda vocal, não é o fim do diagnóstico, é o
início da complementação de investigação que tem que fazer para identificar a causa
○ Na maioria das vezes é necessário exame de imagem para verificar se não tem
nenhum tumor
○ Em alguns casos é muito óbvia: depois de acidente, AVC, cirurgia
○ obs.: O diagnóstico baseia-se na visualização direta. Investigação
extensiva pode ser necessária para determinar a origem.
○ permite a observação do movimento do palato e faringe bem como avaliação da
laringe em condições próximas das fisiológicas.
■ A laringe deve ser examinada no repouso, durante a respiração, e durante
a fonação, na emissão de sons em tom habitual.
■ As tarefas com agudos e, se possível, em glissando ascendente e
descendente permitem a avaliação do músculo cricotireóideo e, assim, do
ramo externo do nervo laríngeo superior.
■ Pode ser avaliada a sensibilidade da região supraglótica de cada lado, pelo
toque do aparelho.
■ Na suspeita de disfagia, pode ser realizada a videoendoscopia da deglutição
para verificar a presença de penetração/aspiração para a traqueia.
■ O exame com telescópio proporciona melhor qualidade de imagem e mais
detalhes relacionados à morfologia da prega vocal paralisada, como nível em
relação à normal.
■ Dessa forma os dois exames são complementares, e ambos permitem
determinar a posição assumida pela prega vocal paralisada: mediana,
paramediana, intermediária ou lateral, de acordo com a proximidade com a
linha sagital mediana. Geralmente observa-se medialização da prega
vestibular contralateral à lesão, pela tentativa de compensar o fechamento
glótico, e mais raramente ipsilateral, provavelmente por ação dos músculos
extra laríngeos localizados no pescoço.
○ A eletromiografia da laringe é útil no diagnóstico das alterações de mobilidade das
pregas vocais, sobretudo para diferenciar as paralisias das fixações. Fornece
informações sobre o tipo e o grau das lesões neurogênicas. Em geral são avaliados os
músculos cricotireóideo e tireoaritenóideo bilateralmente e por meio deles os
nervos laríngeo superior e recorrente.

TRATAMENTO
- Depende muito da causa. Tratamento de causa de base pra evitar que a outra corda
vocal seja acometida ou progrida.
- Quando não consegue identificar a causa ou a causa de basejá gerou paralisia
permanente, existem métodos para que os sintomas não sejam tão intensos. N
- No caso de cordas abertas, pode tentar fazer mobilização pra ficar um pouco
mais fechada,
- Ou quano ta fechada faz o inverso
- Quando é causada por avc, espera-se algus meses após a cirurgia, pois existe
a possibilidade do cérebro conseguir compensar e voltar pouco a pouco
- Fonoaudióloga
- ex para tentar estimular a corda vocal
- ex pra proteger a via aérea, para não aspirar a comida

Lesões isoladas do NC X são raras. A lesão dos ramos faríngeos do NC X causa disfagia (dificuldade à
deglutição). As lesões do nervo laríngeo superior provocam anestesia da parte superior da laringe e
paralisia do músculo cricotireóideo. A voz é fraca e cansa com facilidade. A lesão de um nervo
laríngeo recorrente pode ser causada por aneurismas do arco da aorta e pode ocorrer durante
cirurgias do pescoço. A lesão do nervo laríngeo recorrente causa rouquidão e disfonia (dificuldade
para falar) secundária à paralisia das pregas vocais. A paralisia dos dois nervos laríngeos recorrentes
causa afonia (perda da voz) e estridor inspiratório (ruído respiratório rude e agudo). A paralisia dos
nervos laríngeos recorrentes geralmente é causada por câncer da laringe e tireoide e/ou por lesão
durante cirurgia de tireoide, pescoço, esôfago, coração e pulmões. Em vista de seu trajeto mais
longo, as lesões do nervo laríngeo recorrente esquerdo são mais comuns do que as do direito. As
lesões proximais do NC X também afetam os nervos faríngeo e laríngeo superior, causando
dificuldade para deglutir e falar

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