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Departamento de Ciências Contábeis

MBA em Gestão Contábil e Tributária

Criatividade,
Aprendizagem
Organizacional e
Inovação
Prof. Flaviano Costa
CRIATIVIDADE ORGANIZACIONAL 2
CONCEITOS INICIAIS
É um fenômeno complexo e multifacetado que envolve
uma interação dinâmica entre elementos relativos à
pessoa, como características de personalidade e
habilidades de pensamento, e ao ambiente, como o
clima psicológico, os valores e normas de cultura e as
oportunidades para expressão de nova ideias.

O valor do ser humano “está na sua criatividade e


habilidade em solucionar problemas, e solucioná-los
cooperativamente, que é a chave para a sobrevivência
de uma organização em longo prazo.
Alencar (1996). 3
CONCEITOS INICIAIS
Conforme sugerem Seltzer e Bentley (2000),
previamente à elaboração de um conceito,
deve-se considerar o que a criatividade não é.
Assim, explica-se que ela não se confunde com
sensibilidade artística, não equivale a
brilhantismo intelectual, não implica
automaticamente talento individual e,
finalmente, não consiste em uma técnica que se
poderia invocar de modo imperativo, mediante
uma ordem.
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CRIATIVIDADE INDIVIDUAL

A criatividade individual somente


é transformada na criatividade
do grupo a partir da
estruturação de três elementos:
a composição do grupo, as
características deste grupo e os
processos de coesão.

Panizzon, Milan, & De Toni (2013). 5


CRIATIVIDADE & INOVAÇÃO

A criatividade é a
fonte, é o elemento
essencial para se obter
a inovação, e esta é a
“aplicação” das novas
ideias criadas.

Andrade, Tolfo & Silva, 2010.


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IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE
Avanços Dinâmica do
tecnológicos mercado

concorrência
incertezas

Consumidores Conhecimento
mais exigentes absoleto

Andrade, Tolfo & Silva, 2010.


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AGENTES PROMOTORES DA
CRIATIVIDADE

DESAFIO DAS TAREFAS E APOIO DOS COLEGAS E DO


OBJETIVOS DESAFIANTES GRUPO DE TRABALHO

AMBIENTE FÍSICO SALÁRIOS E BENEFICIOS

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AGENTES PROMOTORES DA
CRIATIVIDADE

LIBERDADE E AUTONOMIA ESTRUTURA


NAS DECISÕES ORGANIZACIONAL

RECURSOS TECNOLÓGICOS TREINO E FORMAÇÃO

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AMBIENTE DE TRABALHO E A
CRIATIVIDADE

Variáveis ​do contexto organizacional que podem


afetar a criatividade:

 Características de um líder
 Elementos em grupos/equipes
 O clima organizacional
 Estratégias

Andrade, Tolfo & Silva, 2010.


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AMBIENTE DE TRABALHO E A
CRIATIVIDADE

Um maior ou menor número


de barreiras que bloqueiam
a criatividade podem ser
observados dependendo das
características da cultura.
(Alencar, 1996)

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AMBIENTE DE TRABALHO E A
CRIATIVIDADE
O cultivo de uma cultura
organizacional que se caracterize
pela flexibilidade possibilita o
alcance de um ambiente ideal para
criatividade (Alencar, 1996)

Para se ter uma empresa sempre


criativa em um mundo em
constante mudança, não se pode
ter uma cultura forte baseada em
um estreito conjunto de
enquadramentos fixos (Carr,
1997)
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CULTURA ORGANIZACIONAL

A cultura pode variar de conservadora a


inovadora. Em uma cultura conservadora, os
valores ou sistema de ideias e as crenças
existentes restringem severamente o
potencial para flexibilidade, enquanto que
na cultura inovadora esses elementos
realçam esse potencial.

Andrade, Tolfo & Silva, 2010.


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ESTÍMULOS E BARREIRAS DA CULTURA
ORGANIZACIONAL NO DESENVOLVIMENTO DA
CRIATIVIDADE
Estímulos da cultura organizacional para o desenvolvimento
da criatividade.

 Missão e visão focalizadas no futuro, orientadas para o


cliente e o mercado.
Valores organizacionais que estimulam a experimentação,
improvisação, abertura, aceitação e apoio às novas ideias,
receptividade, aceitação dos erros, mudança, correr riscos,
desafios, diversidade, comprometimento, confiança,
relacionamentos informais, comportamentos divergentes.

Andrade, Tolfo & Silva, 2010.


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ESTÍMULOS E BARREIRAS DA CULTURA
ORGANIZACIONAL NO DESENVOLVIMENTO DA
CRIATIVIDADE
Barreiras da cultura organizacional para o desenvolvimento
da criatividade.

