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Mestrado Integrado em Medicina (MIM), NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade NOVA de Lisboa, 5º ano, 2019/2020

Sebenta
Doente Com Cancro (DCC)
(Módulo 11 – Compilação de Perguntas de
Exame)

Marta Simões e Nuno Leiria, com a contribuição de Carolina Gavancho, Maria João Paiva e Mélissa Carvalho
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Mestrado Integrado em Medicina (MIM), NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade NOVA de Lisboa, 5º ano, 2019/2020

Perguntas de Exame

Carcinoma do Esófago:
1. Doente com DRGE, sem HX de tabagismo e obeso. Lesão no esófago distal. Indique a certa:
a) É mais provável ter ADC;
b) É mais provável ter CPC.

2. Qual destes indica T4 no esófago médio:


a) Rouquidão;
b) Disfagia;
c) Perda ponderal;
d) Palidez;
e) Anemia.

3. Tumor do 1/3 proximal do esófago – qual das seguintes é indicação CX:


a) TX com metástases pulmonares;
b) Doente com ligeira obstrução que reverte com broncodilatadores;
c) Tumor com invasão da traqueia;
d) Paralisia do N. laríngeo recorrente;
e) Tumor no esófago cervical.

4. Relativamente aos fatores de risco para o cancro esofágico, escolha a afirmação ERRADA:
a) A raça negra é maior fator de risco para CPC do que para ADC;
b) O esófago de Barrett está associado ao ADC do esófago;
c) O RGE é fator de risco para CPC do esófago proximal; → fator de risco para ADC
d) A dieta rica em vegetais diminui o risco de cancro esofágico;
e) O tabaco e o álcool têm um efeito sinérgico no aumento de risco de cancro esofágico.

5. Num doente com CPC do esófago torácico médio metastático, a paliação da disfagia deve ser feita preferencialmente
com:
a) QRT concomitante;
b) QT paliativa;
c) Colocação de PEG;
d) Dilatação e colocação de prótese endoluminal autoexpansiva;
e) Esofagectomia paliativa com interposição gástrica ou cólica.

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6. Em relação às neoplasias da JGE:
a) São habitualmente CPC;
b) Não têm relação com a metaplasia de Barrett;
c) A escolha de procedimento CX depende da classificação de Siewert;
d) Necessitam de TX pré-op. com RT isolada;
e) A CX é feita habitualmente com interposição de cólon.

7. Relativamente à epidemiologia do cancro esofágico, escolha a afirmação ERRADA:


a) A incidência de cancro esofágico é inferior à do cancro da mama;
b) A taxa de incidência do cancro esofágico aproxima-se da mortalidade;
c) A taxa de incidência do cancro esofágico é superior nos homens;
d) A incidência de cancro esofágico é superior à do cancro gástrico;
e) A incidência do cancro gástrico é superior na China do que em Portugal.

8. Qual das situações NÃO é fator de risco para o desenvolvimento de esófago de Barrett:
a) RGE;
b) Obesidade;
c) Tabaco;
d) Infeção por H. pylori;
e) Perturbação. da motilidade esofágica.

Carcinoma do Estômago:
1. Qual dos seguintes NÃO é um provável sintoma de tumor do cárdia T1N0M0:
a) Vómito;
b) Disfagia para sólidos;
c) Melenas;
d) Anemia;
e) Gânglio de Virchow.

2. Um doente de 55 A vai à consulta por queixas dispépticas recentes. Faz uma EDA que identifica uma lesão ulcerada
na pequena curvatura cuja biópsia estabelece o DX de ADC. Qual das atitudes DX ou TX NÃO está indicada:
a) Realização de TC TAP de estadiamento;
b) Realização de laparoscopia DX pré-op. para exclusão de carcinomatose peritoneal;
c) Gastrectomia subtotal com linfadenectomia como opção inicial se o estadiamento clínico for cT2N0M0 (tumor
sem envolvimento transmural e sem envolvimento ganglionar);
d) Administração de QT peri-op. se o estadiamento clínico for cT3N1M0 (tumor com envolvimento transmural e
envolvimento ganglionar regional);
e) QRT pré-op. se o estadiamento clínico for cT3N1M0 (tumor com envolvimento transmural e
envolvimento ganglionar regional).
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3. No ADC gástrico:
a) Mesmo nos estádios mais precoces (AJCC IA), tem elevado risco de recaída após TX CX; → a partir de Ib
b) O risco de recorrência relaciona-se apenas com a metastização ganglionar;
c) Mesmo em lesões muito precoces (T1N0) não se coloca a possibilidade de resseção endoscópica pelo
elevado risco de recaída;
d) A QT peri-op. aumenta o intervalo livre de doença e a sobrevivência global;
e) Nos tumores que fiquem em remissão clínica após QT pré-operatório, a CX pode ser substituída por RT.

Carcinoma da Mama:
1. Num tumor da mama, qual das seguintes é indicação para QT adjuvante:
a) Ki67 10%;
b) Recetores de progesterona positivos;
c) HER-2+ 3+;
d) Grau 2 de diferenciação;
e) Recetores de estrogénio >60%.

2. No que se refere à Cirurgia Oncoplástica no cancro da mama, escolha a afirmação FALSA:


a) Pode utilizar técnicas de substituição de volume;
b) Pode utilizar técnicas de remodelação de volume;
c) Baseia-se na adaptação das técnicas de reconstrução mamária e de mamoplastias de redução;
d) Os principais critérios para a escolha da técnica a utilizar são: a relação do tamanho do tumor: tamanho da
mama, localização do tumor e ptose da mama;
e) Os principais critérios para a sua utilização são idade da doente e a vontade desta melhorar a estética
da mama.

3. Relativamente ao cancro da mama associado a mutações do gene BRCA1 ou BRCA2, escolha a afirmação correta:
a) Representa 15-20% da totalidade dos doentes com cancro da mama;
b) Um homem com o DX de cancro da mama só deve fazer pesquisa de mutações dos genes BRCA1 e BRCA2
se o DX for feito antes dos 50 A;
c) Associa-se a carcinoma da mama triplo negativo, mas não a carcinoma da mama com expressão de recetores
hormonais;
d) A mastectomia bilateral profilática anula quase totalmente o risco de cancro da mama;
e) A salpingo-ooforectomia bilateral profilática reduz em >75% o risco de cancro do ovário mas não afeta o risco
de cancro da mama.

4. É indicação para TX neoadjuvante no cancro da mama todas as situações, EXCETO:


a) Tumor do quadrante súpero-externo com 2 cm, recetores de estrogénios em 100% das células e sem
envolvimento ganglionar axilar (clínico ou imagiológico);
b) Tumor do quadrante súpero-interno com 6 cm de diâmetro;
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c) Tumor com invasão da pele;
d) Carcinoma inflamatório da mama;
e) Tumor do quadrante súpero-externo com 1 cm de diâmetro com sobre-expressão do HER-2 (ICC 3+) e
conglomerado ganglionar axilar.

5. Numa doente com 45 A (pré-menopausa) com DX de carcinoma ductal invasivo da mama, submetida a tumorectomia
e exérese de gânglio sentinela com remoção de um tumor de 3 cm, com recetores de estrogénio positivos (80% das
células), HER-2 positivo (3+ por ICC) e com gânglio sentinela com uma metástase e com envolvimento extracapsular,
qual das seguintes TX NÃO está indicada:
a) RT adjuvante;
b) QT adjuvante;
c) HT com inibidor da aromatase;
d) Linfadenectomia axilar;
e) Administração de Trastuzumab durante 1 A.

6. Numa doente com 45 A (pré-menopausa) com DX de carcinoma ductal invasivo da mama, submetida a tumorectomia
e exérese de gânglio sentinela com remoção de um tumor de 3 cm, com recetores de estrogénio positivos (100%), HER-
2 negativo e com gânglio sentinela “positivo”, qual das seguintes TX NÃO está indicada:
a) RT adjuvante;
b) QT adjuvante;
c) HT com Tamoxifeno;
d) HT com Letrozole;
e) Linfadenectomia axilar.

7. Qual das seguintes alíneas permite estadiar um carcinoma da mama como localmente avançado:
a) Microcalcificações extensas na mamografia;
b) Nódulo de consistência pétrea;
c) Corrimento mamilar hemático unicanalicular;
d) Retração cutânea;
e) Pele em casca de laranja.

8. São fatores que potenciam o risco de cancro da mama todas as seguintes alíneas, EXCETO:
a) Sexo feminino;
b) Menarca precoce;
c) Menopausa precoce;
d) THS;
e) Obesidade pós-menopausa.

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Carcinoma do Pulmão:
1. Qual das seguintes neoplasias NÃO tem uma associação forte com o tabaco:
a) Carcinoma do pulmão;
b) Carcinoma da bexiga;
c) Carcinoma do cólon;
d) Carcinoma da laringe;
e) Carcinoma do esófago.

