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Por Ânderson de Araújo Neves

Questão 01: Quais crimes são julgados pelo Tribunal do Juri? Esses crimes podem ser
na modalidade tentada?
No Brasil, o tribunal do júri é responsável por julgar os crimes dolosos contra a vida, ou
seja, aqueles em que há a intenção de matar ou causar lesões corporais graves que
resultem na morte da vítima. A seguir, alguns crimes que são julgados pelo Tribunal do
Juri.
1. Homicídio doloso (quando há a intenção de matar);
2. Infanticídio (matar o próprio filho durante o parto ou logo após, sob influência do
estado puerperal);
3. Aborto com consentimento da gestante (quando realizado por terceiros, com o
consentimento da mulher grávida);
4. Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (quando alguém incentiva ou auxilia
outra pessoa a cometer suicídio);
5. Participação em suicídio coletivo (quando várias pessoas combinam e cometem
suicídio em conjunto);
6. Matar, sob a influência do estado de emoção violenta, alguém que tenha provocado
tal estado (conhecido como homicídio privilegiado);
7. Lesão corporal seguida de morte (quando uma agressão física resulta na morte da
vítima).

Sim, a tentativa de crimes dolosos contra a vida também é admitida no tribunal do júri
no Brasil. A tentativa ocorre quando o autor do crime pratica atos executórios, ou seja,
realiza ações para cometer o crime, porém, por algum motivo alheio à sua vontade, não
consegue consumá-lo.
No caso da tentativa de homicídio, por exemplo, se alguém atira com a intenção de
matar outra pessoa, mas não consegue acertar o alvo, essa pessoa poderá ser julgada
pelo tribunal do júri pelo crime de tentativa de homicídio.
A legislação brasileira prevê que o tribunal do júri tem competência para julgar tanto o
crime consumado quanto a tentativa de crimes dolosos contra a vida. Dessa forma, a
tentativa é considerada como um ato criminoso por si só, sendo passível de punição.
Questão 02: Diferencie erro de tipo e erro de proibição.

O erro de tipo e o erro de proibição são conceitos utilizados no Direito Penal para
analisar a conduta do acusado em relação a um determinado crime. Embora ambos
sejam formas de erro, eles possuem diferenças significativas:

1. Erro de Tipo: O erro de tipo ocorre quando o agente comete um equívoco quanto aos
elementos objetivos ou subjetivos do tipo penal. Em outras palavras, o agente comete
um erro sobre algum fato ou circunstância relacionados ao crime. Esse equívoco pode
ser em relação à identificação da vítima, à natureza da ação praticada, aos meios
utilizados, à causa de aumento de pena, entre outros elementos do tipo penal. O erro
de tipo exclui a culpabilidade do agente, uma vez que, por desconhecimento ou
equívoco, ele não teve a intenção ou consciência de praticar o crime.

2. Erro de Proibição: O erro de proibição ocorre quando o agente, embora conhecedor


dos fatos e circunstâncias, comete um equívoco quanto à ilicitude do ato. Ou seja, o
agente acredita, de maneira errônea, que sua conduta é permitida ou autorizada pelo
ordenamento jurídico. Nesse caso, o agente tem conhecimento do que está fazendo,
mas desconhece que sua ação é considerada criminosa. O erro de proibição pode
atenuar a culpabilidade do agente, mas não a exclui por completo.

Em resumo, a diferença fundamental entre os dois conceitos está na natureza do


equívoco. No erro de tipo, o agente comete um erro sobre elementos objetivos ou
subjetivos do tipo penal, enquanto no erro de proibição, o equívoco recai sobre a
ilicitude da conduta, ou seja, o agente desconhece que sua ação é proibida pela lei.

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