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Maria Celina Bodin

Dano moral deve ter como parâmetro a dignidade da pessoa humana, e não a
tristeza, vergonha e dor suportados pela vítima. Existem critérios legais e
jurisprudenciais a serem utilizados pelo juiz, responsável por arbitrar forma de
reparação do dano moral.Arbitramento deve ser fundamentado, a fim de ser
possível um controle externo das decisões. Devem ser levadas em conta as
circunstâncias individuais da vítima, notadamente as consequências do dano, e não
o evento danoso em si. Dano moral deve ser individualizad: deve ser evitado o
tabelamento de danos morais, embora seja preciso considerar a forma pela qual
tribunais decidiram em casos semelhantes. Função do dano moral é compensatória,
sendo a função punitiva problemática, devendo ser empregada só nos casos
previstos em lei, como quando há dano coletivo.

Wilson Melo da Silva

Pires de Lima São levantou nove objeções à possibilidade de reparação de danos


morais através de dinheiro, fundadas em grande parte na impossível equivalência
entre bens morais e patrimoniais. Diferentemente do que ocorre na seara da
reparação de danos materiais, em que o dano causado possui na maioria dos casos
um valor econômico, não é possível estabelecer um preço para a dor, ante a
diferença substancial entre os sentimentos e a pecúnia.

A tal argumento, há muito superado, respondeu-se que a equivalência seria não


entre o dinheiro e a dor, mas sim entre a alegria proporcionada pela pecúnia,
denominador comum para as trocas comerciais, utilizado para a obtenção dos bens
e serviços que conferem prazer aquele que os obtém. Consoante o mesmo autor:
Ora, quando avaliamos um dano moral em dinheiro, fazemo-lo
porque [e o dinheiro o intermediário de todas as trocas; mas,
no fundo, não há senão uma equivalência entre a doer que se
recebeu com o dano e o prazer que o dinheiro nos pode
proporcionar” (p. 223)
No mesmo sentido,
E essa reparação compensatória do dano moral torna-se
acessível pela via indireta do dinheiro, que apareceria, assim,
na espécie, não como um fim em si, mas como um meio
tendente à obtenção daquelas sensações outras, positivas, de
euforia e contentamento, capazes de aplacar a dor do lesado,
(Wilson p. 356)

LIMA, Zulmira Pires de. Responsabilidade Civil por Danos Morais, in Revista
Forense. vol. 83. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1940, p.218

Na hipótese

Lastro da reparação de danos morais na dignidade da pessoa humana resolve


antigo problema identificado pelos opositores do dano moral no sentido de que seria
impossível constatar a sua ocorrência, ao que os seus defensores tinham que
recorrer a argumentos científicos a respeito dos sinais corpóreos das dores íntimas
(p. 232)

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