2. Relativamente à epidemiologia do cancro do pulmão:


a) O risco de cancro do pulmão é semelhante em fumadores de cachimbo e em fumadores de cigarros;
b) A DPOC não é um fator de risco para cancro do pulmão;
c) O consumo de tabaco não modifica o risco de cancro associado à exposição a asbestos;
d) A exposição profissional a radão está associada a um maior risco de cancro do pulmão;
e) A exposição passiva a fumo de tabaco não aumenta o risco de desenvolver cancro do pulmão.

3. Relativamente ao nódulo solitário do pulmão, qual a afirmação ERRADA:


a) Define-se como uma lesão parenquimatosa única, esférica, de limites precisos, com <30 mm de diâmetro e
com pulmão adjacente;
b) Em doentes com doença oncológica prévia, a probabilidade de malignidade de um nódulo solitário do pulmão
é muito maior comparativamente com doentes sem doença oncológica prévia;
c) É uma das indicações para realização de PET-TC com 18-FDG, porque tem uma S de >90% em nódulos
com diâmetro 10-15 mm;
d) A broncoscopia flexível estabelece o DX em >80% dos doentes, mesmo para nódulos com diâmetro
<20 mm e localização periférica;
e) A sobrevivência aos 5 A de um cancro do pulmão de apresentação como nódulo solitário é 70-80%.

4. Qual a afirmação ERRADA em relação ao carcinoma do pulmão de não pequenas células do pulmão associado a
mutações ativadoras do gene EGFR:
a) É mais frequente em doentes fumadores;
b) É mais frequente em doentes do sexo feminino;
c) É mais frequente em ADC;
d) É clinicamente menos agressivo do que os tumores sem estas mutações;
e) A probabilidade de resposta à TX com Erlotinib ou Geftinib (iTK) é >70%.

5. Qual destes tipos histológicos de carcinoma do pulmão é que tem um tempo de duplicação mais longo:
a) Epidermoide;
b) Grandes células;
c) ADC;
d) Pequenas células;
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e) Não há diferenças no tempo de duplicação entre os vários subtipos histológicos.

6. Qual das moléculas associadas ao tabagismo NÃO é um carcinogénio:


a) Monóxido de carbono;
b) Alcatrão;
c) Benzopireno;
d) Nitrosamina;
e) Polónio radioativo.

7. Qual a neoplasia SEM forte associação com o tabaco:


a) Cancro da próstata;
b) Cancro da bexiga;
c) Cancro do pulmão;
d) Cancro da cabeça e pescoço (vias aerodigestivas altas);
e) Cancro do esófago.

8. Em relação ao cancro do pulmão, escolha a afirmação certa:


a) Não há evidência que o tabagismo passivo (second hand smoking) aumente o risco de cancro do pulmão;
b) O estudo PLCO demonstrou que o rastreio de fumadores com RX de tórax diminui a mortalidade por cancro
do pulmão;
c) No National Lung Screening Trial, o rastreio de fumadores com TC torácica de baixa dose reduziu a
mortalidade por cancro de pulmão em 20% em comparação com RX de tórax;
d) A translocação EML4-ALK é mais frequente do que as mutações do EGFR;
e) O PX do cancro do pulmão associado a mutações do EGFR é pior do que o cancro do pulmão sem mutação
do EGFR.

Carcinoma do Ovário:
1. Em relação ao carcinoma do ovário, escolha a afirmação mais correta:
a) É um tumor habitualmente diagnosticado num estádio avançado; → >70% dos tumores epiteliais do
ovário à apresentação apresentam-se em estádio III/IV
b) É o tumor ginecológico mais frequente na mulher pós-menopausa; → a idade mediana de DX é 60 A, i.e.
afeta predominantemente mulheres pós-menopausa
c) Tal como os tumores germinativos do homem, é mais frequente em mulheres jovens; → a idade mediana de
DX é 60 A, i.e. afeta predominantemente mulheres pós-menopausa
d) A maioria associa-se a história familiar de carcinoma da mama ou do ovário; → pode associar-se a HF
familiar, nomeadamente a mutações BRCA1/2 e S. de Lynch, mas não é a maioria
e) O subtipo histológico mais frequente é o disgerminoma. → o subtipo histológico mais frequente é o tumor
seroso de alto grau

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2. NÃO é fator de prognóstico do carcinoma do ovário:
a) A idade da menarca; → não é fator de prognóstico mais é fator de risco, nomeadamente uma menarca
precoce
b) O estádio da doença; → o estádio da doença ao DX é o principal fator prognóstico
c) O tipo histológico; → o tipo histológico á um fator de prognóstico menos importante, mas o tumor seroso de
alto grau (mais frequente) associa-se a um pior prognóstico
d) O grau de diferenciação do tumor; → o grau de diferenciação é um fator de prognóstico importante nos
tumores não serosos e de células claras
e) A experiência cirúrgica do cirurgião. → a experiência cirúrgica do cirurgião é um importante fator prognóstico
pois o volume de doença residual é o 2º fator de prognóstico mais importante

3. Qual o procedimento que NÃO faz parte do TX cirúrgico do carcinoma do ovário:


a) Histerectomia e salpingo-ooforectomia bilateral;
b) Omentectomia infracólica;
c) Biópsia hepática intraoperatória;
d) Biópsia das cúpulas diafragmáticas e goteiras parietocólicas;
e) Linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica.

Cirurgia no carcinoma do ovário:


- A cirurgia no carcinoma do ovário inclui histerectomia total, anexectomia (salpingo-ooforectomia) bilateral e
omentectomia, com citologia/lavado peritoneal e biópsias do fundo de saco de Douglas, goteiras parietocólicas e diafragma
e excisão de quaisquer lesões suspeitas.
- Deve ainda realizar-se linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica nos tumores em estádios iniciais para estadiamento; em
tumores mais avançados sem invasão, pode ser omitida.

4. Em relação à enzima PARP, qual a afirmação ERRADA:


a) É uma enzima envolvida na reparação de erros do DNA; → a PARP é importante no mecanismo de reparação
por excisão de bases (que é o mais frequentemente ativado aquando de lesão de uma única cadeia do DNA)
b) O bloqueio da PARP pode ter um efeito citotóxico sinérgico com o défice de BRCA1/2; → aquando de
bloqueio da PARP, as células não conseguem realizar a reparação por excisão de bases e seguem para a recombinação
homóloga; contudo, se houver défice de BRCA1/2, também não conseguem realizar reparação homóloga e acabam por
adquirir erros irreversíveis e sofrer morte celular – letalidade sintética
c) Os fármacos iPARP (p.e. olaparib) têm atividade clínica no TX do carcinoma seroso do ovário;
d) Os fármacos iPARP (p.e. Olaparib) têm atividade clínica no TX de carcinoma triplo negativo da mama em
doentes com mutações germinativas dos genes BRCA1 ou BRCA2;
e) A síndrome familiar de mutações germinativas da PARP chama-se Síndrome de Von Hippel Lindau.

Indicações para iPAPR: cancro da mama recorrente ou metastático HER2-negativo e com mutação do BRCA1/2; cancro do
ovário, como TX de manutenção ou recorrente e subsequente; ADC metastático do pâncreas com mutação germinativa do
BRCA.

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Carcinoma do Endométrio:
1. Em relação ao carcinoma do endométrio, é verdade que:
a) É o tumor ginecológico mais frequente na mulher pré-menopáusica; → é o tumor ginecológico mais frequente
na mulher pós-menopausa
b) É o tumor ginecológico com maior taxa de mortalidade; → a sua mortalidade tem vindo a diminuir (devido ao
DX precoce); a causa mais frequente de morte por cancro ginecológico é o carcinoma do ovário
c) É um tumor habitualmente diagnosticado em estádios avançados; → é habitualmente diagnosticado em
estádios precoces, por a hemorragia vaginal ser um sinal precoce
d) Faz parte do quadro clínico da Síndrome de Lynch; → e as mulheres com estas mutações devem ser
rastreadas anualmente por biópsia endometrial
e) Quando se manifesta clinicamente com metrorragias, já não é habitualmente curável com CX. → a
hemorragia vaginal é um sinal precoce

2. Qual dos fatores NÃO confere pior prognóstico a um ADC do endométrio:


a) Subtipo carcinoma seroso; → tumores papilares serosos e de células claras apresentam pior prognóstico
b) Subtipo carcinoma endometrioide;
c) Grau de diferenciação G3; → menor diferenciação confere pior prognóstico
d) Envolvimento da metade externa do miométrio; → juntamente com o grau de diferenciação G3 implica a
realização de linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica
e) Envolvimento de gânglios linfáticos pélvicos.

Carcinoma do Urotélio

Tumor de células germinativas do testículo:


1. Um jovem palpou um testículo e tinha uma massa. O médico revela que era uma massa necrosada com 3 cm. Α-FP
50 e β-hCG elevada. Qual a ERRADA:
a) Se os valores laboratoriais não descerem uns dias após a CX, é porque há tumor residual; → tumor
persistente
b) Se na imagiologia após QT ficar uma massa mas houver diminuição dos valores laboratoriais, o mais provável
é tratar-se de tecido necrosado e não viável;
c) A orquidectomia não é necessária. → está indicada orquidectomia inguinal em TODOS os doentes com
massa testicular suspeita, sólida na ECO e na ausência de evidência de doença à distância

Neoplasias Cutâneas:
1. Quando fazer biópsia do gânglio sentinela no MM:
a) Qualquer MM que apresente >1 mm;
b) Espessura >4 mm;
c) Gânglio palpável;

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d) Todos os melanomas (independentemente da espessura).