 Missão e visão que não focalizam o futuro, o cliente e o


mercado.
Valores organizacionais que estimulam a previsibilidade,
estabilidade, autoritarismo, comodismo, resistência à
mudança, rigidez, controle, rotinização, relações
extremamente formais, comportamentos padronizados.

Andrade, Tolfo & Silva, 2010.


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DILEMA
As organizações que dependem fortemente da
criatividade dos funcionários enfrentam um
dilema: a natureza particular da produção
criativa exige um uso substancial do controle
formal, mas esse controle pode prejudicar a
criatividade dos funcionários.

Grabner; Speckbacher, 2016.


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CUSTO DA CRIATIVIDADE
Baixo Nível de
Controle Beneficia a
Formal Criatividade

Risco Substancial
Oportunismo de
Comportamento

Custo de
Criatividade
Grabner; Speckbacher, 2016. 17
EXEMPLOS DE CULTURA
CORPORATIVA CRIATIVA

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APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
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CONCEITOS INICIAIS
As organizações são repositórios de
conhecimento acumulado elas não apenas
socializam seus membros, mas também
aprendem com eles.

A aprendizagem organizacional é aquisição,


sustentação e mudança, mediante ações
coletivas, dos significados inseridos nos
artefatos culturais da organização

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APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

 Em nível primário, toda aprendizagem ocorre


por meio da interação social.

 A linguagem é o repositório da aprendizagem.


Ela é um fenômeno social.

 Está inserida nos relacionamentos e em nível


individual envolve um processo contínuo de
ajustamento.
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APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

 Aprendizagem organizacional depende de:


 Identidade organizacional e das competências que uma
organização possui em função de sua história anterior.
 Aprendizagem que também pode ocorrer por
transferência, de uma organização para outra, por
imitação ou por incorporação de novos indivíduos.
 Aprendizagem que, para ser autêntica, surge, contudo,
durante a própria atividade, ao acionar saberes prévios
e ao aprender com a prática.
Ruas, Antonello e Boff (2005)
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APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

As organizações aprendem quando têm


capacidade para serem sensíveis às
necessidades do meio (interno e externo),
quando são capazes de utilizar o saber
adquirido para incrementar a eficácia de suas
respostas e de responder criativamente quando
detectam erros.

Ruas, Antonello e Boff (2005)


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APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

 A aprendizagem organizacional leva em


consideração a definição de core competence.

 Core competence é o conjunto de habilidades


e tecnologias que resultam por aportar um
diferencial fundamental para a
competitividade da empresa.

Prahalad e Hamel (1995)


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APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
As core competences devem satisfazer três
critérios de validação:
 Deve contribuir decisivamente para o valor

agregado aos produtos e serviços que são


percebidos pelos clientes da empresa.
 Deve oferecer acesso potencial a uma ampla

variedade de mercados, negócios e produtos.


 Deve ser de difícil imitação, o que prorrogaria

a vantagem da empresa por um tempo maior.

Prahalad e Hamel (1995)


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APRENDIZAGEM E SISTEMAS DE
CONTROLE GERENCIAL
 Os controles interativos fornecem aos gestores
mecanismos de aprendizagem.

 Uma organização é orientada para a aprendizagem


quando se tem uma cultura favorável a
aprendizagem.

 A aprendizagem é fundamental para manter a


vantagem competitiva no mundo empresarial.

 Está associada ao desempenho da organização.


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INOVAÇÃO 27
INOVAÇÃO

A criatividade é a produção de novas ideias,


enquanto a inovação é a implementação bem-
sucedida de ideias criativas.

A inovação é a implementação de novos


produtos, serviços e processos que resultam
em melhorias significativas nos resultados.

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INOVAÇÃO

“A adoção de uma ideia ou comportamento,


pertencente a um produto, serviço,
dispositivo, sistema, política ou programa,
que é novo para a organização adotante”

Danampour e Gopalakrishnan (2001)


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INOVAÇÃO
Inovação é algo novo
no campo do
conhecimento ou para
a organização que
adota, podendo ainda
ser uma melhoria ou
desenvolvimento do
que existia
anteriormente
OECD (2005)
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INOVAÇÃO
 A importância para as organizações de serem
inovadoras foi reconhecida como um aspecto
significativo da sobrevivência.

 A inovação é essencialmente centrada em três


fatores principais:

Geração de Seleção das


Implementação
ideias melhores

Bessant & Tidd (2009) 31


INOVAÇÃO
O sucesso da inovação depende de dois
ingredientes principais:

 Recursos (pessoas, equipamento, conhecimento,


dinheiro, etc.).

 Capacidade da organização para geri-los.

