Você está na página 1de 4

OFÍCIO CIRCULAR Nº 06/2020/GAPRE/CREFITO-13

Campo Grande, 17 de março de 2020

Adota recomendações de medidas preventivas para a redução dos


riscos de propação do COVID-19, no âmbito assitencial, de Serviços de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional, bem como, para assegurar a
integridade dos profissionais, colaboradores, pacientes e da comunidade
em geral.
O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 13ª
Região - Crefito-13, vem a público emitir orientações aos gestores,
profissionais e funcionários de Serviços de Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
públicos e privados, que atuam no âmbito assistencial, com o intuito
de prevenir eventuais riscos de contágio e a transmissão comunitária do
COVID-19 nos espaços onde há atendimento fisioterapêutico e terapêutico
ocupacional, bem como, assegurar a integridade e qualidade de vida dos
profissionais, colaboradores, pacientes e da comunidade em geral.
CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de
Importância Internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 30
de janeiro de 2020, em decorrência da infecção humana pelo novo Coronavírus
(COVID-19).
CONSIDERANDO as recomendações da Organização Mundial de Saúde
(OMS), divulgadas em 27 de fevereiro de 2020, para prevenir a propagação do
novo Coronavírus (COVID-19) no ambiente de trabalho.
CONSIDERANDO que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, em
11 de março de 2020, que a contaminação com o novo Coronavírus (COVID-
19), caracteriza pandemia.
CONSIDERANDO a necessidade de conter a propagação da infecção e
transmissão local, bem como preservar a saúde dos profissionais,
colaboradores, pacientes e demais agentes que atuam em serviços de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional em âmbito ambulatorial.
CONSIDERANDO que a medida mais eficaz para evitar a propagação do vírus
é a prevenção, tendo o Poder Público o dever de agir diante da situação que
ora se apresenta.
RECOMENDA-SE:
1. O reagendamento de consultas e procedimentos ambulatoriais de pacientes
estáveis e sem risco iminente de deteriorização clínica, que fazem parte do
grupo de risco para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
2. O encaminhamento imediato aos serviços de saúde de referência para o
Coronavírus, de pessoas com Febre e pelo menos um sinal ou sintoma
respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão
nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza,
saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem
intercostal e dispneia) e histórico de viagem para área com transmissão local,
de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos
sinais ou sintomas; OU que teve contato próximo de caso suspeito para o
Coronavírus (COVID-19), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos
sinais ou sintomas. Enquadram-se no grupo de risco para Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) indivíduos de qualquer idade, com
Síndrome Gripal e que apresente dispneia, ou os seguintes sinais de
gravidade: Saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente; sinais de
desconforto respiratório, ou aumento da frequência respiratória avaliada de
acordo com a idade; Piora nas condições clínicas de doença de base; e
Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente. Em crianças,
além dos itens acima, observar: batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem
intercostal, desidratação e inapetência.
Pacientes que apresentam fatores de risco para complicações e fazem parte do
grupo de risco:
 Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o
parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal).
Indivíduos que apresentem:
 Pneumopatias (incluindo asma).
 Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica).
 Nefropatias.
 Hepatopatias.
 Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme).
 Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus descompensado).
 Transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou
aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares,
epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, atraso de desenvolvimento,
acidente vascular cerebral (AVC), ou doenças neuromusculares)
 Imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da
imunodeficiência humana).
 Obesidade.
 Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido
acetilsalicílico (risco de síndrome de Reye).
 Adultos ≥ 60 anos
 Crianças < 2 anos.
 População indígena.
3. A higienização constante (com utilização de solução alcoólica a 70%) de
móveis, utensílios de uso contínuo, equipamentos e dispositivos, como: mesas,
cadeiras, telefones, teclados, mouses, maçanetas, corrimãos, macas,
equipamentos de eletrotermofototerapia, halteres, resistores elásticos,
estetoscópio, goniômetro, esfigmomanômetro, martelo de reflexo, tatames,
entre outros.
4. O controle do número de pessoas circulantes na recepção e de pacientes
nos locais de atendimento a fim de evitar aglomerações. Faz-se necessário
manter os ambientes bem arejados e bem ventilados, mesmo com o ar
condicionado em funcionamento, e deixar um tempo maior entre um
atendimento e outro para que após a saída dos pacientes de um horário e
antes da entrada dos pacientes do próximo horário dê tempo de higienizar as
mãos e limpar superfícies. Nos casos em que seja absolutamente
imprescindível o atendimento a pacientes com suspeita de infecção pelo
COVID-19, recomendamos que este seja efetuado de forma individualizada e
que atendimentos concomitantes devem ser evitados, mesmo que realizados
por profissionais diferentes.
5. A suspensão de atividades terapêuticas, sociais, educacionais, ou de
qualquer outra natureza, que ocorram em grupo(s). Os pacientes devem ser
orientados a evitar atividades similares, mesmo quando promovidas por outras
entidades.
6. A utilização de luvas descartáveis, jaleco/avental/capote descartável e
máscara protetora deve ser considerada sempre que julgar necessário e
oportuno para manutenção da segurança do profissional e do
paciente/cliente/usuário. Estes EPIs devem ser dispensados em lixo específico
(contaminado) após cada atendimento.
7. A busca por informações oficiais, qualificadas e de fontes seguras quanto à
Pandemia do Coronavírus (COVID-19), especialmente as recomendações e
direcionamentos das autoridades sanitárias competentes e ligadas aos
Governos Federal, Estadual e Municipal. A falta de conhecimento e a
disseminação de Fake News por profissionais da saúde endossa a
desinformação e circunvolução da verdade.
8. Que, respeitadas as orientações acima, o atendimento ocorra
presencialmente. Não recomendamos a realização de orientação ou
atendimento virtual, on-line, via telefone ou via, redes sociais, uma vez que não
há previsão legal, tampouco, normatização do tema pelo Coffito.
Recomenda-se, ainda:
A suspensão temporária e imediata dos estágios supervisionados de
Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, das atividades práticas envolvendo
pacientes e de projetos e/ou programas de extensão universitária promovidos
por Instituições de Ensino Superior Públicas e Privadas.
A observância às medidas constantes nos itens 3, 4 e 6, e a adoção de
comportamentos preventivos na realização de atendimentos domiciliares (home
care), tais como: não tocar na maçaneta ao chegar à residência; cumprimentar
o cliente e os familiares sem contato físico ao ser recepcionado; lavar as mãos
antes e após o atendimento; ter consigo solução alcoólica a 70% para
higienizar as mãos e seus equipamentos de uso pessoal; utilizar sua própria
caneta para evoluir no prontuário, orientar o seu paciente, familiares e
cuidadores sobre as precauções a serem tomadas, conforme orientações das
autoridades sanitárias municipal, estadual e federal. Recomenda-se a
elaboração de um cronograma que evite ao máximo a exposição cruzada de
pacientes tidos como de risco.
Esclarecemos que, dada a dinâmica epidemiológica da contaminação, essas
recomendações poderão sofrer alterações a medida em que o cenário local e
as orientações das autoridades governamentais sejam modificadas.

DR. RENATO SILVA NACER Presidente do Crefito-13

Você também pode gostar