Indicações para realizar biópsia do gg sentinela: MM com 0.76-1 mm e ulceração, alto índice mitótico ou invasão
linfovascular; MM com >1 mm.

2. Sobre MM metastático, escolha a FALSA:


a) Os iBRAF podem originar CEC; → em até ¼ dos doentes submetidos a iBRAF pode desenvolver lesões
cutâneas incluindo CEC, queratoacantoma e papilomas cutâneos
b) A QT citotóxica é a 1ª linha; → a QT é 2ª linha no MM metastático
c) A mutação BRAF V600 tem implicações na TX. → permite utilizar iBRAF

3. Homem com múltiplas queratoses actínicas nas zonas fotoexpostas. Desde há algum tempo que apresenta lesão
hiperqueratósica – corno cutâneo – sobre uma zona onde estava anteriormente queratose actínica. Qual o DX mais
provável:
a) Queratose actínica “inflamada”;
b) CEC; → em alguns casos, o tumor produz queratina e forma degenerescências designadas “corno cutâneo”
c) CBC nodular;
d) MM amelanótico.

4. NÃO é fator de risco de MM:


a) Exposição solar intensa e intermitente;
b) Infeção crónica por HPV; → fator de risco para CEC, particularmente o verrucoso
c) Presença de >50 pequenos nevos melanocíticos na pele;
d) Presença de nevo melanocítico gigante; → indicação para excisão cirúrgica por etapas
e) Presença de nevos melanocíticos clinicamente atípicos.

Fatores de risco para MM: >40 A; nevos no corpo todo; nevos displásicos; nevos congénitos; AF/AP de MM; queimaduras
solares na infância/adolescência; exposição a radiação UV (sobretudo intermitente, exceto para o LMM, em que é sobretudo
cumulativa)/queimaduras solares/bronzeamento artificial; fototipo baixo; sensibilidade excessiva ao sol; manchas pequenas e
acastanhadas; mutações em CDKN2A, CDK4 e MITF; variantes do MC1R; e TX imunossupressor.

5. No TX de um doente com CBC da fase localmente avançado, qual o procedimento que não está indicado:
a) Excisão cirúrgica alargada;
b) RT; → está indicada como adjuvante ao TX cirúrgico em doentes de alto risco
c) Biópsia de gg sentinela; → não se faz biópsia de gg sentinela no CBC
d) Reconstrução com retalhos locais;
e) Reconstrução com enxerto livre.

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6. Qual o principal fator de prognóstico no MM:
a) O diâmetro da lesão cutânea;
b) A presença de crescimento nodular;
c) A localização cutânea;
d) A espessura (medida em mm);
e) O subtipo histológico.

Fatores prognósticos no MM (por ordem decrescente de importância): espessura de Breslow; carga tumoral; localização
anatómica.

7. Na abordagem de um homem com uma lesão no dorso, interescapular, preta, de contornos irregulares e aparecimento
recente, com 5 mm de diâmetro: → sinais de alarme: irregular, evolução
a) Deve ser realizada biópsia da lesão pigmentada para DX;
b) Se clinicamente suspeita, deve ser removida na totalidade com uma margem de segurança de pelo menos 1
cm; → se suspeita, deve realizar-se biópsia excisional com 3-5 mm de margem
c) A pesquisa do gânglio sentinela só tem indicação nos MM das extremidades; → MM com 0.76-1 mm e
ulceração, alto índice mitótico ou invasão linfovascular e MM com >1 mm
d) Se o gânglio sentinela for positivo, já não se justifica fazer linfadenectomia nesse território ganglionar; → se
houver positividade na linfocintigrafia pré-operatória, realiza-se biópsia para avaliação histopatológica em exame
extemporâneo durante o período operatório e, em caso de presença da doença, realiza-se linfadenectomia
e) Se se provar tratar-se de um MM espesso (>4 mm de profundidade), o TX adjuvante com Nivolumab está
indicado. → na ausência de mais informação, um MM com >4 mm é um T4 e, por isso, um estádio II, e o Nivolumab
(MAb anti-PD-1) só está indicado em caso de doença metastática

8. Em relação ao MM metastático, escolhe a afirmação correta:


a) A Cacarbazina é o fármaco citostático de 1ª escolha e que tem elevada atividade, mas é muito tóxico; → é o
agente quimioterapêutico mais usado, mas a QT é apenas 2ª linha no MM metastático e não tem elevada atividade,
apresentando taxas de resposta <20% e uma sobrevida média adicional de 5-6 M
b) O MM com mutação BRAF V600E identifica um subgrupo de doentes raros, mas com doença pouco
agressiva; → são encontradas mutações BRAF EM 40-60% dos MM, pelo que não é raro, e associam-se a MM de alto
risco, com pior prognóstico
c) O Vemurafenib e Dabrafenib só são ativos no TX de MM com mutações BRAF; → são iBRAF, pelo que
só têm indicação quando o BRAF está mutado
d) O Nivolumab e Pembrolizumab são Anticorpos anti-CTLA-4; → são MAbs anti-PD-1, bem como o
Lambrolizumab; o MAb anti-CTLA-4 é o Ipilumumab
e) Ao contrário do ADC do cólon, não há indicação para resseção de metástases de MM. → a metastasectomia
é uma das opções terapêuticas no MM metastático, nomeadamente na doença oligometastática, e em particular

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aquando de metástases isoladas; mesmo a CX de metástases viscerais pode ser concretizada em doentes com bom
performance status e manifestações tumorais isoladas

9. Qual das seguintes afirmações está correta em relação à radiação UV:


a) A radiação solar no espetro infravermelho é a mais implicada na carcinogénese cutânea; → radiação UV
b) A radiação UV originada pelo sol é o principal fator etiopatogénico da maioria dos tumores cutâneos
malignos;
c) A radiação eletromagnética induz mutação do p53, gene mutado na maioria dos melanomas cutâneos; →
radiação UV
d) A radiação UV originada pelas lâmpadas de fototerapia e solários não origina mutações no DNA dos
melanócitos;
e) O HPV é o principal responsável pela oncogénese cutânea. → radiação UV

Carcinoma da Próstata:
1. Sobre hormonoterapia no carcinoma da próstata:
a) Na doença metastática pode-se fazer castração médica e cirúrgica. → aquando de M1 ao DX (sensível
à castração)

2. Doente com PSA numa análise de rotina – o que não está indicado:
a) TR;
b) ECO transretal; → para guiar a biópsia
c) Cintigrafia óssea; → indicada para estadiamento do carcinoma da próstata após DX definitivo por biópsia e
aquando de sintomatologia sugestiva de metástases ósseas
d) Biópsia prostática;
e) RMN multiparamétrica.

3. Sobre tumores da próstata metastizados:


a) Os antagonistas da LHRH são a forma mais rápida de diminuir os níveis de testosterona. → não
induzem flare-up da LH e da FSH, mas não estão disponíveis em formulações de longa duração

4. O DX de cancro da próstata é feito por:


a) TR;
b) PSA;
c) ECO prostática transretal;
d) Biópsia prostática; → faz o DX definitivo
e) RMN pélvica.

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5. Dos seguintes elementos semiológicos na avaliação da próstata, qual valoriza mais para suspeita de carcinoma da
próstata:
a) PSA de 4 ng/mL em doente com 55 A com prostatites de repetição; → prostatite é causa de FP do PSA
b) PSA de 5 ng/mL em doente de 79 A;
c) TR com próstata aumentada de volume; → achados sugestivos ao TR incluem consistência endurecida,
nódulo palpável, limites mal definidos e assimetria
d) PSA >4 ng/mL com aumento progressivo nas últimas avaliações em doente de 50 A; → uma subida
sustentada do PSA é mais importante que um incremento único e pontual
e) PSA de 5 ng/mL num doente com próstata normal em ECO transretal. → a ECO transretal é causa de FP do
PSA

6. Um doente com ADC da próstata metastizado recorre ao SU por retenção urinária. Na observação, deteta-se a
presença de globo vesical, paraparésia flácida e diminuição dos ROT nos MI. Qual das intervenções NÃO está indicada:
→ compressão medular
a) RMN da coluna vertebral; → suspeita de compressão medular
b) TC CE; → não suspeito de metástases cerebrais e, mesmo que suspeitasse, pedia RMN CE
c) Algaliação; → retenção urinária e globo vesical
d) Início de corticoterapia EV;
e) Pedido de avaliação por Neurocirurgia. → suspeita de compressão medular

7. A quantificação do PSA:
a) Deve ser prescrita para rastreio populacional de carcinoma da próstata; → não se faz rastreio populacional
do carcinoma da próstata, mas somente rastreio oportunístico/individual
b) Deve ser prescrita a homens com >75 A porque a incidência do carcinoma da próstata aumenta com a idade;
→ é verdade que a incidência aumenta com a idade, mas só se deve dosear o PSA como rastreio individual em homens
com 50-75 A
c) Deve ser feita como rastreio oportunístico de homens entre os 45 e os 50 A, com risco elevado para
ADC da próstata, com ou sem alterações ao TR; → deve ser feita a partir dos 45 A em doentes com HF de carcinoma
da próstata e em afroamericanos
d) Para valores basais <2.5 ng/mL, a periodicidade da determinação deve ser anual; → deve ser 2-2 A; deve
ser anual em casos de PSA 2.5-4 ng/mL e em casos de PSA >4 ng/dL e PSA livre ≥25%
e) A determinação da relação PSA livre/total não tem utilidade e não deve ser prescrita. → deve ser prescrita
quando o PSA total é 4-10 ng/dL

8. Deve recomendar-se biópsia prostática quando:


a) PSA normal com TR em que se palpa nódulo prostático duro;
b) ECO com grande aumento de volume da próstata;
c) Homem de 80 A com PSA de 5 ng/mL;
d) ECO com calcificação na zona de transição;
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e) Em todos os homens saudáveis com >55 A como rastreio de carcinoma da próstata.