Bessant & Tidd (2009) 32


INOVAÇÃO E SISTEMAS DE CONTROLE
GERENCIAL

A inovação tem efeitos diretos sobre o SCG e


também afeta indiretamente por meio de
outras variáveis contextuais.
Chenhall & Moers (2015)

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INOVAÇÃO E SISTEMAS DE CONTROLE
GERENCIAL
 Sistemas de crenças que indicam a direção organizacional
desejada, é geralmente um equilíbrio entre inovação e
eficiência.

 Sistemas de limites que identificam limites ao domínio das


atividades.

 O uso diagnóstico das práticas de Contabilidade Gerencial


monitora os resultados organizacionais e corrige os desvios
dos padrões predefinidos, auxiliando assim na
implementação eficiente da inovação.
Chenhall e Moers (2015)
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INOVAÇÃO E SISTEMAS DE CONTROLE
GERENCIAL
 O uso interativo de práticas de Contabilidade
Gerencial concentra-se em incertezas estratégicas e
permite a renovação e inovação estratégica,
estimulando o diálogo e o debate em toda a
organização.

Chenhall e Moers (2015)


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INOVAÇÃO E SISTEMAS DE CONTROLE
GERENCIAL

As evidências sugerem que o uso


combinado e equilibrado das diferentes
alavancas de controle de Simons (1995)
contribuem para gerar tensão dinâmica
necessária para o gerenciamento de
diferentes modos de inovação.

Bedford (2015)
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INOVAÇÃO
As 10 empresas mais inovadoras do mundo.

1. Apple
2. Alphabet (Google).
3. Amazon
4. Microsoft
5. Tesla
6. Samsung
7. IBM
8. Huawei
9. Sony
10.Pfizer 37
INOVAÇÃO
As 10 empresas mais inovadoras no Brasil.

1. Embraer
2. Weg
3. Nestlé-Brasil
4. Vale
5. Petrobrás
6. Einstein
7. Bosch
8. Mercado Livre
9. Natura
10.IBM-Brasil 38
Primeira Revolução Industrial

Utilizou a água e a força do vapor


para mecanizar a produção
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Segunda Revolução Industrial

Utilizou a energia elétrica para


criar produção em massa 41
Terceira Revolução Industrial

Utilizou a eletrônica e as tecnologias


de informação para automatizar a produção
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Quarta Revolução Industrial

Presença de tecnologias digitais,


mobilidade e conectividade entre pessoas. 43
Quarta Revolução Industrial

A tecnologia da informação e da
eficiência. 44
POTENCIAL PARA O BOM...
 Aumentar os níveis de rendimento globais
 Melhorar a qualidade de vida
 Resultar em empregos mais seguros
 Permitir o acesso a novos produtos e serviços
 Melhorar eficiência e produtividade
 Reduzir custos com transportes
 Reduzir custos com comunicações
 Reduzir custos com transações comerciais
 Estimular o crescimento econômico.
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POTENCIAL PARA O MAU...
 Aumentar a desigualdade
 Aumentar a procura por trabalhadores com
competências elevadas
 Aumentar a substituição de trabalhadores por
máquinas
 Provocar a perda de 5 milhões de empregos
nos próximos cinco anos em todo o mundo
 Provocar perturbações nos modelos de
negócios das empresas.

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Referências
Alencar, E. M. S. (2012). Creativity in organizations: Facilitators and inhibitors.
In Handbook of organizational creativity (pp. 87-111).

Andrade, S. P. C., Tolfo, S.R., & Silva, E.M. A cultura organizacional e o


desenvolvimento da criatividade , 36-57.

Bedford, D. S. (2015). Management control systems across different modes of


innovation: Implications for firm performance. Management Accounting Research, 28,
12-30.

Bessant, J., & Tidd, J. (2009). Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman.

Chenhall, R. H., & Moers, F. (2015). The role of innovation in the evolution of
management accounting and its integration into management control. Accounting,
Organizations and Society, 47, 1-13.

Grabner, I., Speckbacher, G. (2016). The cost of creativity: A control perspective.


Accoutinf, Organizations and Society, 48, 31-42.
47
Referências
Panizzon, M., Milan, G. S., & De Toni, D. (2013). Internacionalização, criatividade
organizacional e as capacidades dinâmicas baseadas em conhecimento como
determinantes da inovação. RAI Revista de Administração e Inovação, 10(4), 253-282.

Ruas, Roberto; Antonello, Claudia S., & Boff, Luiz H. (2005). Aprendizagem
organizacional e competências. Porto Alegre: Bookman.

Tigre, P. B. (2006). Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de


Janeiro: Elsevier.

Widener, Sally K. (2007). An empirical analysis of the levers of control


framework. Accounting, organizations and society, v. 32, n. 7-8, p. 757-788.

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