Indicações para biópsia prostática: PSA com elevação confirmada; alterações no TR com nódulo palpável; biópsia prévia
com ASAP; follow-up na vigilância ativa; PI-RADS 3-5; nódulos suspeitos na ECO.

9. Em relação ao rastreio do ADC da próstata com PSA, identifique a afirmação FALSA:


a) O PSA é uma proteína específica de órgão, mas não específica de ADC da próstata; → FP incluem HBP,
prostatite, trauma perineal, relações sexuais, ECO e biópsia transretal, TR, cistoscopia, RTU-P e retenção urinária
b) O rastreio deve ser organizado como rastreio de base populacional; → não há indicação para rastreio
populacional, mas apenas oportunístico/individual
c) O rastreio deve ser oferecido a homens assintomáticos entre os 55 e os 70 A; → indicado em homens
assintomáticos e de risco basal entre os 50 e os 75 A
d) Se houver fatores de risco elevado para ADC da próstata, o rastreio deve ser oferecido a partir dos 45 A; →
a partir dos 45 A se HF+ ou afroamericano
e) Só deve ser oferecido a homens assintomáticos acima dos 70 A se tiverem uma expectativa de vida >10 A.
→ aplica-se a homens com uma EMV de pelo menos 10-15 A

10. Qual a característica que DESACONSELHA a escolha de vigilância ativa na abordagem de um doente com o DX de
ADC da próstata:
a) PSA de 6 ng/mL;
b) Score de Gleason de 6;
c) DX por rastreio de PSA na ausência de queixas, com TR N e ECO transretal sem nódulos
identificáveis; → nem temos ainda DX definitivo por biópsia e não vamos sobrediagnosticar e sobretratar
d) Envolvimento tumoral de 20% de uma única amostra de biópsia prostática em duplo sextante (12 amostras);
e) 52 A.

Indicações para vigilância ativa: muito baixo risco (T1c, Gleason <6, PSA <10 ng/mL, <3 cores + na biópsia com
<50% de envolvimento tumoral em cada, densidade PSA <0.15); baixo risco (T1-2a, Gleason ≤6, PSA <10 ng/mL;
risco intermédio favorável (T2b-2c ou Gleason 3+4=7 ou PSA 10-20 ng/mL + biópsia + com <50% de envolvimento
tumoral; consentimento do doente e parecer médico; EMV >10 A; doença indolente.

Carcinoma do Rim:
1. Mulher com tumor de 9 cm no polo superior do rim:
a) Nefrectomia total; → apenas no polo inferior é que se faz nefrectomia total sempre que o tumor tem >4 cm
b) Nefrectomia parcial do polo superior do rim;
c) Biópsia por agulha fina.

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2. O carcinoma do rim representa 3-4% dos tumores malignos do adulto, sendo, contudo, o tumor urológico mais letal.
Qual das situações NÃO é um fator de risco para o carcinoma de células renais:
a) Obesidade;
b) HTA;
c) Tabagismo; → responsável por 1/3 dos casos no homem e ¼ na mulher
d) DRC em diálise;
e) Pielonefrite crónica.

Fatores de risco para CCR: exposição a tabaco, cádmio, asbestos e produtos derivados do petróleo; obesidade; HTA; DRC
estádio 5; ADPKD; esclerose tuberosa.

3. Sobre as TX contra alvos moleculares no TX do carcinoma renal metastático, é correto afirmar:


a) O MAb Bevacizumab, que atua inibindo o VEGF, tem indicação no TX do carcinoma de células renais
metastático;
b) O sunitinib é um iTK considerado multi-target por apresentar atividade contra múltiplos alvos moleculares;
c) O pazopanib é um dos iTK usados atualmente no TX do carcinoma de células renais de células claras
metastizado;
d) As afirmações A, B e C estão corretas;
e) Nenhuma das afirmações acima é correta.

4. Um homem de 42 A apresenta-se na consulta a pedir a sua opinião sobre a realização de nefrectomia para TX de
um carcinoma renal recentemente diagnosticado. Trazia uma TC TAP que mostrava uma massa complexa no rim direito
com 9 cm, bem como vários nódulos pulmonares bilateralmente, com dimensões de 1-3 cm. Tinha realizado também
uma cintigrafia óssea sem evidência de lesões e uma RMN CE normal. Foi submetido a biópsia da massa renal e da
maior lesão pulmonar, sendo ambas positivas para carcinoma de células claras. O doente não tem comorbilidades,
apresentando função renal, cardíaca e pulmonar normais. Qual seria a sua recomendação terapêutica:
a) Recomendaria a realização de nefrectomia seguida de TX com Sunitinib ou Pazopanib;
b) Não recomendaria a nefrectomia numa doença metastática; → a nefrectomia pode ter lugar em doentes
selecionados com doença metastática
c) Iniciaria TX com IFN e orientaria para posterior nefrectomia de acordo com a resposta à TX;
d) A nefrectomia radical é uma cirurgia de alto risco e, por isso, não seria uma boa opção num doente com
patologia metastática; → seria um argumento caso ele tivesse mau PS, que não parece ser o caso
e) Iniciaria RT sobre a massa renal e lesões pulmonares, já que a CX é um procedimento agressivo e sem
evidência de benefício.

5. Qual dos fármacos está indicado no carcinoma de células claras do rim metastático:
a) Sunitinib;
b) IL-2 em alta dose;
c) Bevacizumab;

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d) Everolimus;
e) Todos os anteriores.

Oncogénese Viral:
1. Mulher de 34 A, nulípara, com biópsia cervical com displasia de alto grau e com citologia prévia alterada. Qual a
abordagem/o próximo passo:
a) Vigiar anualmente;
b) Traquelectomia.
→ conização

2. Relativamente à epidemiologia do cancro do colo do útero:


a) Nos países em vias em desenvolvimento, tem-se assistido a uma redução de incidência como resultado das
campanhas de rastreio implementadas; → a VIA não é muito boata
b) Apresenta uma incidência mais elevada no hemisfério norte; → África subsariana
c) É o 2º tipo de cancro mais frequente em mulheres com >65 A de idade, depois do cancro de mama; → é uma
doença da mulher jovem
d) Constitui um grave problema de Saúde Pública, sendo a 2ª causa de morte por cancro da Europa em
mulheres jovens;
e) A taxa de sobrevivência é cerca de 50% nas fases mais precoces da doença.

3. De entre os fatores de risco para cancro do colo do útero, qual das seguintes afirmações está ERRADA:
a) A infeção persistente pelo vírus HPV de alto risco constitui o principal fator de risco;
b) Entre os serotipos mais frequentes de HPV de alto risco identificados em biópsias de cancro do colo do útero
encontram-se o 16 e o 18;
c) Em mulheres seropositivas para o HIV, o potencial oncogénico do HPV é igual para todos os
serotipos;
d) Outros cofatores, como os hábitos tabágicos, infeção por Chlamydia ou HSV e desnutrição, promovem a
progressão de lesões pré-malignas para lesões invasivas;
e) A idade precoce do 1º parto e a multiparidade num contexto socioeconómico desfavorável constituem
também fatores de risco para este tipo de cancro ginecológico.

4. No TX do carcinoma do colo do útero, a traquelectomia radical:


a) É o mesmo que conização, mas feita sob anestesia geral; → conização é a remoção de uma peça cónica
que contém o cérvix, o canal vaginal e a zona de junção escamo-colunar; a traquelectomia consiste na remição do
cérvix e porção superior da vagina e engloba ainda linfadenectomia pélvica
b) É uma opção terapêutica que não tem relação com a preservação de fertilidade; → permite uma gravidez
bem sucedida, ainda que de alto risco
c) Inclui a resseção dos paramétrios e linfadenectomia pélvica;
d) Implica RT pélvica adjuvante;
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e) Nenhuma das anteriores.

Neoplasias Associadas à Imunossupressão:


1. Mulher VIH+ com leucorreia, dor pélvica que irradia para a perna direta e adenopatia inguinal. Exame ginecológico
com massa gigante no colo que envolvia o paramétrio. O que fazer:
a) Mandar para Oncologia com QT;
b) QRT;
c) Conização;
d) Biópsia da massa, biópsia aspirativa do gânglio e RMN pélvica para estadiamento/planeamento.

2. Identifique a afirmação FALSA sobre o sarcoma de Kaposi:


a) Caracteriza-se pela presença de uma ou várias manchas, placas ou nódulos violáceos localizados
habitualmente no MI na forma clássica e lesões mucosas na forma epidémica;
b) Associa-se a infeção por HHV-8;
c) A infeção por VIH é obrigatória; → não é obrigatória (basta HHV-8 + um estado de imunossupressão), mas
trata-se do tumor sólido mais frequente em doentes VIH+
d) A prevalência é mais baixa no norte da Europa do que no sul da Europa;
e) O controlo da imunossupressão pode reduzir a expressão clínica da doença.

3. Sobre o sarcoma de Kaposi:


a) A forma clássica afeta doentes de idade avançada e envolve predominantemente as extremidades;
b) Nos doentes VIH+ é causada por uma infeção por CMV; → imunossupressão + infeção pelo HHV-8
c) É uma doença que afeta exclusivamente a pele; → pele, mucosas, TGI, pulmões e gânglios
d) O TX é cirúrgico, não respondendo ao TX com QT; → nem se usa CX, mas pode-se usar QT e RT
e) A HAART não tem impacto na incidência em doentes com VIH. → diminui a incidência

Carcinoma Colorretal:
1. Em relação ao rastreio do CCR:
a) O rastreio da população de risco padrão (normal) deve iniciar-se aos 35 A nos homens e aos 40 A nas
mulheres; → dos 50 aos 74 A em ambos os sexos
b) O rastreio com colonoscopia deve repetir-se 3/3 A se o exame for normal; → 10/10A
c) A S da colonoscopia é sobreponível à dos testes fecais com guaiaco; → a S da colonoscopia para CCR é
muito superior (95-97% vs 13-50% para o guaiaco)
d) A HF é um dos fatores de risco considerados na estratificação de risco dos doentes;
e) A colografia por TC apresenta taxas de complicação superiores às da colonoscopia. → a colografia por TX
poderá associar-se a menores complicações (e custos)

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2. Em relação à terapêutica do CCR, identifique a afirmação verdadeira:
a) A redução da mortalidade pela administração de QT adjuvante com FOLFOX apenas está
demonstrada em doentes com envolvimento ganglionar; → usa-se em estádio III
b) A CX do CCR por laparoscopia tem maior mortalidade aos 3 A do que CX por laparotomia; → resultados
semelhantes, a laparoscopia só tem menor tempo de internamento e menor taxa de complicações
c) A CX realizada no caso de ADC do reto médio ou alto deve ser uma proctocolectomia total com anastomose
íleo-anal; → TME
d) A remoção endoscópica de pólipos não altera a mortalidade por CCR a longo prazo; → diminui a sua
incidência e mortalidade
e) A QT com Anticorpos anti-EGFR está indicada apenas nos doentes com tumores com mutação no gene
KRAS. → não está indicada em tumores com mutação do KRAS

3. Entre as afirmações seguintes, escolha a que lhe parece mais correta:


a) A via mutadora (MSI) é a via da carcinogénese mais frequente no CCR; → a mais frequente é a CIN
b) Os pólipos hiperplásicos são lesões pré-malignas; → só os pólipos adenomatosos é que são claramente pré-
malignos
c) O tempo de evolução de uma adenoma para um carcinoma é, no máximo, 12 M nos doentes sem HF; →
evolução lenta
d) A mutação do gene APC é a mutação iniciadora mais frequente no CCR; → via CIN
e) A mutação do gene KRAS não altera, nem o PX, nem a resposta ao TX com agentes biológicos no CCR
avançado. → condiciona resistência aos iEGFR

4. Em relação ao TX adjuvante do ADC do cólon, identifique a afirmação FALSA:


a) Tem indicação formal em doentes com estádio III (metastização ganglionar regional); → QT adjuvante com
FOLFOX
b) O maior impacto na redução da mortalidade foi demonstrado para a associação 5-FU + LV + Oxaliplatina
administrados durante 6 M; → menor probabilidade de recorrência
c) A adição de Bevacizumab e/ou Cetuximab demonstrou aumentar a eficácia da QT adjuvante; → não
melhora significativamente o outcome
d) Não há demonstração do impacto terapêutico em doentes com estádio II, mas é aceite como uma opção
aceitável em doentes com estádio II de alto risco (p.e. tumores indiferenciados, com perfuração ou obstrução, ou com
número reduzido de gânglios linfáticos na peça CX); → com 5-FU+LV ou com Capecitabina
e) A Capecitabina, pró-fármaco PO do 5-FU, é uma alternativa à administração de 5-FU+LV.

5. Identifique a afirmação FALSA sobre o rastreio do ADC colorretal:


a) Está indicada em indivíduos assintomáticos com >50 A; → dos 50 aos 74 A
b) A PSOF efetuada anualmente é um método de rastreio eficaz;
c) A realização de colonoscopia total 10/10 A é um método de rastreio eficaz;

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d) A colonoscopia permite tratar preventivamente lesões pré-malignas e identificar carcinomas sem
manifestações clínicas, mas é um exame caro e invasivo;
e) A PSOF é um teste barato, com alta S e especificidade para a deteção de CCR. → S e E baixas (ainda
que superior com o método imunohistoquímico por comparação ao guaiaco)

Sarcomas:
1. Miúdo com dores no joelho sem HX de traumatismo:
a) O sarcoma de Ewing é mais comum no joelho; → é mais comum nas diáfises de ossos longos, o
osteossarcoma é que é mais frequente nas metáfises de ossos longos e particularmente em torno do joelho (fémur distal
e tíbia proximal)
b) A translocação t(11;22) é indicativa de um osteossarcoma; → é indicativa de sarcoma de Ewing
c) Deve-se fazer RX ao joelho, uma vez que é um exame que poderá revelar algumas características de
sarcoma ósseo; → lesão destrutiva com aparência “roída por traças”, reação perióstea espiculada e anel periósteo –
triângulo de Codman
d) Deve-se fazer RMN como exame de 1ª linha porque a RX não diz nada de jeito;
e) Deve-se tratar primeiro a # e só depois tem um DX certo. → não sei se há #, nem sequer houve traumatismo

2. No DX ou TX dos sarcomas de partes moles localizados:


a) A CX com margens livres é o TX primário mais adequado e aquele que oferece maiores possibilidades
de cura; → o procedimento CX standard aquando de D. local é excisão CX alargada com margens negativas
(incorporando o local de biópsia)
b) Nos sarcomas de baixo grau, para além da CX está sempre indicada a realização de RT adjuvante; → em
tumores de alto grau, com >5 cm/profundo e com margens de excisão fechadas/incompletas
c) O DX de sarcoma deverá ser feito por biópsia excisional; → biópsia por agulha ou por uma pequena incisão
– a biópsia excisional apresenta riscos de complicações locais (hematoma, infeção) e de contaminação tumoral e
seeding
d) A administração de QT adjuvante está indicada em adultos com sarcomas de partes moles do retroperitoneu
por maior dificuldade na excisão cirúrgica; → a RT é que não é muito boa para os sarcomas do retroperitoneu
e) A RT como TX primário pode substituir a CX com os mesmos resultados clínicos. → é associada à CX para
abordagem poupadora de membro

3. Sobre sarcomas ósseos:


a) O sarcoma de Ewing e o osteossarcoma são tumores mais frequentes nos adultos que nas crianças e jovens;
→ mais frequentes nas crianças e adolescentes (2ª década de vida)
b) A translocação t(11;22) reforça o DX de osteossarcoma; → sarcoma de Ewing
c) Nos osteossarcomas de alto grau e sarcomas de Ewing, o TX inicial deve ser a QT; → QT pré-op. + CX
+ QT pós-op
d) O osteossarcoma é um tumor bastante sensível ao TX de RT e, por isso, esta deverá ser uma modalidade
TX incluída no plano TX; → é radiorresistente, pelo que a RT não tem um papel na sua abordagem TX
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e) A localização preferencial do osteossarcoma é na diáfise dos ossos longos. → metáfise dos ossos longos, o
sarcoma de Ewing é que é na diáfise dos ossos longos

4. Escolha a afirmação verdadeira em relação aos sarcomas do adulto:


a) Os sarcomas são tumores malignos frequentes; → são raros, sobretudo no adulto
b) Os sarcomas ósseos são mais frequentes que os de partes moles; → os sarcomas ósseos são mais raros
que os de partes moles
c) O subtipo de sarcoma mais frequente é o GIST;
d) Uma boa CX (R0) de um sarcoma de partes moles da coxa de um adulto consiste na remoção do tumor com
uma margem de segurança radial de 2 cm;
e) Os sarcomas de partes moles do adulto tratados com CX radical, complementada ou não com RT, devem
ser posteriormente tratados com QT adjuvante. → QT adjuvante se tumores de alto risco (>5 cm, profundos e alto grau),
subtipos/histologias quimiossensíveis e jovens com bom PS

Neoplasias Primitivas do SNC:


1. Qual dos seguintes NÃO está indicado num glioblastoma:
a) WBRT;
b) RT focal (SRS); → protocolo Stupp é com RT focal + Temozolomida
c) TX antiepliléptica; → pode estar, mas também pode não estar, porque está indicada apenas aquando de
crises epilépticas (e não como profilaxia), que são mais frequentes nos gliomas de baixo grau e só surgem em 20% dos
gliomas de alto grau
d) Temozolomida.

2. Em relação a lesões malignas do SNC, escolha a afirmação mais correta:


a) Na criança, os tumores do SNC não a 1ª causa de cancro; → são a 2ª causa de cancro
b) Os tumores intracranianos são mais frequentemente tumores primitivos do SNC do que lesões metastáticas;
→ as metástases cerebrais são 3x mais frequentes que os tumores primários
c) A metastização no SNC é frequentemente a 1ª manifestação de um cancro sistémico; → apenas em 5-10%,
sendo que em 70% já existem metástases sistémicas noutras localizações e em 20% surgem sincronamente com outras
metástases sistémicas
d) Os meduloblastomas são as neoplasias primitivas do SNC mais frequentes no adulto; → no adulto são os
meningiomas; o meduloblastoma é o tumor cerebral maligno mais comum na infância
e) O glioblastoma multiforme é um tumor raramente curável.

3. Relativamente aos glioblastomas, qual a opção FALSA:


a) Os glioblastomas são os tumores primários cerebrais malignos mais frequente s; → 80%
b) O glioblastoma é um glioma de grau IV da OMS;
c) As doenças hereditárias são as causas mais frequentes dos glioblastomas;
d) O TX convencional do glioblastoma inclui RT e QT; → protocolo Stupp
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e) O índice funcional do doente é um fator de prognóstico. → PS (Karnofsky)

4. Todas as seguintes são manifestações clínicas que podem ocorrer devido a metastização no SNC, EXCETO:
a) Hemiparesia;
b) Alts. do comportamento;
c) Plexopatia braquial;
d) Ataxia;
e) Hemianopsia.

5. Que células não podem dar origem a tumores primários do SNC:


a) Pericitos;
b) Astrócitos;
c) Oligodendrócitos;
d) Células do epêndima;
e) Neurónios.

6. Mulher fez uma TC CE por traumatismo e tinha múltiplas lesões. Tinha tirado “um sinal” há 20 A. Deve-se fazer:
a) Excluir causas infeciosas e inflamatórias;
b) EO completo, incluindo a inspeção de toda a pele;
c) Mamografia e TC TAP;
d) Fazer biópsia de uma das lesões;
e) Todas.

Neoplasias Pediátricas:
1. Perante um tumor abdominal numa criança, qual dos seguintes NÃO poderá ser:
a) Hepatoblastoma;
b) Neuroblastoma;
c) Nefroblastoma;
d) Meduloblastoma.

2. Qual das seguintes é MENOS frequente como efeito secundário tardio de neoplasia pediátrica:
a) Toxicidade cardíaca, principalmente se tiver tomado antraciclinas;
b) IRC;
c) LMA se tive tomado inibidores da topoisomerase; → um subtipo de LMA é a LMA após terapia com inibidores
da topoisomerase
d) Dificuldades na aprendizagem se RT do SNC.

Complicações da QT, RT e CX a longo prazo: neoplasias secundárias; mortalidade precoce; infertilidade; baixa estatura;
cardiomiopatia; fibrose pulmonar; osteoporose; disfunção neurocognitiva.

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3. São possíveis toxicidades tardias (na idade adulta) do TX de tumores pediátricos:
a) Hipogonadismo;
b) Carcinoma da tiroide pós-RT do pescoço;
c) Miocardiopatia dilatada das antraciclinas;
d) Carcinoma da mama após RT mediastínica por LH;
e) Todas as anteriores.

4. Qual das seguintes complicações tardias é MENOS frequente nas crianças:


a) Miocardiopatia dilatada em doente que realizou antraciclinas;
b) DRC em doente pós-QT;
c) Leucemia mieloblástica pelo uso de alquilantes e inibidores da topoisomerase II;
d) Problemas de aprendizagem pós-RT no SNC;
e) Tumores secundários a RT.

5. Qual das seguintes neoplasias NÃO é típica da idade pediátrica:


a) RB;
b) LLA;
c) Tumor de Wilms (nefroblastoma);
d) Tumor de Gravitz;
e) Meduloblastoma.

6. Relativamente ao DX e TX dos tumores das crianças:


a) Os sinais e sintomas são típicos, orientando facilmente para o DX; → são inespecíficos
b) Existem alterações genéticas (p.e. N-MYC, BCR-ABL, MLL) que são importantes para o DX, TX e PX
de alguns tumores;
c) Antes de referenciar um doente para uma Unidade de Oncologia Pediátrica, deve-se procurar efetuar um DX
correto; → referenciar rapidamente para o Centro de Referência
d) Num tumor sólido, como o rabdomiossarcoma, uma CX correta evita a QT e suas sequelas; → nas crianças
dá-se preferência a realizar QT neoadjuvante antes da CX, até para permitir uma CX com preservação da função do
órgão
e) A probabilidade de cura de um tumor sólido é, atualmente, de cerca de 30%.

7. Em relação aos sobreviventes de cancro pediátrico, qual a afirmação FALSA:


a) A incidência de neoplasia na idade adulta não é superior à da população em geral; → neoplasias
secundárias é uma das complicações a longo prazo
b) Podem ter redução da fertilidade; → complicação a longo prazo
c) A maioria dos efeitos secundários dos tratamentos manifesta-se tardiamente; → complicações a longo prazo
d) Necessitam de seguimento específico, até porque na atualidade cerca de 80% dos doentes sobrevivem para
além dos 5 A após o DX; → a sobrevivência global é 75-80%
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e) A toxicidade cardíaca, nomeadamente IC, até aumentada em doentes tratados com antraciclinas. →
complicação a longo prazo

8. Relativamente à incidência e frequência dos tumores pediátricos:


a) São uma patologia rara, mas infelizmente incurável na maioria dos doentes; → rara, mas curável na maioria
dos doentes
b) Constituem a 3ª causa de morte, após os acidentes e doenças infeciosas; → 2ª causa de morte, após os
acidentes
c) Em Portugal, há anualmente cerca de 200 novos casos; → 400 novos casos anualmente em Portugal
d) Cerca de ½ dos tumores são leucemias agudas e tumores do SNC; → 48% em combinação
e) Não se tem registado um aumento da incidência ao longo das últimas décadas.

9. Qual das seguintes NÃO é típica da idade pediátrica:


a) LMC; → as leucemias crónicas são raras nesta faixa etária
b) Sarcoma de Ewing;
c) Linfoma de Burkitt;
d) LPA; → é um tipo de LMA, que é mais frequente que a LMC anyway
e) RB (Retinoblastoma).

10. Sobre a LLA, identifique a afirmação FALSA:


a) É a neoplasia mais frequente da idade pediátrica;
b) A probabilidade de cura na idade pediátrica é >80%; → a taxa de cura anda à volta de 70% em Centros de
Referência
c) A RT do neuroeixo é a principal modalidade TX; → QT de indução + TX preventiva do SNC + consolidação
+ QT de manutençaõ
d) O TX com QT intratecal está indicado como profilaxia da recaída meníngea;
e) A idade ao DX, o sexo e a contagem de leucócitos são fatores de prognóstico.

Biologia da Célula Neoplásica:


1. Qual das seguintes opções é característica da célula tumoral:
a) Potencial replicativo ilimitado;
b) Crescimento e proliferação independentes da estimulação por fatores de crescimento externos;
c) Evasão à apoptose;
d) Capacidade de metastização;
e) Todas as anteriores.

2. Que propriedade da p53 lhe confere a capacidade de prevenir o desenvolvimento de cancro:


a) p53 é um fator de transcrição que conduz à produção de proteínas que estimulam o ciclo celular;
b) p53 previne a replicação de células com DNA lesado;
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c) p53 previne a entrada de células em apoptose;
d) p53 estimula a síntese de enzimas de reparação do DNA que substituem sequências teloméricas perdidas
durante a divisão celular;
e) Todas as anteriores.

3. O que melhor define um oncogene. → gene envolvido no controlo positivo da proliferação celular – quando sobre-
expresso, promove a hiperproliferação celular, sendo suficiente a sobre-expressão de 1 das cópias – efeito dominante

4. São características de uma célula neoplásica. → auto-suficiência em fatores de crescimento; evasão aos inibidores
de crescimento; resistência à apoptose; aquisição de imortalidade; angiogénese; e invasão e metastização

5. Qual das seguintes opções é uma causa frequente de ganho de imortalidade da célula tumoral:
a) Perda completa dos telómeros; → pelo contrário
b) Inativação da enzima telomerase; → pelo contrário
c) Reativação da enzima telomerase;
d) Diminuição do comprimento dos telómeros; → pelo contrário
e) Nenhuma das anteriores.

6. Como se define um oncogene – escolha a melhor opção:


a) Um oncogene codifica uma proteína controladora do ciclo celular; → controlo positivo do ciclo celular
b) Um oncogene codifica uma forma mutada de uma proteína integrante de uma via de transdução de sinal;
c) Um oncogene codifica uma proteína inibidora da apotose;
d) Um oncogene é um gene mutado dominante que confere à célula uma vantagem de sobrevivência ou
de crescimento;
e) Nenhuma das afirmações anteriores é verdadeira.

7. Na biologia dos tumores malignos, estão implicadas:


a) As células malignas tumorais;
b) Os fibroblastos;
c) As células endoteliais;
d) As células do SI;
e) Todas as anteriores.

Princípios de Cirurgia Oncológica:


1. Relativamente às técnicas que combinam CX com outras modalidades TX, indique a opção ERRADA:
a) A perfusão isolada de membro sob hipertermia utiliza-se na TX de metástases em trânsito de MM e em
sarcomas dos membros;
b) A RT intra-operatório pode ser utilizada no cancro da mama e reto;

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c) A peritonectomia é utilizada no TX dos pseudomixomas peritoneais; → parte do procedimento da QT
intraperitoneal hipertérmica
d) A eletroQT baseia-se na utilização de pulsos de energia elétrica de alta voltagem para permeabilizar a
membrana celular à entrada de agentes de QT (bleomicina e cisplatina);
e) No TX do ADC gástrico, a deteção durante o ato cirúrgico de envolvimento peritoneal não identificado
na TC pré-op. é uma indicação para RT adjuvante pós-op.

2. Dos seguintes doentes, qual NÃO foi submetido a uma CX R0:


a) Doente com carcinoma da mama estadiado com pT1c N0 M0 submetida a tumorectomia com margens livres
de tumor e biópsia de gânglio sentinela;
b) Doente com CCR com metástases hepáticas síncronas submetido a resseção anterior do reto com
margens livres;
c) Doente submetido a segmentectomia hepática II/III por metástase única metácrona de carcinoma do reto
(pós-QT e RT neoadjuvantes) seguida de amputação abdómino-peritoneal com margens livres;
d) Doente submetido a excisão de CBC da face com margens livres;
e) Todos os doentes realizaram CX R0.

3. Doente que entra no SU com quadro de oclusão intestinal em contexto de neoplasia da sigmoideia metastizada. O
que fazer:
a) Colocar prótese. → em contexto paliativo devem preferir-se as técnicas endoscópicas

Princípios de Radioterapia:
1. Em relação ao TX com braquiterapia de alta taxa de dose:
a) O césio e o iodo são as fontes mais utilizadas;
b) Não tem indicação no carcinoma da próstata de risco intermédio; → risco intermédio favorável
c) Pode ser utilizada no contexto adjuvante de CBC da pálpebra; → braquiterapia intersticial
d) As opções b) e c) estão corretas;
e) Nenhuma das opções anteriores.

2. São possíveis efeitos tardios de um doente submetido a RT pélvica todos, EXCETO:


a) Infertilidade;
b) Ejaculação retrógrada;
c) Cistite rádica;
d) IH crónica;
e) # do sacro.

3. A radiação ionizante administrada através do acelerador linear para irradiação tumoral é geralmente na forma de:
a) Microondas;
b) UV;
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c) Protões;
d) Fotões;
e) Neutrões.

4. No planeamento do TX da RT, o objetivo é:


a) Irradiar com o mínimo de dose os órgãos sãos, independentemente da dose no tumor;
b) Irradiar o menor volume de tumor, com o máximo de dose; → tem de se irradiar todo o volume de tumor
c) Irradiar o volume tumoral e potenciais áreas de doença local;
d) Irradiar o menor volume tumoral, protegendo os órgãos sãos;
e) Irradiar a D. macroscópica visível, independentemente da dose nos órgãos sãos. → deve ter-se atenção à
dose nos órgãos em riscos e irradiar também D. microscópica/subclínica

5. Na RT, a probabilidade de complicações do tecido normal é função de:


a) Dose total;
b) Dose por fração;
c) Tempo total de TX;
d) Volume de tecido normal irradiado;
e) Todas as anteriores.

Quimioterapia e Hormonoterapia:
1. O TX neoadjuvante é uma das modalidades TX que tem tido maior desenvolvimento recente:
a) Permite TX local mais conservador, ao reduzir o volume tumoral;
b) É uma boa forma de avaliar in vivo a eficácia da QT;
c) Permite o TX sistémico precoce;
d) Todas as anteriores;
e) Nenhuma das anteriores.

2. Escolha a afirmação ERRADA a propósito da QT citotóxica:


a) A QT isolada só raramente consegue atingir o objetivo de cura; → apenas em 10-15% dos casos
b) Mesmo em TX paliativo, a QT é uma arma TX útil; → para melhoria dos sintomas e da qualidade de vida,
podendo até melhorar também a sobrevivência (p.e. CCR)
c) Numa estratégia curativa, o TX local deve ser sempre o 1º a ser efetuado; → pode-se fazer QT
neoadjuvante para diminuir o volume tumoral antes do TX local
d) O desenvolvimento de resistências pode ser primário, mas, na maioria dos casos, é adquirido;
e) Em TX paliativo, com frequência é usado só 1 citostático, em vez de regimentes de associação. → diminuir
a toxicidade

3. Qual das afirmações seguintes sobre HT está mais correta:


a) Só tem indicação em contexto paliativo;
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b) O Tamoxifeno atua por inibição da produção de estrogénios; → bloqueio dos recetores de estrogénios; os
inibidores da aromatase é que atuam por inibição da produção de estrogénios
c) A castração química ou cirúrgica é uma modalidade TX fundamental no cancro da próstata avançado;
d) No TX do cancro da mama com expressão de recetores hormonais, a HT é menos tóxica, mas também
menos eficaz do que o TX com QT; → quando há expressão de recetores hormonais a HT é mais eficaz
e) Os inibidores da aromatase são mais eficazes no TX do carcinoma da mama em mulheres pré-menopáusicas
do que pós-menopáusicas. → mais eficaz em mulheres pós-menopausa, cuja produção de estrogénios é sobretudo
extra-ovárica (suprarrenal, tecido adiposo)

4. No que respeita a TX com HT, identifique a afirmação FALSA:


a) A castração médica, com agonistas ou antagonistas da LHRH, ou CX, por orquidectomia bilateral, é o TX de
1ª linha do ADC da próstata metastático;
b) A castração médica, com agonistas da LHRH, ou CX, por ooforectomia bilateral, é mais eficaz que o
Tamoxifeno no TX adjuvante do cancro da mama;
c) Letrozol, Anastrazol e Exemestano são todos inibidores da aromatase;
d) O Tamoxifeno é um fator de risco para ADC do endométrio;
e) Em mulheres pós-menopausa com carcinoma da amam com expressão de recetores hormonais, os inibidores
da aromatase são mais eficazes do que o Tamoxifeno como HT adjuvante.

5. A utilização de QT e RT concomitantes tem adquirido uma importância crescente. Escolha a opção FALSA:
a) Tem indicação no RX pré-op. do cancro do reto;
b) Está indicada como TX definitivo do cancro do esófago localmente avançado;
c) Está indicada como TX definitivo do carcinoma pavimentocelular do colo do útero localmente avançado;
d) O papel fundamental da QT é a sua ação sistémica; → tem ação sistémica, mas o mais importante é o
seu papel como radiossensibilizadora
e) O papel fundamental da QT é como sensibilizante para o efeito da RT.

6. A propósito da QT citotóxica, escolha a opção ERRADA:


a) Afeta igualmente todas as células, independentemente da velocidade de divisão celular; → afeta
sobretudo as células rapidamente proliferativas
b) A poliQT é justificada pelo aumento de eficácia e pela redução de resistências;
c) A administração por ciclos periódicos visa a recuperação dos tecidos celulares normais para reduzir
toxicidade;
d) Os fármacos da classe dos taxanos caracterizam-se por afetar a divisão celular interferindo nos microtúbulos;
e) A principal toxicidade limitante de dose é, em geral, hematológica.

7. A utilização de QT e RT concomitantes tem adquirido uma importância crescente – escolha a opção ERRADA:
a) É muito usada no cancro do reto;
b) Pode ser usada em contexto neoadjuvante, adjuvante ou como TX definitivo;
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c) O papel fundamental da QT é a sua ação sistémica;
d) A QT funciona fundamentalmente como sensibilizante do efeito da RT;
e) É o TX standard do carcinoma localmente avançado do colo do útero.

Agentes Biológicos:
1. Quais destes fármacos são inib. da angiogénese:
a) Sunitinib e Bevacizumab; → o sunitinib é um iTK que inibe o VEGFR e o bevacizumab é um MAb anti-
VEGF
b) Erlotinib e Geftinib; → são iTK que inibem o EGFR
c) Trastuzumab e Panitumumab; → são MAbs anti-HER-2
d) Cetuximab e Panitumumab. → o cetuximab é um MAb anti-EGFR

2. São iHER-2 os seguintes fármacos:


a) Lapatinib; → iTK
b) Pertuzumab; → MAb
c) Trastuzumab; → MAb
d) TDM-1 (trastuzumab emtasina);
e) Todos os anteriores.

3. Identifique a afirmação ERRADA relativamente a fármacos antineoplásicos:


a) O Bevacizumab é um Ac anti-VEGF indicado no TX de ADC do cólon;
b) O Imatinib é um iTK dos recetores Kit e PDGF indicado no TX do GIST;
c) O Sunitinib é um inibidor de múltiplas TK indicado no TX do carcinoma de células claras do rim;
d) O Erlotinib é um inibidor do Ras indicado no TX do ADC colorretal metastático; → iEGFR, indicado no
ADC colorretal metastático Ras wild-type
e) O Trastuzumab é um MAb indicado no TX de carcinoma da mama e do estômago com amplificação do gene
HER-2.

4. O Palbociclib:
a) É uma nova TK inibidora do recetor HER-2 no cancro da mama; → iCDK no cancro de mama
b) É um inibidor da ciclina D cinase (CDK), com atividade clínica demonstrada em associação com TX
hormonal em carcinoma da mama metastático; → após falência da HT
c) É um anti-angiogénico com atividade no cancro da mama;
d) É uma TK com atividade no GIST após progressão sob imatinib;
e) É uma TK com atividade no CCR metastático quimiorresistente.

Urgências em Oncologia:
1. Doente que fez o último ciclo de QT há 16 dias apresenta-se com náuseas e vómitos e sintomas neurológicos. Tem
um Ca2+ de 14 mg/dL. O que NÃO fazer:
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a) Corticosteroides; → se linfoma, D. granulomatosas
b) Hidratação EV; → 1ª coisa a fazer
c) Zoledronato; → efeito tardio
d) Denosumab, principalmente se IR;
e) Calcitonina. → efeito imediato

2. Homem com sinais de compressão medular em contexto de neoplasia da próstata. O que NÃO fazer:
a) Corticosteroides; → fazer logo
b) Contactar NC;
c) Zoledronato EV;
d) TC CE;
e) TC ou RMN da coluna vertebral.

3. Qual deve ser a 1ª atitude terapêutica num doente com hipercalcemia:


a) Administrar Pamidronato EV;
b) Administrar Zoledronato EV;
c) Iniciar hidratação EV;
d) Administrar Calcitonida de salmão EV; → wtf
e) Iniciar corticoterapia com Prednisona.

4. Qual é a causa mais frequente de Síndrome da Veia Cava Superior (SVCS):


a) Cancro da cabeça e pescoço;
b) Cancro do pulmão; → de não pequenas células
c) Cancro da mama;
d) Linfoma;
e) Timoma.

5. Doente de 40 A, sob QT adjuvante pós-ADC do cólon, recorre ao SU 10 dias após o início do último ciclo por febre
(38.6 ºC). Não tem sintomatologia acompanhante e o EO tem de relevante TA 125/85 mmHg, FC 95 bpm e cicatriz de
laparotomia. Foi colhido hemograma que mostrou Hb 12 g/dL, leuc 1 500/μL, neut 250/μL e plaq 320 000/μL. Todas as
atitudes são corretas, exceto:
a) Colheita de 2 HC; → 2 pares de HC, do SP e do CVC
b) Internamento hospitalar e prescrição de pipetazo;
c) Alta para o domicílio sob TX com amoxiclav PO com reavaliação clínica em 48-72h;
d) Alta para o domicílio com reavaliação clínica em 48-72h; → mesmo em ambulatório tem de fazer AB
e) Administração profilática de G-CSF após administração do próximo ciclo de QT.

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6. Sobre a S. da VCS – escolha a afirmação ERRADA:
a) Na maioria dos doentes, não tem etiologia neoplásica; → pode ter causa benigna (5-15%), mas a maioria
tem causa maligna (85-95%)
b) O carcinoma do pulmão é a causa oncológica mais frequente; → de não pequenas células
c) Pode ser uma complicação de trombose associada a CVC;
d) Pode ser tratada com colocação de stent (prótese endovascular) ou RT;
e) O quadro clínico depende do tempo de evolução até se estabelecer a obstrução. → e do grau de obstrução

7. Na S. de compressão medular – assinale a afirmação ERRADA:


a) A causa é habitualmente neoplásica, por metastização óssea, mais frequentemente de cancro do pulmão,
mama ou próstata;
b) Dor radicular e hemiparesia são manifestações clínicas habituais; → dor sim, mas hemiparesia não –
quanto muito seria paraparésia, ainda que também não seja tão frequente quanto a dor
c) O principal risco é a paraplegia irreversível;
d) O TX inclui a instituição urgente de corticoterapia de alta dose e RT; → depende, mas sim, a corticoterapia
sim, a RT é o gold standard de TX definitivo mas também pode estar indicada laminectomia CX
e) Em casos selecionados, pode estar indicada NC para descompressão. → laminectomia

8. Um doente oncológico recebeu o último ciclo de QT há 10 dias e nota que tem febre (38.5 ºC) sem qualquer sintoma
acompanhante. Neste doente, todas as atitudes estão corretas, EXCETO:
a) O doente telefona ao médico, que confirma a inexistência de sintomas acompanhantes e o medica
com antipirético com reavaliação na manhã seguinte; → é uma urgência, tem de ser visto e pelo menos ficar a fazer
AB (em ambulatório ou internamento)
b) O doente deve ir ao hospital de imediato para ser avaliado;
c) Deve realizar de imediato um hemograma; → para confirmar neutropenia febril
d) Deve ser medicado com pipetazo EV se tiver <500 neutrófilos/μL, mesmo na ausência de foco infecioso;
e) Se tiver <500 neutrófilos/μL, deve colher HC mesmo na ausência de foco infecioso.

Cuidados Paliativos:
1. Identifique o tipo de dor mais difícil de controlar:
a) Dor somática;
b) Dor visceral;
c) Dor irruptiva;
d) Dor neuropática;
e) Todos os tipos de dor se controlam sem dificuldade com opioides fortes.

2. Os opioides têm como efeitos secundários comuns e persistentes:


a) Obstipação e sedação; → sedação é comum inicial
b) Sudorese e náuseas; → sudorese é menos comum
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c) Xerostomia e obstipação; → e náuseas e vómitos
d) Alodinia e alucinações; → são menos comuns
e) Todas as anteriores.

3. Os Cuidados Paliativos:
a) Dirigem-se exclusivamente a doentes oncológicos com doença avançada incurável e progressiva;
b) Têm como objetivo primordial o alívio da dor; → melhorar a qualidade de vida
c) Estabelecem-se com a colaboração de profissionais de várias áreas a trabalhar em prol do doente e
sua família;
d) Podem ser aplicados apenas em estruturas de saúde por necessitarem de vários profissionais a trabalhar
em equipa; → também existem equipas comunitárias
e) Não estão indicados em doentes sob TX antineoplásica. → iniciar CP não implica parar as TX dirigidas à
doença

Outras
1. Qual dos seguintes métodos de rastreio demonstrou MENORES resultados de sobrevivência:
a) Jovem de 19 A sexualmente ativa – teste HPV e citologia; → início aos 25 A/21 A com início da atividade
sexual há pelo menos 3 A, por citologia só até aos 30 A e, a partir daí, teste HPV + citologia
b) Homem de 75 A – PSA e TR;
c) Homem de 55 A – colonoscopia;
d) Mulher com 50 A – mamografia a cada 18 M;
e) Homem de 60 A – PSOF 1/1 A.

2. Doente com enfartamento, dor e aumento do volume abdominal com 2 M de evolução. Tem ascite e carcinomatose
peritoneal. Qual a hipótese mais provável:
a) Tumor maligno do ovário;
b) Tumor maligno do pâncreas;
c) Tumor maligno gástrico;
d) Tumor maligno do cólon;
e) Todas as anteriores.

3. Qual dos seguintes genes NÃO tem aplicação TX em Oncologia:


a) VHL e carcinoma da bexiga;
b) RAS mutado no ADC do cólon;
c) Recetores de progesterona no cancro da mama;
d) HER-2+ no cancro da mama;
e) EGFR no cancro do pulmão.

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4. Qual dos seguintes NÃO tem indicação para RT:
a) Cancro do endométrio com envolvimento da metade externa do miométrio;
b) Cancro da próstata com PSA <10 ng/mL e Gleason 7;
c) Cancro do esófago médio;
d) Nódulo único de 3 cm no pulmão, periférico, N0 M0.

5. A t(15;17)(q22;q21) é característica de:


a) LMC;
b) Sarcoma de Ewing;
c) Linfoma de Burkitt;
d) LPA (Leucemia Promielocítica Aguda);
e) RB.

NOTA: aqui estão as perguntas que nós conseguimos compilar antes do exame do 2º semestre, mas devem existir
mais. As respostas são as que nós achámos mais corretas de acordo com o nosso estudo, mas não garantimos que
sejam as certas.

Boa sorte a todos

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